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INTRODUÇÃO
Estima-se que, anualmente, ocorra cerca de 27 milhões de casos novos e 200 mil
mortes por febre tifoide em todo o mundo, principalmente em locais de baixo nível
socioeconômico, relacionando-se, principalmente, com precárias condições de
saneamento, higiene pessoal e ambiental. O quadro clínico clássico caracteriza-se por
mal-estar geral com surgimento de febre, cefaleia, mialgias, prostração, anorexia e
dissociação pulso-temperatura.
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2. OBJECTIVOS
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3. REFERÊNCIAL TEÓRICO
3.1. CONCEITO
3.2. ETIOLOGIA
E cada uma delas vários sorotipo. Os sorotipos Typhi e Paratyphi causam a febre
tifoide e paratifóide. Salmonella Typhi é um bacilo não esporulado, flagelado,
intracelular, de 2 a 5 micrômetros de diâmetro e restrito a humanos. A bactéria
conserva-se facilmente em água contaminada, inclusive se esta se encontra sob a forma
de gelo. Permanece viável no leite e derivados não pasteurizados, esgotos, roupas e,
também, em poeira, e ainda apresenta grande infectividade e virulência.
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Os legumes irrigados com água contaminada, produtos do mar mal cozidos ou crus
(moluscos e crustáceos), leite e derivados não pasteurizados, produtos congelados e
enlatados podem veicular salmonelas.
3.6. FISIOPATOGENIA
A bactéria, então, migra pelo ducto torácico ou da corrente sanguínea, e por todo o
organismo via hematogênica (fase septicêmica). Podem, ainda, penetrar e se
desenvolver no interior das células histiocitárias do fígado, baço e medula, além da
vesícula biliar. No intestino, a bactéria causa enterocolite difusa com úlceras,
principalmente na região ileocecal e áreas circunvizinhas. As úlceras podem atingir as
camadas muscular e serosa e, havendo perfuração, pode ocorrer peritonite. Os
linfonodos e o baço hipertrofiam-se e desenvolvem processo inflamatório com
proliferação de nódulos típicos. Pode ocorrer, ainda, hipertrofia hepática associada à
presença de nódulos nos espaços portais com necrose central. Além disso, os portadores
podem ser acometidos com colecistite crônica e, algumas vezes, colelitíase. Deve-se
atentar à ocorrência de roséolas tíficas, formadas pela vasodilatação dérmica e pelo
infiltrado mononuclear, consequente à presença de bacilos.
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3.7. QUADRO CLÍNICO
2. Período de estado:
Corresponde à segunda e terceira semanas de evolução. Neste período, ocorre
intensificação da sintomatologia anterior. A febre atinge um platô e se faz acompanhar
de astenia intensa, ou mesmo, torpor. O nível de consciência pode se alterar, havendo
delírios. Na mucosa dos pilares anteriores da boca, podem aparecer pequenas ulcerações
de 5 a 8mm de diâmetro (úlceras de Daguet), sendo essas de ocorrência rara. Pode-se
observar a presença da dissociação pulso-temperatura (freqüência de pulso normal em
presença de febre elevada), hepatoesplenomegalia, dor abdominal difusa ou localizada
em quadrante inferior direito. Poderá haver diarréia de caracteristica esverdeada, sobre
tudo em crianças, sendo freqüente, entretanto, a constipação intestinal. Em alguns
doentes, nota-se o surgimento de exantema em ombros, tórax e abdome, raramente
envolvendo os membros.
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deve-se estar atento a complicações como trombose femoral, abscessos ósseos e
recorrência da doença. Nessa fase, o doente mostra-se emagrecido e extremamente
fraco, adinâmico, podendo haver descamação da pele e queda de cabelos.
3.8. COMPLICAÇÕES
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Rins: lesões glomerulares, inclusive com depósito de antígeno, causando
glomerulite; raramente observa-se proteinúria e hematúria transitória.
Ossos: processos de periostites, osteomielites, monoarterites.
3.9. DIAGNÓSTICO
1. Exames inespecificos;
2. Exames específicos.
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O exame específico da febre tifóide baseia-se sempre no isolamento da bactéria:
O diagnóstico diferencial dos indivíduos com febre tifoide inclui malária, febre
Q, amebíase, leptospirose, dengue, febre amarela, leishmaniose, filariose, febre
hemorrágica viral, tuberculose, brucelose, tularemia, encefalite, endocardite, influenza
e mononucleose infecciosa. Adicionalmente, deve-se atentar, também, a outras
infecções como gastroenterite aguda, infecções virais, infecção com microrganismos
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intracelulares e outras infecções bacterianas, que por apresentarem quadros febris,
podem ser confundidas com aquelas causadas por Salmonella.
3.10. PREVENÇÃO
A febre tifoide pode ser evitada através de medidas que visam cuidado com a
água, alimentos e o lixo. Os portadores e os doentes devem ser afastados do manuseio
de alimentos. O lixo e principalmente as excretas humanas devem ter sua remoção e
tratamento adequados. É necessário investigar as fontes de infecção e os contactantes,
assim como tratar o paciente infectado, desinfetando suas roupas e utensílios,
notificando-o aos órgãos públicos que lidam com as endemias/epidemias. Uma
importante fonte de contaminação, especialmente para crianças, são os animais de
estimação. Por isso, após manuseá-los é importante, a lavagem adequada das mãos,
devendo-se, também, evitar o seu manuseio no momento da alimentação. Vacinas com
organismos vivos (cepaTY21 a da S. Typhi) têm apresentado eficácia em torno de 50 a
90% e, com mínimos efeitos adversos. Vacinas com antígeno Vi, também têm sido
indicadas.
3.11. TRATAMENTO
O tratamento e seguimento dos pacientes com febre tifóide devem ser realizados,
sempre que possível, em nível ambulatorial. No entanto, pacientes com quadro
toxêmico, vômitos ou diarréia persistente, leucopenia abaixo de 2.000/mm3,
instabilidade hemodinâmica, sinais de complicação, devem ser hospitalizados até a
melhora clínica significativa.
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ESQUEMAS TERAPÊUTICOS PARA FEBRE TIFÓIDE
7-10mg/kg/dia de
trimetoprim VO
12/12h
Ceftriaxona 50-100mg/kg/dia IV 10-14 Indicada em casos
12/12h (máximo dias graves ou c/
4g/dia) resistência
confirmada
Ciprofloxacina 500mg VO 12/12h 10-14 Indicada em casos
dias graves ou c/
200-400mg IV resistência
12/12h confirmada
(segunda opção)
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Em pacientes internados, deve-se observar a necessidade de suplementar a
hidratação e nutrição por via parenteral e a correção de distúrbios hidroeletrolíticos.
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11. Oferecer ao paciente líquidos sob a forma de limonadas, chá, leite desnatado,
sucos de carne desengordurado e água;
12. A enfermeira deve observar o número de evacuações do paciente e as
características das fezes e fazer o balanço hidrico;
13. Orientar a higienização adequada das mãos;
14. Medicar o paciente conforme a prescrição médica.
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4. CONCLUSÃO
Após várias pesquisas, conclui-se que a febre tifóide é uma doença endermica
que figura num problema de saúde pública, que tem como agente causador a salmonela
da espécie enterica e do serotipo tiph, o mesmo apresenta como reservatório o homem.
A sua transmissão se dá de dois modos, tanto direitamente como indireitamente. Seu
diagnóstico deve ser feito precocemente para evitar complicações maiores como é o
caso da perfuração interstinal. Para tal deve-se conhecer a sua sintomatologia, que é
caracterizada por febre, astenia, vômitos e dor abdominal. Então é preciso atuar sobre os
co-fatores de risco, assim a aplicações de sistemas de esgostos, tratamentos finais dos
lixos e dejectos é de suma importância para a maximização da redução dos numeros de
casos de febre tifóide e sua respectiva mortalidade.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BENNET, J. C.; PLUM, F. Cecil – tratado de medicina interna. 20. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 1993. v. 2, p. 1813-1815.
http://www.fmt.am.gov.br/manual/febret.htm
https://enfermagemilustrada.com/tag/cuidados-de-enfermagem/page/3/
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-tifoide
VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de infectologia. São Paulo: Atheneu,
1997. p. 697-709.
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