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INTRODUÇÃO
Doença infecciosa crônica, não-contagiosa, causada por diferentes espécies de protozoários do gênero
leishmania
Mais comum em áreas expostas, não cobertas por vestimentas (áreas de picada)
EPIDEMIOLOGIA
Mundo: 1 a 1,5 milhões de casos/ano; Regiões tropicais e subtropicais; 90% : Brasil Peru e Bolívia
AGENTE ETIOLÓGICO
Duas formas
Etiologia - Leishmania
Subgênero Viannia
Leishmania (V.) braziliensis (formas cutâneas e mucocutâneas), Leishmania (V.) guyanensis (forma
cutânea com lesões múltiplas). Leishmania (V.) lainsoni, Leishmania (V.) shawi, Leishmania (V.) naiffi,
Leishmania (V.) lindenberg, Leishmania (V.) peruviana, Leishmania (V.) panamensis, Leishmania (V.)
colombiensis
Subgênero Leishmania
Leishmania(L.) amazonensis (forma cutânea difusa anérgica e formas cutâneas com lesões únicas ou
múltiplas), Leishmania (L.) chagasi, Leishmania (L.) mexicana, Leishmania (L.) pifanoi,
Leishmania(L.)venezuelensis, Leishmania (L.) donovani, Leishmania (L.) infantum, Leishmania (L.)
tropica, Leishmania (L.) aethiopica
Incubação: 1 - 3 meses
Igual (morfologicamente) a da
tripanossoma
Arredondada ou ovóide
Núcleo grande
Células infectadas são, principalmente, monócitos e neutrófilos → fagocitam e carregam esses parasitos
para órgãos linfóides
Início: fêmea inocula a forma promastigota [metacíclica] + sua saliva → formação de um “calombo” local (saliva
tem propriedades inflamatórias que atraem células para o local, favorecendo a infecção e inibe ação lítica dos
macrófagos, além de atividade vasodilatadora e anticoagulante) → dentro do vacúolo fagocitário se transforma
em amastigota → Amastigota se multiplica por divisão binária até estourar o macrófago (só terei amastigota) →
estourou o macrófago? infecta o vizinho e sai contaminando os demais.
A amastigota inicia sucessivas multiplicações → rompe a célula hospedeira → internalização por outros
macrófagos.
Se rompem → ficam livres no tubo, precisam ser flagelas → se alongam → promastigotas → divisão binária
no tubo digestivo → migram para a probóscide
IMUNIDADE
Após a inoculação na pele, o parasita é fagocitado por macrófagos do hospedeiro e assume sua forma
amastigota. Por se tratar de um PIO, a imunidade celular - Th1 - tem papel central: produção de INF-alfa e IL-2
→ formas clínicas limitadas e melhor evolução da doença.
O desenvolvimento de uma resposta Th2 está relacionado com as formas graves da doença.
PATOGÊNESE
Período de incubação
Lesão inicial
Local de inoculação/picada
Áreas expostas
Única ou múltiplas
Lesão típica: úlcera indolor, de bordos elevados, “em moldura”, fundo de granulação grosseira e
avermelhada, recoberto por exsudato discreto, seroso ou seropurulento.
Pode varia de apenas um eritema com edema e infiltração, pápula, tubérculo e verrucosidade ou úlcera
“Lesão clássica”
Fundo granuloso
Secreção sero-purulenta
Cicatriz atrófica
Após tratamento, na área de cicatriz atrófica → processo de cura que não é estéril
Reativação causada por parasitas que ficaram confinados pelo processo cicatricial.
Aspecto clínico: agente infeccioso + condição imunológica do paciente (o que é eficaz é a imunidade celular)
Quanto + resposta imunológica tipo 1 = MAIOR eficiência na eliminação do parasito. Quanto + resposta imunológica tipo 1 = MAIOR
sobrevivência do protozoário
Quantidade de parasitas pode ser até pequena, mas, a resposta é muito exacerbada → destruição
tecidual
Imunidade celular: -;
Apresentação clínica de múltiplos nódulos, que não tendem a ulcerar (quem faz a ulceração é a
imunidade celular).
Faz parte do diagnóstico diferencial de lesões ulceradas, lesões centrofaciais que ulceram, lesões em placa verrucosa
Mucosas 30%
Associada a L. amazonensis
Caracteriza-se por evolução crônica e por apresentar difusão de lesões por toda
a pele, de aspecto predominantemente infiltrativo e tuberoso.
LEISHMANIOSE MUCOSA
Piodermintes Rinofima
Carcinomas Rinoescleroma
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
EXAMES PARASITOLÓGICOS
Raspada da lesão (linfa dérmica) - especialmente em lesões recentes (até 3 meses); quanto mais
antiga, mais improvável de flagrar amastigotas no exame direto
Cultura
Caracterização da espécie
Sensibilidade 40%
EXAMES IMUNOLÓGICOS
Suspensão (0,1-0,3 mL) de Ags de leishmanias na face interna do antebraço direito (leitura em 48-72h)
Negativa
Testes sorológicos
Imunofluorescência indireta
Sensibilidade 75%
> 1:80
Acompanhamento pós-tratamento
ELISA
Exames moleculares
Cariotipagem molecular
Histológico
TRATAMENTO
Compressas antissépticas
20 mg / Sb+5 / kg / dia - 30 dias (LM), associado ou não a pentoxifilina (facilita a permeação da droga
pelo tecido) 400 mg 3 vezes ao dia por 30 dias
Se após 3 meses não responder, repetir mais 1 ciclo aguardar 3 meses, se persistir a resposta, trocar o
esquema.
81 mg / Sb +5 por mL
Efeitos colaterais
Artralgias e mialgias são frequentes (respondem bem aos analgésicos); anorexia, astenia, náuseas,
vômitos e dor abdominal. Atenção para elevação de amilase e lipase (desencadear franca pancreatite).
Pode ocorrer alteração em todas as séries do hemograma e enzimas hepáticas.
Antimoniato de Meglumina
Intralesional: lesão única com até 3 cm de diâmetro no seu maior diâmetro, em qualquer localização,
exceto cabeça e regiões periarticulares, incluindo leishmaniose recidiva cútis, e sem imunossupressão.
Dose: SC
Uma a três aplicações de aproximadamente 5 mL por sessão, com intervalo de 15 dias entre as
sessões
Avaliação prévia: hemograma, função renal (uréia, creatinina), pancreática (amilase, lipase), hepática
(bilirrubinas, FA, transaminases), ECG
Efeitos adversos: alterações cardíacas, artralgia, mialgia, vômitos, pancreatite, febre, prurido, fraqueza,
edema, IRA
Glucantime
Contra-indicações
Gestantes.
Há restrições do uso dos antimoniais em pacientes com idade acima dos 50 anos, cardiopatas,
nefropatas, hepatopatas e doença de Chagas.
Desoxicolato de Anfotericina B
Dose recomendada: 0,7 a 1 mg/kg/dia diariamente ou em dias alternados, EV, dose máxima diária de 50
mg. Dose total de 25 a 40 mg/kg
Exceto a forma LD
Dose recomendada:
Glucantime
Formas cutâneas
Localizada
Múltipla
Disseminada
Mucosa (*pentoxifilina)