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1) O QUE É LEPTOSPIROSE?

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira, que pode ser encontrada
em água doce contaminada, solo úmido ou lama infectados com urina de animais infectados,
especialmente ratos. A doença pode afetar seres humanos e animais, e é mais comum em países com
clima tropical e subtropical, especialmente durante as épocas de chuva e enchentes.

A leptospirose é uma doença endêmica no Brasil, ou seja, ela está presente em todo o país com uma
incidência constante ao longo do ano. No entanto, em algumas épocas e regiões, podem ocorrer
surtos ou epidemias da doença, em que o número de casos aumenta significativamente.

Os surtos de leptospirose geralmente ocorrem em períodos de chuvas intensas, enchentes e


alagamentos, que favorecem a proliferação e disseminação das bactérias do gênero Leptospira,
principalmente em áreas urbanas com infraestrutura precária de saneamento básico. Além disso,
atividades de lazer, como a prática de esportes aquáticos em águas contaminadas, também podem
contribuir para o aumento dos casos de leptospirose.

Os estados do Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil são as regiões com maior incidência de
leptospirose no país, e os meses de março a julho são considerados de maior risco para a ocorrência
de surtos epidêmicos. As autoridades de saúde costumam intensificar as campanhas de prevenção e
o monitoramento da doença nessas épocas do ano, visando reduzir o número de casos e evitar o
agravamento da situação epidemiológica.

Vale ressaltar que a leptospirose é uma doença de notificação compulsória no Brasil e em muitos
outros países. Isso significa que os profissionais de saúde, hospitais e laboratórios devem notificar
às autoridades sanitárias sobre qualquer caso suspeito ou confirmado da doença.

A notificação compulsória da leptospirose é importante para o monitoramento da ocorrência da


doença em uma determinada região, identificação de surtos, elaboração de medidas de prevenção e
controle, além de permitir o planejamento e a implementação de estratégias de vigilância
epidemiológica e de saúde pública.

2) Quais são os principais locais onde a bactéria que causa a leptospirose pode ser
encontrada?

A bactéria que causa a leptospirose, a Leptospira, pode ser encontrada em diversos locais,
especialmente em ambientes úmidos e com alta presença de animais infectados. Alguns dos
principais locais onde a bactéria pode ser encontrada incluem:

• Urina de animais infectados: a Leptospira é eliminada na urina de animais infectados, como


ratos, cães, bovinos, suínos, cavalos, entre outros.

• Água contaminada: a bactéria pode sobreviver em água doce, especialmente em rios, lagos e
córregos, que foram contaminados com a urina de animais infectados.

• Solo contaminado: a Leptospira pode sobreviver no solo por um período prolongado,


especialmente em áreas onde há alta presença de animais infectados.
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• Alimentos contaminados: a contaminação de alimentos por Leptospira pode ocorrer por


meio do contato com urina de animais infectados durante a produção, colheita ou
armazenamento de alimentos.

• Esgotos e águas residuais: a Leptospira pode ser encontrada em esgotos e águas residuais,
especialmente em áreas urbanas.

É importante lembrar que a bactéria pode estar presente em locais aparentemente limpos e, por isso,
é essencial adotar medidas preventivas para evitar a infecção pela leptospirose.

3) Formas de transmissão:

A leptospirose é uma doença infecciosa que pode ser transmitida para seres humanos através do
contato com água ou solo contaminados com a urina de animais infectados com a bactéria
Leptospira. Os animais que comumente carregam a bactéria incluem ratos, cães, gatos, porcos,
cavalos e gado, entre outros.

Algumas formas comuns de transmissão da leptospirose incluem:

• Contato com água ou solo contaminados com a urina de animais infectados (por exemplo,
em enchentes, inundações ou áreas rurais);
• Contato com urina, sangue ou tecidos de animais infectados;
• Consumo de alimentos ou água contaminados com a bactéria;
• Contato direto com a pele lesada ou mucosas com água ou solo contaminados.
• A leptospirose não é transmitida de pessoa para pessoa. É importante tomar medidas
preventivas, como lavar as mãos com frequência, evitar nadar em águas contaminadas, usar
equipamentos de proteção ao lidar com animais infectados e manter a higiene adequada para
evitar a infecção pela leptospirose.
• Contato com alimentos ou objetos contaminados pela urina de animais infectados;
• Contato direto com animais infectados, como roedores e animais domésticos;
• Transmissão de mãe para filho durante a gestação ou parto.

4) A leptospirose pode passar de humano para humano ?

A leptospirose é uma doença transmitida principalmente pela urina de animais infectados, como
ratos e cães, e não é considerada uma doença transmitida diretamente de humano para humano.

No entanto, em casos muito raros, a transmissão pode ocorrer por meio do contato com sangue,
tecidos ou fluidos corporais de pessoas infectadas. Além disso, é possível que a bactéria Leptospira
permaneça no organismo humano por um período de tempo após a infecção, o que pode levar ao
risco de transmissão indireta, como em casos de contato com materiais contaminados com urina ou
outros fluidos corporais de pessoas infectadas. É importante, portanto, adotar medidas de
prevenção, como evitar o contato com água ou solo contaminados pela urina de animais infectados
e utilizar equipamentos de proteção individual em atividades de risco.

5) Quais são os grupos de pessoas que estão em maior risco de contrair leptospirose?
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Algumas pessoas têm maior risco de contrair leptospirose do que outras. Os grupos de maior risco
incluem:

• Pessoas que trabalham em contato com animais, como fazendeiros, veterinários,


trabalhadores de abatedouros e trabalhadores de esgoto.

• Pessoas que praticam atividades ao ar livre, como camping, trilhas ou esportes aquáticos em
áreas rurais ou em locais onde a leptospira pode estar presente.

• Pessoas que vivem em áreas com alta incidência de leptospirose, como regiões onde há
enchentes e inundações frequentes.

• Pessoas que têm o sistema imunológico enfraquecido, como idosos, pessoas que passaram
por transplante de órgãos e pessoas com HIV.

• Pessoas que viajam para países onde a leptospirose é endêmica.

• Pessoas que entram em contato com a urina de animais infectados ou com água ou solo
contaminados pela urina desses animais.

Esses grupos estão mais vulneráveis à infecção por leptospira e devem estar especialmente atentos
aos sinais e sintomas da doença, bem como adotar medidas preventivas para evitar a infecção.

6) Sintomas da leptospirose

A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Leptospira, que pode afetar tanto
humanos como animais. O período de incubação, ou seja, tempo entre a infecção da doença até o
momento que a pessoa leva para manifestar os sintomas, pode variar de 1 a 30 dias e normalmente
ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco. As manifestações clínicas variam
desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros graves, associados a manifestações
fulminantes. São divididas em duas fases: fase precoce e fase tardia.

Os sintomas da leptospirose podem variar de leves a graves.

Os principais da fase precoce são:

• Febre
• Dor de cabeça
• Dor muscular, principalmente nas panturrilhas
• Falta de apetite
• Náuseas/vômitos

Podem ocorrer diarreia, dor nas articulações, vermelhidão ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor
ocular, tosse; mais raramente podem manifestar exantema, aumento do fígado e/ou baço, aumento
de linfonodos e sufusão conjuntival.

Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações
clínicas graves, que normalmente iniciam-se após a primeira semana de doença. Nas formas graves,
a manifestação clássica da leptospirose é a síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia
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(tonalidade alaranjada muito intensa - icterícia rubínica), insuficiência renal e hemorragia, mais
comumente pulmonar. Pode haver necessidade de internação hospitalar.

Manifestações na fase tardia:

• Síndrome de Weil - tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias


• Síndrome de hemorragia pulmonar - lesão pulmonar aguda e sangramento maciço
• Comprometimento pulmonar - tosse seca, dispneia, expectoração hemoptoica
• Síndrome da angustia respiratória aguda – SARA
• Manifestações hemorrágicas – pulmonar, pele, mucosas, órgãos e sistema nervoso central

Os casos com comprometimento pulmonar podem evoluir para insuficiência respiratória aguda,
hemorragia maciça ou síndrome de angustia respiratória do adulto e, muitas vezes, esse quadro
precede o quadro de icterícia e insuficiência renal. Nesses casos, pode ocorrer óbito nas primeiras
24 horas de internação.

Os sintomas iniciais da leptospirose são semelhantes aos de outras doenças, o que pode dificultar o
diagnóstico. Em alguns casos, a doença pode progredir para uma forma mais grave, conhecida
como síndrome de Weil, que pode ser fatal se não tratada adequadamente.

É importante buscar atendimento médico imediatamente caso ocorra algum dos sintomas da
leptospirose, especialmente se houver suspeita de exposição a água ou solo contaminados pela urina
de animais infectados. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a prevenir
complicações graves.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 15% dos pacientes evoluem para as formas graves
da doença, que iniciam após uma semana dos primeiros sinais.

7) Quais são as principais complicações associadas à leptospirose?

A leptospirose pode causar diversas complicações, especialmente em casos mais graves da doença.
Algumas das principais complicações associadas à leptospirose incluem:

• Insuficiência renal: a leptospirose pode causar danos nos rins, levando a insuficiência renal
aguda. Isso pode resultar em uma diminuição na capacidade dos rins de filtrar resíduos e
toxinas do corpo, podendo levar à necessidade de diálise.

• Insuficiência hepática: a leptospirose também pode afetar o fígado, causando uma


inflamação aguda e danos ao órgão, levando a insuficiência hepática.

• Hemorragias: em casos graves de leptospirose, pode ocorrer uma coagulação intravascular


disseminada (CIVD), levando a hemorragias e sangramento.

• Complicações respiratórias: a leptospirose pode levar a complicações respiratórias, como


pneumonias, síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) e insuficiência
respiratória.
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• Complicações neurológicas: a leptospirose pode causar inflamação no sistema nervoso,


levando a complicações neurológicas, como meningite, encefalite e neuropatia periférica.

• Outras complicações: outras complicações associadas à leptospirose incluem icterícia,


anemia, rabdomiólise, miocardite e pericardite.

8) Quais são as principais diferenças entre a leptospirose e outras doenças que podem
apresentar sintomas semelhantes?

A leptospirose pode apresentar sintomas semelhantes a outras doenças, o que pode dificultar o
diagnóstico. Algumas das principais diferenças entre a leptospirose e outras doenças que podem
apresentar sintomas semelhantes são:

• Dengue: tanto a leptospirose quanto a dengue podem apresentar febre alta, dores de cabeça
e no corpo, além de náuseas e vômitos. No entanto, na dengue, é comum ocorrer manchas
avermelhadas na pele e dor atrás dos olhos, o que não é comum na leptospirose.

• Febre tifoide: a febre tifoide pode apresentar sintomas semelhantes aos da leptospirose,
como febre alta, dores no corpo e náuseas e vômitos. No entanto, na febre tifoide é comum
ocorrer diarreia e erupções cutâneas.

• Hantavirose: a hantavirose é outra doença que pode apresentar sintomas semelhantes à


leptospirose, como febre alta, dores no corpo e náuseas e vômitos. No entanto, na
hantavirose é comum ocorrer sintomas respiratórios, como tosse e falta de ar.

• Malária: a malária pode apresentar sintomas semelhantes aos da leptospirose, como febre
alta, dores no corpo e náuseas e vômitos. No entanto, na malária é comum ocorrer calafrios
e sudorese intensa, o que não é comum na leptospirose.

• Infecção urinária: a infecção urinária pode apresentar sintomas semelhantes aos da


leptospirose, como febre alta e dor abdominal. No entanto, na infecção urinária é comum
ocorrer sintomas específicos, como dor e ardor ao urinar e aumento da frequência urinária.

É importante buscar atendimento médico caso ocorram sintomas sugestivos de qualquer doença,
especialmente se houver histórico de contato com água ou lama contaminadas, o que aumenta o
risco de leptospirose. O médico poderá realizar os exames adequados para o diagnóstico correto e
indicar o tratamento adequado.

9) Medidas de profilaxia/prevenção da leptospirose

As medidas de profilaxia da leptospirose são importantes para prevenir a infecção pela bactéria
Leptospira. Algumas medidas que podem ser adotadas incluem:

• Evitar o contato com água ou solo contaminados pela urina de animais infectados,
especialmente ratos;
• Usar roupas de proteção, como botas, luvas e capa, ao manipular água ou solo
contaminados;
• Lavar bem as mãos com água e sabão após o contato com água ou solo contaminados;
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• Limpar regularmente locais onde podem haver animais infectados, como galinheiros, canis e
estábulos;
• Controlar a população de roedores em áreas urbanas e rurais;
• Manter o saneamento básico adequado;
• Não nadar em águas que possam estar contaminadas pela urina de animais infectados;
• Evitar o consumo de água ou alimentos que possam estar contaminados pela urina de
animais infectados;
• Vacinar animais domésticos, como cães e gatos, contra a leptospirose;
• Buscar atendimento médico imediato em caso de suspeita de exposição à bactéria ou de
sintomas de leptospirose.

A adoção dessas medidas pode ajudar a prevenir a infecção pela Leptospira e a reduzir o risco de
transmissão da doença para outras pessoas ou animais.

10) Diagnóstico da leptospirose

O diagnóstico da leptospirose pode ser feito através de vários métodos, como:

• Histórico clínico: O médico pode perguntar sobre os sintomas apresentados pelo paciente,
bem como a exposição a água ou solo contaminados pela urina de animais infectados.

• Exame físico: O médico pode realizar um exame físico para avaliar a presença de sintomas
da leptospirose, como icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), dor abdominal,
dor muscular, etc.

• Testes laboratoriais: Os testes laboratoriais incluem:

Teste de ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay): Um teste sorológico que detecta a


presença de anticorpos produzidos pelo organismo em resposta à bactéria Leptospira. É um
dos principais testes utilizados para diagnóstico da leptospirose.

Teste de Microaglutinação: Este teste utiliza uma suspensão de diferentes tipos de


Leptospira para detectar anticorpos no soro do paciente. É considerado o padrão-ouro para o
diagnóstico da leptospirose.

Hemocultura: Um teste que envolve a cultura de sangue para detectar a presença de


Leptospira no sangue do paciente. Pode ser útil em casos graves de leptospirose.

Exames de imagem: Em casos graves de leptospirose, exames de imagem, como tomografia


computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM), podem ser necessários para avaliar a
extensão dos danos nos órgãos.

O diagnóstico precoce da leptospirose é muito importante porque permite um tratamento imediato,


o que pode prevenir complicações graves e até mesmo salvar vidas. Os sintomas iniciais da
leptospirose podem ser semelhantes aos de outras doenças, como dengue e febre tifoide, e muitas
vezes são inespecíficos, o que pode dificultar o diagnóstico. No entanto, o diagnóstico precoce pode
ser feito por meio de exames específicos, como o exame de sangue para detecção de anticorpos
contra a bactéria Leptospira ou a cultura de amostras de sangue ou urina.
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Quando o diagnóstico é feito logo nos primeiros dias da doença, o tratamento pode ser iniciado
imediatamente com antibióticos adequados e outras medidas de suporte, o que pode diminuir a
gravidade da doença e prevenir complicações mais graves. Em casos graves de leptospirose, o
diagnóstico e o tratamento precoce também são essenciais para a realização de terapias específicas,
como a diálise ou a ventilação mecânica, que podem ser necessárias para prevenir complicações
renais, hepáticas ou respiratórias. Por isso, é importante procurar atendimento médico assim que os
sintomas da leptospirose surgirem e seguir rigorosamente as orientações médicas.

11) Tratamento da leptospirose

O tratamento da leptospirose geralmente é feito com antibióticos, que ajudam a eliminar a bactéria
Leptospira do organismo. A escolha do antibiótico pode variar de acordo com a gravidade da
doença e a sensibilidade da bactéria aos medicamentos. Os antibióticos mais comuns utilizados no
tratamento da leptospirose incluem:

• Doxiciclina
• Penicilina G
• Ceftriaxona
• Azitromicina

Em casos graves, o tratamento pode ser feito com antibióticos endovenosos, administrados
diretamente na veia. Além disso, é importante manter o paciente bem hidratado e tratar os sintomas
da doença, como febre e dor.

Em alguns casos, pode ser necessário internar o paciente em um hospital para monitorar a evolução
da doença e fornecer tratamento mais intensivo, especialmente em casos de insuficiência renal ou
hepática.

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações


graves da leptospirose, como insuficiência renal, hepática ou pulmonar, sangramento, meningite,
entre outras.

RESUMINDO: O tratamento da leptospirose geralmente envolve o uso de antibióticos para eliminar


a bactéria Leptospira do organismo. A escolha do antibiótico depende da gravidade da infecção e da
sensibilidade da bactéria à medicação. Além disso, o tratamento pode incluir medidas de suporte,
como hidratação, controle da febre e tratamento de complicações, como insuficiência renal ou
hepática.

Em casos leves, a leptospirose pode ser tratada em casa, sob supervisão médica, com um ciclo de
antibióticos de cerca de 7 a 10 dias. Em casos mais graves, pode ser necessário hospitalização para
monitoramento e tratamento intensivo, como suporte ventilatório, hemodiálise ou transfusões
sanguíneas, dependendo das complicações.

É importante buscar atendimento médico imediatamente se houver suspeita de leptospirose, pois a


doença pode ser fatal se não for tratada adequadamente. Além disso, é essencial seguir
rigorosamente o tratamento prescrito pelo médico e evitar a automedicação.

12) A leptospirose tem cura ?


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Sim, a leptospirose tem cura se for diagnosticada precocemente e tratada adequadamente com
antibióticos.

O tratamento ajuda a eliminar a bactéria Leptospira do organismo e prevenir complicações graves


da doença. É importante seguir todas as orientações médicas durante o tratamento, que pode variar
de acordo com a gravidade da doença e a sensibilidade da bactéria aos medicamentos. Em casos
graves, pode ser necessário internar o paciente em um hospital para monitorar a evolução da doença
e fornecer tratamento mais intensivo. É fundamental também adotar medidas de prevenção, como
evitar o contato com água ou solo contaminados pela urina de animais infectados e utilizar
equipamentos de proteção individual em atividades de risco.

13) Todo rato tem leptospirose?

Não necessariamente todo rato tem leptospirose. A leptospirose é uma doença causada por bactérias
do gênero Leptospira, que podem ser encontradas em animais, especialmente em roedores, como
ratos e camundongos. No entanto, nem todos os roedores estão infectados com a bactéria e nem
todos os sorotipos de Leptospira presentes em animais são capazes de causar a doença em humanos.

Os ratos são os principais reservatórios da Leptospira, sendo que a bactéria pode ser encontrada em
sua urina e fezes. Quando as condições ambientais favorecem a sobrevivência das bactérias, como
em locais úmidos e com acúmulo de lixo ou entulho, o risco de transmissão da doença para os seres
humanos aumenta.

Por isso, é importante adotar medidas de prevenção, como a limpeza e desinfecção adequada de
ambientes e objetos, a eliminação de fontes de alimento e abrigo para os ratos, além do uso de
equipamentos de proteção individual em atividades que envolvem contato com água ou ambientes
suspeitos de estarem contaminados. Além disso, é recomendado buscar atendimento médico caso
ocorram sintomas sugestivos de leptospirose após o contato com ambientes ou animais suspeitos.

14) E se o contato com água contaminada for inevitável, como proceder?

Neste caso, a única forma de reduzir riscos à saúde é permanecer o menor tempo possível em
contato com estas águas. Se a enchente inundar as residências, após as águas baixarem, será
necessário lavar e desinfetar o chão, paredes, objetos caseiros e roupas atingidas com água sanitária,
na proporção de um copo deste produto para um balde de 20 litros de água. Depois, enxágüe o
ambiente e objetos com água limpa. Todo o alimento que teve contato com a água contaminada
deve ser jogado fora, pois podem estar contaminados e transmitir doenças. Também é importante
limpar e desinfetar a caixa d’água com uma solução de água sanitária da seguinte forma:

a) Esvazie e lave a caixa d’água, esfregando bem as paredes e o fundo;

b) Após acabar de limpar, adicionar 1 litro de água sanitária para cada 1.000 litros de água no
reservatório;

c) Depois, abra a entrada principal e encha a caixa d’água com água limpa;

d) Após 30 minutos, abra as torneiras por alguns segundos para entrar água na tubulação;
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e) Aguarde uma hora e trinta minutos para a desinfecção;

f) Abra novamente as torneiras. A água utilizada nesta última etapa de desinfeção pode servir
para a limpeza de chãos e paredes.

15 ) Por quanto tempo a leptospira sobrevive no meio ambiente?

A leptospira sobrevive no meio ambiente por até seis meses depois do alagamento.

A leptospira é uma bactéria sensível a desinfetantes comuns e a determinadas condições


ambientais. A leptospira pode sobreviver no ambiente até semanas a meses, dependendo das
condições que encontrar ( temperatura, umidade, pH do solo, lama ou águas de superfície) Elas são
rapidamente mortas por desinfetantes como o hipoclorito de sódio e quando expostas a luz solar
direta. Deste modo, pequenas áreas como pisos e áreas internas podem ser limpos e desinfetados
com água sanitária mas a desinfecção de grandes áreas naturais como rios, córrego e lagos não é
possível.

16) É possível determinar se ás águas de córrego, lagoa ou represa estão contaminadas por
leptospira?

Pode ser que animais infectados, principalmente roedores, tenham acesso a estas águas,
contaminado-as regularmente. Desta forma é impossível afirmar que estas águas estejam livres da
bactéria. Se coletarmos uma amostra dessa água para análise, o resultado irá representar apenas
aquele momento e aquele local. O resultado da análise sendo negativo, não significa que toda a área
esteja livre da presença da bactéria. Em caso de dúvida, solicite orientação das autoridades
sanitárias locais indagando sobre a ocorrência de casos humanos da doença nesses locais.

17) Qual é o papel do Ministério da Saúde no controle da leptospirose?

O Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Vigilância em Saúde/SVS, elabora normas


e coordena as ações de vigilância e controle da doença desenvolvidas em todo o país pelas
secretarias estaduais e municipais de saúde, além de assessorar e supervisionar os gestores nestas
ações. A SVS também estuda os dados da doença enviados pelos estados e se mantém vigilante para
a ocorrência da leptospirose no país, a qualquer momento. Para desenvolver este papel, a SVS
capacita técnicos das secretarias estaduais de saúde para executarem ações de forma mais efetiva.
Elabora e distribui material técnico e educativo para facilitar a execução das atividades de
prevenção e controle pelos estados.

18) O que os municípios devem fazer para prevenir a doença na população?

Os municípios devem implementar ações integradas com os setores de Obras, Saneamento,


Agricultura, Habitação e Educação, de forma a reduzir ou eliminar as condições para a proliferação
dos roedores. Além disso, as secretarias estaduais e municipais de saúde são responsáveis pelo
atendimento e tratamento de doentes e pela vigilância de casos de leptospirose em humanos, bem
como pelo controle de roedores em vias e logradouros públicos e áreas onde a leptospirose ocorre.
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19) Outros animais podem pegar a doença? Não há risco de transmissão para o homem por
estes animais?

Outros animais são sensíveis à leptospira e podem se infectar, adoecer e até mesmo morrer de
leptospirose. Bois, porcos, cães, cavalos e cabras, dentre outros, podem sofrer a doença e também
transmiti-la ao homem, porém em menor escala do que o rato.

20) Há vacina contra a leptospirose?

No Brasil, não há vacina contra a leptospirose em humanos, somente para animais, tais como cães,
bovinos e suínos. Esses animais devem ser vacinados todos os anos para ficarem livres do risco de
contrair a doença e diminuir o risco de transmiti-la ao homem.

Concluindo, lembre-se: Mantenha a sua casa e os arredores limpos, livres de mato, entulho e lixo,
dificulte o acesso do rato para dentro de casa, fechando buracos e frestas mantenha os alimentos
em vasilhames com tampas. água + rato + lixo = leptospirose

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