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Introdução a parasitologia:

conceitos gerais
ME ANDRÉIA SANTA RITA MACHADO
Parasitologia

Conceito Objetivo -Identificar os processos


de desenvolvimento de
É a especialidade da epidemias parasitárias;
biologia que estuda os
parasitas, os seus -Criar métodos de
hospedeiros e relações profilaxia de doenças
entre eles. causadas pelos parasitas
(tanto em seres humanos
quanto em animais);

Desenvolver diagnósticos
Parasito + logia (estudo)
e tratamentos.
Parasitos → Reino Protista

▪ São eucariontes.
▪ Unicelulares (podem formar colônias)
ou pluricelulares (algas).
▪ Autotróficos ou heterotróficos.
▪ Reprodução sexuada ou assexuada.
▪ Doenças: Parasitoses
GRUPOS DE INTERESSE EM SERES HUMANOS

Protozoários
Estão incluídos em cinco grandes filos:

✓Protozoa (animais unicelulares),


Helmintos
✓Platyhelminthes (vermes achatados),

✓Nematoda (vermes redondos),

✓Acantocephala (vermes arredondados, com pseudo- Artrópodas


segmentação e apresentando uma probóscida armada de ganchos)

✓Arthropoda (insetos e ácaros em geral).


PROTOZOÁRIOS

➢ Pertencem ao Reino Protista;

➢ Unicelulares;

➢ Eucariontes;

➢ Heterótrofos → alimentação por englobamento ou


absorção;
➢ Vida livre, mutualistas, comensais e parasitas

➢ Troca gasosa e excreção: Difusão simples


HELMINTOS

➢ É o ramo da zoologia que estuda os vermes, muitos dos

quais são parasitos que vivem em um organismo vivo ou são de vida livre;

➢ O campo da helmintologia engloba todas as formas de helmintos parasitos de humanos,


animais e plantas e todos os aspectos da interação entre os helmintos e seus hospedeiros;

➢ Os helmintos têm importância tanto na saúde pública quanto na produção e saúde animal;

➢ Corpo alongado e desprovidos de apêndices;

➢ O termo verme é empregado tanto para os vermes planos como para os cilíndricos lisos ou
cilíndricos segmentados.
ARTRÓPODES
• A principal característica que
diferencia os artrópodes dos demais
Culex invertebrados são as patas articuladas;
Carrapato • Esse grupo inclui animais: aranha,
mosca, siri, lacraia, piolho-de-cobra,
camarão, escorpião, abelha, entre
inúmeros outros;
• O grupo dos artrópodes são
piolho pulga adaptados aos diferentes ambientes
que, atualmente, representa mais de
70% das espécies animais conhecidas.

Anopheles
fitófagos
Berne
Importância dos estudos da parasitologia
MEDIDAS PREVENTIVAS

1- PREVENÇÃO PRIMÁRIA

- Medidas que procuram impedir que o indivíduo adoeça, controlando os fatores de risco;
- Agem na fase pré-patogênica ou na fase em que o indivíduo encontra-se sadio ou suscetível;
- Podem ser primordiais (moradia adequada, saneamento ambiental, incluindo tratamento de
água, esgoto e coleta de lixo, educação, alimentação adequada, áreas de lazer) e específicas
(imunização, equipamento de segurança, uso de camisinha, proteção contra acidentes).

- Ações de controle de vetores, por interromperem os ciclos biológicos dos agentes infecciosos
na natureza;
- São medidas de prevenção primária específica → uso de inseticida para controle de insetos
transmissores de doenças parasitárias.
2. PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
- Medidas aplicáveis aos indivíduos que se encontram sob a ação do agente patogênico (fase subclínica
ou clínica).
- Estas medidas procuram impedir que a doença se desenvolva para estágios mais graves, que deixe
sequelas ou provoque morte.
- Diagnóstico da infecção ou da doença e o tratamento precoce.

3. PREVEÇÃO TERCIÁRIA

- Consiste na prevenção da incapacidade através de medidas destinadas a reabilitação, aplicadas na fase


em que esteja ocorrendo ou que já tenha ocorrido a doença.
- Processo de reeducação e readaptação de pessoas acometidas por acidentes ou que estejam com
sequelas em decorrência de alguma doença.
- Inclui a reabilitação (impedir a incapacidade total), a fisioterapia, a terapia ocupacional, as cirurgias de
reparo e a colocação de próteses.
- O implante de marcapasso em pacientes com doença de Chagas é um exemplo de prevenção terciária.
Muitas vezes a prevenção secundária e a terciária são aplicadas em conjunto.
CONCEITOS
BÁSICOS
Agente Etiológico: É o agente causador ou responsável pela origem da doença. Pode ser um vírus,
bactéria, fungo, protozoário, helminto.

Agente Infeccioso: microparasitos, inclusive helmintos, capazes de produzir infecção ou doença


infecciosa.

Antroponose: Doença exclusivamente humana. Por exemplo, a filariose bancrofiiana, a necatorose,


a gripe etc.

Antropozoonose: Doença primária de animais, que pode ser transmitida aos humanos. Exemplo:
brucelose, na qual o homem é um hospedeiro acidental.

Zooantroponose: Doença primária dos humanos, que pode ser transmitida aos animais. Ex.: a
Esquistossomose hansoni no Brasil. O humano é o principal hospedeiro.

Zoonose: Doenças e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais vertebrados e os
humanos.

Enzoose: Doença exclusivamente de animais. Exemplo: peste suína, o Dioctophime renale,


parasitando rim de cão e lobo.
Doença Metaxênica: Quando parte do ciclo vital de um parasito se realiza no vetor; isto é, o vetor
não só transporta o agente, mas é um elemento obrigatório para maturação e/ ou multiplicação do
agente.
Ex.: malária, esquistossomose.

Endemia: É a prevalência usual de determinada doença com relação a área. Normalmente,


considera-se como endêmica a doença cuja incidência permanece constante por vários anos, dando
uma idéia de equilíbrio entre a doença e a população.

Epidemia ou Surto Epidêmico: É a ocorrência, na coletividade ou região, de casos que


ultrapassam nitidamente a incidência normalmente esperada de uma doença e derivada uma fonte
comum de infecção ou propagação.

Cepa: Grupo ou linhagem de um agente infeccioso, de ascendência conhecida.


Ex.: a cepa "Laredo" da E. histolytica que sobrevive a temperatura ambiente, com média
patogenicidade.

Contaminação: presença de um agente infeccioso na superfície do corpo, roupas, brinquedos,


água, leite, alimentos etc.
Estágio: É a forma de transição (imaturos) de um artrópode ou helminto para completar o ciclo
biológico.
Fase Aguda: É aquele período após a infecção em que os sintomas clínicos são mais marcantes
(febre alta etc.).
Fase Crônica: É a que se segue a fase aguda; caracteriza- se pela diminuição da sintomatologia
clínica e existe um equilíbrio relativo entre o hospedeiro e o agente infeccioso.
Fômite: É representado por utensílios que podem veicular o parasito entre hospedeiros. Por
exemplo: roupas, seringas, espéculos etc.
Fonte de Infecção: É a pessoa, coisa ou substância da qual um agente infeccioso passa diretamente
a um hospedeiro.
Hábitat: É o ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive.
Hospedeiro: É um organismo que alberga o parasito. Exemplo: o hospedeiro do Ascaris
lumbricoides é o ser humano.
Hospedeiro Definitivo: É o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade
sexual.

Hospedeiro Intermediário: É aquele que apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada.

Incidência: É a freqüência com que uma doença ou fato ocorre em um período de tempo definido e
com relação à população (casos novos, apenas).

Infecção: Penetração e desenvolvimento, ou multiplicação, de um agente infeccioso dentro do


organismo de humanos ou Animais

Infestação: É o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou


vestes.

Parasitismo. É a associação entre seres vivos, em que existe unilateralidade de benefícios, sendo um
dos associados prejudicados pela associação. ENDOPARASITISMO X ECTOPARASITISMO

Parasito Acidental: É o que parasita outro hospedeiro que não o seu normal.
Parasito Facultativo: É o que pode viver parasitando, ou não, um hospedeiro. Exemplo:
larvas de moscas Sarcophagidae, que podem desenvolver-se em feridas necrosadas ou
em matéria orgânica (esterco) em decomposição.
Parasito Heteroxênico: É o que possui hospedeiro definitivo e intermediário. Exemplos:
Trypanosoma cruzi
Parasito Monoxênico: É o que possui apenas o hospedeiro definitivo. Exemplos:
Enterobius vermicularis.
Parasito Obrigatório: É aquele incapaz de viver fora do hospedeiro. Exemplo:
Plasmodium
Ectoparasito: habita o lado externo hospedeiro (carrapatos).
Endoparasita: habita o lado interno do hospedeiro (E. histolytica).
Reservatório: São o homem, os animais, as plantas, o solo e qualquer matéria orgânica
inanimada onde vive e se multiplica um agente infecioso
Vetor: É um artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o parasito
entre dois hospedeiros.

Patogenia ou Patogênese: É o mecanismo com que um agente infeccioso


provoca lesões no hospedeiro. Ex.: o S. mansoni provoca lesões no organismo
através de ovos, formando granulomas.

Período de Incubação: É o período decorrente entre o tempo de infecção e o


aparecimento dos primeiros sintomas clínicos. Ex.: esquistossomose mansoni-
penetração de cercária até o aparecimento da dermatite cercariana (24
horas).

Prevalência: Termo geral utilizado para caracterizar o número total de casos


de uma doença ou qualquer outra ocorrência numa população e tempo
definidos (casos antigos somados aos casos novos).

Profilaxia: É o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle de


doenças ou fatos prejudiciais aos seres vivos.
TIPOS DE ASSOCIAÇÃO
ENTRE OS ANIMAIS
➢MUTUALISMO: Associação onde
ambos são beneficiados.

➢SIMBIOSE: A associação é obrigatória


para a sobrevivência das duas espécies.
➢Ex: formigas e pulgões, cupins e as
triconinfas que produzem enzimas para
a digestão da celulose.
➢COMENSALISMO: é a associação onde não há prejuízo para
ambos.
A espécie beneficiada (comensal) recebe os restos de alimentos do ser hospedeiro.

É um tipo de relação ecológica entre duas espécies que vivem juntas, mas somente
uma é beneficiada na obtenção de alimentos.
➢PREDATISMO: quando o parasita destrói total ou
parcialmente o organismo do hospedador, havendo o
canibalismo
➢PARASITISMO: Associação em que um ser vivo vive dentro de,
sobre ou com outro ser, do qual obtém alimento, proteção ou
outra vantagem.
➢ Interação ecológica entre indivíduos
de espécies diferentes, em que os
parceiros (hospedeiro e parasito)
estabelecem entre si relações íntimas e
duradouras com certo grau de
dependência metabólica;

➢O hospedeiro proporciona ao
parasito todos ou quase todos os
nutrientes e as condições fisiológicas
requeridas por este.
Espoliativa

Tóxica

Ação dos Vários tipos Mecânica


parasitos sobre
os hospedeiros: Traumática

Irritativa

Anóxia
Meios de
entrada

Contaminação

Contato (alguns
Vetorial Oral Cutânea
casos)
Protozoologia 1 –
Protozoários Intestinais
e do trato geniturinário

Protozoologia 2 –
Protozoários
Sanguíneos e
Tissulares
PROTOZOOLOGIA 1

Filo Ciliophora Filo Apicomplexa


Filo Sarcomastigophora

Ordem Trichoctomatida Classe Sporozoea


Subfilo Sarcodina: Balantidium coli Crystosporidium
Amebíase Entamoeba e
Criptosporidiose
Acanthamoeba Balantidíase

Subfilo Mastigophora:
Giardia lamblia
Trichomonas vaginalis
Hierarquia da classificação
científica dos seres vivos
Giardíase
(Carl Linnaeus)
Tricomoníase
PROTOZOOLOGIA 2

Filo Sarcomastigophora Filo Apicomplexa

Subfilo Mastigophora Família: Plasmodidae


Gênero Leishmania Plasmodium sp.
L. brasileiensis; Família: Sarcocystidae
L. amazonensis; Toxoplasma gondi
L. mexicana, etc

Gênero Trypanosoma
Trypanosoma cruzi
Trypanosoma gambiense
Trypanosoma rhodesiense
Doenças

Leishmania: Trypanosoma: Plasmodium: Toxoplasma:


Leishmaniose Doença de Chagas Malária Toxoplasmose
Tripanosomíase

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