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RESUMÃO APOSTILA:

CONCEITOS:

Endemia: Quando uma doença (pode ser ou não contagiosa), tem recorrência em UMA região, mas sem aumentos significativos no número de casos. Ou seja, a doença
não precisa estar presente ao longo de todo o ano, podendo aparecer de tempos em tempos em determinada região, sendo considerada sazonal. A dengue também é
considerada endêmica no Brasil. EX: DENGUE / MALARIA / FEBRE AMARELA / LEISCHMANIOSE / ESQUISTOSSOMOSE / DOENÇA DE CHAGAS / TRACOMA / BOUBA /
BOCIO ENDEMICO / HELMINTIASE INTESTINAIS / ANCILOSTOMIASE / TUBERCULOSE

Epidemia: Quando ocorre um aumento no número de casos de uma doença em VÁRIAS regiões, mas sem uma escala global. Ou seja, o problema se espalha acima do
esperado, há contaminação em pontos geográficos diferentes, mas que se encontram dentro de um mesmo território. EX: VARÍOLA

Pandemia: Quando o surto ou a epidemia passa a ser encontrado em MAIS de um CONTINENTE e com transmissão comunitária, não sendo mais possível o
rastreamento das pessoas infectadas. EX: PESTE BULBONICA / GRIPE ESPANHOLA / COVID

Zoonoses: São doenças típicas de animais que podem ser transmitidas aos seres humanos e vice-versa. Geralmente estas doenças são provocadas por parasitas
hospedados em animais. Porém, as zoonoses também podem ser provocadas por microrganismos como, por exemplo, vírus, bactérias e fungos.

EX: Leishmaniose / Febre amarela silvestre / Hantavírus / Leptospirose / Raiva / Peste bubônica / Sarna / Toxoplasmose / Tuberculose / Esquistossomose /
Esporotricose / Brucelose / Febre maculosa / Larva Migrans.

- Animais transmissores: Os principais animais que transmitem estas doenças aos homens são: CACHORROS, GATOS, MORCEGOS, RATOS, AVES e INSETOS.

Vetores de doença: Organismos que servem de VEÍCULO para a transmissão de algum causador de doença. Esse organismo pode ser, por exemplo, um artrópode,
como mosquitos ou moluscos. Quando falamos que uma doença é transmitida por um vetor, estamos dizendo que, para que a patologia seja passada de um ser para outro,
é necessário um veículo de transmissão. Os mosquitos são importantes vetores, como é o caso do Aedes aegypti, que leva o vírus causador da dengue, Zika, febre amarela e
chikungunya. De acordo com a Sociedade Brasileira de Parasitologia, existem DOIS TIPOS DE VETORES:

- Vetor BIOLÓGICO: É aquele em que o agente etiológico MULTIPLICA-SE.

- Vetor MECÂNICO: É aquele que funciona apenas como TRANSPORTE, NÃO havendo multiplicação do agente etiológico.
O ciclo de vida dos vetores, assim como dos reservatórios e hospedeiros que participam da cadeia de transmissão de doenças, está FORTEMENTE RELACIONADO à
DINÂMICA AMBIENTAL dos ecossistemas onde vivem, sendo LIMITADO por VARIÁVEIS AMBIENTAIS como TEMPERATURA, PRECIPITAÇÃO, UMIDADE, padrões de USO e
COBERTURA do SOLO. As evidências sugerem que a VARIABILIDADE CLIMÁTICA tem apresentado INFLUENCIA DIRETA sobre a biologia e a ecologia de vetores e,
consequentemente, sobre o risco de transmissão das doenças veiculadas por eles.

OBS: Diferença entre VETOR e AGENTE ETIOLÓGICO: Vetor: Referimo-nos a organismos que servem de VEÍCULO para a transmissão de algum
causador de doença (AGENTE ETIOLÓGICO), Já o Agente Etiológico: é o causador da doença, que é transportada pelo VETOR.

Hospedeiros: Organismo que ABRIGA um parasita em seu corpo. O parasita pode ou não causar doença no hospedeiro. O parasita possui dependência metabólica em
relação ao hospedeiro, utilizando recursos para a sua sobrevivência. O hospedeiro também constitui o habitat do parasita.

Podemos encontrar TRÊS TIPOS de hospedeiros:

- Hospedeiro DEFINITIVO: Apresenta o parasita em sua FASE de MATURIDADE ou na sua FORMA SEXUADA. Exemplo: Schistosoma mansoni (que causa a
ESQUISTOSSOMOSE) e o Trypanosoma cruzi (que causa a DOENÇA DE CHAGAS), tem no HOMEM o seu hospedeiro DEFINITIVO, pois a sua FASE SEXUADA ocorre no
ser humano

- Hospedeiro INTERMEDIÁRIO: É o que apresenta o parasita e sua FASE LARVÁRIA ou ASSEXUADA. Como exemplo, o caramujo é o hospedeiro
intermediário do Schistosoma mansoni, causador da ESQUISTOSSOMOSE.

- Hospedeiro PARATÊNICO ou de TRANSPORTE: É um ser vivo que serve de refúgio temporário e de veículo até que o parasita atinja o hospedeiro
definitivo. Esse hospedeiro não é imprescindível para completar o ciclo vital. Exemplo: peixes maiores, que ingerem peixes menores contaminados com larvas de
Diphyllobothrium transportam essas larvas até o ser humano ingerir o peixe maior, geralmente cru

Parasitismo: O parasitismo é uma relação interespecífica em que um dos envolvidos é prejudicado. Nessa interação, um organismo (parasita) instala-se em outro
(hospedeiro) com o objetivo de alimentar-se dele. O parasita pode instalar-se em seu hospedeiro tanto externa quanto internamente. O parasita possui dependência
metabólica em relação ao hospedeiro, utilizando recursos para a sua sobrevivência. O hospedeiro também constitui o habitat do parasita. Normalmente os parasitos são
específicos dos hospedeiros, mas existem espécies de parasitas que conseguem se instalar em duas ou mais espécies de hospedeiros durante o seu ciclo de vida. EX: Taenia
solium que causa a TENÍASE e vive no intestino humano na fase ADULTA, parasita o porco na sua fase LARVAL.

ENDOPARASITA ou PARASITA INTERNO: Aquele parasita que se ALOJA no INTERIOR do hospedeiro. EX: LOMBRIGA (Ascaris lumbricoides).

ECTOPARASITA ou PARASITA EXTERNO: Aquele parasita que se ABRIGA SOBRE a PELE ou COURO CABELUDO do hospedeiro EX: PIOLHO (Pediculus humanus capitis).

Reservatórios: O reservatório pode ser entendido como o HABITAT de um agente infeccioso, no qual este vive, cresce e se multiplica. É aceitável dizer que a
característica que diferencia o reservatório da fonte de infecção diz respeito ao fato de o reservatório ser indispensável para a perpetuação do agente, ao passo que a fonte
de infecção é a responsável eventual pela transmissão. Podem comportar-se como reservatório ou fontes de infecção: o HUMANO, os ANIMAIS e o AMBIENTE.

 Reservatório Humano: Parte das doenças infecciosas tem o homem como reservatório. Entre as doenças de transmissão indivíduo para indivíduo estão o
SARAMPO, as DST, a CAXUMBA, a INFECÇÃO MENINGOCÓCICA e a maioria das DOENÇAS RESPIRATÓRIAS.

Tipos de reservatório humano: • Pessoas com doença clinicamente discernível; / • portadores (indivíduo que não apresenta sintomas clinicamente
reconhecíveis de uma determinada doença transmissível ao ser examinado, mas que está albergando e eliminando o respectivo agente etiológico).
 Reservatório Animal: As doenças infecciosas que são transmitidas em condições normais de animais para o homem são denominadas zoonoses. Geralmente,
essas doenças são transmitidas de animal para animal, atingindo o homem só acidentalmente. Segundo os especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS),
zoonoses pode ser definida como “doenças e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais e o homem”. Pode-se citar: • LEPTOSPIROSE - reservatórios:
roedores e equinos; / • RAIVA - reservatórios: várias espécies de mamíferos; / • DOENÇA DE CHAGAS - reservatórios: insetos hematófagos, / • TOXOPLASMOSE
reservatórios: gatos e felinos, / • AMEBÍASE - reservatórios: alimentos e água, / • FEBRE AMARELA - reservatórios: macacos, • LEISCHMANIOSE - reservatórios:
cachorro.

 Reservatório Ambiental: A ÁGUA, o SOLO, as PLANTAS podem comportar-se como reservatórios para alguns agentes infecciosos. Como exemplo, pode-se
citar: • o fungo (Paracoccidioides brasiliensis) causador da blastomicose sul-americana, cujos reservatórios são alguns vegetais ou o solo; • a bactéria causadora da
doença-dos-legionários (Legionellae pneumophila) tem a água como reservatório, sendo encontrada com certa frequência em sistemas de aquecimento de água, tais
como na água de torres de refrigeração existente em sistemas de circulação de ar, umidificadores, etc.; • o reservatório do Clostridium botulinum, produtor da toxina
botulínica, é o solo.

VISITA DOMICILIAR ACE: A visita domiciliar é uma das principais ações desenvolvidas pelo agente. Tem um marcado CARÁTER EDUCATIVO e pressupõe a
participação da população na ADOÇÃO de CUIDADOS para a ELIMINAÇÃO dos CRIADOUROS, bem como para a identificação de casos suspeitos das arboviroses
transmitidas pelo Aedes aegypti, além do ACONSELHAMENTO ao morador com suspeita de doença para busca oportuna de atendimento junto à Rede de Atenção à Saúde.
A presença regular dos ACE nas residências em áreas prioritárias é uma importante medida para a promoção de informações que possam favorecer a mudança de
comportamento. As visitas domiciliares são precedidas de ações de PLANEJAMENTO, PREPARAÇÃO e ORGANIZAÇÃO das atividades, e têm por base o território de
atuação. Tais ações envolvem os diferentes atores que atuam nos programas de controle, como os gestores da área de manejo vetorial, os supervisores de campo e os ACE.
Nessas ações, são estabelecidos os locais de atuação de cada equipe, bem como o número de imóveis a serem inspecionados. É importante considerar que o número de
visitas domiciliares e as metas de rendimento médio devem ser programados de acordo com a realidade do município, levando em conta o tamanho dos imóveis, as
condições climáticas, o absenteísmo, a carga horária diária, entre outros. Esses parâmetros podem ser utilizados para a adoção de estratégias diferenciadas, como o
Levantamento Rápido de Índices (LIRAa), que permite ações direcionadas para áreas com maior risco. De forma geral, os materiais de trabalho utilizados pelos ACE são
armazenados nos locais onde os integrantes das equipes se encontram antes de iniciar as atividades diárias, a fim de se munir dos equipamentos, registrar frequência e
trocar informações sobre situações encontradas no território. Esses locais, denominados PONTO DE APOIO (PA), encontram-se dentro da área de abrangência dos ACE e
podem funcionar em diversos estabelecimentos, como unidades de saúde, centros comunitários, escolas, entre outros. Os materiais incluem as BOLSAS para armazenar os
instrumentos de trabalho, como LÁPIS, PRANCHETA, FORMULÁRIOS, PIPETAS e PIPETÃO, CONCHA, PESCA-LARVAS e TUBOS para depósito das formas imaturas do vetor,
bem como INSETICIDAS, equipamentos de proteção individual (EPI) e outros, a depender da organização local e das atividades. A partir dos PA, os ACE se dirigem à área de
trabalho e iniciam o processo de vistoria aos imóveis – DOMICÍLIO e PERIDOMICÍLIO – para a identificação de potenciais criadouros do mosquito transmissor da dengue e a
adoção de medidas de controle, com a participação dos moradores/proprietários. A visitação é também realizada em imóveis comerciais e terrenos baldios. Concedida a
licença para a visita, o servidor INICIARÁ a inspeção COMEÇANDO pela parte EXTERNA (pátio, quintal ou jardim). Prosseguirá a inspeção do imóvel pela VISITA INTERNA,
devendo ser iniciada pela parte dos FUNDOS, passando de um cômodo a outro até aquele situado mais à frente. OBS: Nas visitas ao INTERIOR das habitações, o servidor
SEMPRE PEDIRÁ a uma das pessoas do imóvel para ACOMPANHÁ-LO, principalmente aos dormitórios. Nestes aposentos, nos banheiros e sanitários, SEMPRE BATERÁ À
PORTA. Concluída a inspeção, será preenchida a FICHA DE VISITA com / registro da DATA, / HORA de conclusão, / ATIVIDADE realizada / e IDENTIFICAÇÃO do agente. A
Ficha de Visita será colocada no lado interno da porta do banheiro ou da cozinha.

Caso sejam identificados criadouros, os ACE ORIENTAM ao morador a realização do CONTROLE MECÂNICO ou procedem eles mesmos à REMOÇÃO, DESTRUIÇÃO ou
VEDAÇÃO, e em ÚLTIMO CASO, ao tratamento QUÍMICO ou BIOLÓGICO, com a utilização de LARVICIDAS nos depósitos que NÃO SÃO PASSÍVEIS de ELIMINAÇÃO
MECÂNICA ou COBERTURA. Durante as atividades de levantamento de infestação, os ACE realizam a coleta de larvas para envio ao laboratório de entomologia. Em alguns
imóveis, são detectados pontos de difícil acesso, com grande potencial de proliferação, como CAIXA D’ÁGUA DESCOBERTAS, CALHAS e LAJES com problemas de limpeza e
escoamento, CISTERNAS e outros locais de armazenamento de água. Para a inspeção desses pontos, é necessário um esforço adicional, com utilização de escadas, cordas e
outros mecanismos. Essa atividade é classificada como trabalho em altura. Considera-se trabalho em altura toda atividade executada ACIMA de 2,00m (dois metros) do
nível inferior, em que haja risco de queda. Para inspecionar depósitos de difícil acesso encontrados em locais abrangidos pela definição de trabalho em altura, é importante
que sejam estruturadas equipes especializadas, conforme a NR-35 (BRASIL, 2016). Ao final do dia, os ACE retornam ao PA para devolver os materiais de trabalho, os quais
não devem ser levados às suas residências. No decorrer da execução de seu trabalho de rotina, os ACE podem passar por SUPERVISÃO DIRETA ou INDIRETA, realizada
pelos supervisores de campo, que acompanham a execução das ações a fim de verificar a qualidade do trabalho e orientar medidas de melhoria das atividades.

AVALIAÇÃO DAS ÁREAS DE RISCO AMBIENTAL E SANITÁRIOS: Consiste em um conjunto de ações (ANALISE LOCAL, VERIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS
DE SAÚDE ENFRENTADOS PELA POPULAÇÃO DA LOCALIDADE, COLETA DE DADOS), que proporcionam o conhecimento e a detecção de mudanças nos fatores
determinantes e condicionantes do meio ambiente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle dos fatores de
risco ambientais relacionados às doenças ou a outros agravos à saúde.

OBJETIVOS: produzir, integrar, processar e interpretar informações, visando a disponibilizar ao SUS instrumentos para o planejamento e execução de ações relativas às
atividades de promoção da saúde e de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio ambiente; estabelecer os principais parâmetros, atribuições, procedimentos
e ações relacionadas à vigilância ambiental em saúde nas diversas instâncias de competência; identificar os riscos e divulgar as informações referentes aos fatores
ambientais condicionantes e determinantes das doenças e outros agravos à saúde; intervir com ações diretas de responsabilidade do setor ou demandando para outros
setores, com vistas a eliminar os principais fatores ambientais de riscos à saúde humana; promover, junto aos órgãos afins ações de proteção da saúde humana
relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente; e conhecer e estimular a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento, visando ao fortalecimento
da participação da população na promoção da saúde e qualidade de vida. Conforme criação e competência do Sistema Único de Saúde garantido pela Constituição
Brasileira de 1988, é atribuição do SUS, dentre outras, a execução das ações de Vigilância Sanitária e consequentemente o controle e a fiscalização de procedimentos,
produtos e substâncias de interesse para a saúde e a participação da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos. A
Epidemiologia Ambiental aplica dois métodos para compreender as relações entre o meio ambiente e a saúde, a saber: • Epidemiologia DESCRITIVA – que utiliza o método
científico para estudar a distribuição dos riscos e dos efeitos adversos à saúde da população; / • Epidemiologia ANALÍTICA – que estuda a relação entre a exposição a um
determinado fator e algum efeito adverso à saúde. A Epidemiologia ambiental utiliza informações sobre: • os fatores de risco existentes ( FÍSICOS, QUÍMICOS, BIOLÓGICOS,
MECÂNICOS, ERGONÔMICOS ou PSICOSSOCIAIS); • as características especiais do ambiente que interferem no padrão de saúde da população; e • os efeitos adversos à
saúde relacionados à exposição a fatores de risco ambientais.

Avaliação e gerenciamento de risco: No caso das substâncias químicas, que possuem particular relevância nos problemas ambientais modernos, a avaliação
de riscos é o principal instrumento de análise. A avaliação de riscos é um procedimento utilizado para sintetizar as informações disponíveis e os julgamentos sobre as
mesmas com o objetivo de estimar os riscos associados a uma determinada exposição. O gerenciamento de riscos consiste na seleção e implementação de estratégias mais
apropriadas para o controle e prevenção de riscos, envolvendo a regulamentação, a utilização de tecnologias de controle e remediação ambiental, a análise de
custo/benefício, a aceitabilidade de riscos e a análise de seus impactos nas políticas públicas.
Os riscos SANITÁRIOS estão classificados em:

- Riscos AMBIENTAIS: Agentes físicos, químicos e biológicos existentes no local e que são capazes de afetar a saúde da população. Diz respeito à água indicada
para consumo, ao lixo (de origem doméstico, hospitalar ou industrial), à poluição (do ar, do solo e da água de mananciais), a ausência de saneamento básico, e a presença
de insetos ou animais capazes de transmitir doenças.

- Riscos OCUPACIONAIS: Diz respeito ao ambiente de trabalho. Observados em processos de produção e comercialização de alimentos e outros produtos, por
exemplo, desenvolvidos em locais insalubres; falta de equipamentos de proteção individual (gorros, botas, aventais e máscaras) para profissionais.

- Riscos INSTITUCIONAIS: Quando um local público apresenta riscos à saúde individual e coletiva em função de seus aspectos físicos, higiênicos e sanitários. Diz
respeito às condições físicas, higiênicas e sanitárias de estabelecimentos como hotéis, creches, saunas, salões de beleza entre outros.

- Riscos SOCIAIS: Quando, por exemplo, ocorre a comercialização de alimentos sem padrão de identidade de qualidade; isto resulta no não atendimento das
necessidades básicas de alimentação de quem compra o produto.

NOÇÕES DE ÉTICA E CIDADANIA: A ética tem sido um dos temas mais trabalhados nos últimos tempos, pois a corrupção, o descaso social e os constantes
escândalos políticos e sociais expostos na mídia diariamente suscitam que a sociedade exija o resgate de valores morais em todas as suas instâncias, sejam elas políticas,
científicas ou econômicas. Desse conflito de interesses pelo bem comum ergue-se a ética, tão discutida pelos filósofos de toda a história mundial. Ética é uma palavra
com duas origens possíveis. A primeira advém do grego éthos, literalmente “com e curto”, que pode ser traduzida por “costume”; a segunda também se escreve éthos,
porém se traduz por “com e longo”, que significa “propriedade do caráter”. Conceitua-se Ética como sendo o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta
humana, do ponto de vista do bem e do mal. É um conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser humano. A Ética é a parte da filosofia que aborda
o comportamento humano, seus anseios, desejos e vontades. É a ciência da conduta humana perante o ser e seus semelhantes e de uma forma específica de
comportamento humano, envolvendo estudos de aprovação ou desaprovação da ação dos homens. É a consideração de valor como equivalente de uma medição do que
é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas. Ela ilumina a consciência humana, sustenta e dirige as ações do homem, norteando a conduta individual e social.
Como um produto histórico-cultural, define em cada cultura e sociedade o que é virtude, o que é bom ou mal, certo ou errado, permitido ou proibido.

As instituições sociais e políticas têm uma história. É impossível não reconhecer o seu desenvolvimento e o seu progresso em muitos aspectos, pelo menos do ponto de
vista formal. A escravidão era legal no Brasil até 120 anos atrás. As mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar apenas há 60 anos e os analfabetos apenas há
alguns anos. Chamamos isso de ampliação da cidadania. Existem direitos formais (civis, políticos e sociais) que nem sempre se realizam como direitos reais. A cidadania
nem sempre é uma realidade efetiva e nem sempre é para todos. A efetivação da cidadania e a consciência coletiva dessa condição são indicadores do desenvolvimento
moral e ético de uma sociedade. Para a ética, não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos definidos nas Constituições. O desafio ético para uma
nação é o de universalizar os direitos reais, permitido a todos cidadania plena, cotidiana e ativa. É preciso fundar a responsabilidade individual numa ética construída e
instituída tendo em mira o bem comum, visando à formação do sujeito ético. Desse modo, será possível a síntese entre ética e cidadania, na qual possa prevalecer muito
mais uma ética de princípios do que uma ética do dever. A responsabilidade individual deverá ser portadora de princípios e não de interesses particulares.

A noção de Ética é, portanto, muito ampla e inclui vários princípios básicos e transversais que são: INTEGRIDADE – devemos agir com base em princípios e valores e
não em função do que é mais fácil ou do que nos traz mais benefícios. / CONFIANÇA E CREDIBILIDADE – devemos agir com coerência e consistência, quer na ação, quer
na comunicação. / RESPONSABILIDADE – devemos assumir as responsabilidades pelos nossos atos, o que implica, cumprir com todos os nossos deveres profissionais. /
JUSTIÇA – as nossas decisões devem ser suportadas, transparentes e objetivas, tratando da mesma forma aquilo que é igual ou semelhante. / LEALDADE – devemos agir
com o mesmo espírito de lealdade profissional e de transparência, que esperamos dos outros. / COMPETÊNCIA – devemos apenas aceitar as funções para as quais
tenhamos os conhecimentos e a experiência que o exercício dessas funções requer. / INDEPENDÊNCIA – devemos assegurar, no exercício de funções de interesse
público, que as nossas opiniões, não são influenciadas por fatores alheios a esse interesse público.

NOÇÕES BÁSICAS DE EPIDEMIOLOGIA: A vigilância epidemiológica tem como propósito fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de
saúde, que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas
sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população definida. Subsidiariamente, a vigilância
epidemiológica constitui-se em importante instrumento para o planejamento, a organização e a operacionalização dos serviços de saúde, como também para a
normatização de atividades técnicas correlatas. A operacionalização da vigilância epidemiológica compreende um ciclo de funções específicas e intercomplementares,
desenvolvidas de modo contínuo, permitindo conhecer, a cada momento, o comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo das ações, para que as medidas
de intervenção pertinentes possam ser desencadeadas com oportunidade e eficácia. São funções da vigilância epidemiológica: • coleta de dados; / • processamento de
dados coletados; / • análise e interpretação dos dados processados; / • recomendação das medidas de prevenção e controle apropriadas; / • promoção das ações de
prevenção e controle indicadas; / • avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; / • divulgação de informações pertinentes.

As competências de cada um dos níveis do sistema de saúde (municipal, estadual e federal) abarcam todo o espectro das funções de vigilância epidemiológica, porém
com graus de especificidade variáveis. As ações executivas são inerentes ao nível municipal e seu exercício exige conhecimento analítico da situação de saúde local. Por
sua vez, cabe aos níveis nacional e estadual conduzirem ações de caráter estratégico, de coordenação em seu âmbito de ação e de longo alcance, além da atuação de
forma complementar ou suplementar aos demais níveis. Quanto mais capacitada e eficiente a instância local, mais oportunamente poderão ser executadas as medidas de
controle. Os dados e informações aí produzidos serão, também, mais consistentes, possibilitando melhor compreensão do quadro sanitário estadual e nacional e,
consequentemente, o planejamento adequado da ação governamental. Com o desenvolvimento do SUS, os sistemas municipais de vigilância epidemiológica vêm sendo
dotados de AUTONOMIA TÉCNICO-GERENCIAL e ampliando o enfoque, para além dos problemas definidos como de prioridade nacional, que inclui os problemas de
saúde mais importantes de suas respectivas áreas de abrangência.

O Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) compreende o CONJUNTO ARTICULADO de instituições do setor PÚBLICO e PRIVADO, componente do Sistema
Único de Saúde (SUS) que, DIRETA ou INDIRETAMENTE, NOTIFICA doenças e agravos, presta serviços a grupos populacionais ou orienta a conduta a ser tomada para o
controle dos mesmos. Para adequar-se aos princípios de UNIVERSALIDADE, EQUIDADE e INTEGRALIDADE da atenção à saúde, tendo como estratégia operacional a
DESCENTRALIZAÇÃO.

A construção da matriz de indicadores pautou-se nos critérios de: relevância para a compreensão da situação de saúde, suas causas e consequências; / validade para
orientar decisões de política e apoiar o controle social; / identidade com processos de gestão do SUS; / disponibilidade de fontes regulares. Esses critérios se mantêm no
processo de revisão e atualização periódicas da matriz, que resulta em eventuais alterações, acréscimos e supressões de indicadores. Por esse motivo, a consistência da
série histórica disponibilizada demanda atenção constante. Convencionou-se classificar os indicadores em seis subconjuntos temáticos: DEMOGRÁFICOS,
SOCIOECONÔMICOS, MORTALIDADE, MORBIDADE e FATORES DE RISCO, RECURSOS e COBERTURA. Cada indicador é caracterizado na matriz pela sua denominação,
conceituação, método de cálculo, categorias de análise e fontes de dados.
Determinantes sociais em saúde segundo regiões brasileiras Instalações sanitárias da população urbana, rede geral de água canalizada, população adulta alfabetizada e
acesso à coleta de lixo por serviços de limpeza. Avanços nos indicadores de desenvolvimento econômico e social, combinados ao aprimoramento de aspectos
quantitativos (oferta, uso e cobertura) e qualitativos do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo as ações de promoção da saúde, prevenção e controle de doenças nas
diferentes regiões, resultaram em inquestionável impacto na qualidade de vida das populações brasileiras. Incremento expressivo no acesso à rede geral de instalações
sanitárias, à rede geral de água, à coleta de lixo, à escolaridade de boa qualidade e à redução da pobreza extrema são alguns exemplos desses avanços. Paralelamente,
avanços na busca de universalidade das ações do SUS e o aprimoramento da efetividade dos programas e políticas de saúde têm sido perseguidos. Apesar desses
avanços, persistem desigualdades que devem ser discutidas e enfrentadas.

CONHECIMENTO DAS PRINCIPAIS ENDEMIAS:

DENGUE:
É doença infecciosa febril aguda, sendo os primeiros sintomas, febre alta de 39°C a 40°C, sendo apresentado de três formas: -
DENGUE CLÁSSICA / - DENGUE HEMORRÁGICA / - SÍNDROME DO CHOQUE DA DENGUE.

DENGUE CLÁSSICA: Em primeiro momento ocorre a manifestação de FEBRE ALTA variando de (39°C a 40°C), seguida de CEFALEIA
(dor de cabeça), MIALGIA (dor muscular), PROSTRAÇÃO (cansaço/fraqueza), ARTRALGIA (dor nas articulações), ASTENIA (diminuição
da força física), DOR ABDOMINAL, NÁUSEAS, VÔMITOS, com DURAÇÃO de 5 a 7 DIAS.

DENGUE HEMORRÁGICA DA DENGUE (FHD): Os sintomas iniciais são semelhantes aos da dengue clássica, porém há um
agravamento do quadro no 3 e o 4 DIA de evolução, com aparecimento de MANIFESTAÇÕES HEMORRÁGICAS e COLAPSO
CIRCULATÓRIO em DIVERSOS ÓRGÃOS.

SÍNDROME DO CHOQUE DA DENGUE: Nos casos graves de febre hemorrágica da dengue (FHD), o choque ocorre geralmente, ENTRE
o 3 e o 7 DIAS DA DOENÇA, frequentemente precedido por dor abdominal. O choque ocorre devido ao aumento da permeabilidade
vascular seguida de hemoconcentração e falência circulatória. A sua duração é curta e pode levar a ÓBITO em 12 a 24 HORAS ou à
RECUPERAÇÃO rápido frente terapia antichoque e apropriada.

RESERVATÓRIO: Homem

AGENTE ETIOLÓGICO: ARBOVÍRUS do gênero FLAVIVÍRUS da família flaviridae do qual existem 4 SOROTIPOS: DEN-1, DEN-2, DEN-3
e DEN-4. A infecção por um deles confere proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os
outros três. Trata-se, caracteristicamente, de enfermidade de áreas tropicais e subtropicais, onde as condições do ambiente
favorecem o desenvolvimento dos vetores.

MODO DE TRANSMISSÃO: A transmissão ocorre quando a fêmea da espécie vetora se contamina ao picar um indivíduo infectado
que se encontra na fase virêmica da doença, tornando-se, após um PERÍODO de 10 a 14 dias, capaz de transmitir o vírus por toda
sua vida através de suas picadas.

VETOR: AEDES AEGYPTI: Se desenvolve através de metamorfose completa, e o ciclo de vida do Aedes aegypti compreende 4 FASES:
OVO, LARVA (quatro estágios larvários), PUPA e ADULTO.

 OVO: Os ovos medem, aproximadamente, 1 mm de comprimento e contorno alongado e fusiforme. São depositados pela fêmea,
individualmente, nas paredes internas dos depósitos que servem como criadouros, próximos à superfície da água. No momento da
postura os ovos são brancos, mas, rapidamente, adquirem a cor negra brilhante. A FECUNDAÇÃO se dá durante a postura e o
desenvolvimento do embrião se completa em 48 HORAS, em condições favoráveis de UMIDADE e TEMPERATURA. Uma vez
completado o desenvolvimento embrionário, os ovos são capazes de resistir a longos períodos de dessecação, que podem se
prolongar por mais de um 1 ANO. Foi já observada a eclosão de ovos com até 450 DIAS, quando colocados em contato com a água. A
capacidade de resistência dos ovos a dessecação é um sério obstáculo para sua erradicação . Esta condição permite que os ovos
sejam transportados a grandes distâncias, em recipientes secos, tornando-se assim o principal meio de dispersão do inseto
(dispersão passiva).

LARVA (4 ESTÁGIOS): Como o Aedes aegypti é um inseto holometabólico, a fase larvária é o período de alimentação e crescimento.
As larvas passam a maior parte do tempo alimentando-se principalmente de material orgânico acumulado nas paredes e fundo dos
depósitos. As larvas possuem QUATRO ESTÁGIOS EVOLUTIVOS. A duração da fase larvária depende da TEMPERATURA,
disponibilidade de ALIMENTOS e DENSIDADE das larvas no criadouro. Em condições ÓTIMAS, o período entre a eclosão e a pupação
pode NÃO EXCEDER a 5 DIAS. Contudo, em BAIXA TEMPERATURA e ESCASSEZ DE ALIMENTO, o 4º ESTÁGIO LARVÁRIO pode
PROLONGAR-SE por VÁRIAS SEMANAS, antes de sua transformação em PUPA. A larva é composta de CABEÇA, TÓRAX e ABDÔMEN.
O abdômen é dividido em oito segmentos. O segmento posterior e anal do abdômen tem 4 BRÂNQUIAS LOBULADAS para regulação
osmótica e 1 SIFÃO ou TUBO DE AR para a RESPIRAÇÃO na superfície da água. O sifão é curto, grosso e mais escuro que o corpo.
Para respirar, a larva vem à superfície, onde fica em POSIÇÃO QUASE VERTICAL. Movimenta-se em forma de serpente, fazendo um
“S” em seu deslocamento. É SENSÍVEL a MOVIMENTOS BRUSCOS na água e, sob FEIXE DE LUZ (fotofobia), desloca-se com rapidez,
buscando refúgio no fundo do recipiente.
 PUPA: As pupas NÃO SE ALIMENTAM. É nesta fase que ocorre a metamorfose do ESTÁGIO LARVAL para o ADULTO. Quando
inativas se mantêm na superfície da água, flutuando, o que facilita a emergência do inseto adulto. O ESTADO PUPAL dura,
geralmente, de 2 a 3 DIAS. A pupa é dividida em CEFALOTÓRAX (cabeça e toráx unidos) e ABDÔMEN. A cabeça e o tórax são unidos,
constituindo a porção chamada cefalotórax, o que dá à pupa, vista de lado, a APARÊNCIA de uma VÍRGULA. A pupa tem um par de
TUBOS RESPIRATÓRIOS ou TROMPETAS, que atravessam a água e permitem a respiração.

 ADULTO: O adulto representa a FASE REPRODUTORA do inseto. Como ocorre com grande parte dos insetos alados, o adulto
representa importante fase de dispersão. Entretanto, com o Aedes aegypti é provável que haja mais transporte passivo de ovos e
larvas em recipientes do que dispersão ativa pelo inseto adulto. O Aedes aegypti é ESCURO, com faixas brancas nas bases dos
segmentos tarsais e um DESENHO em forma de LIRA no mesonoto. Nos espécimes mais velhos, o “desenho da lira” pode
desaparecer, mas 2 tufos de escamas branco-prateadas no clípeo, escamas claras nos tarsos e palpos permitem a identificação da
espécie. O MACHO se distingue essencialmente da fêmea por possuir ANTENAS PLUMOSAS e PALPOS mais LONGOS. Logo após
emergir do estágio pupal, o INSETO ADULTO procura pousar sobre as paredes do recipiente, assim permanecendo durante várias
horas, o que permite o ENDURECIMENTO do EXOESQUELETO, das ASAS e, no caso dos MACHOS, a rotação da genitália em 180°.
Dentro de 24 HORAS após, emergirem, PODEM ACASALAR, o que vale para ambos os sexos. Acasalamento geralmente se dá durante
o vôo, mas, ocasionalmente, pode se dar sobre uma superfície, vertical ou horizontal. Uma ÚNICA INSEMINAÇÃO é suficiente para
fecundar TODOS os OVOS que a fêmea venha a produzir DURANTE sua VIDA. As FÊMEAS se alimentam mais frequentemente de
SANGUE, servindo como FONTE de repasto a maior parte dos animais vertebrados, mas mostram marcada predileção pelo homem
(antropofilia). O REPASTO SANGUÍNEO das fêmeas fornece PROTEÍNAS para o desenvolvimento dos OVOS. Ocorre quase sempre
DURANTE o DIA, nas PRIMEIRAS HORAS da manhã e ao ANOITECER. Em geral, a fêmea faz UMA POSTURA após CADA REPASTO
SANGUÍNEO. O intervalo entre a ALIMENTAÇÃO SANGUÍNEA e a POSTURA é, em regra, de 3 DIAS, em condições de TEMPERATURA
SATISFATÓRIAS. O MACHO alimenta-se de CARBOIDRATOS E SEIVAS extraídos dos vegetais. As fêmeas também se alimentam da
seiva das plantas. A OVOPOSIÇÃO se dá mais freqüentemente no FIM DA TARDE. A fêmea grávida é atraída por RECIPIENTES
ESCUROS ou SOMBREADOS, com superfície ÁSPERAS, nas quais deposita os ovos. PREFERE ÁGUA LIMPA e CRISTALINA ao invés de
água SUJA ou POLUÍDA por matéria orgânica. A fêmea distribui cada postura em VÁRIOS RECIPIENTES. É pequena a capacidade de
dispersão do Aedes aegypti pelo vôo, quando comparada com a de outras espécies. Não é raro que a fêmea passe toda sua vida nas
proximidades do local de onde eclodiu, desde que haja hospedeiros. Poucas vezes a dispersão pelo vôo excede os 100 METROS.
Entretanto, já foi demonstrado que uma fêmea grávida pode voar até 3Km em busca de local adequado para a oviposição, quando
não há recipientes apropriados nas proximidades. Quando NÃO estão em acasalamento, procurando fontes de alimentação ou em
dispersão, os mosquitos BUSCAM LOCAIS ESCUROS e QUIETOS para repousar. A domesticidade do Aedes aegypti é ressaltada pelo
fato de que ambos os sexos são encontrados em proporções semelhantes dentro das casas (ENDOFILIA). Quando em REPOUSO é
encontrado nas habitações, nos QUARTOS, nos BANHEIROS e na COZINHA e, só ocasionalmente, no peridomicílio. As superfícies
preferidas para o repouso são as PAREDES, MOBÍLIA, PEÇAS DE ROUPAS penduradas e mosquiteiros. Quando o Aedes aegypti ESTÁ
INFECTADO pelo vírus do dengue ou da febre amarela, pode haver transmissão TRANS OVARIANA destes, de maneira que, em
variável percentual, as FÊMEAS FILHAS de um espécime PORTADOR nascem JÁ INFECTADAS. Os ADULTOS podem permanecer vivos
em laboratório durante meses, mas, na natureza, VIVEM em MÉDIA de 30 a 35 DIAS. OBS: A dispersão do Aedes aegypti a GRANDES
DISTÂNCIAS se dá, geralmente, como resultado do TRANSPORTE dos ovos e larvas em recipientes.

TRATAMENTO: Repousar e ingerir muito líquido, evitando refrigerantes. O tratamento vai depender do tipo de manifestação da
doença, podendo variar de intensidade e gravidade. Em relação dengue clássica não há tratamento específico para o paciente, o
médico deve tratar os sintomas, como as dores no corpo, cabeça.

VACINA: Ainda não existe.


LEISHMANIOSES:
A leishmaniose é uma DOENÇA CRÔNICA, de manifestação CUTÂNEA ou VISCERAL, causada por PROTOZOÁRIOS FLAGELADOS do
gênero LEISHMANIA, da família dos TRYPANOSOMATIDAE. O CALAZAR (leishmaniose visceral) e a ÚLCERA de BAURU
(leishmaniose tegumentar americana) são formas da doença. É uma zoonose comum ao cão e ao homem. É TRANSMITIDA ao
homem pela PICADA de mosquitos FLEBOTOMÍNEOS, que compreendem o gênero LUTZOMYIA (chamados de “MOSQUITO PALHA”
ou BIRIGUI, espécie brasileira) e PHLEBOTOMUS. No Brasil existem atualmente 7 espécies de Leishmania responsáveis pela doença
humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão. Trata-se de uma doença que acompanha o
homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua
ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos.
Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste e Norte do Brasil.
Em Portugal existe principalmente a leishmaniose visceral e alguns casos (muito raros) de leishmaniose cutânea. Esta raridade é
relativa, visto que na realidade o que ocorre é uma subnotificação dos casos de leishmaniose cutânea. Uma razão para esta
subnotificação é o fato de a maioria dos casos de leishmaniose cutânea humana serem autolimitados, embora possam demorar até
vários meses a resolverem-se. As leishmania são transmitidas pelos insetos fêmeas dos gêneros Phlebotomus (Velho Mundo) ou
Lutzomyia (Novo Mundo). No início do século XX o médico paraense Gaspar Viana iniciou estudos sobre a leishmaniose, e a ele
atribui-se a descoberta dos primeiros tratamentos para a doença. Essa doença também pode afetar o cão ou a raposa, que são
considerados os reservatórios da doença, conforme descoberto e referido pelo médico sanitarista Thomaz Corrêa Aragão, em 1954

LEISHMÂNIA: São PROTOZOÁRIOS PARASITAS de células fagocitárias de mamíferos, especialmente de macrófagos. São capazes de
resistir à destruição após a fagocitose. As formas promastigotas (infecciosas) são alongadas e possuem um flagelo locomotor
anterior, que utilizam nas fases extracelulares do seu ciclo de vida. O amastigota (intra-celular) não tem flagelo.

Há cerca de 30 espécies patogênicas para o ser humano (CDC). As mais importantes são:

-As espécies L. donovani, L. infantum infantum, e L. infantum chagasi que podem produzir a leishmaniose visceral, mas, em casos
leves, apenas manifestações cutâneas;

-As espécies L. major, L. tropica, L. aethiopica, L. mexicana, L. braziliensis, L. amazonensis e L. peruviana que produzem a
leishmaniose cutânea ou a mais grave, mucocutânea.

CICLO DE VIDA: O ciclo de vida das espécies é ligeiramente diferente mas há pontos comuns. São libertados no sangue junto
com a SALIVA de FLEBOTOMÍNEOS, ou FLEBÓTOMOS (em inglês são denominados sand flies), ou LUTZOMYIA no momento
da picada. As leishmanias na forma de promastigotas ligam-se por receptores específicos aos macrófagos, pelos quais são
fagocitadas. Elas são imunes aos ácidos e enzimas dos lisossomas com que os macrófagos tentam digeri-las, e transformam-se
nas formas amastigotas após algumas horas (cerca de 12h). Então começam a multiplicar-se por divisão binária, saindo para o
sangue ou linfa por exocitose e por fim conduzem à destruição da célula, invadindo mais macrófagos. Os amastigotas
ingeridos pelos insetos transmissores demoram oito dias ou mais a transformarem-se em promastigotas e multiplicarem-se
no seu intestino, migrando depois para as probóscides.

LEISHMANIOSE VISCERAL (LV): Também conhecida como CALAZAR e FEBRE NEGRA, é a forma mais severa de leishmaniose.
É o segundo maior assassino parasitário no mundo, depois da malária, responsável de uma estimativa de 60 000 que morrem
da doença cada ano entre milhões de infecções mundiais. O parasita migra para os ÓRGÃOS VISCERAIS como FÍGADO, BAÇO
e MEDULA ÓSSEA e, se deixado sem tratamento, quase sempre resultará na morte do anfitrião mamífero.

SINAIS/SINTOMAS: Incluem FEBRE, PERDA de PESO, ANEMIA e INCHAÇO significativo do FÍGADO e BAÇO.

LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA (LVH): Em hospedeiros humanos, a resposta da infecção por L. donovani varia bastante, não
só pela força, mas também pelo tipo da reação imune do paciente. Pacientes que produzem números grandes de células-T do tipo
TH1, que ativa a resposta celular, mas não encorajam a formação de anticorpos, frequentemente recuperam-se da infecção e depois
são imunes a uma reinfecção. Pacientes cujos sistemas produzem mais células do tipo TH2, que promovem apenas a formação de
anticorpos, são mais afetados.

0s primeiros SINTOMAS podem ser associados ao DESCAMAMENTO DA PELE, com destaque para regiões em torno do NARIZ,
BOCA, QUEIXO e ORELHAS, sendo frequentes também no COURO CABELUDO, onde estes são geralmente confundidos com caspa;
e ao aparecimento de PEQUENOS CALOMBOS semiesféricos sob o couro cabeludo, geralmente sensíveis ao toque. Tais calombos
surgem e desaparecem com frequência sem, contudo, implicarem, de forma geral, mas não restritiva, feridas. Não obstante, por
incômodo, estes podem evoluir para lesões mediante traumas induzidos pelas unhas ou mãos do próprio paciente; tais lesões
geralmente cicatrizam-se, contudo, de forma normal.

Com a evolução da doença os sintomas mais típicos incluem o AUMENTO do BAÇO ou ESPLENOMEGALIA, sendo este geralmente
também acompanhado do AUMENTO do FÍGADO ou HEPATOMEGALIA, ambos detectáveis via ultrassonografia. Se deixado sem
tratamento a doença evolui para um QUADRO CRÍTICO caracterizado por RÁPIDO e INTENSO EMAGRECIMENTO, DOR
ABDOMINAL, AUSÊNCIA de APETITE, APATIA e FEBRE ALTA, INTERMITENTE e CRÔNICA, com duração superior a 10 DIAS, - fase na
qual o paciente geralmente é levado a procurar o médico.
LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA (LVC): A leishmaniose visceral é uma doença mortal de CURSO LENTO e de DIFÍCIL
DIAGNÓSTICO, pois um cão pode estar infectado e não mostrar nenhuns sintomas exteriores. É causada pelo protozoário
LEISHMÂNIA, transmitido pela PICADA de FLEBÓTOMOS (insetos) INFECTADOS. O CÃO é considerado o principal RESERVATÓRIO
da doença no MEIO URBANO, mas não o único, já o HOMEM pode atuar como RESERVATÓRIO (o que é uma situação rara). Os
SINTOMAS no cão são bastante variáveis, sendo comum na Leishmaniose cutânea o aparecimento de LESÕES GRAVES na PELE
acompanhadas de DESCAMAÇÕES e, eventualmente, ÚLCERAS, FALTA DE APETITE, PERDA DE PESO, LESÕES OCULARES (tipo
queimaduras), ATROFIA MUSCULAR e, o CRESCIMENTO EXAGERADO DAS UNHAS. Em um estágio mais avançado, detecta-se
problemas nos RINS, no FÍGADO e no BAÇO e ÓBITO do animal. Devido à variedade e à falta de sintomas específicos, o médico
veterinário é o único profissional habilitado a fazer um diagnóstico da doença.

LEISHMANIOSE CUTÂNEA (LC): Leishmaniose cutânea é a FORMA mais COMUM de leishmaniose. É uma infecção de pele
causada por um PARASITA UNICELULAR pelo que é transmitida pelas picadas da MOSCA DE AREIA. Há aproximadamente 20
espécies de Leishmania que podem causar leishmanioses cutâneas.

LEISHMANIOSE MUCOCUTÂNEA (LM): Leishmaniose mucocutânea é a MAIS TEMIDA forma de leishmaniose cutânea porque
PRODUZ o LESÕES DESTRUTIVAS, assim DESFIGURANDO A FACE. É causada frequentemente por Leishmania (Viannia) braziliensis,
mas são descritos raramente casos provocados por L. aethiopica. O tratamento para a leishmaniose mucocutânea é a combinação
de pentoxifilina e um antimônio pentavalente em dosagens altas durante 30 dias: isto alcança taxas de cura de 90%. Tratamento só
com antimônio pentavalente não cura 42% dos pacientes, até mesmo naqueles que alcançam uma cura aparente, 19% recairá.

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA): A leishmaniose tegumentar americana – LTA ou “FERIDA BRAVA ou ÚLCERA
DE BAURU” é uma DOENÇA INFECCIOSA, NÃO CONTAGIOSA, causada por protozoário do gênero LEISHMÂNIA, de transmissão
vetorial, que acomete PELE e MUCOSAS, tendo como RESERVATÓRIOS: MARSUPIAIS e ROEDORES, como a PREGUIÇA, o
TAMANDUÁ. O cão doméstico NÃO É RESERVATÓRIO da LTA, sendo acidentalmente infectado e podendo ter cura espontânea da
doença, não sendo necessárias medidas de controle (inquérito ou eutanásia). Será apenas UM SENTINELA da ocorrência da
transmissão da doença na localidade. A transmissão se dá pela picada de várias espécies de flebotomíneos (mosquito palha,
cangalhinha, etc.), principalmente do gênero Lutzomyia. O período de INCUBAÇÃO no homem, em média de 2 MESES, podendo
apresentar períodos mais curtos (duas semanas) e mais longos (dois anos). A susceptibilidade é universal. A infecção e a doença não
conferem imunidade ao paciente. As lesões PODEM ser cutâneas (na maioria das vezes) apresenta-se como uma LESÃO ULCERADA
ÚNICA e se caracteriza por bordas elevadas em moldura. O fundo é granuloso, com ou sem exsudação, geralmente indolores. A
forma cutânea disseminada caracteriza-se por lesões ulceradas pequenas, às vezes acneiformes, distribuídas por todo o corpo
(disseminação hematogênica); e lesões mucosas geralmente secundárias às lesões cutâneas, surgindo normalmente meses ou anos
após a resolução das lesões de pele. Às vezes, porém, não se identifica a porta de entrada, supondo-se que as lesões sejam
originadas de infecção subclínica. São mais acometidas as cavidades nasais, faringe, laringe e cavidade oral. As queixas mais comuns
no acometimento nasal são obstrução, epistaxes, rinorréia e crostas; da faringe, odinofagia; da laringe, rouquidão e tosse; da
cavidade oral, ferida na boca.

ÁREAS ENDÊMICAS NO BRASIL: No Brasil, o maior número de casos são registrados nas regiões Norte e Nordeste, onde a
precariedade das condições sanitárias favorecem a propagação da doença. Mas o aumento do número de registros na Região
Sudeste mostra que todo o país corre risco de epidemias de Leishmaniose. O interior paulista tem assistido a um crescimento
grande do número de casos. Em 1999, Araçatuba enfrentou uma epidemia. Birigui e Andradina também registraram alto número de
casos da doença. Em 2003, Bauru passou a registrar a doença de forma endêmica. Em todas essas cidades ocorreram óbitos, e há o
risco da doença chegar a grandes centros urbanos paulistas de forma endêmica, como Campinas, Sorocaba, Santos e São Paulo

DOENÇA DE CHAGAS:
A DOENÇA DE CHAGAS ou TRIPANOSSOMÍASE AMERICANA é uma doença TROPICAL PARASITÁRIA causada pelo protozoário
TRYPANOSOMA CRUZI e transmitido para humanos e outros mamíferos principalmente pela via vetorial, através da picada de
insetos hematófagos da subfamília TRIATOMINAE, popularmente denominados de “BARBEIROS ou CHUPÃO”. Este animal tem
HÁBITO NOTURNO, alimenta-se exclusivamente do sangue de animais vertebrados, tendo como seu ambiente de vivência em
FRESTAS DE CASAS a PAU a PIQUE, CAMAS e COLCHÕES, DEPÓSITOS, NINHOS DE AVES, TRONCO DE ÁRVORES, dentre outros
locais, preferência em lugares mais próximos à sua fonte de alimento. Os sintomas mudam ao longo do curso da infecção. Na fase
inicial, eles podem não estar presentes ou podem ser: FEBRE, GÂNGLIOS LINFÁTICOS AUMENTADOS, DOR DE CABEÇA e INCHAÇO
NO LOCAL DA MORDIDA. Após 8-12 SEMANAS, os indivíduos entram na FASE CRÔNICA da doença e em 60-70% nunca
desenvolvem outros sintomas. Os 30 a 40% restantes apresentam sintomas adicionais de 10 a 30 anos após a infecção inicial. Isto
inclui o ALARGAMENTO DOS VENTRICULOS do coração em 20 a 30% levando a insuficiência cardíaca. A DILATAÇÃO DO ESÔFAGO
ou o ALARGAMENTO DO CÓLON também podem ocorrer em 10% das pessoas. A doença pode também ser transmitida através de
TRANSFUSÃO DE SANGUE, TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS, INGESTÃO DE ALIMENTOS contaminados com o parasita e da MÃE para o
FETO via AMAMENTAÇÃO. O diagnóstico precoce da doença é feito pela detecção do parasita no sangue, utilizando um
microscópio. A forma crônica é diagnosticada pela presença de anticorpos para T. cruzi no sangue. A prevenção ocorre
principalmente pela eliminação dos barbeiros e em evitar suas picadas. Outros esforços de prevenção incluem a TRIAGEM do
SANGUE USADO para transfusões. Infecções precoces são tratáveis com a medicação benznidazol ou nifurtimox. Eles quase
sempre resultam em cura se forem dados no início, no entanto, tornam-se menos eficazes quanto mais tempo se passa após
contrair a doença.

Como doença caracteristicamente rural, tradicionalmente acomete pessoas de origem interiorana que habitam ou habitaram
casas de baixa qualidade, onde o vetor facilmente se aloja e coloniza. Vegetação densa (como as das florestas tropicais) e habitats
urbanos não são ideais para o estabelecimento do ciclo de transmissão humano.

SINAIS E SINTOMAS: A doença apresenta 02 ESTÁGIOS em seres humanos: uma FASE AGUDA, que ocorre pouco tempo após a
infecção, e uma FASE CRÔNICA que se desenvolve ao longo de muitos anos. A FASE AGUDA ocorre durante as primeiras semanas
ou meses desde a infecção. Geralmente, ela não é notada por ser ASSINTOMÁTICA ou por exibir apenas sintomas moderados que
não são únicos da doença de Chagas. Os sintomas podem incluir FEBRE, FADIGA, DOR NO CORPO, DOR DE CABEÇA, EXANTEMA,
PERDE DE APETITE, DIARRÉIA e VÔMITOS. Os sinais no exame físico podem incluir aumento moderado do FÍGADO, do BAÇO e de
LINFONODOS, e INCHAÇO no local da picada do barbeiro (o chagoma). O marcador mais conhecido da fase aguda da doença de
Chagas é chamado sinal de Romaña. O sinal é caracterizado pelo edema das pálpebras do mesmo lado do rosto em que se localiza a
ferida produzida pela picada do barbeiro, onde as fezes foram depositadas pelo inseto ou mesmo quando acidentalmente
esfregadas para dentro do olho. Raramente, crianças e adultos morrem durante a fase aguda da doença, porém pode ocorrer uma
grave inflamação do músculo cardíaco (miocardite) ou do cérebro (meningoencefalite), que colocam a vida em risco. A fase aguda
também pode ser grave em pessoas com o sistema imunitário comprometido.

A doença CRÔNICA SINTOMÁTICA (determinada) afeta vários sistemas do organismo, como NERVOSO, DIGESTÓRIO e CARDÍACO.
Cerca de dois terços das pessoas com sintomas crônicos apresentam danos ao coração, incluindo a MIOCARDIOPATIA dilatada, que
causa anormalidades do ritmo cardíaco e pode resultar em MORTE SÚBITA. Cerca de um terço dos pacientes apresenta danos ao
sistema DIGESTÓRIO, resultando em dilatação do trato digestivo (megacólon e megaesôfago), acompanhados de grave
emagrecimento. A dificuldade de deglutição (secundária à acalásia) pode ser o primeiro sintoma dos distúrbios digestivos e pode
levar à desnutrição.

As manifestações clínicas da doença de Chagas se devem à MORTE DE CÉLULAS nos tecidos envolvidos no ciclo infeccioso do
parasita, induzindo a respostas inflamatórias, lesões celulares e fibrose.

FEBRE AMARELA:
A febre amarela, também conhecida como BARBAROSE (Babonis Amarelus), é uma doença INFECCIOSA transmitida por mosquitos
contaminados por um FLAVIVÍRUS e ocorre na América Central, na América do Sul e na África. No Brasil no período de 1980 a 2004,
foram confirmados 662 casos de febre amarela silvestre, com ocorrência de 339 óbitos, representando uma taxa de letalidade de
51% no período. No Brasil, a febre amarela pode ser adquirida em áreas silvestres e rurais de regiões como Norte e Centro-Oeste,
além de parte do Sudeste, Nordeste e Sul.

Ou seja, o indivíduo entra em regiões onde exista o mosquito HAEMAGOGUS JANTHINOMYS e, consequentemente, sofre a
possibilidade de ser picado por algum desses mosquitos já afetado pelo vírus, que possivelmente fora contraído pela picada em um
ser já portador, como um BUGIO ou outros TIPOS DE MACACOS, e, em seguida, o mosquito pica a pessoa que ainda não teve a
doença nem foi vacinado e, portanto, não adquiriu defesas para combater o vírus.

Nas CIDADES (ÁREA URBANA) o vetor da febre amarela é o AEDES AEGYPTI, o mesmo que transmite a dengue. Desde 1942 a febre
amarela é considerada erradicada em áreas urbanas do Brasil, para que a situação se mantenha assim é fundamental o controle
deste mosquito e a VACINAÇÃO DAS PESSOAS que vivem em áreas endêmicas. O mosquito começa a transmitir o vírus de 9 a 12
DIAS após ter picado uma pessoa infectada. Esse intervalo, chamado de PERÍODO DE INCUBAÇÃO extrínseca, varia de acordo com
a TEMPERATURA, sendo menor quanto maior for a temperatura.

O vírus da febre amarela pertence à família dos FLAVIVÍRUS, seus SINTOMAS incluem, FEBRE ALTA REPENTINA, DORES NO CORPO,
PELES e OLHOS AMARELADOS, MAL ESTAR e VÔMITOS.

Embora não tenha participação comprovada na transmissão do vírus AMARÍLICO, o Aedes albopictus apresenta ampla valência
ecológica, ADAPTANDO-SE aos ambientes RURAIS, PERI-URBANOS e URBANOS. Essa característica lhe confere destaque pela
possibilidade de fazer a ponte entre os ciclos silvestre e urbano de transmissão. A fêmea do mosquito põe seus ovos em qualquer
recipiente que contenha água limpa, como caixas d’água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas, etc. As bromélias,
que acumulam água na parte central, chamada de aquário, são um dos principais criadouros nas áreas urbanas.

Nas áreas RURAIS e SILVESTRES, os mosquitos VETOR do vírus da febre amarela pertencem aos gêneros HAEMAGOGUS e
SABETHES. A espécie que mais se destaca é o Haemagogus janthinomys, embora o Haemagogus leucocelaenus tenha ganhado
importância na última década, assumindo a condição de vetor primário em alguns Estados.
A PREVENÇÃO é de fundamental importância no controle de todos os agravos. No que diz respeito à febre amarela. Este
componente permeia todas as atividades, visando a difundir e informar sobre PREVENÇÃO, ressaltando a IMPORTÂNCIA DA
VACINAÇÃO e outras medidas de PROTEÇÃO INDIVIDUAL. Além de ação especialmente à população residente nas áreas endêmicas,
à população migrante e a grupos de risco em seus locais de procedência, antes do deslocamento para essas áreas.

DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICAS:


CÓLERA:
Doença infecciosa INTESTINAL AGUDA causada pelo VIBRIO CHOLERAE. É uma doença típica de regiões que sofrem problemas de
abastecimento de água tratada; a sujeira e os esgotos a céu aberto influenciam no aumento de casos de doenças.

AGENTE ETIOLÓGICO: BACTÉRIA chamada de VIBRIO CHOLERAE, microorganismo AQUÁTICO é AUTÓCTONE natural do
ecossistema aquático e pode ser encontrado em forma livre na água. O microorganismo é sensível ao dessecamento, exposição ao
sol, cloro e outros desinfetantes, fervura, pH menor do que 5 e à competição com outros .

TRANSMISSÃO: A transmissão ocorre através do consumo de ÁGUA e ALIMENTOS contaminados por BACTÉRIAS VÍBRIO
CHOLERAE.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: VARIA de algumas horas a 5 DIAS.

SINTOMAS: As manifestações mais frequentes são DIARREIA e VÔMITOS, quando na ocorrência de casos mais graves apresentando
DIARREIA AQUOSA, com inúmeras evacuações diárias, as fezes têm aparência amarelo-esverdeada, sem pus, muco ou sangue.
Quando os aspectos clínicos são, mas graves ocorre perda de muito líquido provocando uma intensa desidratação podendo levar a
morte

VACINA: Há uma VACINA ORAL, para cólera que se pode administrar a indivíduos com mais de 2 anos de idade.

TRATAMENTO: Nas FORMAS LEVE e MODERADA da doença devem ser tratadas através de REIDRATAÇÃO ORAL. Nas FORMAS
GRAVES: deve ser instituída, a HIDRATAÇÃO VENOSA ou o TRATAMENTO MÉDICO terapêutico que tem por base o uso de
ANTIBIÓTICOS baseados na sintomatologia do paciente.

PREVENÇÃO: Lavar as mãos com água e sabão antes de comer e preparar alimentos e após usar o banheiro; beber somente água
tratada ou de qualidade; consumir somente frutas e verduras desinfetadas. Muito cuidado: A água talvez apresente uma aparência
de limpa e transparente, porém pode estar contaminada com Vibrio cholerae.

PROCEDIMENTO para TRATAR ÁGUA para CONSUMO: FERVER a ÁGUA por 5 MINUTOS; / FILTRE a ÁGUA podendo usar PANO
LIMPO ou FILTRO de BARRO e depois ADICIONE 02 GOTAS de HIPOCLORITO de SÓDIO a 2,5% para cada 1 LITRO de ÁGUA e espere
35 minutos para beber.

PROCEDIMENTO para DESINFETAR FRUTAS e VERDURAS: Desfolhar as verduras, como alface e couve; / MERGULHAR as folhas e
frutas em SOLUÇÃO de HIPOCLORITO de SÓDIO 2,5%, na proporção de 01 COLHER de SOPA para cada 1 LITRO de água, e deixar
agir por 30 minutos.

HEPATITES: A e E:
É uma doença caracterizada pela INFLAMAÇÃO DO FÍGADO, geralmente, causado por VÍRUS e às vezes por AGENTES TÓXICOS. Nas
atividades em RIOS POLUÍDOS por ESGOTOS, a transmissão ocorre pelo contato com a ÁGUA CONTAMINADA por fezes do ser
humano infectado.

SINTOMAS: / HEPATITE A: Febre, pele amarelada, urina escura, fezes esbranquiçada, mal-estar. Com os devidos cuidados a doença
evolui para cura. / HEPATITE E: Febre, náuseas, dor na barriga, pele amarelada, urina escura, fezes esbranquiçada, FÍGADO
INCHADO. O período de evolução da doença é longo, pode causar a morte.

TRANSMISSÃO: Manuseio de equipamentos que entraram em contato com as águas contaminadas sem luvas de proteção; /
Contato das mãos com as águas contaminadas sem luvas de proteção; / Respingo de água contaminada atingindo olhos e boca; /
Perfuração da jardineira; / Queda na água; / Utilização de cordões, pulseiras relógios e anéis durante o trabalho. / Pele não íntegra.

AGENTE ETIOLÓGICO: HEPATITE A: É causada por um vírus RNA de fita simples positiva, que pertence à família PICOMAVIRIDAE,
denominado vírus da hepatite A (HAV) / HEPATITE E: O vírus da hepatite E (HEV) pertence ao gênero HEPEVÍRUS, família
HEPEVIRIDAE.
FEBRE TIFÓIDE/PARATIFOIDE:
É uma DOENÇA GRAVE, produzida pela bactéria SALMONELLA TYPHI. Evolui, geralmente, num período de quatro semanas. A fonte
de infecção é o doente, desde o instante em que ingeriu os bacilos até muitos anos depois, já que os bacilos persistem em suas
fezes. Do momento em que a pessoa adquire a infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas. A fonte de infecção é o doente,
desde o instante em que ingeriu os bacilos até muitos anos depois, já que os bacilos persistem em suas fezes.

A doença se transmite pelas descargas do intestino (fezes), que contaminam as mãos, as roupas, os alimentos e a água. O bacilo
tifoide é ingerido com os alimentos e a água contaminada.

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: Do momento em que a pessoa adquire a infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas, decorrem
de 5 a 23 DIAS.

SINTOMAS: Dor de cabeça, mal-estar, fadiga, boca amarga, febre, calafrios, indisposição gástrica, diarreia e aumento do baço.

PREVENÇÃO/TRATAMENTO: Destinar convenientemente os dejetos humanos em fossas ou redes de esgotos. Tratar a água.
Combater as moscas. Efetuar exame e vacinação e promover a educação sanitária dos manipuladores de alimentos. Higienizar os
alimentos. O diagnóstico é feito pelo exame de sangue e pelas pesquisas de bacilos nas fezes.

AMEBÍASE:
É uma infecção causada por um PARASITA ou PROTOZOÁRIO que se ALOJA no INTESTINO GROSSO, e alimentam-se de detritos e
bactérias ali localizados. Podem se localizar em outros tecidos via circulação sanguínea, nestas regiões alimentam-se das hemácias.

A ENTAMOEBA COLI é um parasito que se LOCALIZA no INTESTINO do ser humano, mas que NÃO o PREJUDICA e, portanto, não
precisa ser tratada. Já a ENTAMOEBA HYSTOLITICA é prejudicial e PRECISA SER ELIMINADA.

Esses parasitos são eliminados com as fezes que, se deixadas próximas a rios, lagoas, fossas, podem contaminar a água. MOSCAS e
BARATAS, ao se alimentarem de fezes de pessoas infectadas, TAMBÉM TRANSMITEM a parasitose a outras pessoas, defecando
sobre os alimentos ou utensílios. Outra forma de transmissão é pelo contato das patas sujas de fezes. Pode-se, ainda, contrair a
ameba comendo frutas e verduras cruas, que foram regadas com água contaminada ou adubadas com terra misturada a fezes
humanas infectadas. Muito frequente é a contaminação pelas mãos sujas de pessoas que lidam com os alimentos.

PREVENÇÃO: Fazer com que todos da casa usem a privada. / Se as crianças menores usarem penicos, as fezes devem ser jogadas na
privada. / Proteger todos os alimentos contra moscas e baratas. / Proteger as águas das minas, cisternas, poços, lagoas, açudes e
valas de irrigação, não permitindo que sejam contaminadas por fezes humanas. / Regar as verduras sempre com água limpa, não
aproveitando nunca a água utilizada em casa ou água de banho. / Lavar bastante as verduras em água corrente. / Lavar as mãos com
sabão e água corrente todas as vezes que usar a privada. / Lavar muito bem as mãos antes de iniciar a preparação dos alimentos. /
Fazer, regularmente, exame de fezes, para detectar o parasito.

SINTOMAS: DORES ABDOMINAIS; FEBRE BAIXA; ATAQUE DE DIARREIA, seguida de períodos de PRISÃO DE VENTRE e DISENTERIA.

GIARDÍASE e CRIPTOSPORIDÍASE

A GIARDÍASE é causada pela GIARDIA LAMBRIA e a CRIPTOSPORIDÍASE, pelo CRYPTOSPORIDIUM PARYUM. Ambos VIVEM nas
porções altas do INTESTINO, sendo mais frequentes em crianças.

A TRANSMISSÃO se faz pela INGESTÃO de cistos, podendo o contágio acontecer pelo convívio direto com o indivíduo infectado,
pela INGESTÃO de ALIMENTOS e ÁGUA CONTAMINADA, pelo contato com MOSCAS etc

A infecção pode ser totalmente assintomática. Outras vezes, provoca IRRITABILIDADE, DOR ABDOMINAL e DIARREIA
INTERMITENTE. Em alguns casos, pode estar associada a um quadro de má absorção e desnutrição. A infecção é adquirida com
extrema facilidade, sobretudo pelas crianças. Seguir as mesmas recomendações para a prevenção da amebíase.

GASTROENTERITE

É uma INFECÇÃO do ESTOMAGO e do INTESTINO produzida, principalmente, por VÍRUS ou BACTÉRIAS. É responsável pela maioria dos
óbitos em crianças menores de um ano de idade. A incidência é maior nos locais em que NÃO EXISTE TRATAMENTO de ÁGUA, REDE
DE ESGOTO, ÁGUA ENCANADA e DESTINO ADEQUADO PARA O LIXO.

SINTOMAS: DIARREIA, VÔMITOS, FEBRE e DESIDRATAÇÃO.


PREVENÇÃO/TRATAMENTO: Saneamento, higiene dos alimentos, combate às moscas e uso de água filtrada ou fervida.
O uso do LEITE MATERNO é importante na profilaxia, pois é um alimento isento de contaminação, além de apresentar fatores de
defesa na sua composição. O TRATAMENTO é realizado com a reposição de LÍQUIDOS, SORO de reidratação oral e manutenção da
ALIMENTAÇÃO da criança.

ESQUISTOSSOMOSE (BARRIGA D’ÁGUA / XISTOSA):


É uma doença PARASITÁRIA crônica, causada por um pequeno verme, o Schistosoma mansoni, que se instala nas VEIAS do FÍGADO
e do INTESTINO. Para que surja a esquistossomose numa localidade, são necessárias várias condições: A existência de
CARAMUJOS HOSPEDEIROS do SCHISTOSOMA MANSONI. Nem todos servem para o parasito, só algumas espécies. Esses
caramujos vivem em CÓRREGOS, LAGOAS, VALAS DE IRRIGAÇÃO e CANAIS onde haja segurança e boa alimentação. A
TEMPERATURA MÉDIA de muitas regiões do Brasil É FAVORÁVEL à proliferação de caramujos.

A TRANSMISSÃO ocorre quando o indivíduo, hospedeiro definitivo (HOMEM), infectado ELIMINA OS OVOS do verme por meio
das fezes humanas. Em contato com a água, os ovos ECLODEM e LIBERAM LARVAS que infectam os (CARAMUJOS), hospedeiros
intermediários que vivem nas águas doces. Após 4 semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de cercarias e ficam livres
nas águas naturais. A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com água doce infectada.

SINTOMAS: A esquistossomose é geralmente assintomática, nos dois primeiros MESES de infecção. Depois, ela passa a se dividir
em DUAS FASES: A FASE AGUDA: Coceiras e alergias na pele; – Febre; – Dor no corpo; – Calafrios; – Falta de apetite; – Fadiga e
prostração; – Emagrecimento; – Tosse; – Diarreias – Náuseas e vômitos. / A FASE CRÔNICA: o paciente que possui
esquistossomose pode apresentar DIARREIA e PRISÃO DE VENTRE de forma alternada. Conforme a esquistossomose CRÔNICA
evolui, sintomas mais perigosos podem surgir, como: – Aumento do fígado e do baço; – Cirrose; – Tonturas; – Coceira constante no
ânus; – Impotência sexual; – Emagrecimento; – Hipertensão pulmonar; – Hemorragias – Abdômen distendido e inchaço, que são
considerados a principal característica da BARRIGA D’ÁGUA.

LEPTOSPIROSE:
A leptospirose é uma doença INFECCIOSA FEBRIL de INÍCIO ABRUPTO, transmitida ao homem pela URINA DOS ROEDORES,
principalmente por ocasião das ENCHENTES. A doença é causada por uma bactéria chamada LEPTOSPIRA, presente na urina de
ratos e outros animais (bois, porcos, cavalos, cabras, ovelhas e cães também podem adoecer e, eventualmente, transmitir a
leptospirose ao homem). A doença apresenta elevada incidência em determinadas áreas, ALTO CUSTO HOSPITALAR e perdas de
dias de trabalho, além do risco de LETALIDADE, que pode chegar a 40% nos casos mais graves. Sua ocorrência está relacionada às
PRECÁRIAS CONDIÇÕES de INFRAESTRUTURA e SANITÁRIA e alta infestação de roedores infectados. SINONÍMIA: Doença de Weil,
síndrome de Weil, febre dos pântanos, febre dos arrozais, febre outonal, doença dos porqueiros, tifo canino e outras. Atualmente,
evita-se a utilização desses termos, por serem passíveis de confusão. IMPORTANTE: As inundações propiciam a disseminação e a
persistência do agente causal no ambiente, facilitando a ocorrência de surtos.

Trata-se de ZOONOSE de grande importância social e econômica por apresentar elevada incidência em determinadas áreas, alto
custo hospitalar e perdas de dias de trabalho bem como por sua letalidade, que pode chegar a até 40% dos casos mais graves.
Sendo RESERVATÓRIO constituído pelos ROEDORES sinantrópicos (domésticos) das espécies RATTUS NORVEGICUS (ratazana ou
rato-de-esgoto), RATTUS RATTUS (rato de telhado ou rato preto) e MUS MUSCULUS (camundongo ou catita)

Os sintomas da doença incluem, FEBRE ALTA, CALAFRIOS, DOR DE CABEÇA, DORES MUSCULARES (PRINCIPALMENTE
PANTURRILHAS), NÁUSEAS, VÔMITOS, OLHOS AVERMELHADOS. Podem também ocorrer diarreia e tosse.

PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA: Realizar a limpeza retirando a ÁGUA e LAMA, e depois DESINFECTAR com ÁGUA SANITÁRIA ou
utilizar HIPOCLORITO de SÓDIO, ARMAZENAR LIXO em SACOS PLÁSTICOS e em RECIPIENTES BEM TAMPADOS para coleta,
REALIZAR a LIMPEZA dos QUINTAIS, ARMAZENAR os ALIMENTOS em LUGARES PROTEGIDOS dos RATOS, EVITAR CONTATO com
ÁGUA PROVENIENTE de ENCHENTES e ESGOTO, FECHAR OS BURACOS EXISTENTES NAS PAREDES.

ALERTA para VIGILÂNCIAS EPIDEMIOLÓGICAS: Em situações emergenciais em todos os anos, nos meses de verão, uma das
principais ocorrências epidemiológicas após as inundações é o aumento do número de casos de leptospirose. Diante disso, visando
alertar as vigilâncias epidemiológicas das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, sobre condutas em situações de desastres
naturais como enchentes, a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS) informa:

Em situações de desastres naturais como enchentes, os indivíduos ou grupos de pessoas que entraram em contato com lama ou
água, por elas contaminadas, podem se infectar e manifestar sintomas da doença. Nos desastres naturais, as seguintes
recomendações devem ser adotadas: Divulgar informes sobre o risco de leptospirose para a população exposta à enchente; /
Divulgar informes sobre a necessidade de avaliação médica para todo indivíduo exposto a enchente que apresente febre, mialgia,
cefaléia ou outros sintomas clínicos no período de até 30 dias após contato com lama ou águas de enchente; / Divulgar informes
sobre medidas potenciais para evitar novas ou continuadas exposições a situações de risco de infecção; / Alertar os profissionais
de saúde sobre a possibilidade de ocorrência da doença na localidade de forma a aumentar a capacidade diagnóstica; / Manter
vigilância ativa para identificação oportuna de casos suspeitos de leptospirose, tendo em vista que o período de incubação da
doença pode ser de 1 a 30 dias (média de 5 a 14 dias após exposição); Notificar todo caso suspeito da doença, para o
desencadeamento de ações de prevenção e controle; Realizar tratamento oportuno de todo caso suspeito.

No Brasil, a leptospirose é uma doença endêmica, tornando- -se epidêmica em períodos chuvosos, principalmente nas capitais e
áreas metropolitanas, devido às enchentes associadas à aglomeração populacional de baixa renda, às condições inadequadas de
saneamento e à alta infestação de roedores infectados. Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras, como
trabalhadores em limpeza e desentupimento de esgotos, garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de animais,
pescadores, militares e bombeiros, dentre outros. Contudo, a maior parte dos casos ainda ocorre entre pessoas que habitam ou
trabalham em locais com infraestrutura sanitária inadequada e expostas à urina de roedores. Existem registros de leptospirose em
todas as unidades da federação, com um maior número de casos nas regiões sul e sudeste.

A doença apresenta uma letalidade média de 9%. Entre os casos confirmados, o sexo masculino com faixa etária entre 20 e 49 anos
estão entre os mais atingidos, embora não exista uma predisposição de gênero ou de idade para contrair a infecção. Quanto às
características do local provável de infecção (LPI), a maioria ocorre em área urbana, e em ambientes domiciliares.

MALARIA:
Malária também conhecida como PALUDISMO, MALEITA, IMPALUDISMO e FEBRE TERÇÃ, doença infecciosa FEBRIL AGUDA
causada por parasita unicelular transmitida por mosquitos e provocada por PROTOZOÁRIOS PARASITÁRIOS do gênero
PLASMODIUM. A doença é geralmente transmitida através da picada de uma fêmea infectada do mosquito ANOPHELES, a qual
introduz no sistema circulatório do hospedeiro os microorganismos presentes na sua SALIVA, os quais se depositam no FÍGADO,
onde MATURAM e se REPRODUZEM. A malária manifesta-se através de sintomas como FEBRE e DORES DE CABEÇA, que em casos
graves podem progredir para COMA ou MORTE. A doença encontra-se disseminada em regiões TROPICAIS e SUBTROPICAIS ao
longo de uma larga faixa em redor do equador, englobando grande parte da África subsariana, Ásia e América. Existem cinco
espécies de PLASMODIUM capazes de INFECTAR e de serem transmitidas entre SERES HUMANOS. A grande maioria das mortes é
provocada por P. FALCIPARUM e P. VIVAX, enquanto que as P. ovale e P. malariae geralmente provocam uma forma menos
agressiva de malária e que raramente é fatal. A espécie ZOONÓTICA P. knowlesi, prevalente no sudeste asiático, provoca malária
em macacos, podendo também provocar infeções graves em seres humanos.

A malária é prevalente em regiões tropicais e subtropicais devido à CHUVA ABUNDANTE, TEMPERATURA QUENTE e grande
quantidade de ÁGUA ESTAGNADA, o que proporciona HABITATS IDEAIS para as larvas do mosquito.

A transmissão da doença pode ser combatida através da PREVENÇÃO DAS PICADAS de mosquito, usando REDES MOSQUITEIRAS ou
REPELENTES DE INSETOS, ou através de medidas de erradicação, como o uso de inseticidas ou o escoamento de águas estagnadas.

A malária está ASSOCIADA com a POBREZA e pode ser um entrave significativo ao desenvolvimento econômico. NÃO existe
VACINA EFICAZ contra a malária, apesar de haver esforços no sentido de desenvolver uma. Estão disponíveis diversos
medicamentos para prevenção da malária em viajantes que se desloquem a países onde a doença seja endêmica. Estão também
disponíveis uma série de medicamentos anti-maláricos.

RAIVA:
A raiva é uma ANTROPOZOONOSE, doença infecciosa viral agudado do SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC), que acomete todos os
mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma ENCEFALITE PROGRESSIVA e AGUDA com LETALIDADE de
aproximadamente 100%. Ainda nos dias atuais, a raiva representa um SÉRIO PROBLEMA de saúde pública e produz grandes
prejuízos econômicos à pecuária. É causada pelo VÍRUS do gênero LYSSAVÍRUS, da família RABHDOVIRIDAE.

A raiva é de EXTREMA IMPORTÂNCIA para saúde pública, devido a sua LETALIDADE de aproximadamente 100%, por ser uma
doença passível de eliminação no seu CICLO URBANO (transmitido por cão e gato) e pela existência de MEDIDAS EFICIENTES de
PREVENÇÃO, como a VACINAÇÃO HUMANA e ANIMAL, a disponibilização de SORO ANTIRRÁBICO HUMANO, a realização de
BLOQUEIO de FOCO, entre outras.

A raiva é TRANSMITIDA ao homem pela SALIVA de ANIMAIS INFECTADOS, principalmente por meio da MORDEDURA, podendo ser
transmitida também pela ARRANHADURA e/ou LAMBEDURA desses animais. O período de INCUBAÇÃO é variável entre as
espécies, desde DIAS até ANOS, com uma MÉDIA de 45 DIAS no SER HUMANO, podendo ser mais curto em crianças.

O período de incubação está relacionado à LOCALIZAÇÃO, EXTENSÃO e PROFUNDIDADE da MORDEDURA, ARRANHADURA,


LAMBEDURA ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da PROXIMIDADE da porta de entrada com o cérebro e troncos
nervosos; CONCENTRAÇÃO de partículas virais inoculadas e CEPA VIRAL. Nos CÃES e GATOS, a eliminação de vírus pela saliva
ocorre de 2 a 5 DIAS antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de
transmissibilidade). A MORTE DO ANIMAL acontece, em MÉDIA, entre 5 e 7 DIAS após a apresentação dos sintomas.

Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em ANIMAIS SILVESTRES. Entretanto, sabe-se que os
QUIRÓPTEROS (morcegos), PODEM ALBERGAR o vírus por LONGO PERÍODO, sem sintomatologia aparente.
Após o PERÍODO DE INCUBAÇÃO, surgem os SINAIS e SINTOMAS CLÍNICOS inespecíficos (pródromos) da raiva, que duram em
MÉDIA de 2 a 10 DIAS. Nesse período, o paciente apresenta: MAL-ESTAR GERAL; PEQUENO AUMENTO DA TEMPERATURA;
ANOREXIA; CEFALÉIA; NÁUSEAS; DOR DE GARGANTA; ENTORPECIMENTO; IRRITABILIDADE; INQUIETUDE; ANGUSTIA.

Podem ocorrer LINFOADENOPATIA, HIPERESTESIA e PARESTESIA no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura,
e alterações de comportamento.

A infecção da raiva PROGRIDE, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como: ANSIEDADE e HIPEREXCITABILIDADE
CRESCENTE; FEBRE; DELÍRIOS; ESPASMOS MUSCULARES INVOLUNTÁRIOS, generalizados, e/ou CONVULSÕES.

A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de PREVENÇÃO é a VACINAÇÃO PRÉ ou PÓS EXPOSIÇÃO.
Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana,
baseado na INDUÇÃO de COMA PROFUNDO, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, é importante
salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetido ao protocolo sobrevivem.

A profilaxia PRÉ-EXPOSIÇÃO deve ser INDICADA PARA PESSOAS COM RISCO de EXPOSIÇÃO PERMANENTE ao vírus da raiva,
durante ATIVIDADES OCUPACIONAIS exercidas por profissionais como: Médicos Veterinários; biólogos; profissionais de laboratório
de virologia e anatomopatologia para raiva; estudantes de Medicina Veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas
afins; Pessoas que atuam na captura, contenção, manejo, coleta de amostras, vacinação, pesquisas, investigações
ecopidemiológicas, identificação e classificação de mamíferos: os domésticos (cão e gato) e/ou de produção (bovídeos, equídeos,
caprinos, ovinos e suínos), animais silvestres de vida livre ou de cativeiro, inclusive funcionário de zoológicos; Em caso de TÍTULO
INSATISFATÓRIO, aplicar uma dose de reforço e REAVALIAR a partir do 14º dia após o reforço.

A profilaxia PÓS-EXPOSIÇÃO no caso de possível exposição ao vírus da raiva, é imprescindível a limpeza do ferimento com água
corrente abundante e sabão ou outro detergente, pois essa conduta diminui, comprovadamente, o risco de infecção. É preciso que
seja realizada o mais rápido possível após a agressão e repetida na unidade de saúde, independentemente do tempo transcorrido.

A limpeza deve ser cuidadosa, visando eliminar as sujidades sem agravar o ferimento, e, em seguida, devem ser utilizados
antissépticos como o polivinilpirrolidona-iodo, povidine e digluconato de clorexidina ou álcool-iodado. Essas substâncias deverão ser
utilizadas somente na primeira consulta. Nas seguintes, devem-se realizar cuidados gerais orientados pelo profissional de saúde, de
acordo com a avaliação da lesão. Deve-se fazer anamnese completa, utilizando-se a Ficha de Atendimento Antirrábico Humano
(Sinan), visando à indicação correta da profilaxia da raiva humana. As exposições (mordeduras, arranhaduras, lambeduras e
contatos indiretos) devem ser avaliadas pela equipe médica de acordo com as características do ferimento e do animal envolvido
para fins de indicação de conduta de esquema profilático, conforme esquema de profilaxia da raiva humana com vacina de cultivo
celular.

O esquema de profilaxia da raiva humana deve ser prescrito pelo médico ou enfermeiro, que avaliará o caso indicando a aplicação
de vacina e/ou soro. Nos casos de AGRESSÃO por CÃES e GATOS, quando possível, OBSERVAR o animal por 10 DIAS para ver se ele
MANIFESTA doença ou MORRE. IMPORTANTE: Caso o animal ADOEÇA, DESAPAREÇA ou MORRA nesse período, INFORMAR o
serviço de saúde IMEDIATAMENTE.

A VACINAÇÃO ANUAL de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que consequentemente previne também a
raiva humana. Deve-se sempre EVITAR de se aproximar de cães e gatos SEM DONOS, NÃO MEXER ou TOCÁ-LOS quando estiverem
se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. NUNCA TOCAR EM MORCEGOS ou outros ANIMAIS SILVESTRES diretamente,
principalmente quando ESTIVEREM CAÍDOS no chão ou ENCONTRADOS em SITUAÇÕES NÃO HABITUAIS.

A RAIVA HUMANA é uma doença viral aguda, progressiva e mortal, de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, individual e imediata aos
serviços de VIGILÂNCIA SANITÁRIA municipal, estadual e federal

Exceção feita aos mamíferos, não há notícia de que outra classe de animais possa transmitir o vírus da raiva. Na maior parte dos
casos, CÃES e MORCEGOS são os animais que MAIS TRANSMITEM a doença pela SALIVA carregada de vírus.

MENINGITE:
A meningite é uma INFLAMAÇÃO DAS MENINGES, membranas que envolvem o CÉREBRO e a MEDULA ESPINHAL. A meningite
pode ser causada por vírus ou por bactéria, que é mais grave. O risco de contrair meningite é maior entre crianças MENORES de 5
ANOS, ESPECIALMENTE AS MENORES DE 1 ANO, no entanto pode acontecer em qualquer idade. A meningite de origem infecciosa
pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas.

A principal forma de PREVENIR a meningite é por meio da VACINAÇÃO. No Brasil, a meningite é considerada uma doença
endêmica. Casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência
das meningites BACTERIANAS é mais comum no OUTONO-INVERNO e das VIRAIS na PRIMAVERA-VERÃO.

Na doença causada pela bactéria NEISSERIA MENINGITIDIS, além das CRIANÇAS, os ADOLESCENTES e ADULTOS JOVENS têm o risco
de adoecimento aumentado em surtos. Na meningite PNEUMOCÓCICA (causada pelo Streptococcus pneumoniae) IDOSOS e
indivíduos portadores de QUADROS CRÔNICOS ou de DOENÇAS IMUNOSSUPRESSORAS também apresentam maior risco de
adoecimento. O sexo masculino também é o mais acometido pela doença.

A maioria dos casos evoluem para cura. No entanto, é necessário assistência médica na vigência dos sintomas. A depender do
agente causador da doença, em alguns casos, podem ocorrer SEQUELAS como: SURDEZ, CRISES EPILEPSIA, DANOS CEREBRAIS,
AMPUTAÇÃO DE MEMBROS, DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM além de problemas comportamentais.

CHIKUNGUNYA:
A febre chikungunya é uma doença VIRAL transmitida pelos mosquitos AEDES AEGYPTI e AEDES ALBOPICTUS. No Brasil, a
circulação do vírus foi identificada pela primeira vez em 2014. Chikungunya significa “aqueles que se dobram” em swahili, um dos
idiomas da Tanzânia. Refere-se à aparência curvada dos pacientes que foram atendidos na primeira epidemia documentada, na
Tanzânia, localizada no leste da África, entre 1952 e 1953. O vírus Chikungunya é um alphavírus e, diferentemente do vírus da
dengue, tem um único sorotipo.

SINTOMAS: Os principais sintomas são FEBRE ALTA de início rápido, DORES INTENSAS NAS ARTICULAÇÕES dos PÉS e MÃOS, além
de DEDOS, TORNOZELOS e PULSOS. Pode ocorrer ainda DOR DE CABEÇA, dores nos MÚSCULOS e MANCHAS AVERMELHADAS NA
PELE. OBS: Não é possível ter chikungunya mais de uma vez. Depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida.

INCUBAÇÃO: Os sintomas iniciam ENTRE 2 e 12 DIAS, após a picada do mosquito. O agente etiológico Vírus Chikungunya (CHIKV),
da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. A TRANSMISSÃO é feita através da picada de insetos-vetores do gênero Aedes
(URBANO – AEDES AEGYPTI / SILVESTRE – AEDES ALBOPYCTUS) Quando infectado o mosquito o período de incubação do vírus é
de 4 a 7 dias, e a doença já começa a ser distribuída pelo inseto.

EDUCAÇÃO EM SAÚDE E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA:


Educação em saúde é um conjunto de ações que promovem conhecimentos sobre processos, comportamentos e boas práticas em
saúde. Compreende-se que os objetivos da Educação em Saúde são de desenvolver nas pessoas o senso de responsabilidade pela
sua própria saúde e pela saúde da comunidade a qual pertençam e a capacidade de participar da vida comunitária de uma maneira
construtiva. Os três principais pilares da Educação em Saúde são: Estimular a participação da população em assuntos relacionados à
saúde e à qualidade de vida; / Aumentar o interesse dos indivíduos por conhecer métodos de prevenção de doenças; / e
Possibilitar o autocuidado e a prevenção de doenças contagiosas e autoimunes na população. A educação em saúde é considerada
um meio bastante importante para ampliação do conhecimento e práticas relacionadas aos comportamentos saudáveis dos
indivíduos. Dessa forma, o estudo tem como objetivo caracterizar as produções científicas e descrever a atuação do enfermeiro nas
práticas de educação em saúde na escola. No campo profissional, a educação em saúde é fundamental para a oferta de serviços de
maneira segura e eficiente. É através do compartilhamento de informações e conhecimentos que os profissionais ganham
proficiência nas mais diversas atividades. Dos primeiros socorros ao atendimento em Unidades de Terapia Intensiva cada ação é
aprendida e aperfeiçoada mediante o acesso a novos saberes. Então, vale citar a qualificação em saúde como um dos principais
objetivos da educação em saúde.

As ações educativas em saúde são uma ferramenta de suporte ao acolhimento do paciente e acompanhantes, envolvendo-os nos
processos de recuperação do bem-estar. Esse efeito pode ser observado mesmo fora dos muros das unidades de saúde ou
instituições de educação, alcançando diversos espaços nas comunidades. Isso engloba entidades públicas e privadas, como as
empresas. Afinal, as medidas preventivas contribuem, por exemplo, na proteção à saúde do trabalhador. Confira alguns exemplos
para compreender a aplicação desse conceito em diferentes contextos de interação social. Educação em saúde no SUS. Educação
Permanente em Saúde do SUS, pautada pelo compartilhamento de experiências e conhecimentos no dia a dia. Um exemplo é a
iniciativa caminhos do cuidado, que promoveu a formação em saúde mental para agentes comunitários de saúde e auxiliares ou
técnicos em enfermagem da Atenção Básica à Saúde. Entre 2013 e 2015, 237 mil profissionais receberam capacitação em questões
técnicas referentes ao uso de crack, álcool e outras drogas, de maneira escalonada. No início, 12 pesquisadores do Instituto de
Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz) treinaram 80 orientadores, que seguiram
multiplicando os saberes com 2 mil tutores. Os tutores, por sua vez, capacitaram 237 mil agentes comunitários, auxiliares e
técnicos em enfermagem da Atenção Básica. Outra ação realizada no âmbito do SUS são as Rodas de Conversa, que viabilizam a
integração entre profissionais de diferentes níveis da atenção à saúde, pacientes, acompanhantes e cuidadores. A ideia ganha corpo
diante da construção de grupos com interesses em comum, que participam de conversas pessoalmente ou online (por vídeo) para
disseminar a troca de saberes horizontalmente – quando não se considera níveis hierárquicos. Educação em saúde ocupacional
compreende uma série de medidas voltadas à prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Fatores ligados à
organização do trabalho, ambiente, atividades exercidas e comportamento humano influenciam as condições laborais, afetando a
integridade e o bem-estar dos colaboradores. É com base nessa compreensão que surgem ações de educação popular em saúde,
combinando diversas iniciativas. Geralmente, elas partem de atores como movimentos sociais, profissionais de saúde, professores
e pesquisadores de universidades, educadores populares e agentes populares de saúde. Um exemplo está na disseminação de
hábitos saudáveis usando meios de comunicação de larga escala com grande adesão popular, como o rádio. É comum que
programas transmitidos por rádios comunitárias ou mesmo as comerciais contem com a colaboração de profissionais de saúde,
além de permitirem contribuições do público.

MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO:


Meio ambiente envolve todas as coisas vivas e não-vivas que ocorrem na Terra, ou em alguma região dela, que afetam os
ecossistemas e a vida dos humanos. O meio ambiente pode ter diversos conceitos, que são identificados por seus componentes. Na
ecologia, o meio ambiente é o panorama animado ou inanimado onde se desenvolve a vida de um organismo. No meio ambiente
existem vários fatores externos que têm uma influência no organismo. A ecologia tem como objeto de estudo as relações entre os
organismos e o ambiente envolvente. Meio ambiente é um conjunto de unidades ecológicas que funcionam como um sistema
natural, e incluem toda a vegetação, animais, microorganismos, solo, rochas, atmosfera e fenômenos naturais que podem ocorrer
em seus limites. Meio ambiente também compreende recursos e fenômenos físicos como ar, água e clima, assim como energia,
radiação, descarga elétrica, e magnetismo. Para as Nações Unidas, meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos,
biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades
humanas. A preservação do meio ambiente depende muito da sensibilização dos indivíduos de uma sociedade. A cidadania deve
contemplar atividades e noções que contribuem para a prosperidade do meio ambiente. Desta forma, é importante saber instruir os
cidadãos de várias idades, através de formação nas escolas e em outros locais. No Brasil existe a PNMA, que é a Política Nacional do
Meio Ambiente. A PNMA define meio ambiente como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE: A
sustentabilidade ambiental e ecológica é a manutenção do meio ambiente do planeta Terra, é manter a qualidade de vida, manter o
meio ambiente em harmonia com as pessoas. É cuidar para não poluir a água, separar o lixo, evitar desastres ecológicos, como
queimadas, desmatamentos. O próprio conceito de sustentabilidade é para longo prazo, significa cuidar de todo o sistema, para que
as gerações futuras possam aproveitar. MEIO AMBIENTE E RECICLAGEM: A reciclagem é um processo de elevada relevância para a
preservação do meio ambiente. Através da reciclagem, é possível diminuir a poluição do ar, água e solo. O grande desafio na área da
reciclagem é conseguir educar os cidadãos para que compreendam que cada esforço, por mais pequeno que seja, tem um impacto
positivo no meio ambiente envolvente. MEIO AMBIENTE E SOCIOLOGIA: No âmbito da sociologia, o meio ambiente é o conjunto de
todos os fatores materiais ou imateriais que afetam o indivíduo e que vão desde a paisagem até a mentalidade da época. Os
sociólogos partidários da teoria do meio ambiente consideram o indivíduo como produto das suas relações sociais. SANEAMENTO
BÁSICO: é o conjunto de medidas adotadas em uma região, em uma cidade, para melhorar a vida e a saúde dos habitantes
impedindo que fatores físicos de efeitos nocivos possam prejudicar as pessoas no seu bem-estar físico mental e social. O
abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, a limpeza urbana, o manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais
são o conjunto de serviços de infraestruturas e instalações operacionais que vão melhorar a vida da comunidade. É importante a
preocupação dos governantes garantirem o bem estar e a saúde da população desde que também sejam tomadas medidas para
educar a comunidade para a conservação ambiental. SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL: Um dos problemas mais graves nas
grandes periferias do Brasil é justamente a falta do saneamento básico e é este um dos fatores mais importantes da saúde porquê
de acordo com o meio onde vivem podem contrair e transmitir muitas doenças, inclusive por exemplo, doenças respiratórias,
vermes e tantas outras. Portanto o acesso à água potável e algumas condições de higiene, muitas doenças podem ser evitadas
diminuindo assim o custo com tratamentos. SANEAMENTO BÁSICO E SAÚDE: A Organização Mundial de Saúde define o
saneamento básico como “o controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeito deletério
sobre o seu bem-estar físico, mental ou social”. O saneamento básico tem como o seu principal objetivo zelar pela saúde do ser
humano, tendo em conta que muitas doenças podem se desenvolver quando há um saneamento precário. Assim, as MEDIDAS DE
PREVENÇÃO que visam promover a saúde do Homem, são as seguintes: - Abastecimento de água; - Manutenção do sistemas de
esgotos; - Coleta, remoção e destinação final do lixo; - Drenagem de águas pluviais; - Controle de insetos e roedores; - Saneamento
dos alimentos; - Controle da poluição ambiental; - Saneamento da habitação, dos locais de trabalho e de recreação; - Saneamento
aplicado ao planejamento territorial. PLANO NACIONAL DE SANEAMENTO BÁSICO: Com o advento da Lei nº 11.445/07, foi cunhado
o conceito de saneamento básico como o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem de águas pluviais urbanas. O PACTO PELO
SANEAMENTO BÁSICO: O Pacto pelo Saneamento básico tem o propósito de buscar a adesão e o compromisso de toda a sociedade
por meio dos segmentos representados no Conselho das Cidades (Poder Público, empresários, trabalhadores, movimentos sociais,
ONGs e Academia e Pesquisa), bem como dos prestadores de serviços e outros órgãos responsáveis pelo Saneamento Básico, em
relação aos eixos e estratégias e ao processo de elaboração e implementação do PLANSAB. O Pacto deve estabelecer um ambiente
de confiança e compromisso, pautado pelo entendimento na construção de caminhos e soluções para a universalização do acesso
ao Saneamento Básico e à inclusão social. E visa mobilizar os diversos segmentos da sociedade na construção do Plano, em 2009, e
no engajamento para o alcance dos objetivos e metas do PLANSAB. FALTA DE SANEAMENTO BÁSICO: A falta de saneamento básico
é causa direta de muitas doenças e mortes em todo o mundo. Os países mais pobres são os mais atingidos pela falta de serviços
básicos, como água tratada, esgoto encanado e destinação correta do lixo, o que acaba interferindo diretamente na qualidade e
expectativa de vida da população e no seu respectivo desenvolvimento. Números alarmantes apontam que todos os anos em torno
de 3,5 milhões de pessoas morrem por falta de acesso à água potável e a condições mínimas de saneamento. Na grande maioria dos
casos, os mais afetados pela falta de saneamento básico acabam sendo as crianças, em geral as menores de cinco anos de idade,
que não sobrevivem aos quadros de diarreias fortíssimos. Em todo o mundo, anualmente, cerca de 1,4 milhões de crianças morrem
em decorrência da diarreia relacionada à falta de saneamento. Muitas outras DOENÇAS ASSOCIADAS A FALTA DE SANEAMENTO
BÁSICO: esquistossomose, febre amarela, febre paratifoide, amebíase, ancilostomíase, ascaridíase, cisticercose, cólera, dengue,
disenterias, elefantíase, malária, poliomielite, teníase e tricuríase, febre tifóide, giardíase, hepatite, infecções na pele e nos olhos
e leptospirose. É importante salientar que para reduzir a ocorrência dessas doenças, é fundamental que a população tenha acesso
as condições mínimas de saneamento, com água e esgoto tratados corretamente, destinação e tratamento adequado do lixo, assim
como serviços de drenagem urbana, instalações sanitárias corretas e educação para a promoção de hábitos saudáveis de higiene.

ARMAZENAMENTO DE LIXO ATERRO E SANITÁRIO:


O lixo gerado pelos diversos segmentos da sociedade pode ser classificado de acordo com sua composição (características físicas) e
destino. Esta classificação é muito importante, pois facilita a coleta seletiva, reciclagem e definição do destino mais apropriado.
Logo, são informações de muito valor para a preservação do meio ambiente e manutenção da saúde das pessoas. LIXO ORGÂNICO -
É o lixo derivado dos resíduos orgânicos. São gerados principalmente nas residências, restaurantes e estabelecimentos comerciais
que atuam na área de alimentação. Devem ser separados dos outros tipos de lixo, pois são destinados, principalmente, aos aterros
sanitários das cidades. EX.: cascas de frutas e legumes; restos de verduras, de arroz e de feijão; restos de carnes e ovos. / LIXO
RECICLÁVEL - É todo lixo material que pode ser utilizado no processo de transformação de outros materiais ou na fabricação de
matéria-prima. São gerados nas residências, comércios e indústrias. Devem ser separados e destinados a coleta seletiva. São
usados por cooperativas e empresas de reciclagem. A separação para a reciclagem deste tipo de resíduo sólido é de extrema
importância, pois além de gerar empregos e renda, também contribuí para o meio ambiente. Isto ocorre, pois este lixo não vai gerar
poluição em rios, solo e mar. EX.: embalagens de plástico, papelão, potes de vidro, garrafas PET, jornais e revistas usadas e
objetos de metal. São os resíduos, principalmente sólidos, originários no processo de produção das indústrias. Geralmente é
composto por sobras de matérias-primas, destinados à reciclagem ou reuso no processo industrial. Exemplos: retalhos de tecido,
sobras e retalhos de metal, embalagens de matéria-prima, sobras de vidro e etc. LIXO HOSPITALAR - São os resíduos originados em
hospitais e clínicas médicas. São perigosos, pois podem apresentar contaminação e transmitir doenças para as pessoas que tiverem
contato. Devem ser tratados segundo padrões estabelecidos, com todo cuidado possível. São destinados para empresas
especializadas no tratamento deste tipo de lixo, onde geralmente são incinerados. Exemplos: curativos, seringas e agulhas usadas,
material cirúrgico usado, restos de medicamentos e até mesmo partes do corpo humano extraídos em procedimentos cirúrgicos.
LIXO COMERCIAL - É aquele produzido pelos estabelecimentos comerciais como, por exemplo, lojas de roupas, brinquedos e
eletrodomésticos. Este lixo é quase totalmente destinado à reciclagem, pois é composto, principalmente, por embalagens plásticas,
papelão e diversos tipos de papéis. LIXO VERDE - É aquele que resulta, principalmente, da poda de árvores, galhos, troncos, cascas e
folhas que caem nas ruas. Por se tratar de matéria orgânica, poderia ser utilizado para compostagem, produção de adubo orgânico e
até confecção de objetos de artesanato. Infelizmente, no Brasil, ele é destinado quase exclusivamente aos aterros sanitários. LIXO
ELETRÔNICO - São os resíduos gerados pelo descarte de produtos eletroeletrônicos que não funcionam mais ou que estão muito
superados. Exemplos: televisores, rádios, impressoras, computadores, geladeiras, micro-ondas, telefones e etc. LIXO NUCLEAR - É
aquele que é gerado, principalmente, pelas usinas nucleares. É um lixo altamente perigoso por se tratar de elemento radioativo.
Devem tratados seguindo padrões rigorosos de segurança. Exemplos: sobras de urânio utilizados em usinas nucleares e elementos
radioativos que compõem aparelhos de raio-x. COLETA SELETIVA E RECICLAGEM: Quando pensamos nos tipos de materiais
descartados, a coleta seletiva é a melhor alternativa. Para tanto, os contentores são divididos por cores, os quais indicam o tipo de
lixo a ser depositado: [Azul=Papéis / Verde=Vidros / Vermelho=Plásticos / Amarelo=Metais / Marrom=Resíduos orgânicos /
Preto=Madeiras / Cinza=Materiais não reciclados / Branco=Lixos hospitalares / Laranja=Resíduos perigosos / Roxo=Resíduos
radioativos.] Esse processo de separação tem sido uma das mais importantes alternativas para diminuir a poluição e ainda
permitir a reciclagem de diversos tipos de materiais: plástico, vidro, papel, dentre outros. Lembre-se que a reciclagem é uma forma
sustentável de reaproveitamento de materiais usados que são transformados em novos. Assim, ela tem possibilitado a diminuição
do acúmulo de lixo de diversas naturezas. RECICLAGEM: É um conjunto de técnicas cuja finalidade é aproveitar os resíduos e
reintroduzi-los no ciclo de produção. A reciclagem de resíduos proporciona VÁRIAS VANTAGENS para as empresas em relação à
utilização de matérias primas naturais: Reduz o volume de extração de matérias primas, reduz o consumo de energia, emitem
menos poluentes e melhora a saúde e segurança da população. A maior vantagem da reciclagem é a preservação dos recursos
naturais, prolongando sua vida útil e reduzindo a destruição do meio ambiente. Em países desenvolvidos na Europa e na América do
Norte, a reciclagem é vista pela iniciativa privada, como um mercado rentável. Muitas empresas dessas nações investem em
pesquisa e tecnologia para aumentar a qualidade do produto reciclado e proporciona maior eficiência do sistema produtivo. As
principais razões que motivam estes países a reciclarem seus rejeitos industriais é o fato que as reservas de matérias primas naturais
estão se esgotando e, também, devido ao aumento do volume de resíduos sólidos que degradam os recursos naturais. Abaixo
listamos alguns exemplos de resíduos que podem ser reciclados e utilizados como matéria prima: - VIDRO: potes de alimentos
(azeitonas, milho, requeijão, etc.), garrafas, frascos de medicamentos, cacos de vidro. - PAPEL: jornais, revistas, folhetos, caixas de
papelão, embalagens de papel. - METAL: latas de alumínio, latas de aço, pregos, tampas, tubos de pasta, cobre, alumínio. -
PLÁSTICO: potes de plástico, garrafas PET, sacos plásticos, embalagens e sacolas de supermercado. - EMBALAGENS LONGA VIDA: de
leite, de tomate, de sucos, etc. A reutilização de resíduos também é uma forma de utilização do resíduo como matéria prima. A
reutilização de resíduos prolonga a vida útil dos materiais. Produtos reutilizados devem possuir uma indicação de quantos ciclos de
produção podem passar sem alterar suas características e qualidade. Para o setor alimentício, durante a reutilização de certos
produtos é necessário tratamento antes de sua reintegração no setor de produção. O setor que mais reutiliza resíduo como matéria
prima é o setor de embalagem. Exemplos: garrafas de cervejas e refrigerantes que possuem vida útil em torno de um ano a 25
lavagens. Depois desse tempo, as garrafas precisam ser recicladas para a fabricação de novas garrafas. Os resíduos de construção
civil após passar por triagem e serem reduzidos em seu tamanho podem ser reutilizados para a construção. A IMPORTÂNCIA NO
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS: O gerenciamento dos resíduos deve ser conduzido de forma adequada. A aplicação de boas
práticas na coleta, no armazenamento, no transporte evitam perdas na qualidade possibilitando que as empresas possam destinar
adequadamente o resíduo. A gestão adequada é o primeiro passo para que as empresas contribuam para um meio ambiente
saudável.

CONTROLE DE ROEDORES:
A presença do roedor em áreas urbanas e rurais GERA AGRAVOS ECONÔMICOS E SANITÁRIOS de relevância ao homem. O roedor
participa da cadeia epidemiológica de pelo menos 30 DOENÇAS transmitidas ao homem. LEPTOSPIROSE, PESTE e as HANTAVIROSES
são doenças de importância epidemiológica no Brasil por eles transmitidas. Ocorrem, em média, cerca de 3.200 casos de
Leptospirose humana no país anualmente, com letalidade em torno de 12%. Já os casos de Síndrome Pulmonar por Hantavírus vêm
ocorrendo no país desde 1993, com alta letalidade tendo o roedor silvestre como reservatório. O Centro Nacional de Epidemiologia
(Cenepi) da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) disponibiliza este Manual de Controle de Roedores aos profissionais e técnicos
que atuam na vigilância epidemiológica e ambiental de doenças transmitidas por roedores, especialmente dos Centros de Controle
de Zoonoses, visando fornecer subsídios para o planejamento, a operacionalização e avaliação de programas de controle de
roedores nos municípios brasileiros. A importância da participação e o envolvimento da população pela educação em saúde
também são abordados neste manual, além de oferecer noções de manejo ambiental para a efetividade das ações propostas. A
população deve ser a principal parceira em um programa de controle de roedores. Deverá receber, portanto, de forma organizada
e continuada, as informações sobre procedimentos e atitudes que inviabilizem a livre proliferação de roedores em seus domicílios e
peridomicílios e dos resultados obtidos pelo programa. A forma mais inadequada e onerosa de combater roedores é a realização de
campanhas de desratização em períodos críticos, só pela aplicação de raticidas. A determinação da área de controle deverá
privilegiar sempre a implantação do sistema como um todo, evitando a pulverização de recursos que impedirá a consolidação dos
resultados a serem alcançados. As ações estratégicas para o controle de roedores podem envolver: a) A comunidade, a população,
as instituições governamentais e particulares que atuam direta ou indiretamente na área de zoonoses e meio ambiente, devem
participar desde o início do processo de implantação, execução até a avaliação das ações de controle de roedores. b) A sociedade
civil organizada - diversos problemas sanitários ultrapassam a esfera de ação do setor saúde, demandando ações entre o setor
saúde e outros setores do governo (hospitais, laboratórios, centros de vigilância epidemiológica, secretarias de saúde, centros de
zoonoses, IBGE), entidades privadas, sociedades organizadas (sindicatos, associações, conselhos, igrejas, movimentos da sociedade
civil, ONG’s), prefeituras, secretaria de obras do município ou região, urbanismo, planejamento ou similares, autoridades que detêm
o poder decisório nas organizações ou capacidade de influir nas decisões, além dos mais diversos segmentos da sociedade, que
atuam direta ou indiretamente na área de zoonoses e meio ambiente na busca de melhores condições ambientais, de saúde e vida.
c) Os meios de comunicação - é imprescindível identificar e buscar as fontes oficiais e não oficiais de informação e divulgação. A
produção e a disponibilização dos conhecimentos, a criação de um canal de acesso das informações de forma simplificada para
serem assimiladas e apropriadas, tanto pelos que lideram as políticas públicas como pela população, têm enorme importância para
que possam agir no sentido da redução dos riscos de adoecer, na boa gestão ambiental e na formação da consciência pública. É
necessário, então, estabelecer um programa permanente de controle de roedores a partir de um diagnóstico da ocorrência de
doenças, prejuízos econômicos e incômodos na área geográfica considerada. A organização do programa deverá basear-se nas
características da área-alvo e no levantamento correto de dados, que permitirão definir a metodologia mais adequada para sua
implantação em caráter permanente. Representa, pois, um grande desafio para a administração do controle de roedores, a busca
das parcerias relevantes, considerando que diversos problemas sanitários ultrapassam a esfera de ação do setor saúde. Esta
parceria é de fundamental importância na escolha da área, no diagnóstico, no controle de roedores, na educação em saúde e
ambiental, na execução de medidas de combate, nos instrumentos de avaliação. Estes servirão como prognóstico e embasamento
para o poder público investir na redução sistemática dos índices de infestação murina e, consequentemente, dos prejuízos gerados
pelo roedor. Os profissionais precisam estar capacitados para identificar o problema, definir e redefinir necessidades, adaptar
estratégias locais, realizar um planejamento participativo, levando em conta as diferenças em seus sistemas locais, culturais,
econômicos, e desta forma, selecionando tecnologias pertinentes, avaliando o processo e os efeitos das intervenções planejadas. As
ações que visam a proteger a população eliminando os roedores das áreas identificadas devem ser o alvo para a educação em
saúde, pela utilização de uma metodologia que vise a participação, a reflexão, o debate para a auto- transformação das pessoas,
voltadas para a conquista, o compromisso e a manutenção do direito ao ambiente ecologicamente equilibrado. Desta forma, o
presente manual dispõe de informações técnicas visando à uniformização de ações, atendendo à demanda dos profissionais que
atuem em controle de roedores, a fim de que realizem ações eficazes, diminuindo, assim, o risco de transmissão de zoonoses ao
homem por roedores. O CONTROLE BIOLÓGICO: Ao longo da história, algumas tentativas de controle biológico dos roedores já
foram feitas. Entre elas, no final do século XIX, a utilização de bactérias que fossem letais aos roedores, tendo a escolha recaído
inicialmente sobre a Salmonella typhimurium, responsável pelo tifo murino (ou paratifo); o resultado foi que em pouco tempo a
população de ratos foi auto-selecionando uma linhagem imune ao paratifo e por meio deles essa salmonela espalhou-se pelo
mundo afetando animais domésticos e chegando até o homem. Uma segunda tentativa foi feita com a Salmonella enteritides(de
Gartner), com resultados igualmente desastrosos em virtude de sua inespecificidade, causando surtos enormes de salmoneloses
entre os seres humanos. Em 1907 o imunologista japonês Shibayana já dava o alarme sobre esse risco, mas foi apenas a partir de
1936 que os países começaram a proibir o emprego de salmonelas como raticidas. Recentemente, a partir de certas experiências
cubanas, determinadas cepas atenuadas de salmonelas têm sido associadas à warfarina no combate aos roedores. Segundo parecer
da OPAS/HCP/HCV/V5/28/15/1125/98 de 30/11/1998 relativo ao uso de Rodenticida Biológico, “...presume-se que todas as cepas
de Salmonella sorotipo enteritidis são patógenas ao homem.... A tomada de decisão deve levar em conta que há outras alternativas
como raticidas anticoagulantes de segunda geração. Além disso, o controle de roedores não é eficaz somente mediante o uso de
raticidas, desde que se mantenham as condições propícias para a sua instalação e reprodução”. Tem sido estudada a esterilização
como método alternativo no combate aos roedores, por meio de utilização de quimioesterilizantes ou radiações. A esterilização dos
roedores machos foi abandonada porque as fêmeas em cio, na maioria das espécies, acasalam com mais de um macho, o que evita
a consangüinidade, garantindo a variação do patrimônio genético para a prole. Desta forma, suas chances de acasalar com um
macho não esterilizado é grande. As substâncias quimioesterilizantes já estudadas para as fêmeas, além de produzirem resultados
extremamente variados (e portanto não confiáveis como método), têm seu sabor facilmente detectável pelos roedores que passam
a evitar as iscas às quais essas substâncias tenham sido adicionadas. É inevitável que ao se pensar em controle biológico aplicado a
ratos, pense-se em gatos. Atávicos inimigos, essas duas espécies convivem de forma antagônica desde tempos imemoriais e esses
felinos domésticos desenvolveram habilidades notáveis que os tornaram os predadores naturais mais importantes dos ratos e
camundongos. Animais de hábitos igualmente noturnos, os gatos localizam com facilidade os roedores (graças à visão noturna de
que são dotados e seu faro apurado), aproximam-se de forma sorrateira e, pelo bote final certeiro capturam sua presa e matam-na
para dela se alimentar. Todavia, ainda que os gatos conservem seu instinto caçador e possam se constituir assim num forte
elemento de pressão sobre uma população de roedores de uma dada área, é fato que tornaram-se mais indolentes e menos
dispostos a tais práticas, já que são alimentados à fartura pelos humanos. Na prática, apenas os gatos rueiros ainda conservam seus
instintos plenos e os exercitam constantemente. Todavia, utilizá-los de forma maciça como método de controle da população
murina, é medida arriscada em virtude do próprio potencial de transmissão zoonótica que os felinos domésticos possuem, ou seja,
eles são capazes de transmitir doenças à espécie humana como a raiva e a toxoplasmose. COMO DISGNOSTICAR O PROBLEMA
ROEDOR: A escassez de recursos existentes na maioria dos municípios brasileiros exige justificativas muito bem fundamentadas, a
fim de que as autoridades locais sejam sensibilizadas para a necessidade da implantação de um programa de controle de roedores.
Um diagnóstico detalhado do problema “roedores” deverá ser feito, apresentando-se as razões que justifiquem o investimento
necessário à implantação do referido programa. Para tal é importante que os seguintes passos sejam seguidos: IDENTIFICAÇÃO E
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO. As informações sobre as condições geográficas, climáticas e de infraestrutura básica da
localidade a ser trabalhada deverão ser consideradas para se caracterizar a área-problema. LEVANTAMENTO DOS PROBLEMAS
CAUSADOS POR ROEDORES à população e à economia do município .

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