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Propedêutica

odontológica I
Profa. Larissa Couto de Freitas
larissacoutodefreitas@gmail.com
Infecções fúngicas de interesse estomatológico
1. Candidíase:

• Doença oportunista, causada por fungo dimórfico (levedura e hifa).


• Infecção fúngica bucal mais comum no homem, que depende da relação
hospedeiro/microorganismo
• Agente etiológico: Candida albicans.
• Tipos:
o Pseudomembranosa
o Eritematosa
o Hiperplásica ou hipertrófica
Infecções fúngicas de
interesse estomatológico

a. CANDIDÍASE PSEUDOMEMBRANOSA:

• Sapinho
• Placas brancas, cremosas – queijo
cottage, leite talhado
• Destacáveis – deixam superfície
cruenta
• Sensação de queimação
• Halitose
• Mucosa jugal, língua e palato
Infecções fúngicas de
interesse estomatológico

b. CANDIDÍASE ERITEMATOSA:
o Clinicamente: máculas vermelhas, sensação de
queimação
o Pode ser encontrada no palato duro posterior,
mucosa jugal, superfície dorsal da língua

• Candidiase atrófica crônica – estomatite por


dentadura
Infecções fúngicas de
interesse
estomatológico

• Candidiase atrófica aguda – boca


ferida pelo antibiótico
Infecções fúngicas de
interesse estomatológico

• QUEILITE ANGULAR ou perleche: lesões vermelhas,


fissuradas, cruentas e irradiadas, encontradas na comissura
labial de pacientes com perda da dimensão vertical e
anemia.

o Associação com S. Aureus em 60% casos.


Infecções fúngicas de
interesse estomatológico

c. CANDIDÍASE HIPERPLÁSICA:

• Placas brancas, não-destacáveis, assintomáticas.


• Diagnostico com leucoplasia
• Região anterior da mucosa jugal

❖Citologia
Infecções fúngicas de
interesse estomatológico
• DIAGNÓSTICO:
o Sinais clínicos + citologia
o Sinais clínicos + teste terapêutico

• Cultura: cultivo da levedura em ágar


Sabouraud dextrose, adicionado de
cloranfenicol (para inibir o crescimento
bacteriano)
Infecções fúngicas de interesse estomatológico

• TRATAMENTO:

o Locais – Nistatina, clotrimazol, aPDT


o Sistêmicos- cetoconazol, fluconazol
Infecções fúngicas de interesse estomatológico

2. Paracoccidioidomicose = Blastomicose sul-americana

• Infecção fúngica profunda, pulmonar, com quadro clínico que lembra a


tuberculose.

• Comum na América do Sul.

• Acomete mais adultos jovens do sexo masculino.

• Sexo feminino – βestradiol


Infecções Fúngicas de
interesse estomatológico

• Agente causador: Paracoccidioide


brasiliensis

• Clinicamente apresenta-se como úlcera


com pontilhado hemorrágico (moriforme).

• Pode se apresentar de duas formas:


o Crônica
o Aguda
➢ Forma crônica:
• Evolução da doença - ocorre normalmente entre
30 e 50 anos
• Clinicamente:
Infecções o História prolongada de meses ou até
mesmo anos de tosse com ou sem
Fúngicas de expectoração
o Fraqueza
interesse o Emagrecimento
estomatológico o Febre
o Dispneia
• Ao exame radiográfico:
o Infiltrado retículo nodular (geralmente nos
dois terços superiores dos pulmões).
Infecções fúngicas de
interesse
estomatológico
➢ Forma multifocal:
• Lesões bucais:
o Causam dor
o Dificuldade à mastigação ou deglutição
o Têm aspecto ulcerado com base
granulomatosa, denominadas estomatite
moriforme
o Lábio que pode apresentar um aspecto
edemaciado, endurecido, com muita fibrose
o Fungo pode ser evidenciado ao exame
microscópico.
Infecções fúngicas de
interesse estomatológico
➢ Diagnóstico:
o Histopatológico (HE, PAS, Grocott) - vistos
microabscessos, macrófagos e células gigantes
multinucleadas, além da presença do fungo (“roda
de leme” e/ou “orelhas do Mickey”).
o Citologia.
o Sorologia contra os antígenos do P. brasiliensis.
o Cultura do fungo.

❖Diagnóstico diferencial: carcinoma de cels


escamosas, outras micoses profundas e lesão
oral por tuberculose.

• TRATAMENTO: Anfotericin B
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estomatológico
3. Histoplasmose:

• Micose profunda

• Agente etiológico - Histoplasma capsulatum (fungo habitante do ar).

• O fungo é encontrado na cidade e no campo:


o Grutas (com fezes de morcegos)
o Contato eventual ou frequente com algumas espécies de aves (pombos e galinhas).
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estomatológico
• Sintomas iniciais - semelhantes a uma virose.

• Defesa do organismo:
o Reação imune que tem como resultado uma necrose caseosa, como na tuberculose
(formação de nódulos calcificados no pulmão – complexo primário).

• Classificação:
o Aguda
o Crônica
o Disseminada
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• Aguda ou a curto prazo:

o Mais frequente;
o Sintomatologia leve;
o Ausência de complicações;
o Mais comum em pacientes jovens, que apresentam um bom sistema
imunológico.
o Sintomas:
• Fadiga
• febre
• tosse não produtiva
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estomatológico

• Crônica ou a longo prazo:

o menos frequente
o acomete principalmente pacientes imunocomprometidos e idosos
o Pode ser um risco à vida.
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interesse estomatológico
• Disseminada:

o lesões em cavidade bucal:


• ulcerações unitárias
• bordas endurecidas
• mucosa jugal, palato duro e língua
• sintomatologia dolorosa
• longo tempo de evolução.
Infecções fúngicas de interesse
estomatológico
• Diagnóstico:

o Anatomopatológico:
• observam-se células leveduriformes pequenas, redondas,
intracitoplasmáticas e que apresentam halo claro ao redor,
imitando cápsula.
• Presença de granulomas, formados principalmente por
macrófagos e células gigantes multinucleadas.
• Investigação da presença do fungo em exame
microscópico é importante para o diagnóstico final - feita
pela coloração PAS ou de Grocott.
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estomatológico
• Tratamento:
o casos mais leves - paliativo (doença tende a ser autolimitante).
o casos crônicos e principalmente nos disseminados - necessidade de tratamentos com o uso de
antifúngicos, sendo a anfotericina B intravenosa ou administração de itraconazol por longos
períodos, os tratamentos mais indicados.

❖Quando tratada precocemente e de forma adequada o prognóstico é bom, alguns casos podem
apresentar infecção redicivante, necessitando de tratamento a longo prazo com medicamentos
antifúngicos.
OBRIGADA!

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