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AGRESSÃO E DEFESA
Conceito e relação
parasito/hospedeiro
Parasitologia
INTRODUÇÃO E CONCEITOS
INTRODUÇÃO
PARASITISMO:
É a associação entre seres vivos, na qual
existe unilateralidade de benefícios. O
hospedeiro é espoliado pelo parasito, pois
fornece alimento e abrigo para este.
MODIFICAÇÕES ADAPTATIVAS DO
PARASITO
1. MORFOLÓGICAS:
a)Capacidadereprodutiva: Superar
as dificuldades para atingir um
novo hospedeiro e escapar de
predadores.
d) Traumática: É provocada,
principalmente, por formas
larvárias de helmintos, embora
vermes adultos e protozoários
também sejam capazes de fazê-lo.
Ex: lesões hepáticas pela migração
da F. hepatica jovem
e) Irritativa: Deve-se a presença
constante do parasito que, sem
produzir lesões traumáticas, irrita o
local parasitado. Ex: Ação das
ventosas dos Cestoda
a) Oral
b) Cutânea
c) Inoculativa
REPRODUÇÃO
• Objetivos:
• Tornar a escrita Universal
• Impedir confusões ao descrever determinado animal
Classificação
Família
• Conjunto de Gêneros
• Muitas características semelhantes
• Algumas diferentes
• Exemplos
• Pulicidae – Família de Pulgas
• Muscidae – Família de Moscas
Rhipicephalus sanguineus
R. sanguineus (quando já citado anteriormente)
Termos Intermediários
• Sub gênero
• 3 Palavras
• A palavra do meio inicia com maiúscula e fica entre
parênteses
• Exemplo
• Heterakis (Heterakis) galinarum
• Gênero (Sub gênero) nome específico
• Sub espécie
• 3 Palavras
• Palavra do meio minúscula
• Exemplo
• Homo sapiens sapiens
• Gênero nome específico subespécie
Nomenclatura Variada
• Dedicado a uma pessoa:
• Sexo masculino – termina em –i
• Trypanossoma cruzi
• Sexo feminino – termina em –ae
• Felimare ruthae
• Referente a um país
• Ancylostoma braziliense
• Referente ao habitat
• Ancylostoma duodenale
• Referente a características do parasita
• Strongylus edentatus
• Referente ao hospedeiro
• Babesia canis
TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA
HOSPEDEIRO
VETOR
MEIO
PARASITO AMBIENTE
AGENTE- CAUSADOR DA DOENÇA
HOSPEDEIRO- ORGANISMO CAPAZ DE SER INFECTADO
MEIO AMBIENTE- FATORES QUE INTERAGEM COM O AGENTE E
O PRÓPRIO MEIO AMBIENTE (VETORES)
DOENÇA X SUSCEPTIBILIDADE
FATORES BIOLÓGICOS
GENÉTICOS
NUTRICIONAIS
IMUNOLÓGICOS
FORMAS DE DISSEMINAÇÃO
São seres dioicos, que possuem o corpo cilíndrico e podem apresentar anexos
cuticulares. Têm sistema digestivo completo (boca, vestíbulo oral, lábios, esôfago,
faringe, intestino e ânus ou abertura anal).
A maioria deles são parasitos de animais e plantas, mas também podem ser encontrados
em formas de vida livre no solo, água doce e ambientes marinhos.
SUPERFAMÍLIA: STRONGYLOIDEA
FAMÍLIA STRONGYLIDAE
Subfamília Strongylinae
(grandes estrongilídeos)
GÊNERO Strongylus
S. vulgaris são vermes de um a dois centímetros, apresentando grande cápsula bucal com
dois dentes arredondados. Instalam-se no intestino grosso dos equídeos. Apresentam
cápsula bucal com formato subglobular.
S. edentatus
( 2,5 a 4,5 cm, sem dentes)
S. vulgaris
S. equinus
(2,5 a 5 cm com 3 dentes cônicos)
- Eqüinos e asininos
- ceco e cólon
- vermes robustos
- vermelho-escuros
- cápsula bucal bem desenvolvida
- hematófagos.
S. edentatus
S. equinus
IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA
- S. vulgaris:
L3→ingestão →mucosa intestinal → L4→ pequenas artérias→ arteria mesenterica
cranial →L5 →parede intestinal →nódulos→ adultos → ovos →
fezes→ambiente→eclosão→L1→L2→(…)
- S. edentatus:
L3→ingestão →mucosa intestinal → fígado →L4→ peritônio→L5 →parede intestinal →
nódulos purulento → adultos → ovos → fezes → ambiente → eclosão→L1→L2→(…)
- S. equinus:
Ciclo biológico:
A fêmea adulta faz a postura de 5000 - 12000 ovos por
dia, que são eliminados nas fezes. Se o clima é quente e
úmido ocorre eclosão dos ovos, liberando a larva de
primeiro estágio. Esta por sua vez forma uma nova
cutícula, porém, não ocorre ecdise formando a larva
infectante. As larvas infectantes são ingeridas pelos
ruminantes, passam pelo intestino delgado e grosso.
Durante este trajeto dão origem a larva de quarto
estágio (L4) dentro de nódulos formados na parede
intestinal. Os nódulos medem 1 mm de diâmetro.
Depois a L4 vai para a luz do órgão onde atinge a fase
adulta (L5).
Patogenia e Sinais Clínicos:
As larvas na mucosa provocam uma irritação produzindo uma enterite de graus
variáveis de acordo com o número de parasitos e formação de pequenos nódulos
que desaparecem com o retorno das larvas à luz do órgão. Reinfecções: a formação
de nódulos é bem maior, devido a reação imunitária. Estes nódulos são reações
inflamatórias e podem calcificar ou supurar (abcessos) tanto para a luz do órgão
como para o peritônio. As complicações bacterianas das lesões permitem o
aparecimento de pequenos focos purulentos às vezes ulcerados, que persistem
como nódulos fibrosos
SUPERFAMÍLIA ANCYLOSTOMATOIDEA
FAMÍLIA ANCYLOSTOMIDAE
Gênero Ancylostoma
Ancylostoma tubaeforme, parasito que se instala no intestino delgado de gatos
Ancylostoma duodenale, presente em regiões de clima temperado. intestino
delgado do homem
Necator americanus, em regiões de clima tropical. intestino delgado do
homem
Ancylostoma caninum: cães, raposas e as vezes o homem
Ancylostoma braziliense: cães e gatos
Uncinaria stenocephala que se instala no intestino delgado de carnívoros.
GÊNERO Ancylostoma
A. braziliense tem dois pares de dentes, dos quais um é grande e em forma de garra,
e o outro, pequeno. Instala-se no intestino delgado de carnívoros.
CICLO BIOLÓGICO: Os ovos saem nas fezes do hospedeiro definitivo e, em
condições ideais de desenvolvimento, há liberação de L1, L2 e L3. Esse processo
dura 5 dias. A L3 chega ao hospedeiro por quatro vias:
1) Oral: no ato de se lamber, o hospedeiro definitivo ingere a L3, que penetra nas
glândulas gástricas e intestinais. O parasito faz muda para L4 e, quando chega
à luz intestinal, vai a adulto, fixando-se na mucosa do intestino delgado. O
período pré-patente é de aproximadamente 2 semanas.
Espécies:
O. Ostertagi- bovinos, ovinos e as
vezes caprinos
O. Circumcincta – ovinos e caprinos
Os ruminantes se infectam ao ingerir a larva infectante (l3). Está sob ação dos
sucos gástricos perda a cutícula e migra para a mucosa gástrica, onde atinge a fase
de quarto estágio (L4). Esta última vai para a luz do abomaso onde dá origem as
formas adultas (L5). Os adultos copulam e a fêmea realiza a postura de ovos. Pode
ocorrer hipobiose: inibição do desenvolvimento de nematódeos gastrintestinais.
Causas da hipobiose: frio, dessecação, imunidade, ingestão contínua de larvas O
fenômeno de inibição do desenvolvimento já foi observado em grande número de
espécies de nematódeos em diferentes hospedeiros, principalmente em Ostertagia
ostertagi / bovinos
Importância: gastrite parasitaria em ruminantes. Típica de regiões temperadas. Mais
comum no Rio grande do sul
FAMÍLIA DICTYOCAULIDAE
Subfamília Dictyocaulinae
GÊNERO Dictyocaulus
As fêmeas de Dictyocaulus são ovovivíparas, produzindo ovos que contém larvas (L1)
totalmente desenvolvidas que eclodem quase que imediatamente na mucosidade
das vias respiratórias. As L1 migram até a traqueia, onde são deglutidas e
eliminadas nas fezes ou expelidas pela tosse. As larvas de primeiro estádio,
presentes nas fezes, são caracteristicamente lentas e não se alimentam. Em
condições ideais, as larvas de terceiro estádio (L3) infectante é atingindo dentro de
cinco dias, e retém as cutículas dos estádios anteriores (L1 e L2). As L3 infectantes
deixam o bolo fecal e alcançam a forragem. Os hospedeiros ingerem as L3 junto com
o pasto e penetram na mucosa intestinal, atingindo a circulação sanguínea via
gânglios linfáticos do mesentério. Pela circulação chegam aos alvéolos, bronquíolos
e brônquios. Algumas larvas, em fêmeas prenhes, podem chegar ao feto através da
circulação placentária, ocasionando infecção pré-natal. As larvas de terceiro
estádios sofrem muda para L4 após cinco dias da infecção e no 15o dia são
observados adultos jovens nos brônquios
Gênero: Haemonchus
Espécies: H. contortus; H. placei; H. similis
Localização: no abomaso de bovinos.
Ciclo biológico:
é monoxeno, direto e apresenta duas fases: pré-parasitária (livre, fora do corpo do
hospedeiro) e parasitária (no corpo do hospedeiro). O ciclo inicia com a ingestão da
larva infectante que está na pastagem. As larvas de terceiro estágio invadem os
orifícios das glândulas gástricas da mucosa onde se alimentam e mudam para larvas
de quarto estágio (L4) e estas vão para a luz do abomaso, dando origem as formas
adultas (L5). Após a cópula, as fêmeas iniciam a postura de ovos, que serão
eliminados com as fezes. A postura por fêmea é de 5000-10.000 ovos por dia, durante
5 a 14 meses. Os ovos em condições adequadas de temperatura e umidade,
segmentam-se originando a larva de primeiro estágio (L1). As larvas após 24 horas
dão origem as larvas de segundo estágio (L2). Tanto a L1 como a L2 se alimentam de
microrganismos. A L2 cresce e origina a larva infectante, que migra do bolo fecal
para a pastagem, sendo então ingerida pelo ruminante, quando este se alimenta.
Mais de 90% das larvas infectantes de Haemonchus podem migrar até 10 cm do bolo
fecal. P
Haemonchus Contortus
Importancia:
C. Pectinata
C. Oncophora
C. punctata
Ciclo biológico:
a fêmea de Cooperia faz a postura de ovos e estes são eliminados nas fezes. No meio
exterior dão origem a larva de primeiro estágio, que em condições ideais de
temperatura e umidade evoluem para larva de segundo estágio (L2). Estas originam a
larva infectante com dupla cutícula. Os ruminantes se infectam ao ingerir as larvas
infectantes presentes no pasto. Depois da infecção, as larvas perdem a cutícula
originando os estágios de quarto estágio (L4). Estas vão para a luz intestinal do
intestino delgado, onde atinge a fase adulta (L5)
Patogenia e Sinais Clínicos: As lesões situam-se na região do duodeno e
consistem de processo de inflamação catarral com produção de exsudato e
espessamento da parede do intestino. Os helmintos provocam alterações no
intestino delgado, comprometendo a utilização dos nutrientes
ORDEM ASCARIDIDA
Subfamília Ascaridinae
GÊNERO Ascaris
A.lumbricoides é um parasito que se instala no intestino delgado do homem; A. suum instala-
se no intestino delgado do suíno. Podem atingir trinta centímetros. A boca é trilabiada.
Fêmeas terminam em cauda romba; machos possuem cauda espiralada.
CICLO BIOLÓGICO
IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA
As larvas podem causar pneumonia transitória e manchas esbranquiçadas no fígado
(manchas de leite ou spot milk) que determinam a condenação do órgão. Os vermes adultos
podem levar a obstrução intestinal. Há importância em suínos jovens, pois levam à
diminuição no ganho de peso, prolongando o período de engorda.
IMPORTÂNCIA MÉDICA VETERINÁRIA: LARVAS PODEM CAUSAR PNEUMONIA,
ANEMIA – DIMINUI GANHO DE PESO. ADULTOS OBSTRUÇÃO INTESTINAL E
ICTERÍCIA.
ZOONOSE?
A. lumbricoides
Ascaris summ
FAMÍLIA ASCARIDIIDAE
GÊNERO Ascaridia
A.galli instala-se no intestino delgado de aves domésticas. A. columbae é um
parasito de pombos. Têm tamanho médio, com esôfago claviforme e boca trilabiada.
Os machos apresentam dois espículos de mesmo tamanho, uma ventosa pré-
cloacal na extremidade posterior e papilas pré-cloacais, cloacais e pós-cloacais.
ciclo biológico
As fêmeas fazem a postura de ovos de casca espessa com uma célula. Estes saem
com as fezes para o meio ambiente. Ocorre o desenvolvimento da L1 dentro do ovo,
que passa a L2 e L3. O hospedeiro definitivo se infecta ingerindo os ovos com a
forma infectante. No tubo digestivo da ave, a larva é liberada e se desenvolve para
L4, jovem e adulto no intestino delgado. O período pré-patente é de 4 semanas.
São os helmintos mais comuns em aves. Podem causar morte nos casos de
infecções maciças. Ocorrem mais gravemente em animais jovens, gerando
hemorragia intestinal e até obstrução
A. galli
Subfamília Toxocatinae
GÊNEROS Toxocara e Toxascaris
Toxocara vitulorum (syn. Neoascaris vitulorum) é um parasito que se instala no
intestino delgado de bovinos e búfalos.
Toxascaris leonina é um parasito que se instala no intestino delgado de felinos
silvestres.
Toxocara canis é um parasito de tamanho médio, com boca trilabiada, asa
cervical longa e estreita, que se instala no intestino delgado de cães.
Toxacara cati (syn. T. mystax) é um parasito de tamanho médio, com boca
trilabiada, asa cervical larga e curta, que se instala no intestino delgado de
gatos.
Ciclo biológico
As fêmeas fazem a postura dos ovos, que contêm apenas uma célula. Os ovos
saem nas fezes. O parasito desenvolve-se até L3 dentro do ovo. O hospedeiro
definitivo se infecta de quatro maneiras:
1) Via oral: pela ingestão do ovo com a forma infectante, que é liberada no tubo
digestivo e penetra na mucosa do intestino delgado. O parasito vai ao fígado pela
circulação porta, depois ao coração e aos alvéolos pulmonares, onde faz a muda
para L4. Chega à glote e é deglutido, retornando ao intestino, local em que ocorre a
muda para as formas jovem e adulta. Esse é o ciclo hepatotraqueal, que ocorre em
cães jovens (até 3 meses). Em cães adultos, as larvas chegam ao pulmão como L3,
pegam a circulação de retorno para o coração, são bombeadas pela aorta para
diferentes partes do corpo e mantêm-se ativas por anos. O período pré-patente é de
4 a 5 semanas.
IMPORTÂNCIA MÉDICO-VETERINÁRIA
Em cães, a infecção pode levar a pneumonia (passagem das larvas), enterite
mucoide e até oclusão parcial ou completa do intestino. Nos casos mais raros, há
perfuração intestinal com peritonite. A ingestão do ovo de Toxocara canis pelo
homem desencadeia reações ao corpo estranho e as larvas ficam migrando como
L3, podendo causar lesões hepáticas, oculares ou de outra natureza, conhecidas
como larva migrans visceral (LMV). Nesses casos, é considerado um parasito
errático. Outros ascarídeos que causam LMV são Anisakis sp., parasito de peixes,
e Lagochilascaris minor, parasito de felídeos silvestres. Ambos, eventualmente,
causam larva migrans visceral em humanos.