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•Doenças Infecto Parasitárias

Prof: Maria Aparecida Pereira de Souza


Infecções fungicas Profundas

Esporotricose
Cromomicose
Paracoccidiodomicose
Lobomicose
Micetomas
Feohifomicose
ESPOROTRICOSE
• Sporothrix schenckii
• Fungo dimórfico, encontrado no ambiente, inoculado nos
humanos por trauma
• 3 formas de infecção subcutânea: cutâneo-localizada,
cutâneo-linfática e cutâneo-disseminada
• Linfangítica é mais comum, ocorre principalmente nas
mãos e pés. Inicia com um nódulo subcutâneo, que evolui
para úlcera. Outros nódulos inflamatórios começam a se
formar no trajeto linfático (rosário)
• Na forma fixa, a lesão permanece no local de inoculação,
forma um granuloma, que pode ulcerar
ESPOROTRICOSE
• Diagnóstico diferencial: outras micoses profundas,
leishmaniose, tuberculose cutânea, carcinomas
• Tratamento:
• Solução de Iodeto de Potássio até 4 semanas após a cura
clínica (barata, mas difícil tolerância)
Itraconazol 200mg até uma semana após a cura clínica
EPIDEMIOLOGIA

• Doença relativamente rara em todo o mundo.


• Não se transmite pessoa a pessoa.
• Muitas vezes associada a trauma com vegetais – agricultura, jardinagem (espinhos,
• gravetos); ou empalhamento de animais, mineração, caça (tatus) e outros.
• Epidemia/endemia com mais de 15 anos de evolução no estado do Rio de Janeiro;
• predomínio mulheres acima de 40 anos, muitas vezes donas/cuidadoras de gatos;
• também crianças; veterinários.
• Associada a epidemia em gatos domésticos; mais raramente cães infectados.
• Predomínio na Região Metropolitana I do estado, espalhando-se progressivamente a
• outras regiões.
• Doença sistêmica entre gatos, abundância de fungos
TRANSMISSÃO

• Inoculação traumática, maior parte das vezes MMSS; às vezes,


sem história de arranhadura ou mordida por gatos ou trauma
com vegetais

• Transmissão para mucosa: conjuntiva íntegra

• Inalação: doença sistêmica em imunodeprimidos

• Possibilidade de ingestão, com doença sistêmica


DIAGNÓSTICO
• Principalmente: História clínica + Epidemiológica !

• Laboratório – pouco utilizado: •Padrão ouro – Cultura (crescimento do fungo em meio


adequado/indicado) – crescimento de fungo filamentoso costuma ser rápido, em poucos
dias. Porém, a confirmação necessita conversão para fase leveduriforme em meio e
temperaturas apropriados – mais demorado.

• Exame histopatológico – H&E, Prata Metenamina de Gomori, PAS - Processo inflamatório


granulomatoso misto com presença de neutrófilos, abscessos – estruturas fúngicas
observadas em 20 a 25% dos casos, mais em imunodeprimidos.

• • Exame direto costuma ser negativo em humanos


PREVENÇÃO
• Tratamento dos gatos – guarda responsável.

• Evitar contato físico com gatos infectados (luvas ao manipular os animais).

• Manter o gato , durante o tratamento, em ambiente restrito, evitando sua saída e contato com
outros animais.

• Castração dos gatos – auxilia a manter o gato restrito ao domicílio.

• Não abandonar os animais – aumenta a disseminação da doença.

• Tratamento dos animais doentes.

• Eutanásia, quando indicada, e cremação em centros veterinários apropriados – CCZ, Vigilância


Ambiental.
TRATAMENTO
• Conforme recomendação médica e orientações da NTnº3/2011,
GDTVZ/DTI/CVE/SVEA/SVA/SES/RJ e INI/FIOCRUZ

• Principal droga de escolha: Itraconazol.

• Porém, há outras drogas e detalhes de tratamento (dose e período de tratamento) que


compete somente ao médico avaliar. Assim como monitorar enzimas hepáticas e avaliar
os critérios de cura e suspensão da medicação.

• A Região Metropolitana já foi capacitada para assistência aos pacientes (médicos e


enfermeiros) ao menos 3 vezes.
VIGILÂNCIA DA ESPOROTRICOSE
ANIMAL
• A ocorrência de esporotricose em animais e sua transmissão
ao humano tem sido relatada em diversos países. Contudo, em
nenhum lugar a doença assumiu proporções epidêmicas,
envolvendo pessoas e gatos, como no estado do Rio de
Janeiro.

• As pessoas mais expostas são as que têm contato domiciliar e
profissional com esses animais, como médicos veterinários e
donas de casa. Nesses animais a doença aparece com o
mesmo aspecto que nos humanos, ou seja, feridas ou caroços
na pele
Esporotricose
• O fungo causador, o Sporothrix schenckii, já foi isolado da
secreção nasal, cavidade oral e unhas dos gatos, o que reforça
a transmissão felina, seja por arranhadura ou mordedura.

• Se o animal estiver doente, pode ser tratado com


medicamentos e é preciso cuidado no seu manuseio para não
adquirir a micose. O animal morto não deve ser enterrado, e
sim cremado.
MEDIDAS DE PROTEÇÃO E
CONTROLE ANIMAL
Medidas Educativas;
• Notificação da Zoonose pelos Médicos veterinários para as
• Vigilâncias Municipais (Setor de Zoonoses, Vigilância
• Epidemiológica, Saúde Ambiental, Vigilância Sanitária);

Destino das carcaças:


• Os animais devem ser cremados;
• Forno Crematório.
Objetivos Gerais da Vigilância
Epidemiológica
• Notificação oportuna – detecção oportuna de casos e identificação do LPI
(local provável de infecção)

• Minimizar a ocorrência/transmissão da doença (suspeição clínica e
notificação precoce com repasse da informação para o controle de
vetores)

• Realizar análises de dados e emitir informes epidemiológicos atualizados
para apoiar os gestores na definição de grupos e áreas prioritárias para
intervenção /orientar as ações integradas de prevenção, controle e
organização dos serviços de saúde.
Resolução SES-RJ Nº 674 DE 12/07/2013
(Publicada no DOE em 16 de julho de 2013)

• Art. 3º Os casos de suspeita ou confirmação de Esporotricose


Humana e Varicela deverão ser notificados e registrados,
semanalmente, no Sistema de Informação de Agravos de
Notificação – SINAN (...)”

• CID Esporotricose: B42


CROMOMICOSE
• Fungos demáceos (Fonsecaea pedrosoi, Wangiella dermatitidis,
Cladophialophora carrionii, Rhinocladiella aquaspersa)
• Vivem no ambiente, inoculados na derme. Pés, pernas e braços são
os locais mais comuns. Evolui por contiguidade
• As lesões iniciais são pápulas e placas levemente verrucosas
achatadas. Lentamente progridem para lesões espessas e extensas,
com infecção secundária e grande comprometimento linfático
(linfedema). Sempre crônica!
• Tratamento: lesões pequenas e isoladas podem ser incisadas ou
tratadas com crioterapia
itraconazol 200mg /d até cura clínica (meses)
PARACOCCIDIODOMICOSE
• Paracoccidioides brasiliensis ,
• Inoculado nos humanos por trauma (palitar dentes, mascar
folhas). Inalação causa infecção pulmonar
• Pode atingir qualquer órgão, mas tem predileção por pele,
mucosas, linfonodos, pulmões, suprarrenais e SNC
• Infecção respiratória crônica e progressiva, com tosse
crônica e emagrecimento. Raio X demonstra infiltrado
bilateral, podendo ser nodular
• sua evolução tornam-se ulcero-vegetantes
• Linfonodos cervicais estão aumentados, dolorosos
PARACOCCIDIODOMICOSE
• Lesões orais ocorrem principalmente nas gengivas ,
chamadas de estomatite moriforme, são erosões com
pontilhado hemorrágico, com edema adjacente.
• Com sua evolução tornan-se ulcero- vegetantes

• Linfonodos cervicais aumentados e dolorosos

• Linfonodos cervicais estão aumentados, dolorosos


• ornam-se ulcero-vegetantes
• Linfonodos cervicais estão aumentados, dolorosos
PARACOCCIDIODOMICOSE
• Diagnóstico: cultura do escarro, secreções, fundo de
úlceras (estuturas semelhantes a “orelhas de Mickey” ou
“roda de leme”)

Tratamento: Itraconazol por 3 a 6 meses


Fluconazol se SNC envolvido
Anfotericina B se quadro sistêmico grave
Referências Bibliograficas
SAÚDE, Ministério da. Guia de bolso: Doenças infecciosas e
parasitárias. 8. ed. Brasília: 2010
SOARES, D. A.; ANDRADE, S. M.; CAMPOS, J. J. B. Epidemiologia e
indicadores de saúde. Bases da saúde coletiva. Londrina: Ed. UEL, p.
183-210, 2001.

MEDRONHO, R. A. et al. Epidemiologia. São Paulo: Editora Ateneu,


2009
SLIDE DE IMAGENS

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