Você está na página 1de 6

Leishmaniose

CICLO BIOLÓGICO:
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR - O homem é uma espécie viscerotrópica, ou seja, mais
Uma das doenças mais antigas presente no baço, fígado, medula óssea.
Ampla distribuição geográfica; - Nos animais o parasitisto é na pele (células de Langerhans),
WHO (2023): 92 países com LT; Quando o vetor pica do animal ele ingere as células
Caráter social e econômico: parasitadas por leishmania. Por isso os animais são
- ambiente rural; reservatório.
- deformidades: transtornos psicológicos ao paciente.
Resumo do ciclo:
LEISHMANIOSE VISCERAL - Flebotomíneo faz o repasse sanguíneo, ingere as
amastigotas;
Ampla distribuição geográfica; - Forma-se um bolo fecal em torno das amastigotas;
WHO (2023): 83 países com LV; - A matriz peritrófica envolve as amastigotas, onde por
Gravidade nos casos: diferença de pH e acidez do meio, as amastigos começam a se
- potencialmente fatal; diferenciar em promasticotas;
- Coinfecção LV/HIV: letalidade alta; - A forma Promastigosta expressa em sua membrana algumas
moléculas que rompem a matriz peritrófica, escapando do
OBS: para ambas: bolo fecal, se fixa na parede do intestino onde se diferencia e
- Dificuldade no diagnóstico fazer sua divisão binária simples;
- Alto custo terapêutico - As promastigotas migram para próximo na válvula faríngea,
- Dificuldade no controle transformando-se em promastigotas metacíclicas;
- Na hora de fazer o repasse o vetor não consegue ingerir o
LEISHMANIA SP.: POSIÇÃO SISTEMÁTICA sangue do hospedeiro, pra isso ele regurgita o gel sectetor de
Reino: Protista promastigota, o que invade o tecido do hospedeiro.
SubReino: Protozoa - Promastigotas são fagocitadas;
Filo: Sarcomastigophora - Se diferenciam em amastigotas;
Classe: Zoomastigophorea - crescem, sofrem divisão, infecta novas células ou infecta
Ordem: Kinetiplastida outro flebotomíneo.
Família: Trypanossomatidae
Gênero: Leishmania
Espécie = Leishmania Visceral
- Leishmania (Leishmania) infantum
Espécie = Leishmania Tegumentar
Leishmania (Leishmania) amazonensis
Leishmania (Viannia) braziliensis
Leishmania (Viannia) guyanensis
Leishmania (Viannia) lainsoni
Leishmania (Viannia) shawi
Leishmania (Viannia) naiffi

Morfologia de Leishmania sp
Promastigota:
- tem flagelo;
- Intracelular;
- Sistema monofagocítico HOSPEDEIRO INVERTEBRADO:
Amastigota: Gel Secretor de Promastigota (PSG): substância que bloqueia
- s/ flagelo a válvula de estomodeu.
- Cultura;
- Trato digestivo do vetor

Por Roberta Salgado Monteiro


TRANSMISSÃO: - O perfil de interleucinas direciona a resposta adaptativa:
Principal: picada da fêmea de flebotomíneo; RESISTÊNCIA IMUNOLÓGICA: Tnaive -> Th1 pela presença de
Em estudo ainda: interleucinas IL-12, IL-27, citocinas pro-inflamatória.
- casos de transfusão sanguínea (para Leishmaniose Visceral); PROGRESSÃO DA DOENÇA: Tnaive -> Th2 pela presença de
- transmissão acidental (laboratório); IL4.
- Seringas compartilhadas (para Leishmaniose Visceral).

PATOGENIA:
- Fatores inerentes ao hospedeiro:
Genética;
Sistema imune

- Fatores inerentes ao parasito:


Espécie;
Carga parasitária;
Virulência.
- Fatores inerentes ao vetor:
Espécie
Capacidade vetorial;
Antropofilia

RELAÇÃO PARASITO-HOSPEDEIRO
- Flebotomíneo faz a laceração no tecido e libera o gel
secretor de promastigota;
- Células de defesa são recrutadas:
IMUNIDADE INATA:
Neutrófilos: tentam erradicar o parasito liberando
“redes” intracelulares; O que depende para que a resposta seja do tipo Th1 ou Th2?
Macrófagos: FAGOCITAM O PARASITO, aumentam a O hospedeiro, o vetor e o parasito.
respiração oxidativa, eliminando os protozoários por aumento
das espécies reativas de oxigênio. FORMAS CLÍNICAS:
- O Neutrófilo também pode fagocitar o parasito, o que pode:
1- sofrer apoptose, ou
2- sofrer necrose;
Ambos são fagocitados por macrófagos, onde as
amastigotas conseguem ter escape do sistema imune,
ocorrendo assim, a sobrevivência do parasito.
Células NK eliminam o parasito por diversas citocinas,
dentre ela IFN-γ.
Células dendríticas: secretam interleucinas e
fagocitam os promastigotas e apresentam o antígeno para as
células Tnaive no linfonodo. Começa a IMUNIDADE
ADAPTATIVA.

Por Roberta Salgado Monteiro


Nódulo: epiderme intacta, forte infiltrado de macrófagos,
LEISHMANIOSE TEGUMENTAR numerosos parasitos;
Cutânea
L. (L.) amazonesis
L. (V.) braziliensis
L. (V.) guyanensis Ulceração inicial: ulceração superficial, forte infiltrado de
Mucosa linfócitos, macrófagos, numerosos parasitos.
L. (V.) braziliensis
L. (V.) guyanensis
Difusa
Úlcera estabilizada com lesão-satélite: úlcera profunda ,
L. (L.) amazonenses
processo inflamatório ativo na periferia, lesões-satélite,
poucos parasitos.
RESPOSTA ADAPTATIVA DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR:
- Th1: Resistência à infecção;
- Leishmaniose Cutânea;
- processo granulomatos;
- Tipo tuberculóide com proliferação linfocitária e Lesão cicatrizada: leve depressão na pele, epiderme fina,
plasmocitária. fibrose dérmica, ausência de parasitos.
-Th17: Resistência à infecção;

Th1 e Th17 são fontes de citocinas pró-inflamatórias, vão


tentar eliminar o parasito. LEISHMANIOSE CUTÂNEA:
Período de incubação
- Th2: Susceptibilidade à infecção Duas semanas a três meses;
- Leishmaniose Cutânea Difusa; - Preferencialmente em áreas descobertas.
- Infiltração dérmica de Macrófagos vacuolizados.; Típica lesão leishmaniótica:
- Escassez de linfócitos e Úlceras única ou múltiplas, circular, de bordos
- Alta carga parasitária. elevados e fundo granuloso
- Resposta celular suprimida
(teste de Montenegro negativo)

EXACERBAÇÃO DA DOENÇA: quando o hospedeiro


desenvolve a resposta Th1, Th17 e Th2.
- Ocorre a Progressão da doença.
- Leishmaniose Mucocutânea;
- Resposta celular exacerbada
LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA:
Leishmania amazonenses: principal agente etiológico no
Brasil
Lesões difusasnão-ulceradas por todo o corpo
Metástases do protozoário de um sítio ao outro: MO e via
linfática
Anergia celular = não responde ao antígeno de Montenegro

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: LEISHMANIOSE MUCOSA:


Por Roberta Salgado Monteiro
Nariz de tapir ou anta; PATOGENIA LEISHMANIOSE VISCERAL
Processo lento e crônico Principal órgão afetado: baço
Eritema e discreto infiltrado inflamatório no septo nasal;
Leishmania braziliensis ALTERAÇÕES ESPLÊNICAS:
lesões destrutivas secundárias mucosas e cartilagens - Baço: tecido friável e congesto;
Gravidade das lesões: dificuldade na fala, respiração e - Hiperplasia e hipertrofia das células do SMF (Sistema
alimentação monofacocítico nuclear)
- Parasitismo intenso MO e células plasmáticas;
- Parasitismo em polpa branca e vermelha.
Polpa branca: responsável pela produção das células de
defesa do organismo (linfócitos)
Polpa Vermelha: responsável por filtrar eritrócitos, eliminar
hemácias defeituosas.
- ESPLENOMEGALIA: aumento do baço
LEISHMANIOSE VISCERAL
Leishmania (Leishmania) infantum ALTERAÇÕES HEPÁTICAS:
- No momento que o flebotomíneo regurgita as - Hiperplasia e hipertrofia do SMF;
promastigotas, estas se diferenciam em amastigotas e - Parasitismo intenso das células de Kupffer;
migram para as vísceras. - Fibrose septal e portal;
Tropismo: pelo baço, fígado e medula óssea - Problema na produção de proteínas, baixo nível dessas
proteínas:
Hipoproteinemia;
Hipoalbuminemia
- Edema membros inferiores.

ALTERAÇÕES HEMATOPOÉTICAS:
- Medula óssea parasitismo intenso;
- Eritrofagocitose esplênica;
- Anemia;
- Leucopenia;
- Plaquetopenia;

OUTRAS ALTERAÇÕES:
- Pneumonite intersticial;
RESPOSTA ADAPTATIVA DA LEISHMANIOSE VISCERAL: - Glomerulonefrite;
Macrófago ativa Th0 em Th1 ou Th2: - Descamação cutânea.
Resposta Th2: ativação policlonal do linfócito B aumenta a
GLOBULINA. QUADRO CLÍNICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL:
Incubação: de 2 a 7 meses;
Esplenomegalia;
Febre;
Hepatomegalia;
Anemia;
Emagrecimento;

CLASSIFICAÇÃO:
Assintomático, Agudo e Crônico.
O que depende para que a resposta seja do tipo Th1 ou Th2?
O hospedeiro, o vetor e o parasito. INVERSÃO DA RELAÇÃO ALBUMINA/ GLOBULINA:
Relação albumina/globulina: muita globulina (anticorpos) e
pouca albumina, resultante de uma dificuldade de absorção
de proteínas e aumento do consumo energético da infecção.

Por Roberta Salgado Monteiro


DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL: EPIDEMIOLOGIA LEISHMANIOSE VISCERAL:
Epidemiológico: No geral são poucos casos no Brasil.
Procedência
Condições socioeconômicas
Idade
Ocupação
Lazer
Laboratorial:
Parasitológicos
Métodos Imunológicos
Métodos Moleculares
Clínico:
Febre
Emagrecimento
Hepatoesplenomegalia EPIDEMIOLOGIA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR:
Lesões Região Norte muitos casos.
Palidez

Pesquisa direta de amastigota:


Tecido Esfregaço por aposição (Leishmaniose tegumentar)
Sangue medular Esfregaço (Leishmaniose tegumentar)
Cultura.

DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR:


Intradermorreação de Montenegro:
EPIDEMIOLOGIA EM RORAIMA – LEISHMANIOSES:
POSITIVO:  5mm de diâmetro
- Cidades próximas a áreas de mata
NEGATIVO:  5mm de diâmetro
- Animais silvestres
Anergia celular em LCD
- Animais sinantrópicos
- Presença de espécies vetores???
- Ecoturismo e pescaria

OBS: ciclo urbano -> Leshimaniose Visceral


OBS: ciclo rural -> Leshimaniose Tegumentar
MÉTODOS IMUNOLÓGICOs:
L. (L.) infantum – LV: TRATAMENTO:
Teste Rápido;
Antígeno rk39;
Pronto em 10 min
L. (V.) braziliensis, L. (V.) guyanensis, L. (L.)
amazonenses
Ecoteste.
- Método ELISA (mais utilizado)
- RIFI;
- Reação em Cadeia da Polimerase PCR: ALVO PCR

Leishmaniose Cutânea:
Antimoniato de meglumina intralesional;
Reconhecido como tratamento pela OMS em 2010;

Por Roberta Salgado Monteiro


Brasil: publicação no Manual de vigilância da leishmaniose
tegumentar (2017);
Uso intralesional restrito para a forma clínica da leishmaniose
cutânea localizada e leishmaniose recidiva cútis.

VETOR: FLEBOTOMÍNEOS
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Diptera
Família: Psychodidae
Subfamília: Phlebotominae

PROTOZOÁRIO – RESERVATÓRIO – VETOR

PROFILAXIA E CONTROLE:
- Diagnóstico e tratamento de todos os casos humanos;
- Combate ao vetor;
- Manejo dos cães infectados;
- Uso de repelentes
- Vacina?

Por Roberta Salgado Monteiro

Você também pode gostar