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Parasitologia

Leishmaniose tegumentar
Protozoários intracelulares obrigatórios
Vetores
gênero Flebotomus (África, Europa e Ásia)
gênero Lutzomyia (América)
birigui, mosquito-palha e flebótomo
Espécies no Brasil
Leishmania brasiliensis, Leishmania guyanensis e Leishmania amazoneses
Hospedeiros
Vertebrados: roedores, edentados (tatu, Invertebrados (vetor biológico) = mosquitos
tamanduá, preguiça), marsupiais do gênero Lutzomyia: L. intermedia, L.
(gambá), cães domésticos (reservatórios) migonei, L. fischeri, L. pessoai, L. wellcomei,
e o homem. L.whitmani.
Morfologia

Amastigota
encontrada nos hospedeiros vertebrados;
forma arredondada ou oval;
2 e 5 um de diâmetro;
parasitos exclusivos de células do sistema
fagocítico mononuclear;
intracelular
Paramastigota
encontra-se no inseto vetor;
apresenta um pequeno flagelo livre;
encontra-se no meio extracelular
Promastigota
encontrada no vetor biológico;
forma alongada;
apresenta um flagelo livre, que serve de
locomoção;
extracelular

Modos de transmissão e ciclo biológico

Picada das fêmeas do flebotomíneo do gênero Lutzomyia


sp., as quais inoculam a forma promastigota.
Período de incubação: dois a três meses, podendo variar
de duas semanas a dois anos.
Hospedeiro vertebrado: Hospedeiro invertebrado:
Promastigotas são inoculados por fêmeas Fêmeas do gênero Lutzomyia ingerem
do gênero Lutzomyia no momento do durante o hematofagismo, macrófagos
hematofagismo.. parasitados com amastigotas da
- na epiderme do hospedeiro, estas Leishmania sp..
formas são fagocitadas por células do - estes rompem no trato digestivo
sistema fagocítico mononuclear anterior liberando as amastigotas, que se
(macrófagos).. diferenciam em formas flageladas
- no interior dos macrófagos, se denominadas de promastigotas, e estas
diferenciam em amastigotas que se se reproduzem por processos sucessivos
multiplicam por divisão binária até o de divisão binária.
rompimento dos mesmos, ocorrendo à Obs.: Formas promastigotas se
liberação destas formas que serão transformam em paramastigotas, e
fagocitadas por novos macrófagos em estas colonizam o esôfago e a faringe do
um processo contínuo. vetor, permanecendo aderidas ao epitélio
pelo flagelo, diferenciando-se a seguir em
O ciclo se completa em 72 h no formas promastigotas, as quais são
hospedeiro invertebrado. inoculados no hospedeiro vertebrado,
quando do hematofagismo.
Patogenia
No local da picada se forma um infiltrado inflamatório composto de linfócitos e
macrófagos, e consequente formação de um nódulo dérmico.
Como uma resposta do sistema imune, os macrófagos
chegam ao local da picada com a intensão de fagocitar o
patógeno, porém as formas promastigotas acabam
invadindo o macrófago e o infectando. Logo em seguida, os
linfócitos são recrutados ao local; a intensa reação
inflamatória leva a necrose e consequente desintegração
da epiderme e membrana basal que culmina com a
formação de uma lesão úlcero-crostosa.
Após tratamento, forma-se no local em substituição à úlcera, uma cicatriz,
permanecendo uma leve depressão na pele com uma fibrose sob a epiderme
Formas clínicas
Depende do estado imunológico do paciente e a espécie infectante
Leishmaniose cutânea:
L. braziliensis L. amazonenses L. guyanensis

Leishmaniose mucosa ou Leishmaniose cutânea


mucocutânea difusa

Lesão inicial Úlcera Auto-cura Leishmaniose cutânea (LC):


representa o acometimento
Comprometimento de mucosas e cartilagens
primário da pele.
(Leishmaniose Mucosa- LM ou Mucocutânea - LMC) A lesão é geralmente do tipo úlcera,
Formação de pápula com tendência a cura espontânea e
Lesões disseminadas (não ulceradas)
(Leishmaniose Cutânea Difusa - LCD) apresenta boa resposta ao
tratamento, podendo ser única ou
Auto-cura múltipla (até 20 lesões em um
mesmo segmento corporal).

Leishmaniose mucosa (LM) ou mucocutânea (LMC):


meses ou anos após a lesão primária correm lesões destrutivas secundárias por
extensão direta de uma lesão primária ou então através da disseminação
hematogênica, envolvendo cartilagens e mucosas.
regiões geralmente afetadas: nariz, faringe, boca e laringe.
uma expressão incomum observada em até 2% dos casos.
Leishmaniose cutânea difusa (LCD):
formação de lesões difusas não ulceradas por toda a pele devido a disseminação do
parasito de um sítio para o outro por meio do sistema linfático ou migração de
macrófagos parasitados.
Resposta Imune

Com a produção do Th1, ela pode produzir IFNy que é uma citocina que auxilia no
processo fagocitário, estimulando-o.
Já a produção de Th2 acaba por produzir citocinas que inibem de certa forma o
processo fagocitário.
- Se houver somente a produção de Th1, a doença irá caminhar de uma LC para auto-
cura.
- Se houver tanto a produção de Th1 quanto de Th2, a doença evolui de LC para LCM;
- E se houver somente a produção de Th2, a doença evolui de LC para LCD.
Obs.: dependendo do gênero que infectou a pessoa.
EXames
1) Clínico: características da lesão associada a anamnese
2) Laboratorial
- Parasitológico:
+Técnicas de coleta de amostras:
1. Escarificação- lâmina de bisturi
2. Biópsia
3. Punção aspirativa – na borda da lesão injetar cerca de 0.3ml de salina
→ →
estéril e aspirá-la realizar esfregaço em lâmina fixar o material
em álcool metílico, corar com Giemsa, Wright, ou Leishman.
- Métodos Imunológicos:
+Teste de Montenegro (intradermorreação de Montenegro - IDRM):
Avalia a hipersensibilidade retardada (resposta imune celular) -
inoculação de 0,1 mL de antígeno (L. amazonensis) intradermicamente na
face anterior braço e após 24-72 h realizar a leitura do diâmetro da

nódulo ou pápula Positivo se >- 5mm.
* Boa aplicabilidade clínica e baixo custo;
* Positividade de 84 e 100% nas formas cutânea e mucosa;
* Resultados negativos na forma cutânea difusa
+ELISA/IFI- pesquisa de anticorpos
+PCR
Tratamento
1ª escolha: 2ª escolha:
- Antimoniato de meglumina (Glucantime)= - Desoxicolato de anfotericina B (IV)
IV/IM - Pentamidina (IV lenta ou IM)
- Anfotericina B Lipossomal (IV)
Critério de cura: O critério de cura é clinico, sendo indicado o acompanhamento regular
por 12 meses para verificação da resposta terapêutica e também para a detecção de
possível recidiva após terapia inicial bem-sucedida.
Profilaxia
- Utilizar repelente, mosquiteiro e telas nas portas e janelas.
- Aplicar inseticidas no ambiente domiciliar e peridomiciliar a fim de eliminar o vetor.
- Construir as casas com distância mínima de 500 m da mata.
- Tratar os indivíduos infectados.

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