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SN186 – TRANSMISSÃO DE MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM

ALIMENTOS

ATIVIDADE PRÁTICA
Nome e Sobrenome(s): Dias Zacarias Tembe
Usuário: MZSNMNBA167346
Data: 31 de Agosto de 2023

CASO PRÁTICO – APLICADO

Consulte a página oficial do CDC em espanhol. Identifique o surto ou alerta sanitário


causado pela E. coli em 2019, devido ao consumo de alface romana. A seguir, responda
às seguintes perguntas:

Escherichia coli (sorotipo O157:H7)

A Escherichia coli (E. coli) é uma bactéria que normalmente habita no intestino de
pessoas e animais. A maioria das E. coli são inofensivas e encontram-se normalmente
num tubo digestivo saudável mas, alguns tipos são patogénicos, o que signifca que
podem causar doença, quer diarréicas quer outras doenças como infecções urinárias,
doenças respiratórias e pneumonias. Normalmente as E. coli que podem causar diarreias,
são transmitidas através da água ou alimentos contaminados por fezes de pessoas ou
animais [1].

Existem muitas E. coli, umas inofensivas e outras patogénicas. Os microbiologistas


agruparam as que podem causar doença em vários grupos (patótipos) conforme as suas
propriedades e características: E. coli enterotoxigénica (ETEC), E. coli enteropatogénica
(EPEC), E. coli enteroagregativa (EAEC), E. coli enteroadesiva (EIEC), E. coli adere
difusamente (DAEC) e E. coli entero-hemorrágica (EHEC) [2].

Fundamentalmente as que aparecem associadas a grandes surtos são as E. coli que


produzem toxinas (“venenos”) capazes de provocar diarreias muito graves que conduzem
à morte em casos extremos (E. coli O104:H4 produtora de toxina Shiga e E. coli O157:H7)
[3].

1
A Escherichia coli enterohemorrágica (EHEC) sorotipo O157:H7 foi reconhecida como um
importante patógeno vinculado a doenças alimentares a partir de 1983 devido a um surto
ocorrido pela ingestão de hambúrgueres mal cozidos em um restaurante fast-food
nos EUA e, as pessoas com infecções por esta bactéria podem
apresentar colite hemorrágica e síndrome hemolítica urêmica, doença grave e muitas
vezes fatal. Este microrganismo apresenta entre os seus fatores de
virulência importantes citotoxinas, denominadas toxinas de Shiga (Stx1 e Stx2),
anteriormente denominadas de verotoxinas. O principal reservatório natural da E. coli
O157:H7 é o trato gastrintestinal de bovinos sendo encontrada nas fezes dos mesmos.
Sua transmissão ocorre principalmente através de carne bovina contaminada, mas pode
também ocorrer pela ingestão de água, leite e vegetais. Os
principais métodos de prevenção e controle são, a introdução de boas práticas
de higiene do manipulador e a existência de sistema de análise de perigos e de pontos
críticos de controle dentro da indústria para garantir uma diminuição nos riscos
de contaminação [4].

1. Qual foi a data de início e fim desse surto?

Resposta: O surto causado pela E. coli devido ao consumo de alface romana tebe alface
romano teve iníco a 20 de Setembro de 2019 e foi a Escherichia coli O157:H7.

2. Quais foram as recomendações para consumidores, restaurantes e varejistas?

Resposta:

Aos consumidores, restaurantes evarejistas, foram dados as seguintes recomendações:

 Lave as mãos antes e depois de preparar frutas e legumes.


 Lave ou esfregue todas as frutas e vegetais em água corrente antes de comer,
cortar ou cozinhar.

 Frutas e legumes cuja embalagem diz que foram pré-lavados não precisam
ser lavados novamente em casa.

2
 Use tábuas de corte para frutas e vegetais diferentes das usadas para carnes
cruas, aves, frutos do mar e ovos.
 Use pratos e utensílios separados para alimentos crus e cozidos.
 Armazene frutas e vegetais separados de carnes cruas, aves e frutos do mar, e
não próximos ou embaixo deles, pois podem liberar sucos que podem conter
germes.

Se você tiver sintomas de infecção por E. coli , tome medidas:

 Fale com seu médico.


 Anote o que você comeu na semana antes de começar a se sentir mal.
 Relate sua doença ao departamento de saúde local.
 Ajude os pesquisadores de saúde pública respondendo a perguntas sobre sua
doença.
 Lave bem as mãos depois de trocar fraldas ou usar o banheiro e antes e depois
de preparar alimentos para reduzir a chance de infectar outras pessoas

3. Quais são os sintomas ou sinais de alerta de infecção por E. coli?

Resposra: Os sintomas ou sinais de alerta de infecçao por E. coli são:

 A E. coli produtora da toxina Shiga (STEC) geralmente deixa as pessoas doentes


entre 2 a 8 dias (com uma média de 3 a 4 dias) depois de engolirem o germe .

 Algumas pessoas com infecção por E. coli podem desenvolver um tipo de


insuficiência renal chamada síndrome hemolítico-urêmica (SHU).
 O uso de antibióticos não é recomendado em pacientes com suspeita de
infecção por E. coli até que testes diagnósticos possam ser realizados e a
infecção por E. coli seja descartada. Alguns estudos demonstraram que a
administração de antibióticos a pacientes com infecção por E. coli pode aumentar
o risco de desenvolver SHU, e o benefício do tratamento não foi claramente
demonstrado.

3
4. Pesquise qual é o alerta sanitário mais recente em seu país devido à presença de
microrganismos nos alimentos. Indique o site oficial de onde você extraiu as
informações. Além disso, analise as causas de tal alerta e proponha possíveis
soluções. Para isso, utilize quaisquer fontes bibliográficas externas que considere
necessárias, incluindo referências no formato Vancouver e tomando o cuidado de não
cometer plágio.

_________

Surto do Cólera

O alerta sanitário mais recente e recorrente em meus país e o cólera (conhecida como
“doença das mãos sujas”, doença que afeta o intestino delgado e causada pela
bactéria Vibrio cholerae, que entra no organismo de um indivíduo por meio do consumo
de água e de alimentos que foram previamente contaminados pelo bacilo.

O agente etiológico, V. cholerae, sorogrupos O1 e O139, é um bacilo Gram-negativo,


aeróbio, curto, curvo e móvel que produz enterotoxina, uma proteína que induz a
hipersecreção de uma solução eletrolítica isotônica pela mucosa do intestino delgado.
Os seres humanos são o único reservatório natural conhecido para V. cholerae. Após
penetrarem a camada de muco, esses organismos colonizam o revestimento epitelial
do intestino e secretam a toxina da cólera. Esses organismos não invadem a parede
intestinal; assim, nenhum ou poucos leucócitos são encontrados nas fezes [5].

Essa é uma doença relacionada maioritariamente à higiene e ao saneamento básico


sendo que em regiões onde há uma falta de infraestrutura básica, como redes de esgoto,
é comum ter vários casos de cólera assolando a população local. A cólera é uma
condição relativamente grave, que pode levar o paciente a óbito.
Infelizmente, em Moçambique esta doença tem causado muitas mortes principalmente
nas zonas ruarais, associado à pobreza extrema e a falta de cuidados médicos devido à
falta de postos de saúde. Nos pequenos centros urbanos esta doença deve-se à
problemas de saneamento do meio e foi, declarado como pandemia pelo Ministério da
Saúde em Setembro de 2022. A sua propagação raramente se faz pelo contacto
interpessoal.
O período de incubação para cólera é 1 a 3 dias. A cólera pode ser subclínica,
caracterizada por um episódio de diarreia não complicada e discreta, ou uma doença
fulminante, potencialmente letal [5].

4
O início dos sintomas é geralmente abrupto, indolor, com diarreia aquosa e vômitos.
Náuseas significantes estão tipicamente ausentes. Evacuação de fezes em adultos
pode exceder 1 l/h, mas geralmente é muito menor. Muitas vezes, as fezes consistem
em evacuação líquida sem material fecal (fezes em água de arroz).

A intensa depleção de água e eletrólitos provoca intensa sede, oligúria, cãibras dos
músculos, fraqueza e perda acentuada de turgor dos tecidos, com olhos afundados e
pregas de pele nos dedos. Também ocorrem hipovolemia, hemoconcentração, oligúria
e anúria e acidose metabólica intensa com depleção de potássio (mas concentração
normal de sódio no soro). Quando não tratada, pode ocorrer colapso circulatório com
cianose e estupor. A hipovolemia prolongada pode provocar necrose tubular renal.

A maioria dos pacientes elimina V. cholerae dentro de 2 semanas após a interrupção da


diarreia, mas alguns se tornam portadores crônicos nas vias biliares.

Moçambique já notificou mais de 27 mil casos da doença desde o início do surto, com
124 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 0,5% [6].

Dados fornecidos pela Direcção Nacional de Saúde Pública do Ministério da Saúde


indicam que no período de 14 de Setembro de 2022 a 5 de Março de 2023, o país tinha
um cumulativo de 7481 casos diagnosticados do cólera e 43 óbitos, o que corresponde
a uma taxa de letalidade de 0,6% [7].

5
5. Referências Bibligráficas

[1] Morato EP, Leomil L, Beutin L, Krause G, Moura RA, Castro PAF. Domestic cats
constitute a natural reservoir of human enteropathogenic Escherichia coli types. Zoonoses
Public Health. 2009 Jun.
[2] Teng LJ, Hsueh PR, Liaw SJ, Ho SW, Tsai JC. Genetic detection of diarrheagenic
Escherichia coli isolated from children with sporadic diarrhea. J Microbiol Immunol Infect.
2004 Dec.

[3]Bush LM, Vazquez-Pertejo MT; Infecção por Escherichia coli O157:H7 e outras E.
coli enterohemorrágicas (EHEC); 2002 April.

[4] Mittelseadt S, de Carvalho, VM; Enteoherorrhagic Escherichia coli (EHEC) O157:H7- review;2006.

[5]Bush LM, Vazquez-Pertejo MT; Cólera; 2022 Abril

[6] https://ins.gov.mz/casos-de-colera-reduzem-significativamente-no-pais/

[7]https://mozambique.savethechildren.net/sites/mozambique.savethechildren.net/files/library/Boletim_coler
a-06032023.pdf

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