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1.

INTRODUÇÃO

A Febre Tifóide é uma doença bacteriana perigosa causada pela bactéria salmonela
typhi.

O estudo em causa é importante porque a Febre Tifóide representa um importante


problema de saúde pública, pois é considerado como a quarta maior causa de morte em
Angola, sendo assim é necessário diagnosticar, tratar e prevenir a fim de se evitar mais
casos e consequentemente evitar mortes por Febre Tifóide.

O bacilo foi estabelecido 1896 por Widale introduzido em São Paulo por Adolpho Luiz,
A Febre Tifóide contaminou muitos povos e era responsável por muitas mortes no curso
da história.
De acordo com a OMS, a Febre Tifóide continua afectar todos os anos entre 11 á 20
milhões de pessoas e é responsável pela morte de 120mil á 161mil todos os anos.

Em Angola, entre 2012 e 2016, ocorreram entre 100 a 1000 casos por ano com menos
de 30 casos por ano resultando em morte. A doença acomete com maior frequência a
faixa etária entre 15 e 45 anos de idade em áreas endêmica.
1.1 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

Nos dias de hoje tem se notado uma elevada percentagem de casos da Febre Tifóide,
Angola ainda é um país com alta incidência e prevalência de doenças infeciosas e
parasitárias com destaque para as grandes endemias. Desta forma colocamos a seguinte
questão:

Quais são os conhecimentos dos vendedores do mercado do Calemba 2 sobre a


Febre Tifóide no II° trimestre de 2023⁇

1.2 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho tem como missão levar os conhecimentos aos vendedores do


Mercado do Calemba 2 sobre a Febre Tifóide promovendo práticas saudáveis, desta
forma revertendo as estimativas crescentes nos casos da mesma.

A escolha do presente tema, deve-se ao facto de que a febre tifoide é uma infecção
bastante recorrente nas unidades sanitárias do país, por essa razão despertou em nós a
vontade de investigar mais sobre a mesma a fim de apresentar resultados viáveis para a
população de modos a reduzir os casos da Febre Tifoide.

A Febre Tifóide representa um importante problema de Saúde Pública, pois é uma das
causas.

1.3 OBJECTIVOS

O termo objectivo remete-nos a uma meta que pretendemos alcançar. Para o presente
trabalho, apresentamos os seguintes objectivos:

1.3.1 GERAL

 Compreender os conhecimentos da população do mercado do Calemba 2 sobre a


Febre Tifóide no II° trimestre de 2023
1.3.2 ESPECÍFICOS

 Caracterizar o perfil socio-demografico da população.


 Descrever as formas de prevenção da Febre Tifóide.
 Identificar os sintomas da Febre Tifoide.
 Descrever as formas de transmissão da Febre Tifóide.

2.FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1 Definição de termos e conceitos


Febre: É aumento da temperatura do corpo acima do limite normal em resposta a uma
doença ou perturbação, é um sinal de alerta que pode indicar, por exemplo uma infeção
no organismo. (Ramos, 2005)

Febre Tifoide: É uma doença causada pela bactéria salmonela entérica typhi
transmitida ao homem através da água e alimentos contaminados, além do contacto
directo com fluidos de pessoas infectadas. Pode levar a morte. (GOMEZ, 2014)

Conhecimento: É o facto ou condição de saber alguma coisa através de uma


experiência, vivencia, ou de uma associação. É o estado de consciência própria sobre
propriedades, sensações, comportamentos dos mais variados domínios da realidade.

2.2 Agente Etiológico

A Salmonella é uma bactéria da família das Enterobacteriaceae que causa intoxicação


alimentar e em casos raros, pode provocar graves infeções e até mesmo a morte. Ela
possui duas espécies causadoras de doenças em humanos: S.enterica e S.bongori.
(CUNHA, 2008)

O bacilo da Febre Tifóide é um bastonete gram-negativo móvel da família


Enterobacteriaceae. Possui um antígeno flagelar e um antígeno de lipopolissacarideo de
virulência localizado na cápsula celular.
Antígeno O: Somático, presente em todas as espécies de salmonela, de natureza
glicidolipídica, identificando-se com a endotoxina O, é Termo estável e essencial à
virulência. Para a S.Typhi o antígeno somático específico de grupo é o "O9".
Antígeno H: Flagelar, de natureza proteica, a composição e ordem dos aminoácidos da
flagelina determinam a especificidade flagelar. No caso da S. Typhi o antígeno flagelar
é o "d".

É bastante resistente ao frio e ao congelamento, resistindo também ao calor de 60 ° C


por uma hora. É pouco resistente à luz solar. (BUTLER, 2008).
2.3 Transmissão da Febre Tifoide

A transmissão pode acontecer através do contacto com o solo, fezes e urina de um


portador que esteja contaminado, através de águas e alimentos contaminados com os
ovos da bactéria, ou quando um paciente com Febre Tifóide manuseia os alimentos
durante o preparo sem higienizar as mãos. (SCRODO, 2008)

A Febre Tifoide é transmitida principalmente pela forma indirecta, por meio de água e
alimentos, especialmente leite e seus derivados contaminados da doença torna com
fezes ou urina de doentes ou portadores. A forma de transmissão da doença a torna mais
comum nas regiões mais carentes de saneamento básico e de educação sanitária
ambiental, razão pela qual a grande maioria dos casos da doença se encontra nas regiões
do planeta predominam populações com elevados níveis de pobreza e de baixos níveis
socioeconómicos e culturais. (ABASCO, 2004)

2.4 Manifestações clínicas

Classicamente a Febre Tifóide se apresenta em 3 períodos de incubação:


1. Inicial ou de invasão: Corresponde a primeira semana da doença e caracteriza-se por
febre de 39 á 40ºc.

2. Estado: Corresponde a segunda e terceira semana da doença apresentando febre


continua e alta.
3. Convalescença: A partir da quarta semana da doença o paciente se apresenta
profundamente debilitado com dificuldade de marcha e as vezes de articulação das
palavras.

A dor abdominal ocorre em mais da metade dos pacientes, sendo frequentemente difusa
ou localizada na fossa ilíaca direita, sobre o íleo terminal. A febre, calafrio e outros
sintomas sistémicos como: mialgia, ténues que são denominadas de roséolas tíficas.
Ocorre ainda alterações do hábito intestinal, que pode ser obstipação (principalmente
em adultos) e diarreia ocorre cerca de 1terço dos casos, a qual consiste em fezes
aquosas ou semi-sólidas.
O período de incubação varia de 8 á 28 dias de acordo com o tamanho do inóculo e
estado imunológico do hospedeiro. (Diário de Notícias, 2014). Não há imunidade
naturalmente adquirida. A doença confere graus variáveis de imunidade, independente
da sua gravidade clínica.

2.5 Sinais e sintomas


(Pereira, 2000) descreve os sintomas da seguinte forma:

Sintomas na primeira semana:

• Febre alta (40 graus);

• Forte diarreia;

• Mal-estar;

Outros sintomas que ocorrem a partir da segunda semana são:

• Hepatoesplenomegalia;

• Obstipação;

• Fezes com sangue;

• Calafrios;

• Confusão mental;

• Delírio;
Outros sintomas que ocorrem a partir da terceira semana são:

• Sangramento intestinal

• Perfuração intestinal

• Morte

2.6 Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais que visam identificar a bactéria
causadora dos sintomas da doença.

reacção de Widal: É um teste serológico que permite detectar a infecção por bactérias
do género Salmonella, em geral aplicado em indivíduos que apresentam sintomas da
Febre Tifoide ou de Brucelose. A Reacção de Widal é um teste de aglutinação em tubo
que demonstra resposta serológica contra a S.typhi.
O teste consiste em verificar a aglutinação de anticorpos numa amostra de sangue após a
adição de uma pequena quantidade de antigénios O-somático e H-flagelar.

As aglutininas anti-O são as primeiras a surgir por volta do décimo dia da doença e
desaparecem em 30 dias.Já as aglutininas anti-H surgem no final da segunda semana e
desaparecem em 30 dias também.
A positividade das aglutininas anti-O é dado de maior valor diagnóstico.

É possível diagnosticar a Febre Tifóide através de exames de Coprocultura,


Mielocultura, Urocultura, Hemocultura, entre outros, porém não são frequentes a
realidade Angolana.

Para a realização do mesmo, utiliza-se os seguintes materiais:

 Luvas
 Centrifuga
 Placa de fundo branco
 Pipetas
 Reagentes O e H
 Tubos secos

Procedimentos: Coloca-se 40 microlitros do soro do paciente em cada poço da


placa de fundo branco, juntamente com uma gota de reagente O e H em cada poço,
em seguida homogenizar e colocar no agitador durante 1 minuto e esperar o
resultado, lançar de acordo com resultado da aglutinação.

Valores’ de referência e interpretação dos resultados

 1/20,1/40,1/60,1/80: é considerado negativo por não apresentar


aglutinações.
 1/160, e 1/320: é considerado positivo, estes casos acontecem quando a
doença já está instalada (PEREIRA,2000).
2.7 Prevenção

A Salmonella pode ser prevenida por meio da adoção de medidas de controle em todas
as etapas da cadeia alimentar, desde a produção agrícola até o processamento,
fabricação e preparação de alimentos, tanto em estabelecimentos comerciais quanto nas
residências.

Algumas condutas simples podem evitar a contaminação, que incluem o manuseio


correcto alimentos:

 Lave sempre as mãos antes, durante e depois de manipular ou consumir


alimentos;
 Lave bem os alimentos antes de consumir especialmente frutas e legumes;
 Evitar comer alimentos mal passados como peixes, carnes e ovos;
 Evitar consumir alimentos em lanchonetes e restaurantes que apresentam
condições precárias de higienização e conservação. (Nascimento, 2007).
3. METODOLOGIA

1. TIPO DE ESTUDO
Será realizado um estudo observacional descritivo transversal com uma abordagem
quantitativa e qualitativa.
2. LOCAL DE ESTUDO
O estudo foi realizado no Mercado do Calemba 2 em Luanda.
3. POPULAÇÃO E AMOSTRA
O público alvo em estudo foi constituído por vendedores do Mercado do Calemba 2
onde extraiu-se uma amostra de 30 vendedores.
4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO É EXCLUSÃO
Foram incluídos todos os vendedores que estiveram presentes e disponíveis para
participar da pesquisa.

Foram excluídos todos os vendedores que não participaram da pesquisa.


5. PROCEDIMENTOS ÉTICOS
O trabalho foi submetido a provação do conselho pedagógico do Instituto Técnico de
Saúde Anuarite que procedeu o envio de uma carta para a direção municipal do
Talatona Mercado do Calemba 2 solicitando a autorização para a colheita de dados.

6. PROCEDIMENTO DE RECOLHA DE DADOS


Para a colheita de dados, a amostra foi submetida a um inquérito com um formulário
previamente estruturado com perguntas abertas e fechadas.

7. PROCESSAMENTO DE DADOS
Os dados foram processados nos programas de Microsoft e Word 2016 para elaboração
do trabalho analisados e apresentados em tabelas e Power Point para apresentação do
TCC.

8. PRINCIPAIS VARIÁVEIS
Variáveis sócio demográficas
• Idade
• Sexo;
• Estado civil;
• Nível académico.
Variáveis em estudo
 Descrever as formas de prevenção da Febre Tifóide.
 Identificar os sintomas da Febre Tifóide
 Descrever as formas de transmissão da Febre Tifóide
5. CONCLUSÃO
Após a um longo período de pesquisa conseguimos concluir que a Febre Tifóide é uma
doença bacteriana perigosa causada pela bactéria salmonela typhi.

Realizou-se um estudo Observacional Descritivo Transversal de abordagem


quantitativa e qualitativa.

Após as nossas pesquisas conseguimos alcançar os nossos objetivos em função dos


inquéritos respondidos pelos vendedores do Mercado do Calemba 2. Assim sendo,
podemos também responder a nossa pergunta de partida apresentando resultados da
tabela 5 que fala sobre o nível de conhecimentos que os vendedores do Mercado do
Calemba 2 tem sobre a Febre Tifóide, mostrando que 77% dos vendedores responderam
que já ouviram falar sobre a Febre Tifóide.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRASCO, Manuel Plano Diretor para o Desenvolvimento da Epidemiologia no


Brasil Rio de Janeiro, 2000.

ALMEIDA, A. Investigação de surto de Febre Tifóide em Santos (São Paulo 2004).

BUTLER, Thomas. Tratado de MedicinaInterna 21 edição, 2008.

CUNHA, Saraiva. Doenças infecciosas: o desafio da clínica. Clínica Universitária de


Doenças Infecciosas: F. M. U. C. Coimbra. 2008

COURA, José Rodrigues. Síntese das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Rio de


Janeiro 2008. CPDE, 2016.

GOMEZ, J. & Focaccia Febre tifóide e paratifóide. Doenças infeciosas e parasitárias.


Rio de Janeiro: 10ª. ed. Guanabara Koogan, 2014.

MAINARDI, Clélia. Enfermagem em febre tifóide. Revista da Escola de Enfermagem


da USP. 2 edição,1968.

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