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Acadêmicos: Ana Lúcia Perera, Mateus Timbola Mozzato, Paloma Gabriéli da Silva
Salmonelose suína
Doença infecciosa que acomete animais desmamados, com até 3-4 meses. Causa
septicemia e enterite aguda ou crônica, podendo ser inaparente.
Etiologia:
Epidemiologia:
A transmissão mais comum se dá através da via oro-fecal. Pode ser transmitida por
aerossol, em curtas distâncias, e por contaminação do ambiente, rações, vetores (roedores).
A microbiota entérica oferece uma barreira competitiva aos patógenos que chegam no
intestino, ocasionando uma resistência a colonização, que ocorre pela maior capacidade de a
microbiota competir por nutrientes e capacidade de modular a resposta imune.
A invasão de células M, induzida por efetores da própria Salmonella, permite que ocorra
seu transporte até bolsões destas células, onde serão fagocitados por neutrófilos, macrófagos e
células dendríticas. Quando no interior dessas células, a bactéria é transportada até nódulos
linfoides de placas de Peyer e linfonodos mesentéricos, podendo chegar a outros tecidos.
O sorovar S. typhimurium é menos invasivo e não tem preferência por local (jejuno,
íleo). A principal porta de entrada é pelo epitélio que recobre Placas de Peyer, por endocitose,
formando vacúolos, que transportam as bactérias no citoplasma e entra na lamina própria,
chegando aos linfonodos mesentéricos.
Por seu potencial zoonótico pode o homem, causando sinais como vômitos, diarreia, dor
abdominal e febre moderada.
Lesões:
Com o animal vivo, o exame pode ser realizado a partir de swabes retais ou um pool de
fezes frescas. Quando feita necropsia, o material coletado depende da apresentação clínica e
das lesões observadas (Septicemia - órgãos internos, pulmão, fígado, baço, linfonodos;
Enterocolite - íleo, ceco e colón, seu conteúdo, fígado e linfonodos mesentéricos). Coletar
especialmente de áreas com pontos necróticos, pois possuem valor diagnóstico na avaliação
histopatológica e imunohistoquímica para sorovares específicos.
Controle:
Em caso de surto, deve-se evitar que suínos tenham acesso à fonte de infecção. Novas
infecções ocorrem através da ingestão de fezes e alimentos contaminados, portanto deve ser
feita a limpeza diária das fezes das baias.
Várias vacinas estão disponíveis no mercado, porém para sua eficácia como medida
preventiva devem ser levados em conta:
As formas clínicas de salmonelose, uma entérica e outra septicêmica, e a prevalência de
portadores assintomáticos ao abate;
Devem ser preferidas vacinas vivas atenuadas ou com adjuvantes que consigam
estimular a imunidade celular;
A maioria dos surtos com manifestações clínicas da doença tem sido causada pelos
sorovares S. Choleraesuis e S. Typhimurium (vacina deve conter tipos sorológicos
homólogos)
Análise de custo-benefício
A vacinação como ferramenta para diminuir a prevalência de portadores de Salmonella
ao abate apresenta resultados variáveis.
Infecção não significa doença, as granjas sem apresentação clínica e com prevalências
baixas de animais positivos devem implementar medidas de redução da pressão de
infecção e biosseguridade entre elas
Rações produzidas com matérias-primas livres de Salmonella
Bom programa de limpeza e desinfecção e manejo adequado à granja
Sistema de manejo das instalações "todos dentro-todos fora", com vazio
sanitário
Controle de roedores, pássaros e moscas
Evitar misturas de lotes de diferentes propriedades
Evitar superlotação das instalações e manejar os suínos sob os conceitos
de bem-estar animal e boas práticas de produção
A vacina do laboratório Boehringer Ingelheim, é indicada para suínos saudáveis como
forma de prevenção da Salmonelose causada pela S. choleraesuis.
o Sendo uma vacina viva com a cepa avirulenta da bactéria.
o É usada 2mL, via oral, a partir de 1 dia de idade.
Vacina do laboratório Inata Biológicos, sendo uma vacina autógenas para os dois
sorovares causadores de doença clínica em suínos.
o É utilizado um adjuvante em gel quando aplicada em leitões e adjuvante oleoso
para matrizes de reposição.
o É usada pela via intramuscular (na lateral do pescoço), em matrizes de reposição
é feita em 2 doses, na entrada da granja (com 4 semanas de intervalo) e em
leitões também em duas doses, nos 21 e 42 dias de vida.
Tratamento
Podem ser usados antibióticos injetáveis, na ração ou na água para o tratamento dos
animais. Porém muitos veterinários acreditam que apenas com medidas de controle, como
limpeza, desinfecção e controle de densidade dos animais nas baias, se consiga manter os
animais saudáveis.
Referências
https://inata.com.br/suinos/vacinas-autogenas-suinos/salmonella-typhimurium-e-salmonella-choleraesuis/
MASSON, Guido Carlos Iselda Hermans et al. Infecção experimental por Salmonella enterica subspécie enterica
sorotipo Panama e tentativa de transmissão área em leitões desmamados. 2008.
https://www.3tres3.com.br/artigos/diagnostico-laboratorial-de-salmonella-em-suinos_2165/
https://www2.zoetis.com.br/content/pt/pages/Especies/Suinos/_assets/pdf/SUINOS_040_Catalogo_Vacinas_SUI
NOS_v4.pdf
KICH, Jalusa Deon; MENEGGUZZI, Mariana; REICHEN, Caroline. Salmonelose clínica em suínos no Brasil?
diagnóstico e controle. 2017.
https://www.laborclin.com.br/wp-content/uploads/2023/04/172436BK-00-BULA-BK022-_-SS-AGAR.pdf
https://www.boehringer-ingelheim.com.br/saude-animal/suinos/enterisol-SC-54
https://www.splabor.com.br/blog/meio-de-cultura-2/o-que-e-xld-agar-saiba-tudo-sobre-esse-meio-de-cultura/
https://www.ourofinosaudeanimal.com/ourofinoemcampo/categoria/artigos/salmonelose-em-suinocultura/