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Dip

Prof: Maria Aparecida P. de Souza


PARASITOSES
INTESTINAIS
PARASITOSES INTESTINAIS
• Constituem um importante problema de saúde pública
• Principalmente em países subdesenvolvidos

• Prevenção:
• Saneamento básico, acesso à alimentação saudável e educação continuada da
população
PARASITOSES INTESTINAIS
HELMINTOS
.Ascaridíase
• Ancilostomíase
• Tricuríase
• Enterobíase
• Estrongiloidíase
•Esquistossomose
PROTOZOÁRIOS
. Giardíase
• Amebíase
HELMINTOS
ASCARIDÍASE
Ascaris lumbricoides
•EPIDEMIOLOGIA
• É a helmintíase humana mais prevalente no mundo
• A OMS estima-se que existam cerca de 1 bilhão de indivíduos infectados no mundo
• A alta prevalência da infecção resulta pela grande produção de ovos pelas fêmeas
fecundadas e pela resistência dos ovos em condições ambientais extremas

•MODO DE TRANSMISSÃO
• Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou
alimentos contaminados com fezes humanas
ASCARIDÍASE
Ascaris lumbricoides
•MORFOLOGIA:
• Ovo
• Os ovos férteis tem a forma oval

• Verme adulto
• Longo, cilíndrico e com as extremidades afiladas
• Habitam o lúmen do intestino delgado
• Fêmea:
• Mede em torno de 25 a 40 cm
• Põe em média 200 mil ovos por dia
• Macho:
• Mede cerca de 15 a 20 cm
• Apresenta um enrolamento ventral da cauda
CICLO BIOLÓGICO:
ASCARIDÍASE
Ascaris lumbricoides
• QUADRO CLÍNICO:
• Depende da intensidade da infecção e dos órgãos comprometidos
• Assintomática
• Carga parasitária leve ou moderada
• Manifestações pulmonares
• Ciclo da larva
• Síndrome de Loeffler: febre, tosse, dispnéia e EOSINOFILIA
• Intestino delgado
• Dor abdominal, diarréia, náuseas e anorexia
ASCARIDÍASE
Ascaris lumbricoides
• QUADRO CLÍNICO:
• Complicações:
• Obstrução intestinal
• Grande número de parasitas
• Enovelamento dos parasitas na luz do intestino – “Bolo de áscaris”
• Sintomas da obstrução/semiobstrução:
• Vômitos; cólicas intensas; distensão abdominal; eliminação dos parasitos nas fezes ou
pelo vômito.
• Volvo, perfuração intestinal, colecistite, pancreatite
• Ação espoliativa
• O verme adulto pode consumir proteínas, carboidratos, lipídeos e vitaminas A e C do
hospedeiro. Isto pode resultar em subnutrição e baixo desenvolvimento físico e mental
ASCARIDÍASE
Ascaris lumbricoides
•DIAGNÓSTICO:
• Clínico

• Laboratorial
• Exame Parasitológico de Fezes
• Presença de ovos do parasita
• Hemograma
• Eosinofilia na fase se invasão larvária
ASCARIDÍASE
Ascaris lumbricoides
•TRATAMENTO:
• Albendazol 400mg, 10mg/kg, VO, dose única
• Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias
• Levamizol:
• <8 anos: 40mg, VO, dose única
• >8 anos: 80 mg, VO, dose única

• OBSTRUÇÃO INTESTINAL
• Piperazina 100mg/kg/dia + óleo mineral (40 a 60ml/dia) + antiespasmódicos + hidratação.
• Neste caso estão indicados sonda nasogástrica e jejum + mebendazol 200mg/dia de 12/12hrs por 3 dias.
ASCARIDÍASE
Ascaris lumbricoides
• PROFILAXIA:
• Higiene pessoal
• Educação sanitária
• Saneamento básico
• Tratamento dos doentes
ANCILOSTOMÍASE
Ancylostoma duodenale E Necator americanus
• Conhecida como amarelão ou doença do Jeca Tatu

•EPIDEMIOLOGIA:
• São parasitas de região quente e úmida, portanto, predominam-se em áreas
rurais, estando muito associado a áreas sem saneamento e cujas populações tem
hábito de andar descalças.
• A. duodenale mais prevalente na Europa e na Ásia e o N. americanus, na África e
nas Américas
ANCILOSTOMÍASE
Ancylostoma duodenale E Necator americanus
• MODO DE TRANSMISSÃO
• A infecção pelo N. americanus só ocorre por via percutânea. Já a transmissão
pelo A. duodenale se dá, além da percutânea, pela via oral, por água e por
alimentos contaminados com ovos ou larvas.
ANCILOSTOMÍASE
Ancylostoma duodenale E Necator americanus
• MORFOLOGIA:
• Ovo
• São ovóides, medem 40-60 µm
• Verme adulto
• Cilíndrico, medindo cerca de 5 a 13 mm.
• A. duodenale – Cápsula bucal possui dentes
• N. americanos - Cápsula bucal com placas cortantes
ANCILOSTOMÍASE
Ancylostoma duodenale E Necator americanus

• CICLO BIOLÓGICO:
QUADRO CLÍNICO:

• Os sintomas dependem da carga parasitária, do estado nutricional e da etapa


de migração do parasita.
• Infecções leves podem apresentar-se assintomáticas
• Dermatite pruriginosa – “Coceira do solo” quando invadem a pele
• Fase pulmonar: tosse, laringotraqueobronquite, faringite
QUADRO CLÍNICO:

• Infecção intestinal:
• Sintomas inespecíficos: dor, anorexia, diarréia
• As principais manifestações clínicas estão relacionados à perda
intestinal de sangue
• Alta carga intestinal:
• Anemia ferropriva, desnutrição protéica
• Déficit pôndero-estatural, baixo rendimento escolar e atraso no
desenvolvimento psíquico.*
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

• Clínico
• Devido ao prurido característico
• Laboratorial
• EPF
• TRATAMENTO
• Albendazol 400mg, VO, em dose única
• Mebendazol 100mg, 2x/dia, VO, por 3 dias
• Pamoato de pirantel 20-30 mg/kg/dia durante 3 dias
ANCILOSTOMÍASE
Ancylostoma duodenale E Necator americanus
• PREVENÇÃO:
• Educação sanitária
• Uso de calçados
• Saneamento básico
• Tratamento de pessoas infectadas
TRICURÍASE
Trichuris trichiura
• EPIDEMIOLOGIA:
• Acomete comunidades rurais com instalações sanitárias inadequadas e solo
contaminado com fezes humanas ou de animais.
• 5 a 15 anos de idade

• MODO DE TRANSMISSÃO:
• Ingestão de ovos embrionados
• Contaminação direta das mãos, alimentos ou bebidas
• Pode ocorrer também a transmissão indireta através de moscas ou outros insetos
TRICURÍASE
Trichuris trichiura
•MORFOLOGIA:
• Ovo:
• Ovos embrionados em forma de barril

• Verme Adulto:
• Filiforme, cilíndrico
• Habita o ceco e o cólon ascendente
• A parte anterior do parasita é afilada e ocupa 3/4 de seu corpo – Porção semelhante a um
chicote
• 1/4 posterior é curto e alargado
• O macho é menor que a fêmea e possui uma curvatura ventral acentuada, enquanto a fêmea
termina de forma reta.
CICLO BIOLÓGICO:
• QUADRO CLÍNICO:
• Assintomáticos
• Baixa carga parasitária
• Alguns indivíduos podem apresentar um histórico de dor no quadrante inferior direito
ou na região periumbilical
• Infecção maciça:
• Disenteria crônica, prolapso retal, anemia, retardo no crescimento, déficits cognitivos e
do desenvolvimento.
• DIAGNÓSTICO:
• EPF
• Ovo característico em forma de barril
TRATAMENTO:

• Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, por 3 dias


• Reduz a produção de ovos em 90-99%
• Taxa de cura de 70-90%
• É eficaz em parte por ser pouco absorvido no TGI
• Mebendazol 500mg, VO, em dose única
• Albendazol 400mg, VO, em dose única
• Atualmente, os esquemas recomendados com dose única de mebendazol e albendazol NÃO
tem eficácia na cura de infecções por Trichuris.
• Nitazoxanida
• 100mg, 2x/dia, VO, por 3 dias – crianças entre 1 a 3 anos
• 200mg, 2x/dia, VO, por 3 dias - crianças entre 4 a 11 anos
• 500mg, 2x/dia, VO, por 3 dias – adolescentes e adultos
• Resultam em taxa de cura superior ao albendazol em dose única
• PREVENÇÃO
• Higiene pessoal
• Melhora das condições sanitárias
ENTEROBÍASE
Enterobius vermicularis
• Infecção por oxíurus (oxiuríase)
EPIDEMIOLOGIA
• Acomete indivíduos de todas as idades e de todas as classes sociais
• NÃO está relacionado com o nível socioeconômico da população
• Mais frequente na idade escolar
• Afeta mais de um membro da família
• Implica no seu controle, que deve ser dirigido a pessoas que vivem no mesmo domicílio
MODO DE TRANSMISSÃO

• Fecal-oral
• Autoinfecção externa ou direta:
• Do ânus para a cavidade oral por meio das unhas
• Autoinfecção indireta:
• Ovos presentes na poeira, roupa, roupa de cama ou alimentos atingem o
mesmo indivíduo que o eliminou
• Heteroinfecção:
• Ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro
• Retroinfecção:
• Migração das larvas da região anal para as regiões superiores do intestino
grosso, chegando até o ceco, onde se tornam adultas
• Autoinfecção interna:
• Processo raro na qual as larvas eclodem ainda dentro do reto e depois
migram até o ceco, transformando-se em vermes adultos
MORFOLOGIA
Verme adulto:
Nematódeo pequeno (1cm de comprimento), branco, semelhante a um fio ou
com a forma cilíndrica, que habita o ceco, o apêndice e áreas adjacentes ao íleo
e cólon ascendente.

• Ovos:
• São convexos em um lado e achatados no outro
CICLO BIOLÓGICO
CICLO BIOLÓGICO
QUADRO CLÍNICO
• Assintomático
• Principal sintoma: Prurido perianal
• É mais exacerbado à noite
• Acompanhado de irritabilidade e sono intranquilo
• As escoriações decorrente ao ato de coçar podem resultar em infecções secundárias em
torno do ânus
• Sintomas inespecíficos:
• Vômitos, dores abdominais, tenesmo, puxo e raramente fezes sanguinolentas
• Complicações:
• Salpingites, vulvovaginites, granulomas pelvianos  Esporadicamente
• Infecções secundárias às escoriações.
DIAGNÓSTICO
Clínico
• Prurido característico
Laboratorial
Identificação de ovos ou vermes adultos
Swab anal
Método da fita
Leitura em microscópio
• TRATAMENTO
• Deve-se tratar os pacientes infectados e todos os membros de sua família
• Pamoato de Pirvínio 10mg/kg, VO, dose única
• Pamoato de Pirantel 10mg/kg, VO, dose única
• Mebendazol 100mg, VO, 2x/dia, durante 3 dias
• Albendazol 10mg/kg, VO, dose única, até o máximo de 400mg
PROFILAXIA

• PROFILAXIA
• Orientar a população sobre os hábitos de higiene pessoal
• Boa higiene das mãos
• Tratar todos os membros da família
• Trocar roupas de cama e toalhas de banho diariamente
ESTRONGILOIDÍASE
Strongyloides stercoralis
• EPIDEMIOLOGIA
• A transmissão requer solo quente e úmido
• Fatores de risco:
• Condições ambientais precárias
• Aglomerações humanas
• Cães e gatos podem ser reservatórios
• Hiperinfecção acomete indivíduos imunodeprimidos
MODO DE TRANSMISSÃO

• Via percutânea
• As larvas infectantes (filarióides) penetram a pele do indivíduo
• Auto-endoinfecção
• Quando as larvas passam a ser filarióides no interior do próprio
hospedeiro, sem passar pela fase evolutiva no meio externo
• Auto-exoinfecção
• Quando as larvas filarióides se localizam na região anal ou
perianal, onde novamente penetram no organismo do hospedeiro
MORFOLOGIA

• MORFOLOGIA
• Verme adulto cilíndrico
• Fêmea – Habita o intestino delgado e por partogênese libera ovos na luz
intestinal
• Macho – Habita o solo (forma livre)

• Larva rabiditiforme
• Não infecciosas

• Larva filarióide
• Forma infectante
CICLO BIOLÓGICO
QUADRO CLÍNICO
• Assintomático
• Sintomas relacionados aos três estágios de infecção:
• Invasão da pele
• Lesões urticariformes ou maculopapulares ou por lesão serpiginosa ou
linear pruriginosa migratória (larva currens)
• Migração das larvas através dos pulmões
• Tosse seca, dispnéia, broncoespasmo ou edema pulmonar (síndrome de
Löffler)
• Parasitismo do intestino delgado pelos vermes adultos
• Diarréia, dor abdominal e flatulência, acompanhadas ou não de anorexia,
náusea, vômitos e dor epigástrica que pode simular quadro de úlcera
péptica.
QUADRO CLÍNICO

• QUADRO CLÍNICO
• Hiperinfecção
• Indivíduos imunocomprometidos
• Febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos, diarréias profusas, manifestações
pulmonares (tosse, dispnéia e broncoespasmos, e raramente, hemopise e angústia
respiratória).
• Na radiografia pode-se observar até cavitação
• Podem ainda ocorrer infecção secundárias como meningite, endocardite, sepse e
peritonite, mais frequentemente por enterobactérias e fungos.
• DIAGNÓSTICO
• Parasitológico de fezes, escarro ou lavado gástrico
TRATAMENTO

• TRATAMENTO
• Cambendazol 5mg/kg, dose única, VO
• Tiobendazol, VO, em vários esquemas terapêuticos:
• 25mg/kg/dia durante 5 a 7 dias – esquema muito utilizado
• 50mg/kg/dia dose única, à noite (A dose máxima recomendada é de 0,3g)
• 10mg/dia por 30 dias - Recomendado para situações de auto-endoinfecção e
deficiência da imunidade celular
• Albendazol 40mg/dia durante 3 dias
• Ivermectina, dose única, VO, obedecendo a escala de peso:
• 15 a 24kg: ½ comprimido
• 25 a 35kg: 1 comprimido
• 36 a 50kg: 1 ½ comprimidos
PROFILAXIA

• Saneamento básico
• Uso de calçados
• Tratar os animais domésticos infectados
ESQUISTOSSOMOSE
Schistosoma mansoni
• EPIDEMIOLOGIA
• No Brasil é considerada uma endemia que atinge 19 unidades
federadas
• É endêmico do Maranhão até Minas Gerais, com focos no Pará, Piauí, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Distrito federal e Rio Grande
do Sul
• Possui baixa letalidade e as principais causas de óbitos estão
relacionadas às formas clínicas
• MODO DE TRANSMISSÃO
• A transmissão depende do destino dado aos excrementos, da
presença dos caramujos hospedeiros intermediários específicos e dos
padrões de contato com a água e dos hábitos sociais da população
graves.
MORFOLOGIA

•Cercárias:
• Forma infectante de vida livre
• Caramujo
• São hospedeiras intermediárias específicas que vivem em água doce, e se dividem
assexuadamente
• Miracídios:
• Móveis, emergem, infecta as lemas dos caramujos
• Verme adulto:
• Ao atingirem a maturidade, migram para locais anatômicos específicos (Veias
mesentéricas inferiores)
• Os esquistossomas adultos (1 a 2 cm de comprimento) são adaptados para uma
existência intravascular.
• A fêmea acompanha o macho dentro de um sulco formado pelas bordas laterais do
corpo dele.
CICLO BIOLÓGICO
QUADRO CLÍNICO
•Depende do seu estado de evolução no homem
• Fase aguda:
• Assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, acompanhada de
erupção papular, eritema, edema e prurido até 5 dias após a infecção.
• Febre de Katayama
• Após 3 a 7 semanas de exposição pode evoluir para a esquistossomose aguda caracterizada
por febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Esses sintomas podem ser acompanhados de
diarréia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia.
• Fase crônica:
• Após 6 meses pode evoluir para a fase crônica
• Hepatointestinal: Caracteriza-se pela presença de diarréias e epigastralgia. Ao
exame, o paciente apresenta fígado palpável , com nodulações que, nas fases
avançadas dessa forma clínica, correspondem a áreas de fibrose decorrentes de
granulomatose periportal ou fibrose de Symmers.
• Hepática: Pode ser assintom[atica ou com sintomas hepatointestinal. Ao exame, o
fígado é palpável e endurecido, à semelhança do que ocorre na forma
hepatoesplênica.
QUADRO CLÍNICO
• QUADRO CLÍNICO
• Hepatoesplênica compensada: Presença de hipertensão
portal, levando à esplenomegalia e ao aparecimento de varizes
de esôfago.
• Hepatoesplênica descompensada: Considerada uma das
formas mais graves. Caractetiza-se por diminuição acentuada
do estado funcional do fígado
. DIAGNÓSTICO
• Clínico
• EPF
• A USG pode ajudar a identificar hepatooesplenomegalia
• TRATAMENTO
• Praziquantel 26 mg/kg, VO, dose única
• Oxamniquina, cápsula com 250mg e a solução de 50mg/ml para uso
pediátrico
• PROFILAXIA
• Educação em saúde, mobilização comunitária e saneamento
domiciliar e ambiental nos focos de esquistossomose.
Protozoários
GIARDÍASE
Giardia lamblia

•Giardia intestinalis ou Giardia duodenalis


•Protozoário flagelado que infecta o duodeno e o intestino delgado

•EPIDEMIOLOGIA
• Doença de distribuição mundial, mais prevalentes em países subdesenvolvidos (áreas
com saneamento básico pobre)
• Podem ocorrer epidemias em instituições fechadas (creches, pré-escola)
• Grupo etário mais acometido: entre 8 meses e 10 a 12 anos
• “Diarréia dos viajante em zonas endêmicas”
• Ingestão de água contaminada
• Atividade sexual resultante do contato oro-anal
• É significativo em pessoas com desnutrição, certas imunodeficiências e fibrose cística
GIARDÍASE
Giardia lamblia
•MODO DE TRANSMISSÃO
•Fecal-oral
•Direta
• Contaminação das mãos e consequente ingestão de cistos existentes em
dejetos de pessoa infectada
•Indireta
•Ingestão de água e alimentos contaminados
MORFOLOGIA:

• Trofozoítos
• Apresenta simetria bilateral e um achatamento dorso-ventral que lhe confere um
aspecto piriforme
• Contém dois núcleos ovais anteriormente, um disco ventral grande, um corpo
mediano curvado posteriormente e quatro pares de flagelos
• Cistos
• Apresenta um formato oval que contém quatro núcleos
• Cada cisto ingerido produz dois trofozoítos no duodeno
• Forma infectante encontrada no ambiente
CICLO BIOLÓGICO
QUADRO CLÍNICO:
• Assintomática (maioria)
• Diarréia aguda
• Fezes líquidas, explosivas e fétidas, com curso auto-limitado
•Diarréia crônica
• A diarréia se torna persistente ou intermitente
• Diarréia, cólica, distensão abdominal, sensação de plenitude gástrica, mal-estar,
flatulência, náuseas, anorexia e perda de peso
• As fezes ficam gordurosas, com odor fétido e podem flutuar na água (esteatorréia)
• Síndrome da má absorção
• Complicação!!!
• Pode ou não estar associada
• Má absorção de açúcares, gorduras e vitaminas lipossolúveis
• Deficiência de ferro
• Perda de peso e anemia
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

• DIAGNÓSTICO:
• Clínico
• Laboratorial
• Presença de trofozoítos ou cistos nas amostras de fezes (3 amostras)  Método
tradicional
• Métodos imunológicos
• Detecção de antígenos pelo ELISA
• Em raros casos pode ser feito biópsia duodenal com a identificação de trofozoítos
• TRATAMENTO:
• Tinidazol
• 30mg/kg/dia, dose única
• Secnidazol
• 30mg/kg ou 1ml/kg, dose única, tomar após uma refeição
• Metronidazol
• 15mg/kg/dia (máximo 250mg), VO, dividida em 2 tomadas por 5 dias
•PREVENÇÃO:
• Filtração da água potável
• Saneamento básico
• Creches ou orfanatos
• Adequadas instalações sanitárias
• Enfatizar a necessidade de higiene pessoal
AMEBÍASE
Entamoeba histolytica
• EPIDEMIOLOGIA
• 10% da população mundial
• 50 milhões de casos invasivos/ano
• Frequente em áreas com baixos padrões socioeconômicos e sanitários
• 3º maior causa de óbito por infecção parasitária no mundo. (Nelson)
• MODO DE TRANSMISSÃO
• Fecal-oral: Ingestão de alimentos ou água contaminados por fezes
contendo cistos amebianos maduros
• Transmissão sexual (contato oral-anal) – Mais raramente

• Este parasito pode atuar como comensal ou provocar invasão de tecidos,


originando as formas intestinal e extra-intestinal da doença.
MORFOLOGIA

• Cisto
• É a forma infectante
• Esférico ou oval, contém quatro núcleos
• São resistentes a condições ambientais hostis, incluindo o cloro utilizado para a
purificação da água, acidez gástrica, enzimas digestivas
• Podem ser mortos por aquecimento a 550C

• Trofozoíto
• Uninucleado e móveis (se locomovem pela emissão de pseudópodes)
• Colonizam o lúmen do intestino grosso
• Podem invadir o revestimento mucoso e acometer fígado, pulmão, pele e até cérebro
CICLO BIOLÓGICO

• CICLO BIOLÓGICO
QUADRO CLÍNICO

• Assintomática
• Colite amebiana: É a forma clássica com invasão parasitária da
mucosa intestinal e caracteriza-se por dor abdominal em cólica,
diarréia com fezes mucosanguinolentas, tenesmo. Apresenta febre em
apenas um terço dos pacientes.
• Abcesso hepático: É a segunda forma mais comum da doença. Ocorre
com a disseminação dos parasitas para o fígado. É incomum em
crianças. Nas crianças manifesta-se com febre, dor abdominal,
distenção abdominal e hepatomegalia dolorosa.
• DIAGNÓSTICO
• Presença de trofozoítos e cistos presentes nas fezes; em aspirados ou
raspados, obtidos através de endoscopia ou proctoscopia; ou em
aspirados de abcesso ou biópsia de tecidos
• Os anticorpos séricos podem ser dosados e são de grande auxílio no
diagnóstico do abcesso hepático amebiano
• A USG e TC são úteis no diagnóstico de abcesso hepático amebiano
TRATAMENTO
• 1º opção
• Formas intestinais: Secnidazol 30mg/kg/dia, VO, não ultrapassando o máximo de
2g/dia
• 2º opção
• Metronidazol 35mg/kg/dia, 3 tomadas, durante 5 dias
• Formas graves: amebíase intestinal sintomática ou extra-intestinal. 
Metronidazol 50mg/kg/dia durante 10 dias
• 3º opção
• Formas extra-intestinais: Tinidazol 50mg/kg/dia durante 2 a 3 dias a depender da
forma clínica
• 4º opção
•Somente para formas leves ou assintomáticas: Teclozam 15mg/kg/dia durante 5 dias. Em
alguns casos podem ser necessários a aspiração do abcesso.
•PROFILAXIA
• Medidas de saneamento e educação em saúde
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• SAÚDE, Ministério da. Guia de bolso: Doenças infecciosas e
parasitárias. 8. ed. Brasília: 2018.
• BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em
Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019
SLIDE DE IMAGENS

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