Você está na página 1de 7

 Parasitologia

O termo Parasitologia vem do grego, significa “ser que se alimenta de outro ser”
(hospedeiro), ou seja, indivíduo que se alimenta de outro ser para ter abrigo e
alimento, se reproduzir e manter a espécie. A relação parasito-hospedeiro é muito
importante.

 IMPORTANCIA DO ESTUDO DA PARASITOLOGIA NA MEDICINA VETERINÁRIA

O estudo da parasitologia tem como alvo identificar os métodos de desenvolvimento


de epidemias parasitárias, criar métodos de profilaxia de doenças causadas pelos
parasitas, tanto em seres humanos quanto em animais, e desenvolver tratamentos.

 Parasito

Organismo afim de alimentar-se, reproduzir-se ou concluir o seu ciclo vital, se


beneficia de um outro organismo, animal ou vegetal, de modo permanente ou
transitório, causando efeitos nocivos nesse hospedeiro. o parasito menor que vive
associado a um ser vivo de grande porte

 Parasitismo

É uma interação ecológica desarmônica, ou seja, uma relação entre seres vivos na
qual, uma das partes se beneficia ao conseguir alimento enquanto a outra é
prejudicada. De acordo com o local, se classificam em endoparasita que é um tipo de
parasita que se aloja no interior do corpo do hospedeiro (do grego endos, dentro), ex:
helmintos e ectoparasita que é aquele que vive na superfície externa do seu
hospedeiro (do grego ectos, fora), ex: carrapatos, pulgas e piolhos.

 Vetor, vetor biológico, vetor mecânico, vetor forético

Vetor é todo ser vivo capaz de transmitir de forma ativa, estando infectado, ou passiva
um agente infeccioso, parasita, bactéria ou vírus.

Vetor biológico é um ser vivo que transporta um microrganismo patógeno, mas não
desenvolve a doença. Esse vetor entra em contato com um ser doente,
obtém o patógeno e o transmite a outro ser vivo, que pode não estar contaminado.
Vetor forético é organismo que se junta a um hospedeiro com o objetivo de ser
conduzido por distância curta ou longa. Os exemplos mais comuns de forésia são
carrapatos e ácaros, que tem morfologia corporal ajustada para se acoplarem no
hospedeiro.

 Fômites

Um fômite é qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e


transportar organismos contagiantes ou infecciosos (de germes a parasitas), de um
indivíduo a outro. Ex: bisturi, sapatos contaminados, ordenhadeiras, mãos
contaminadas.

 Contaminação

É a alteração nociva da pureza ou das condições normais de uma coisa ou de um


meio por agentes químicos ou físicos.

 Infecção

É a invasão de tecidos corporais de um organismo hospedeiro por parte de


organismos capazes de provocar doenças; a multiplicação destes organismos; e a
reação dos tecidos do hospedeiro a estes organismos e às toxinas por eles
produzidas.

 Doença

Alteração biológica do estado de saúde de um ser (homem, animal etc.), manifestada


por um conjunto de sintomas/sinais perceptíveis ou não. No caso da medicina
veterinária, presença de sinais clínicos ou alterações laboratoriais.

 Saúde

Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e seu ambiente, o qual mantém as


características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para
sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital.
 Sinais Clínicos

Sinal, do latim signalis, que significa indício ou manifestação, é um termo usado para
referir-se às manifestações clínicas que são reconhecíveis por outra pessoa, em geral,
por um profissional da área da saúde, por meio da observação direta.

 Sintomas

Sintoma é qualquer alteração da percepção normal que uma pessoa tem de seu
próprio corpo, do seu metabolismo, de suas sensações, podendo ou não se incidir em
um início de doença.

 Estágio

 Estádio

 Classificação dos parasitos

 Quanto ao local

Podem ser classificados em endoparasitos e ectoparasitos:

ENDOPARASITOS: aqueles que permanecem no interior do organismo dos


hospedeiros (cavidades, órgãos, sangue). Exemplo: helmintos.

ECTOPARASITOS: aqueles que permanecem na superfície corpórea do hospedeiro,


no tegumento. Exemplo: piolhos, pulgas, carrapatos, sarnas e berne.

 Quanto ao tempo de duração do parasitismo

Temporário

Uma ou mais formas evolutivas do parasito procuram o hospedeiro somente para se


alimentar. Por exemplo, pulgas e mosquitos.

Permanente
Em todas as suas fases de vida, alimentam-se e reproduzem-se no hospedeiro.
Dependem do hospedeiro para sobreviver. Por exemplo, sarnas e piolhos

Periódico

Apenas em uma fase de sua vida alimentam-se no hospedeiro. Por exemplo,


carrapato, larva de Dermatobia hominis, larva de Cochliomyia hominivorax.

 Quanto ao requerimento de uma vida parasitária

PARASITO OBRIGATÓRIO: aquele que sempre necessita de um hospedeiro a todo


momento. Exemplo: vermes e aqueles que se alimentam de sangue.

PARASITO FACULTATIVO: sobrevive na presença e ausência de um hospedeiro, ou


seja, tanto faz a existência de um hospedeiro. Por exemplo, as moscas de bicheira,
sobrevivem sem um hospedeiro, colocando seus ovos em matéria orgânica em
decomposição.

PARASITO ACIDENTAL: é aquele que não deveria estar em determinado hospedeiro.


Por exemplo, quando uma criança que brinca com um animal com pulgas, acaba
ingerindo e desenvolvendo a larva do Dipylidium caninum. A larva se desenvolve na
pulga e quando adulto parasita apenas cães, porém pela criança possuir um sistema
imune mais deficiente, acaba parasitando acidentalmente uma criança.

 Quanto a especificidade parasitária

Estenoxenos (Esteno = estreito) Quando são muito específicos, só aceitam aquele


hospedeiro. Por exemplo, Babesia bovis em bovinos.

Eurixenos (Eury = amplo) Quando são pouco específicos, tendo uma variedade de
hospedeiros. Por exemplo, Toxoplasma gondii ou Fasciola hepatica, que podem
parasitar várias espécies animais.

Oligoxeno (Oligo = pequeno) Os hospedeiros têm que ter parentesco; normalmente


estão na mesma família. A especificidade é limitada. Por exemplo, Echinococcus
granulosus pode ser encontrado no cão e no lobo, ambos mamíferos agrupados na
família Canidae.

 Quanto ao tipo de ciclo biológico


MONOXENOS: depende somente de um único hospedeiro para se desenvolver, sem
a necessidade de um hospedeiro intermediário. Exemplo: Toxocara canis.

HETEROXENOS: é necessário mais de um hospedeiro para que complete sua


evolução, sendo assim, possui hospedeiro intermediário e hospedeiro definitivo.
Exemplo: Trypanosoma cruzi, Schistosoma.

 Quanto ao ciclo de metamorfose (holometabólicos, hemimetabólicos)

Hemimetabolia ou Metamorfose incompleta

Nesse tipo de metamorfose, os estágios jovens, que são ninfas, são semelhantes aos
adultos. As principais diferenças observadas entre as formas imaturas e os adultos
são o tamanho e as proporções do corpo, o tamanho das asas, a ausência de
aparelho genital e a forma das antenas e peças bucais.

Incluem-se nesse tipo de metamorfose os insetos de importância em Medicina


Veterinária das ordens Hemiptera e Phthiraptera.

Os insetos desse grupo são conhecidos por hemimetábolos ou hemimetabólicos.

Holometabolia ou Metamorfose completa

Os estágios jovens são muito diferentes dos adultos, tanto do ponto de vista
morfológico quanto do ponto de vista dos hábitos. O indivíduo recém-eclodido é a
larva, e o estágio posterior é chamado de pupa. A pupa não se alimenta.

Os insetos desse tipo são conhecidos por holometábolos ou holometabólicos.

Nesse grupo, incluem-se os insetos de importância em Medicina Veterinária das


ordens Diptera e Siphonaptera (pulgas).

 Quanto à classificação zoológica (ReFiCOFaGE) Classificação dos


hospedeiros:

Reino (menos específico)

Filo

Classe

Ordem

Família
Gênero (mais específico)

Espécie

Exemplo:

Nome do gênero + segundo nome: Aedes aegypti

 Reino: Animália
 Filo: Arthropoda
 Classe: Insecta
 Ordem: Diptera
 Família: Culicidae
 Gênero: Aedes
 Espécie: Aedes aegypti

Usar sp. e spp. Significa dizer “espécies”.

o Quando se cita uma espécie de um gênero (que não se identificou), utiliza-se


sp. (espécie).
o Quando se faz referência a várias espécies do gênero, a abreviatura utilizada é
spp. (espécies).
o sp. ou spp. Não são itálico/sublinhadas.

 Hospedeiro final/definitivo (HD)

É aquele em que o parasito é achado na sua forma adulta, em que ele consegue sua
maturidade sexual. No caso de protozoários, eles se encontram na fase sexuada. Ex:
no ciclo da Taenia saginata, o ser humano é o HD, pois tem o parasito adulto no seu
intestino delgado. Para que isso ocorra, o indivíduo ingeriu a forma larval da Taenia
que estava na carne de bovino malcozida, ou seja, o ruminante é o hospedeiro
intermediário (HI). No ciclo de vida do Toxoplasma, um protozoário que apresenta
mais de um hospedeiro, o HD é o felino, pois é nele que ocorre a reprodução sexuada;
já os animais domésticos e o ser humano vão ser os HI, pois, nestes, só ocorre a
reprodução assexuada.

 Hospedeiro intermediário
É aquele no qual se encontra a forma imatura do parasito. No caso dos protozoários, é
no HI que se dá a fase assexuada. O parasito não consegue alcançar sua maturidade
sexual nesse hospedeiro. Por exemplo, no ser humano (HI) ocorre apenas a
reprodução assexuada do protozoário Plasmodium; porém, quando o mosquito
Anopheles suga sangue infectado que contém hemácias parasitadas por formas
femininas e masculinas do flagelado, ocorre a gametogonia (reprodução sexuada) no
inseto (HD).

 Hospedeiro paratênico

É o ser vivo que serve de refúgio temporário para o parasito e atua como hospedeiro
de transporte. É aquele que alberga o parasito. Entra no ciclo por acidente. Por
exemplo, os ratos no ciclo de Toxocara canis ingerem ovos no ambiente e colocam as
larvas do verme nos seus tecidos. Se o rato for ingerido por um cão (HD do T. canis),
o parasito se desenvolve até a forma adulta no intestino delgado do canino. Não são
essenciais para a continuação do ciclo, mas facilitam a transmissão do parasito para
seus hospedeiros.

 Reservatório

É o ser vivo responsável pela sobrevivência do parasito. O parasito dificilmente causa


doença nesse hospedeiro. Por exemplo, a capivara é um reservatório do T. evansi.

Você também pode gostar