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MECANISMOS DE

AGRESSÃO E DEFESA

Conceito e relação
parasito/hospedeiro
Parasitologia

INTRODUÇÃO E CONCEITOS
INTRODUÇÃO

Os seres vivos na natureza apresentam grande inter-


relacionamento, o qual varia desde a colaboração
mútua (simbiose) até o predatismo e o canibalismo

O parasitismo, seguramente ocorreu quando na


evolução de uma destas associações um organismo
menor se sentiu beneficiado, quer pela proteção,
quer pela obtenção de alimento.
Houve uma evolução do parasito para se relacionar com
o hospedeiro. Essa evolução dependeu de adaptações,
tornando o parasito cada vez mais dependente do
hospedeiro

“A adaptação é a marca do parasitismo”


DEFINIÇÃO

PARASITISMO:
É a associação entre seres vivos, na qual
existe unilateralidade de benefícios. O
hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois
fornece alimento e abrigo para este.
MODIFICAÇÕES ADAPTATIVAS DO
PARASITO

1. MORFOLÓGICAS:

a)Degenerações: Perda ou atrofia de orgãos locomotores


digestivos e etc...

a)Hipertrofia: Encontradas principalmente em órgãos de


fixação, reprodução, resistência ou proteção
2. BIOLÓGICAS

a)Capacidadereprodutiva: Superar
as dificuldades para atingir um
novo hospedeiro e escapar de
predadores.

Ex: Eliminam grande quantidades


de ovos ou larvas infectantes no
ambiente
b) Diversidade na reprodução: mecanismos de
reprodução que permitem ou uma mais fácil
fecundação (encontro de machos e fêmeas) ou mais
segura reprodução da espécie.
Ex: hermafroditismo

c) Resistência à ação do hospedeiro: Ex: Produção de


enzimas para se protegerem do suco gástrico
AÇÕES DO PARASITO

A doença parasitária é um acidente que ocorre em


consequência de um desequilíbrio entre hospedeiro e o
parasito

Há uma tendência de haver um equilíbrio entre a ação


do parasito e a capacidade de resistência do
hospedeiro. A morte do hospedeiro não é satisfatória
para o parasito.
a)Espoliativa: Quando o parasito
absorve nutrientes ou mesmo
sangue do hospedeiro Ex:
Mosquitos

b) Tóxica: Algumas espécies


produzem enzimas ou metabólitos
que podem lesar o hospedeiro Ex:
reações teciduais (intestino, figado,
pulmões) produzidas pelas secreções
no miracídio dentro do ovo do S.
mansoni etc.
c) Mecânica: Algumas espécies
podem impedir o fluxo de alimento
bile ou absorção alimentar. Ex:
enovelamento de A. lumbricoides

d) Traumática: É provocada,
principalmente, por formas
larvárias de helmintos, embora
vermes adultos e protozoários
também sejam capazes de fazê-lo.
Ex: lesões hepáticas pela migração
da F. hepatica jovem
e) Irritativa: Deve-se a presença
constante do parasito que, sem
produzir lesões traumáticas, irrita o
local parasitado. Ex: Ação das
ventosas dos Cestoda

f) Enzimática: Liberação de enzimas


para penetração no tecido. Ex:
cercárias de S. mansoni
g) Anóxia: Qualquer parasito
que consuma o O da
hemoglobina, ou produza
anemia. Ex: Plasmodium
A DOENÇA PARASITÁRIA
DEPENDE:

1.Número de formas infectantes presentes


2. virulência da cepa
3. Idade e o estado nutricional do hospedeiro
4. Órgãos atingidos
5. Associação de um parasito com outras espécies
6. Grau da resposta imune ou inflamatória
desencadeada.
TIPOS DE HOSPEDEIROS

Definitivo: O que apresenta o parasito em sua fase de


maturidade ou em fase de reprodução sexuada.
Ex: S. mansoni no homem

 Intermediário: Apresenta o parasito em sua fase


larvária ou assexuada. Ex: Caramujo é o hospedeiro
intermediário de S. mansoni
Paratênico ou de transporte: É o hospedeiro
intermediário onde o parasito não sofre
desenvolvimento ou reprodução, mas permanece viável
até atingir o novo hospedeiro definitivo.

Ex: Peixes maiores ingerem peixes menores contendo


larvas plerocercóides de Diphyllobotrium, que
simplesmente transportam essas larvas até que os
humanos as ingiram.
Vetor : Todo o organismos que transmite um patógeno.
A maioria dos vetores são artrópodes e também são
parasitos. Ex: Culex sp.

a)Mecânico: o parasito é disseminado por transporte


mecânico simples
b)Biológico: o parasito necessita realizar parte de seu
ciclo no vetor
 Portador: Indivíduo susceptível a
um patógeno. Podendo ser
sintomático ou assintomático. Ex:
Trichomonas vaginalis e o homem

 Reservatório: Indivíduo onde o


parasito permanece viável, sem
causar a doença.

Ex: Trypanosoma cruzi e o gambá


NÚMERO DE HOSPEDEIROS

Monoxênico: Parasito com apenas um hospedeiro (Trichuris


trichiura)

 Heteroxênico : Parasito com mais de um hospedeiro


(Trypanosoma cruzi)
PERMANÊNCIA DO HOSPEDEIRO

a) Temporário: Parasito onde uma das formas evolutivas espolia


temporariamente o hospedeiro (Pulex irritans )

b) Periódico: Parasito onde uma das formas evolutivas espolia


continuamente o hospedeiro (Plasmodium malariae )

c) Permanente: Parasito onde todas as formas evolutivas


espoliam o hospedeiro (Enterobius vermicularis )
EVOLUÇÃO

a) Acidental: Organismo que pode se tornar parasito


sob condições especiais

b) Facultativo: Organismo que pode alternar ciclos de


vida livre com ciclos parasitários (Strongyloides
stercoralis )

c) Obrigatório: Organismo em cujo ciclo sempre ocorre


parasitismo (Dermatobia hominis )
LOCALIZAÇÃO

a) Ectoparasito: Atua apenas


sobre a pele ou na epiderme
(Piolho )

b) Endoparasito : Atua sobre as


mucosas e tecidos internos
(Taenia)
TIPOS DE
DESENVOLVIMENTO

a) Infecção: Relacionado com endoparasitismo

b) Infestação: Relacionado com ectoparasitismo

c) Parasitíase: Doença causada pelo parasito

d) Período pré-patente (PPP): Da infecção até a


eliminação das formas de contaminação parasitária,
identificáveis laboratorialmente.
PENETRAÇÃO DO PARASITO

a) Oral

b) Cutânea

c) Inoculativa
REPRODUÇÃO

a) Assexuada: Sem a participação de gametas

b) Sexuada: Com a participação de gametas


TAXONOMIA

• Regras internacionais de Nomenclatura Zoológica

• Objetivos:
• Tornar a escrita Universal
• Impedir confusões ao descrever determinado animal
Classificação
Família

• Conjunto de Gêneros
• Muitas características semelhantes
• Algumas diferentes
• Exemplos
• Pulicidae – Família de Pulgas
• Muscidae – Família de Moscas

Superfamília – Família – Subfamília


-oidea / -idae / -inae
Strongyloidea / Eimeriidae / Culicinae
Gênero
• Conjunto de Espécies
• Indivíduos com MUITAS características semelhantes
• Exemplo:
• Ctenocephalides – Gênero da pulga do cão

• PRIMEIRA LETRA MAIÚSCULA


• SUBLINHADO OU ITÁLICO
Espécie
• Características semelhantes
• Ao se reproduzirem, dão origem a indivíduos semelhantes,
com as mesmas características
• 2 PALAVRAS
• Primeira: Gênero (Primeira letra maiúscula)
• Segunda: Nome específico (minúsculo)
• ITÁLICO OU SUBLINHADO

Rhipicephalus sanguineus
R. sanguineus (quando já citado anteriormente)
Termos Intermediários
• Sub gênero
• 3 Palavras
• A palavra do meio inicia com maiúscula e fica entre
parênteses
• Exemplo
• Heterakis (Heterakis) galinarum
• Gênero (Sub gênero) nome específico

• Sub espécie
• 3 Palavras
• Palavra do meio minúscula
• Exemplo
• Homo sapiens sapiens
• Gênero nome específico subespécie
Nomenclatura Variada
• Dedicado a uma pessoa:
• Sexo masculino – termina em –i
• Trypanossoma cruzi
• Sexo feminino – termina em –ae
• Felimare ruthae
• Referente a um país
• Ancylostoma braziliense
• Referente ao habitat
• Ancylostoma duodenale
• Referente a características do parasita
• Strongylus edentatus
• Referente ao hospedeiro
• Babesia canis
TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA

HOSPEDEIRO

VETOR

MEIO
PARASITO AMBIENTE
 AGENTE- CAUSADOR DA DOENÇA
 HOSPEDEIRO- ORGANISMO CAPAZ DE SER INFECTADO
 MEIO AMBIENTE- FATORES QUE INTERAGEM COM O AGENTE E
O PRÓPRIO MEIO AMBIENTE (VETORES)

DOENÇA X SUSCEPTIBILIDADE

 FATORES BIOLÓGICOS
 GENÉTICOS
 NUTRICIONAIS
 IMUNOLÓGICOS
FORMAS DE DISSEMINAÇÃO

 VEÍCULO COMUM (PELA ÁGUA)


 DE PESSOA A PESSOA (DOENÇA DE CHAGAS)
 PORTA DE ENTRADA (VIA AÉREA- TUBERCULOSE)
 RESERVATÓRIO DE AGENTES

 ANTROPONOSE- SÓ O HOMEM É RESERVATÓRIO (SARAMPO)


 ZOONOSE- HOMEM E OUTROS ANIMAIS SÃO RESERVATÓRIOS
(LEISHMANIOSE)
DOENÇA CLÍNICA: COM SINTOMAS
DOENÇA SUBCLÍNICA: SEM SINTOMAS (TRANSMITE E NÃO É
TRATADO)

 ENDÊMICA: NÚMERO DE CASOS ESPERADOS NA REGIÃO (MALÁRIA NO


NORTE DO BRASIL)
 EPIDEMIA: NÚMERO DE CASOS INESPERADOS ACIMA DO NORMAL NA REGIÃO
 PANDEMIAS: EPIDEMIAS EM VÁRIOS PAÍSES
MEDIDAS DE PREVENÇÃO

 PRIMÁRIA: IMPEDIR QUE A DOENÇA OCORRA


 SECUNDÁRIA: MEDIDAS APLICÁVEIS EM INDIVÍDUOS QUE SE
ENCONTRAM SOB AÇÃO DO PATÓGENO (FASE SUBCLÍNICA OU
CLÍNICA)
 TERCIÁRIA: PREVENÇÃO DA INCAPACIDADE DESTINADAS A
REABILITAÇÃO
FILO Nematoda
 Os membros desse filo, antigamente conhecido como Nemathelminthes, são
invertebrados chamados de nematoides e estão entre os animais mais abundantes do
planeta.

 São seres dioicos, que possuem o corpo cilíndrico e podem apresentar anexos
cuticulares. Têm sistema digestivo completo (boca, vestíbulo oral, lábios, esôfago,
faringe, intestino e ânus ou abertura anal).

 A maioria deles são parasitos de animais e plantas, mas também podem ser encontrados
em formas de vida livre no solo, água doce e ambientes marinhos.

 No geral, têm alguma importância médica, veterinária ou econômica.


MORFOLOGIA
ORDEM: STRONGYLIDA

SUPERFAMÍLIA: STRONGYLOIDEA
FAMÍLIA STRONGYLIDAE
Subfamília Strongylinae
(grandes estrongilídeos)
GÊNERO Strongylus

S. vulgaris são vermes de um a dois centímetros, apresentando grande cápsula bucal com
dois dentes arredondados. Instalam-se no intestino grosso dos equídeos. Apresentam
cápsula bucal com formato subglobular.

Na fase de vida livre, o ovo morulado dá origem à L1, que se desenvolve em L2 e L3 em 7


a 8 dias, dependendo das condições ambientais, principalmente temperatura e umidade
relativa. O hospedeiro definitivo ingere a L3 nas pastagens ou na água contaminada. No
intestino delgado, a larva perde a bainha de proteção e vai ao intestino grosso, onde
penetra na mucosa e se desenvolve para L4. Migra então pelo endotélio vascular, contra o
fluxo sanguíneo, em direção à artéria mesentérica cranial. Depois volta, migrando a favor
do fluxo, penetra na parede do ceco e cólon e faz a muda para jovem A diferenciação
sexual ocorre quando o parasito se desprende e vai à luz intestinal. Após a cópula, as
fêmeas colocam os ovos que saem nas fezes e se desenvolvem no meio ambiente. O
período pré-patente é de 6 a 7 meses.
Strongylus spp
Strongylus vulgaris
( 1,5 a 2,5 cm, 2 dentes arredondados)

S. edentatus
( 2,5 a 4,5 cm, sem dentes)
S. vulgaris
S. equinus
(2,5 a 5 cm com 3 dentes cônicos)
- Eqüinos e asininos
- ceco e cólon
- vermes robustos
- vermelho-escuros
- cápsula bucal bem desenvolvida
- hematófagos.
S. edentatus

S. equinus
IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA

É considerado o helminto mais patogênico para equídeos. A


importância maior está na presença de larvas nas artérias, pois
elas levam à formação de trombos, podendo causar cólicas
tromboembólicas, já que o animal sofre necrose de
determinadaregião com possível ocorrência de morte. Além
disso, a parede das artérias fica espessa e nela se formam
lesões nodulares chamadas de aneurismas verminóticos. Alguns
autores acreditam que os adultos sejam hematófagos; outros,
que se alimentam de tampões de mucosas. De qualquer forma,
a contaminação por esse parasita acarreta hemorragia e, em
casos de infecção por grande quantidade de helmintos, pode
haver quadros graves de anemia.
CICLOS:

- S. vulgaris:
L3→ingestão →mucosa intestinal → L4→ pequenas artérias→ arteria mesenterica
cranial →L5 →parede intestinal →nódulos→ adultos → ovos →
fezes→ambiente→eclosão→L1→L2→(…)

- S. edentatus:
L3→ingestão →mucosa intestinal → fígado →L4→ peritônio→L5 →parede intestinal →
nódulos purulento → adultos → ovos → fezes → ambiente → eclosão→L1→L2→(…)
- S. equinus:

L3→ingestão →mucosa intestinal → nódulos → L4 → peritônio → fígado → pancreas


→L5→ luz intestinal → adultos →ovos →fezes → ambiente → eclosão →L1 → L2 → (…)
SUBFAMÍLIA SYNGAMINAE
GÊNERO SYNGAMUS
SUBFAMÍLIA STEPHANURINAE
GÊNERO STEFHANURUS
Stephanurus dentatus
- Verme do rim do suíno
- Verme robusto
- até 4,5 cm
- cápsula bucal proeminente
- cutícula transparente, cor rosada.
FAMÍLIA CHABERTIDAE
SUBFAMÍLIA OESOPHAGOSTOMINAE
Gênero Oesophagostomum
Espécie: O. radiatum
Localização: intestino grosso

Ciclo biológico:
A fêmea adulta faz a postura de 5000 - 12000 ovos por
dia, que são eliminados nas fezes. Se o clima é quente e
úmido ocorre eclosão dos ovos, liberando a larva de
primeiro estágio. Esta por sua vez forma uma nova
cutícula, porém, não ocorre ecdise formando a larva
infectante. As larvas infectantes são ingeridas pelos
ruminantes, passam pelo intestino delgado e grosso.
Durante este trajeto dão origem a larva de quarto
estágio (L4) dentro de nódulos formados na parede
intestinal. Os nódulos medem 1 mm de diâmetro.
Depois a L4 vai para a luz do órgão onde atinge a fase
adulta (L5).
Patogenia e Sinais Clínicos:
As larvas na mucosa provocam uma irritação produzindo uma enterite de graus
variáveis de acordo com o número de parasitos e formação de pequenos nódulos
que desaparecem com o retorno das larvas à luz do órgão. Reinfecções: a formação
de nódulos é bem maior, devido a reação imunitária. Estes nódulos são reações
inflamatórias e podem calcificar ou supurar (abcessos) tanto para a luz do órgão
como para o peritônio. As complicações bacterianas das lesões permitem o
aparecimento de pequenos focos purulentos às vezes ulcerados, que persistem
como nódulos fibrosos
SUPERFAMÍLIA ANCYLOSTOMATOIDEA
FAMÍLIA ANCYLOSTOMIDAE

 São parasitos hematófagos vorazes.


 Apresentam curvatura na extremidade anterior, no sentido dorsal, e cápsula
bucal na extremidade anterior com esôfago claviforme e musculoso.
 Os machos têm uma bolsa copuladora, e as fêmeas, o corpo afilado. Entre as
espécies dessa família estão:

Gênero Ancylostoma
 Ancylostoma tubaeforme, parasito que se instala no intestino delgado de gatos
 Ancylostoma duodenale, presente em regiões de clima temperado. intestino
delgado do homem
 Necator americanus, em regiões de clima tropical. intestino delgado do
homem
 Ancylostoma caninum: cães, raposas e as vezes o homem
 Ancylostoma braziliense: cães e gatos
 Uncinaria stenocephala que se instala no intestino delgado de carnívoros.
GÊNERO Ancylostoma

A. caninum é um parasito com três pares de dentes em garras, que se instalam no


intestino delgado de carnívoros

A. braziliense tem dois pares de dentes, dos quais um é grande e em forma de garra,
e o outro, pequeno. Instala-se no intestino delgado de carnívoros.
CICLO BIOLÓGICO: Os ovos saem nas fezes do hospedeiro definitivo e, em
condições ideais de desenvolvimento, há liberação de L1, L2 e L3. Esse processo
dura 5 dias. A L3 chega ao hospedeiro por quatro vias:

1) Oral: no ato de se lamber, o hospedeiro definitivo ingere a L3, que penetra nas
glândulas gástricas e intestinais. O parasito faz muda para L4 e, quando chega
à luz intestinal, vai a adulto, fixando-se na mucosa do intestino delgado. O
período pré-patente é de aproximadamente 2 semanas.

2) Percutânea: as larvas penetram na pele do hospedeiro definitivo e migram


pelos vasos sanguíneos ou linfáticos, indo ao coração e depois ao pulmão. No
pulmão, atingem os alvéolos – desenvolvendo-se até L4 – e os perfuram.
Voltam então à glote, onde são redeglutidas. No tubo digestivo, ocorre a
penetração do parasito nas glândulas gástricas ou intestinais e o seu
desenvolvimento para a fase jovem. Quando chegam à luz intestinal, tornam-se
adultos e ficam fixados na mucosa do intestino delgado. O período pré-patente
é de 2 a 3 semanas.
O ciclo de pulmonar ou ciclo de Loss
acontece em alguns parasitas que têm
em seu ciclo de vida a necessidade de
maturação das larvas no pulmão

Ancylostoma Caninum And Braziliense - Parasitology - European MedicalAncylostoma Caninum


And Braziliense - Parasitology - European Medical
3) Transplacentária: as larvas penetram pela pele das fêmeas do hospedeiro
definitivo e ficam em latência, migrando até atingir um vaso sanguíneo ou linfático.
Via placenta, os filhotes são infectados pelas larvas, que vão ao coração, ao pulmão,
aos alvéolos e são redeglutidas. No tubo digestivo, elas penetram em glândulas
gástricas e intestinais e fazem a muda para L4. Quando chegam à luz intestinal,
mudam para formas jovens e adultas, que ficam fixadas na mucosa do intestino
delgado. O período pré-patente é de 2 a 3 semanas.

4) Transmamária: as larvas penetram nas fêmeas do hospedeiro definitivo pela pele


e migram para atingir vasos sanguíneos e linfáticos. Ao chegarem à irrigação das
glândulas mamárias, infectam os filhotes pelo leite. As larvas no tubo digestivo
desses filhotes penetram em glândulas gástricas ou intestinais e mudam para L4.
Quando vão à luz intestinal, passam a formas jovens e adultas, que ficam fixadas na
mucosa do intestino delgado. O período pré-patente é de 2 a 3 semanas.
IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA
Os parasitos são hematófagos e podem causar a morte dos animais por anemia. As
fezes ficam diarreicas e mais escuras. A. braziliense é o principal causador de larva
migrans cutânea, uma zoonose que ocorre mais frequentemente em crianças, em
que as larvas penetram a pele íntegra e ficam migrando nela causando reação
inflamatória (eritema serpentiforme, bicho geográfico, LMC). Neste caso, são
considerados parasitos erráticos.
SUPERFAMÍLIA
TRICHOSTRONGYLOIDEA
Gênero Trichostrongylus
Espécies:
T. axei - equinos, ruminante, suínos e
raramente o homem
T. Colubriformis – ruminantes, suínos,
camelos e raramente o homem

Ciclo geral: ovos nas fezes – no meio ambiente


eclode a L1( se alimenta de mat em
decomposição) - passa para L2 e L3 – a chuva
dispersa a La que pode viver meses- o animal
ingere L3 – abomaso ou ID- passa a L4 e L5 adultos
– cópula e ovipostura

IMPORTÂNCIA: ALTERA PH DO ABOMASO OI INTESTINO DELGADO, COMO COMO


CONSEQUÊNCIA AUMENTA PROLIFERAÇÃO BACTERIANA QUE CAUSA DIARREIA NEGRA
E FÉTIDA EM CASOS GRAVES. DESIDRATAÇÃO E MORTE – IMPACTO NA PRODUÇÃO
ECONÔMICA
Gênero: Ostertagia

Espécies:
O. Ostertagi- bovinos, ovinos e as
vezes caprinos
O. Circumcincta – ovinos e caprinos

Os ruminantes se infectam ao ingerir a larva infectante (l3). Está sob ação dos
sucos gástricos perda a cutícula e migra para a mucosa gástrica, onde atinge a fase
de quarto estágio (L4). Esta última vai para a luz do abomaso onde dá origem as
formas adultas (L5). Os adultos copulam e a fêmea realiza a postura de ovos. Pode
ocorrer hipobiose: inibição do desenvolvimento de nematódeos gastrintestinais.
Causas da hipobiose: frio, dessecação, imunidade, ingestão contínua de larvas O
fenômeno de inibição do desenvolvimento já foi observado em grande número de
espécies de nematódeos em diferentes hospedeiros, principalmente em Ostertagia
ostertagi / bovinos
Importância: gastrite parasitaria em ruminantes. Típica de regiões temperadas. Mais
comum no Rio grande do sul
FAMÍLIA DICTYOCAULIDAE
Subfamília Dictyocaulinae
GÊNERO Dictyocaulus

As fêmeas de Dictyocaulus são ovovivíparas, produzindo ovos que contém larvas (L1)
totalmente desenvolvidas que eclodem quase que imediatamente na mucosidade
das vias respiratórias. As L1 migram até a traqueia, onde são deglutidas e
eliminadas nas fezes ou expelidas pela tosse. As larvas de primeiro estádio,
presentes nas fezes, são caracteristicamente lentas e não se alimentam. Em
condições ideais, as larvas de terceiro estádio (L3) infectante é atingindo dentro de
cinco dias, e retém as cutículas dos estádios anteriores (L1 e L2). As L3 infectantes
deixam o bolo fecal e alcançam a forragem. Os hospedeiros ingerem as L3 junto com
o pasto e penetram na mucosa intestinal, atingindo a circulação sanguínea via
gânglios linfáticos do mesentério. Pela circulação chegam aos alvéolos, bronquíolos
e brônquios. Algumas larvas, em fêmeas prenhes, podem chegar ao feto através da
circulação placentária, ocasionando infecção pré-natal. As larvas de terceiro
estádios sofrem muda para L4 após cinco dias da infecção e no 15o dia são
observados adultos jovens nos brônquios
Gênero: Haemonchus
Espécies: H. contortus; H. placei; H. similis
Localização: no abomaso de bovinos.
Ciclo biológico:
é monoxeno, direto e apresenta duas fases: pré-parasitária (livre, fora do corpo do
hospedeiro) e parasitária (no corpo do hospedeiro). O ciclo inicia com a ingestão da
larva infectante que está na pastagem. As larvas de terceiro estágio invadem os
orifícios das glândulas gástricas da mucosa onde se alimentam e mudam para larvas
de quarto estágio (L4) e estas vão para a luz do abomaso, dando origem as formas
adultas (L5). Após a cópula, as fêmeas iniciam a postura de ovos, que serão
eliminados com as fezes. A postura por fêmea é de 5000-10.000 ovos por dia, durante
5 a 14 meses. Os ovos em condições adequadas de temperatura e umidade,
segmentam-se originando a larva de primeiro estágio (L1). As larvas após 24 horas
dão origem as larvas de segundo estágio (L2). Tanto a L1 como a L2 se alimentam de
microrganismos. A L2 cresce e origina a larva infectante, que migra do bolo fecal
para a pastagem, sendo então ingerida pelo ruminante, quando este se alimenta.
Mais de 90% das larvas infectantes de Haemonchus podem migrar até 10 cm do bolo
fecal. P
Haemonchus Contortus

Importancia:

O parasito é hematófago, causa surtos


agudos, provocando anemias intensas e
grandes mortandades
Gênero Cooperia
Localização: intestino delgado

C. Pectinata
C. Oncophora
C. punctata

Ciclo biológico:
a fêmea de Cooperia faz a postura de ovos e estes são eliminados nas fezes. No meio
exterior dão origem a larva de primeiro estágio, que em condições ideais de
temperatura e umidade evoluem para larva de segundo estágio (L2). Estas originam a
larva infectante com dupla cutícula. Os ruminantes se infectam ao ingerir as larvas
infectantes presentes no pasto. Depois da infecção, as larvas perdem a cutícula
originando os estágios de quarto estágio (L4). Estas vão para a luz intestinal do
intestino delgado, onde atinge a fase adulta (L5)
Patogenia e Sinais Clínicos: As lesões situam-se na região do duodeno e
consistem de processo de inflamação catarral com produção de exsudato e
espessamento da parede do intestino. Os helmintos provocam alterações no
intestino delgado, comprometendo a utilização dos nutrientes
ORDEM ASCARIDIDA

A. lumbricoides E A. summ SÃO


ESPÉCIES DIFERENTES.
SUPERFAMÍLIA ASCARIDOIDEA
Os ovos dos membros dessa superfamília têm casca espessa e ornamentada. A infecção é
normalmente diagnosticada por técnicas de sedimentação (técnica de Hoffman).

Subfamília Ascaridinae
GÊNERO Ascaris
A.lumbricoides é um parasito que se instala no intestino delgado do homem; A. suum instala-
se no intestino delgado do suíno. Podem atingir trinta centímetros. A boca é trilabiada.
Fêmeas terminam em cauda romba; machos possuem cauda espiralada.

Os hospedeiros definitivos se infectam ao ingerir o ovo larvado (ou ao ingerir hospedeiros


paratênicos: minhocas ou besouros, no caso de suínos) contendo a L3, que é liberada no
tubo digestivo e vai ao fígado, coração e pulmão via sistema circulatório. A muda para L4
ocorre nos alvéolos. A larva vai à glote, onde é redeglutida. No intestino delgado, aloja-se
fazendo as mudas para jovem e adulto. As fêmeas fazem a postura e os ovos saem nas
fezes. O período pré-patente é de 2 meses.

CICLO BIOLÓGICO
IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA
As larvas podem causar pneumonia transitória e manchas esbranquiçadas no fígado
(manchas de leite ou spot milk) que determinam a condenação do órgão. Os vermes adultos
podem levar a obstrução intestinal. Há importância em suínos jovens, pois levam à
diminuição no ganho de peso, prolongando o período de engorda.
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: LARVAS PODEM CAUSAR PNEUMONIA,
ANEMIA – DIMINUI GANHO DE PESO. ADULTOS OBSTRUÇÃO INTESTINAL E
ICTERÍCIA.

ZOONOSE?

A. lumbricoides

Ascaris summ
FAMÍLIA ASCARIDIIDAE
GÊNERO Ascaridia
A.galli instala-se no intestino delgado de aves domésticas. A. columbae é um
parasito de pombos. Têm tamanho médio, com esôfago claviforme e boca trilabiada.
Os machos apresentam dois espículos de mesmo tamanho, uma ventosa pré-
cloacal na extremidade posterior e papilas pré-cloacais, cloacais e pós-cloacais.

ciclo biológico
As fêmeas fazem a postura de ovos de casca espessa com uma célula. Estes saem
com as fezes para o meio ambiente. Ocorre o desenvolvimento da L1 dentro do ovo,
que passa a L2 e L3. O hospedeiro definitivo se infecta ingerindo os ovos com a
forma infectante. No tubo digestivo da ave, a larva é liberada e se desenvolve para
L4, jovem e adulto no intestino delgado. O período pré-patente é de 4 semanas.

São os helmintos mais comuns em aves. Podem causar morte nos casos de
infecções maciças. Ocorrem mais gravemente em animais jovens, gerando
hemorragia intestinal e até obstrução
A. galli
Subfamília Toxocatinae
GÊNEROS Toxocara e Toxascaris
 Toxocara vitulorum (syn. Neoascaris vitulorum) é um parasito que se instala no
intestino delgado de bovinos e búfalos.
 Toxascaris leonina é um parasito que se instala no intestino delgado de felinos
silvestres.
 Toxocara canis é um parasito de tamanho médio, com boca trilabiada, asa
cervical longa e estreita, que se instala no intestino delgado de cães.
 Toxacara cati (syn. T. mystax) é um parasito de tamanho médio, com boca
trilabiada, asa cervical larga e curta, que se instala no intestino delgado de
gatos.

Ciclo biológico

As fêmeas fazem a postura dos ovos, que contêm apenas uma célula. Os ovos
saem nas fezes. O parasito desenvolve-se até L3 dentro do ovo. O hospedeiro
definitivo se infecta de quatro maneiras:
1) Via oral: pela ingestão do ovo com a forma infectante, que é liberada no tubo
digestivo e penetra na mucosa do intestino delgado. O parasito vai ao fígado pela
circulação porta, depois ao coração e aos alvéolos pulmonares, onde faz a muda
para L4. Chega à glote e é deglutido, retornando ao intestino, local em que ocorre a
muda para as formas jovem e adulta. Esse é o ciclo hepatotraqueal, que ocorre em
cães jovens (até 3 meses). Em cães adultos, as larvas chegam ao pulmão como L3,
pegam a circulação de retorno para o coração, são bombeadas pela aorta para
diferentes partes do corpo e mantêm-se ativas por anos. O período pré-patente é de
4 a 5 semanas.

2) Via transplacentária: em fêmeas gestantes, como as larvas passam no sangue


arterial, o feto pode ser contaminado pela circulação fetal. Mesmo que a cadela
tenha se contaminado antes da gestação e as larvas estejam na musculatura, elas
podem se reativar em função das alterações hormonais. É a forma de contaminação
mais importante nos cães, sem ocorrência em gatos.
3) Via transmamária: as fêmeas passam as larvas aos filhotes através do leite.

4) Via hospedeiros paratênicos: é a contaminação através da ingestão de


roedores e aves. Nesse tipo de infecção, não há migração de larvas.

IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA
Em cães, a infecção pode levar a pneumonia (passagem das larvas), enterite
mucoide e até oclusão parcial ou completa do intestino. Nos casos mais raros, há
perfuração intestinal com peritonite. A ingestão do ovo de Toxocara canis pelo
homem desencadeia reações ao corpo estranho e as larvas ficam migrando como
L3, podendo causar lesões hepáticas, oculares ou de outra natureza, conhecidas
como larva migrans visceral (LMV). Nesses casos, é considerado um parasito
errático. Outros ascarídeos que causam LMV são Anisakis sp., parasito de peixes,
e Lagochilascaris minor, parasito de felídeos silvestres. Ambos, eventualmente,
causam larva migrans visceral em humanos.

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