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LEPTOSPIROSE

Cartilha educativa
para o Agente de Saúde Ambiental e Combate às Edemias

RECIFE -PE
2022

Programa de Residência em Vigilância em Saúde - Dhallas Michelly


APRESENTAÇÃO

Este material, com a temática da leptospirose, visa somar ou


reforçar saberes necessários à atividade profissional dos
Agentes de Saúde Ambiental e Combate às Endemias (ASACE)
que representam um vínculo importante entre a comunidade e
as equipes da Atenção Básica, pois através deles são
promovidas atividades de vigilância, prevenção de
doenças/agravos, promoção à saúde além de proteção do meio
ambiente, interferindo positivamente na qualidade de vida das
pessoas.
No Brasil, a leptospirose é endêmica tornando-se, epidêmica
em períodos chuvosos, quando a ocupação desordenada das
cidades e a inadequada rede de saneamento básico, contribuem
para o aumento de roedores infectados (BRASIL, 2019).
Assim, considerando que a leptospirose constitui-se um
problema de saúde pública, representa um desafio constante
conscientizar e promover na população, ações que ajudem a
controlar ou eliminar os fatores que contribuem para a
expansão dos casos de leptospirose.
Desta forma, é fundamental a participação do ASACE, pois
ele possui esse contato e conhecimento capaz de mobilizar a
todos no território.
Esse material foi elaborado pela necessidade da construção
de um trabalho de conclusão da Residência, somado a vivência
prática no setor de Vigilância Ambiental, onde observou-se
uma carência em materiais educativos voltados para o ASACE,
que explore a temática da leptospirose.

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O QUE É A LEPTOSPIROSE?

A leptospirose é uma zoonose (doenças


que animais têm e podem passar para o
homem). É uma doença infecciosa
causada pela bactéria Leptospira, que
pode estar na urina de animais,
principalmente ratos, nas zonas
urbanas ou água e lama contaminadas
pela bactéria, pois a mesma necessita de
meio hídrico para sobreviver.

Vale mencionar que a distribuição da


doença não é comum para todo
território pois é mais comum em
população de baixa renda, onde não
há condições adequadas de
saneamento propiciando a alta
infestação de roedores infectados.

Por isso, fique atento!


Se você trabalha em comunidades de alta
vulnerabilidade, preste atenção nos períodos
chuvosos e reforce as orientações quanto aos
riscos de exposição.

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SERÁ QUE APENAS OS RATOS TRANSMITEM A
LEPTOSPIROSE?

Os ratos alojam a bactéria Leptospira,


se infectam, porém não desenvolvem a
doença, são apenas reservatórios e a
disseminam no meio ambiente,
contaminando a água, o solo e os
alimentos.

embora os ratos sejam os


principais reservatórios
urbanos eles não são os únicos.
nos últimos anos os cães, por
estarem mais próximos aos
humanos, vem se destacando
como transmissores da
leptospirose .

Vale lembrar!
Os suínos, bovinos, equinos e ovinos também são
reservatórios embora de menos importância
epidemiológica para os centros urbanos.

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ENTÃO COMO É TRANSMITIDA A LEPTOSPIROSE?

A transmissão ocorre através da urina de


animais infectados, além de água e alimentos
contaminados pela bactéria leptospira, que
penetra na pele lesionada ou íntegra, em contato
por longo período de tempo em água
contaminada, ou atravé s de mucosas.

lembra que depois dos ratos os cães


são os principais reservatórios
urbanos? então é importante reforçar
com a comunidade sobre a necessidade
da vacinação e castração destes
animais evitando assim, o hábito de
demarcar o território e contrair
doenças com outros animais.

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FIQUE ATENTO À TRANSMISSÃO

Fonte de infecção
1 Constituída pelos reservatórios
e portadores.
Atenção para ratos e cães
contaminados pela bactéria
leptospira.

Contaminação pela leptospira


2 Lama de enchente, água e
alimentos contaminados.

Exposição aos fatores de risco


3 Penetração no corpo pela pele
ferida ou integra ou ingestão
de alimento ou água
contaminados.

Infecção humana
4 A manifestação dos sintomas pode ocorrer
de 2 a 30 dias após exposição.

VALE LEMBRAR! EXISTE TAMBÉM OUTRAS


FORMAS DE TRANSMISSÃO, PORÉM MENOS
FREQUÊNTES. COMO CONTATO COM: TECIDOS,
ÓRGÃOS E SANGUE DE ANIMAIS
CONTAMINADOS.

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QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS?

FEBRE

DOR DE CABEÇA

FALTA DEDE
FALTA APETITE
APETITE

VÔMITO

DORES NO CORPO
PRINCIPALMENTE NA BATATA DA PERNA

Por isso, fique atento!


Os sintomas que aparecem com mais frequência são
bem semelhantes aos de um resfriado comum,
podendo ocorrer também diarreia e tosse.
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VALE LEMBRAR!

Cerca de 15% dos pacientes com


leptospirose, evolui para
manifestações clínicas graves,
caracterizada pela tríade:
icterícia, hemorragia e
alteração urinária, chamada de
Síndrome de Weil.

Por isso, fique atento!


se sua área apresenta condições socioeconômicas
de vulnerabilidade social, tem presença de cães
errantes e infestação de ratos, e surgem pessoas
com sinais de icterícia, não deixe de suspeitar da
leptospirose. Oriente a comunidade para os sinais
e sintomas e a procurar urgentemente uma
unidade de saúde mais próxima.

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COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A princípio é importante saber se o paciente foi exposto


previamente a situações de risco, por isso é extremamente
necessário perguntar se:

1. TEVE CONTATO NOS ÚLTIMOS


DIAS COM CÃO DOENTE;
2. TEVE CONTATO COM ÁGUA DE
ENCHENTE;
3. HÁ PRESENÇA DE RATOS NA SUA
RESIDÊNCIA OU SUA
COMUNIDADE;
4. E DA POSSIBILIDADE DE TER TIDO
CONTATO COM URINA DE RATO.

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ORIENTAÇÕES EM CASOS SUSPEITOS

FIQUE ATENTO
À DINÂMICA DE VIDA DAS PESSOAS SE ELAS PISAM EM
ÁGUA EMPOSSADAS E APARECEM SINAIS PARECIDOS
COM GRIPE PODE ACENDER O SINAL DE ALERTA PARA A
LEPTOSPIROSE.

Em casos suspeitos da doença, orientar o


paciente a procurar imediatamente um serviço de
saúde para relatar a exposição ao risco
possibilitando o tratamento precoce.

Vale lembrar! nos casos leves, o atendimento é


ambulatorial, todavia, nos casos graves, a
hospitalização deve ser imediata, visando evitar
complicações e diminuir a letalidade.

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COMO O ASACE CONTRIBUI PARA O CONTROLE DA
LEPTOSPIROSE?

O ASACE tem um papel importante na promoção


da educação ambiental para população. por
isso, torna-se peça fundamental para
orientações/recomendações junto à
comunidade, tais como:

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1. orientar os moradores a evitarem o
contato com água ou lama de
enchentes e a não deixarem que
crianças nadem ou brinquem em
ambientes que possam estar
contaminados;

2. recomendar a lavagem de objetos


expostos a enxurrada/enchente, com
desinfetantes comuns e hipoclorito
de sódio a 2,5%, para eliminar a
leptospira que é sensível a esses
produtos;

3. orientar os moradores que


trabalhem na limpeza de lamas,
entulhos e desentupimento de
esgoto a usarem botas e luvas de
borracha;

4. aconselhar que em caso onde a


pessoa precise entrar em contato
com locais potencialmente
contaminados, e não possuir
material adequado, usar sacos
plásticos duplos amarrados nas
mãos e nos pés;
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5. lembrar aos tutores que os
vasilhames de alimento dos animais
domésticos (cães, gatos e outros)
devem ser retirados e limpos antes do
anoitecer, pois eles também podem ser
contaminados pela urina do rato;

6. informar para não jogar lixo ou


entulho nos córregos, canais ,
canaletas e cursos d’água, pois além
de atrair roedores, o lixo dificulta
o escoamento das águas, agravando
o problema das enchentes;

7. instruir a população a
manter as caixas d’água, ralos
e vasos sanitários fechados
com tampas pesadas;

8. explicar aos moradores a


importância de
acondicionar e descartar o
lixo em sacos plásticos em
locais elevados do solo;

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9. recomendar a comunidade a
colocar o lixo pouco antes do
caminhão da coleta passar;

10. orientar a manutenção de


quintais e terrenos sempre limpos
para evitar a infestação de
roedores;

11. aconselhar o
armazenamento de alimentos
vedados e em locais fechados,
como armários;

12. recomendar fechar buracos


de telhas, paredes e rodapés
para evitar o ingresso dos
ratos.

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OUTRAS CONTRIBUIÇÕES DO ASACE

DIVULGAR PARA SUA COMUNIDADE A LEPITOSPIROSE COMO


UM PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA RELEVANTE;

ESTAR ATENTO DURANTE AS VISITAS DOMICILIARES, A


PESSOAS COM SINTOMAS DA LEPTOSPIROSE ORIENTANDO-AS
NA BUSCA À UNIDADE DE SAÚDE;

FAZER PARCERIAS COMUNITÁRIAS PARA MANTER O


CONTROLE E POSSIBILITAR A REDUÇÃO DA DOENÇA;

ORIENTAR A CASTRAÇÃO COMO UMA MEDIDA


PERMANENTE QUE FAVORECE A REDUÇÃO DE DOENÇAS
COMO A LEPTOSPIROSE;

CONSCIENTIZAR A POPULAÇÃO DE SEU PAPEL


FUNDAMENTAL NA PREVENÇÃO DA DOENÇA, MANTENDO O
AMBIENTE LIMPO E FAZENDO USO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
QUANDO EXPOSTOS AOS RISCOS;

INFORMAR QUE A LEPITOSPIROSE TEM CURA E QUE O


TRATAMENTO ESTÁ DISPONÍVEL NO SUS.

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Para mais informações acesse:
Ministério da saúde
https://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/leptospirose
Fiocruz
https://agencia.fiocruz.br/leptospirose-0
Guia de Vigilância em Saúde
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/25/gu
ia-vigilancia-saude-volume-unico-3ed.pdf
prefeitura do recife - cievs
https://cievsrecife.wordpress.com/
Secretaria Executiva de Vigilância à Saúde
(81) 3355-1887 / 88 / 89
Centro de Vigilância Ambiental
(81) 3355-7704/7705

Distritos Sanitários do recife:
I-(81)3355.1543
II-81)3355.4317
III -(81)3355.5404
IV - (81)3355.7550
V - (81)3355-9562
VI -(81) 3355-1958
VII - (81) 3442-2710
VIII - (81) 9 8444-7582

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REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).


Vigilância em Saúde no Brasil 2003 | 2019: da criação da Secretaria de
Vigilância em Saúde aos dias atuais. Boletim Eletrônico Epidemiológico,
v. 50, n. esp, p. 44-45, 2019. Disponível em:
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/setembro/25/b
oletim-especial-21ago19-web.pdf. Acesso em: 11/10/2020.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Departamento de Vigilância Epidemiológica. Leptospirose. In: BRASIL.
Guia de Vigilância Epidemiológica. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, p.
18-32, 2009.
3. CASTRO, J.R. et al. Leptospirose canina: Revisão de literatura. PUBVET,
Londrina, v. 4, n. 31, Ed. 136, Art. 919, 2010.
4. OLIVEIRA, S. T.; Leptospirose canina: dados clínicos, laboratoriais e
terapêuticos em cães naturalmente infectados. 2010. 88f. Tese
(Doutorado) – Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em:
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/23681/000740933.pdf
?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 01 fev. 2021.
5. VASCONCELOS, C. H.; FONSECA, F. R.; LISE, M. L. Z.; ARSKY, M. L. N.S.;
Fatores ambientais e socioeconômicos relacionados à distribuição de
casos de leptospirose no Estado de Pernambuco, Brasil, 2001–2009.
Caderno Saúde Coletiva, v. 20, n. 1, p. 40-56, 2012. Disponível em:
http://www.cadernos.iesc.ufrj.br/cadernos/images/csc/2012_1/artigos/
CSC_v20n1_49-56.pdf. Acesso em: 03 fev. 2021.

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ESSE MATERIAL FOI ELEBORADO POR DHALLAS
MICHELLY COMO PROPOSTA DE TRABALHO DE
CONCLUSÃO DA RESIDÊNCIA EM VIGILÂNCIA EM
SAÚDE, COM ORIENTAÇÃO DE MAURICÉA MARIA
DE SANTANA E COORIENTAÇÃO DE ROSALVA SILVA

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