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18/10/2014

Leishmaniose
Profª Gabriela Brito
gabrielabonovaes@gmail.com

Introdução

As leishmanioses estão entre as doenças infecciosas-parasitárias de


maior importância no mundo (MEDEIROS et al 2002; OMS, 2006).

A leishmaniose ocupa o segundo lugar entre as protozoonoses


transmitidas por vetores no Brasil (AZULAY, 2004).

Indícios da Ocorrência de Leishmaniose

“Mochicas” e “Huacos” Peruano (400-900 AC)

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Aspectos Biológicos

Agente Etiólógico

Hospedeiros
Hospedeiro Invertebrado

Hospedeiro Vertebrado

Agente Etiológico
Família: Tripanosomatidae, Ordem: Kinetoplastida,
Gênero: Leishmania
Sub-gêneros: Viannia e Leishmania
• Leishmania que causam LTA-Brasil
1 - Leishmania (V) brasiliensis
2 - Leishmania (V) guyanensis
3 - Leishmania (L) shawi
4 - Leishmania (L) lainsoni
5 - Leishmania (L) amazonensis
6- Leishmania (L) naiffi
• Leishmania que causam LV
1 - Leishmania (L) donovani
2 - Leishmania (L) infantum
3 - Leishmania (L) chagasi (Brasil)

Amastigotas de Leishmania sp.


Amastigotas nos macrófagos corados
pelo Giemsa: formato ovóide ou
esférico, 1 núcleo, 1 cinetoplasto em
forma de bastão. Se encontram no
interior dos fagolisossomos dos

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macrófagos. Não apresentam flagelo
livre
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1 - macrófago
2 - núcleo do macrófago
3 – amastigota
4 - cinetoplasto em forma de bastão
5 - núcleo da amastigota

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Amastigotas de Leishmania sp.

Amastigotas de Leishmania sp.

Amastigotas de Leishmania sp.

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Amastigotas de Leishmania sp.

Amastígotas de Leishmania sp.

Promastigotas de Leishmania sp.


Promastigotas de cultura coradas pelo Giemsa:
Formato alongado
1 núcleo central
1 flagelo livre (região anterior)
1 cinetoplasto em formato de bastão (entre a região anterior e núcleo)
(geralmente distante do núcleo)

Região Posterior

1 -Núcleo central
Região Anterior 2 - Cinetoplasto
1 3 - Flagelo livre
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Promastigotas de Leishmania sp.

Promastigotas de Leishmania sp.

Promastigotas de Leishmania sp.

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Promastigotas de Leishmania sp.

Microscopia Confocal a Laser

Microscopia Eletrônica de
Varredura

Promastigotas de Leishmania sp.


Microscopia Eletrônica de Transmissão

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Promastigotas de Leishmania sp.

Intestino do Inseto

Estágios de Leishmania sp.

Aspectos Biológicos

Agente Etiológico

Hospedeiros
Hospedeiro Invertebrado

Hospedeiro Vertebrado

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Vetor da Leishmania

Dípteros da família Psicodidae,


sub-família Phlebotominae
Gênero: Lutzomyia

• Tamanho: até 4 mm
• Sobrevivem de 2 a 4 semanas
• Ciclo: ovos- larvas- pupas- adulto
• Conhecido popularmente como "mosquito palha“
• vôos curtos e baixo
Adultos:
• Ambiente sombreado
• Alta umidade
• Temperatura-25-30ºC
• Hábitos noturnos ou diurnos- dependendo da espécie

Aspectos Biológicos

Agente Etiológico

Hospedeiros
Hospedeiro Invertebrado

Hospedeiro Vertebrado

Hospedeiros Naturais da Leishmania

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Ciclo de Vida da Leishmania

Patogenia
Evolução* da Lesão Leishmaniótica

Formas Clínicas
Cutânea Cutâneomucosa Difusa

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Leishmaniose Cutânea

Paciente com lesão ulcerada, caracterizada por úlcera com


bordas elevadas, infiltradas, fundo profundo granuloso,
drenando secreção esbranquiçada
L. guyanensis, L. amazonensis e L. braziliensis,

Formas Clínicas

Cutânea Cutâneomucosa Difusa

• Há evidências que sugerem que entre os pacientes com LC que evolui para a
LM, 90% ocorrem dentro de 10 anos (50% nos primeiros 2 anos).
• L. braziliensis

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Leishmaniose Cutâneomucosa

• Forma mucosa tardia: + comum (LC cujo tratamento não foi realizado ou mal
feito).
• Os parasitos podem disseminar através da via hematogênica ou linfática. A
partir daí, chegam até às mucosas da boca, nariz, palato, faringe e laringe (óbito)

Leishmaniose Cutâneomucosa

Formas Clínicas

Cutânea Cutâneomucosa Difusa

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Leishmaniose Cutânea Difusa

• Lesões difusas com erupções papulares ou nodulares não ulceradas


• L. amazonensis
• Forma clínica rara, de natureza crônica e muito grave.
•Pacientes imunodeprimidos.

Leishmaniose Cutânea Difusa

Lesões difusas com erupções papulares ou nodulares não ulceradas

Leishmaniose Visceral (Calazar)

Hepatomeglia e esplenomegalia (óbito)


Icterícia, ascite, febre baixa recorrente, alterações pulmonares e renais.
A não realização do tratamento: morte em 90% dos casos

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Leishmaniose Visceral (Calazar)

Hepatomeglia e esplenomegalia (óbito)


L. infantum chagasi

Distribuição Geográfica da Leishmaniose


Endêmica nos cinco continentes (Alvar et al, 2012);

Presentes em 98 países;

Afeta principalmente os países mais pobres e em desenvolvimento;

Estima-se que cerca de 350 milhões de pessoas estejam expostas ao


risco de infecção;

Cerca de 2 milhões de novos casos ocorram anualmente (WHO,


2010).

LTA

Distribuição Geográfica da Leishmaniose


Estudos epidemiológicos recentes estimam que ocorra anualmente de
200 a 400 mil novos casos de LV e de 700 mil a 1,2 milhões LC.

Apenas três países concentram 90% dos casos de LMC, enquanto que
10 países concentram 75% dos casos de LC.

O Brasil está entre os países de maior incidência das formas cutânea


e mucocutânea. Por outro lado, 90% dos casos de LV se concentram
principalmente na Índia, Bangladesh, Etiópia, Quênia, Sudão e Brasil
(Alvar et al., 2012).

Dados recentes do MS e da OMS


indicam a ocorrência de 35 mil casos de
LC e LMC e 5 mil casos de LV por ano.
(Desjeux, 2004; Ministério da Saúde - Brasil, 2006, 2007; Alvar et
al., 2012).

LV

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Distribuição Geográfica da Leishmaniose


No Brasil, ocorre uma predominância das formas cutâneas e
mucocutâneas, presentes em praticamente todos os estados brasileiros.

Distribuição Geográfica da Leishmaniose


A LV está presente com alta taxa de mortalidade

Epidemiologia
Surgimento da Leishmaniose

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Epidemiologia

Leishmaniose x Animais Domésticos

Epidemiologia

Ocorrência em praticamente
todos os estados;
Crianças;
Grupos ocupacionais;
Zonas Rurais - Urbanas

Fonte: Rey, 2008

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Leishmaniose Canina

Leishmaniose Canina

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Foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São, o


Projeto de Lei número 510/10 que normatiza o controle da
eutanásia de cães portadores de leishmaniose visceral canina.

“Os exames realizados pelas prefeituras com o kit enviado


pelos governos tem chegado a um índice alarmante de 48%
de falso-positivo. Por isso, a importância do exame de
contraprova”

Leishmaniose Canina

Profilaxia

Pulverização
Construção de casas com distância segura

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Profilaxia
Utensílios de Proteção

Profilaxia

Vacinas

Com parasitos vivos (Leishmanização)


Com parasitos mortos ou irradiados
Compostas de antígenos de Leishmanias
Com proteínas recombinantes
Frações do parasito (LbbF2)

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Diagnóstico

• Clínico (Aspecto da lesão e anamnese)

Diagnósticos Diferenciais

Esporotricose
Lepra

Tuberculose cutânea

Paracoccidiomicose Carcinoma Basocelular

Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
Katex
PCR

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Diagnóstico Humano-
Humano- Escarificação

Diagnóstico Parasitológico - Escarificação

Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
Katex
PCR

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Diagnóstico Parasitológico-Punção Aspirativa

Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
Katex
PCR

Diagnóstico Parasitológico – Biópsia

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Diagnóstico - Canino

Aspirado: cultura

Punção/escarificação: lâmina
Punção/escarificação

Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
Katex
PCR

Diagnóstico Imunológico

: Intradermorreação - IDR

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Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
Katex
PCR

Diagnóstico Imunológico

Reação de Imunofluorescência Indireta - RIFI

Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
Katex
PCR

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Diagnóstico Imunológico

ELISA

Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
Katex
PCR

Diagnóstico Imunológico
rK39

S- 100% E- 98%

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Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
Katex
PCR

Diagnóstico Sorológico

S- 87%% E-100 %

Diagnóstico Laboratorial

Parasitológico:
Escarificação
Punção aspirativa (lesão ou medula)
Biópsia

Imunológico:
Intradermorreação
RIFI
ELISA
rK39
KateX
PCR

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Tratamento Quimioterápico

A- Antimoniais pentavalentes: inibe as enzimas da via glicolítica e a


atividade de oxidação de ácidos graxos em amastigotas
- Estibogluconato de sódio (Pentostan)
- Antimoniato de meglumine (Glucantime)

B- Pentamidina (Diamidina): danifica o DNA mitocondrial (Cinetoplasto)

C- Anfotericina B: atua nos esteróis e fosfolípideos das membranas do


parasita

D- Anfotericina B associada com lipossomos: importante em casos de


resistência aos antimoniais

Teste

1) Qual dos agentes etiológicos abaixo é responsável pela


Leishmaniose Visceral no Brasil?

a) Leishmania brasiliensis
b) Leishmania amazonensis
c) Leishmania guyanensis
d) Leishmania chagasi

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2) Que forma evolutiva do protozoário está ilustrada na figura


abaixo:

a) Promastigota
b) Paramastigota
c) Amastigota
d) Promastigota Metacíclico

3) É caracterizada por lesões nodulares não-ulceradas de


ampla distribuição. Esta sentença refere-se:

a) Leishmaniose cutânea
b) Leishmania cutaneomucosa
c) Leishmania difusa
d) Leishmania visceral

4) Qual a forma infectante para o homem?

a) Promastigota
b) Amastigota
c) Paramastigota
d) Promastigota Metacíclico

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Gabarito
1) D
2) C
3) C
4) B
5) D

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