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leishmaniose-tegumentar
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Existem 6 espécies de Leishmania, dos subgrupos Leishmania e Viannia,


identificadas no Brasil e capazes de causar leishmaniose tegumentar. Veja a
seguir quais são elas:

• Leishmaniose (Viannia) braziliensis;

• Leishmania (V.) guyanensis;

• Leishmania (V.) naiffi, Leishmania (V.) shawi;

• Leishmania (V.) lainsoni; e a

• Leishmania (Leishmania) amazonensis.


A L. braziliensis é a espécie mais comum e pode causar lesões cutâneas e
mucosas. É encontrada em todas as zonas endêmicas do país.

No intestino do vetor, as formas promastigotas procíclicas passam


pela metaciclogênese, processo no qual elas se tornam infectantes e perdem a
capacidade de adesão ao epitélio do intestino médio do flebotomíneo, sendo
chamadas de promastigotas metacíclicas. Por isso, migram para a faringe e
cavidade bucal, de onde são transmitidas pelo repasto sanguíneo.

Quando as promastigotas metacíclicas são inoculadas na pele, células


imunes formam um compartimento transformando-as na forma amastigota, que
se aderem a superfície de macrófagos e células de Langerhans, sendo
levadas aos linfonodos pela drenagem. A localização das amastigotas no interior
do macrófago a faz depender da resposta imune mediada por células.

Linfócitos T ativam os macrófagos, tornando-os capazes de destruir


amastigotas por meio da secreção de interferon-gama (IFN-y), ou seja, os
macrófagos são ao mesmo tempo as células hospedeiras e as células efetoras
da destruição do parasito. Quanto mais eficiente a resposta Th1, maior
eficiência na eliminação.

Sintomas da leishmaniose tegumentar


A leishmaniose tegumentar tem uma apresentação clínica variável, podendo
afetar apenas a pele (leishmaniose cutânea), a mucosa (leishmaniose
mucosa) ou as duas simultaneamente. A forma cutânea ainda pode ser dividida
em localizada ou disseminada.

Os sintomas da Leishmaniose Tegumentar (LT) são lesões na pele e/ou


mucosas. As lesões de pele podem ser única, múltiplas, disseminada ou difusa.
Elas apresentam aspecto de úlceras, com bordas elevadas e fundo granuloso,
geralmente indolor. As lesões mucosas são mais frequentes no nariz, boca e
garganta.
Quando atingem o nariz, podem ocorrer:
• entupimentos;
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• sangramentos;
• coriza;
• aparecimento de crostas;
• feridas.
Na garganta, os sintomas são:
• dor ao engolir;
• rouquidão;
• tosse.
Leishmaniose cutânea

A leishmaniose cutânea tem o período de incubação de 2 semanas a 2 meses.


A lesão ulcerada é precedida por uma mácula, que perdura por um a dois dias
depois da picada. A mácula evolui para pápula, que aumenta gerando uma
úlcera. Pode aparecer também linfadenomegalia.

A úlcera típica é indolor, localizando-se em áreas expostas da pele. Ela possui


as seguintes características: formato arredondado ou ovalado, base
eritematosa, infiltrada e consistência firme, bordas bem delimitadas e
elevadas com fundo avermelhado e granulações grosseiras.

Se houver infecção bacteriana associada, a dor e exsudato purulento podem


estar presentes. Outros tipos de lesões menos comuns podem aparecer
também, como aquelas do tipo nodulares ou vegetantes. Caso não tratadas,
podem evoluir espontânea ou não. Ao evoluírem para cura, deixam cicatrizes
atróficas, deprimidas, com superfície lisa e áreas de hipo ou
hiperpigmentação.

Forma cutânea localizada: representa o acometimento primário da pele. A lesão


é geralmente do tipo úlcera, com tendência à cura espontânea e apresentando
boa resposta ao tratamento, podendo ser única ou múltipla (até 20 lesões).

Forma cutânea disseminada: a forma disseminada da LTA é uma expressão


relativamente rara que pode ser observada em até 2% dos casos. As duas
espécies reconhecidas como causadoras desta síndrome são a Leishmania (V.)
braziliensis e a Leishmania (L.) amazonensis. Esta forma de apresentação é
caracterizada pelo aparecimento de múltiplas lesões papulares e de aparência
acneiforme que acometem vários segmentos corporais, envolvendo com
freqüência a face e o tronco. O número de lesões pode alcançar as centenas. A
história natural da doença nestes pacientes inicia com uma ou várias lesões
localizadas com as características clássicas de úlceras de fundo granuloso e
bordas elevadas
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Leishmaniose mucosa

A leishmaniose mucosa normalmente é a evolução da cutânea,


por disseminação hematogênica. A doença costuma causar destruição desse
revestimento, em um processo lento e crônico, sendo a mucosa nasal a mais
acometida. A forma mucosa tem como queixas obstrução nasal, eliminação de
crostas, epistaxe, disfagia, odinofagia, rouquidão, dispnéia e tosse

Acometimento grave de mucosa nasal causada pela leishmaniose tegumentar


na sua forma mucosa.
Tratamento: antimonial pentavalente, OU anfotericina B.

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