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Núbia B Thomazini
AULA III
ESTERILIZAÇÃO E DESINFECÇÃO
ANTI-SEPSIA: Desinfecção de tecidos vivos, como pele e mucosas. Pode ser feita, por exemplo,
através do Clorexidine a 0,12% para anti-sepsia intra bucal.
1- ESTERILIZAÇÃO:
A utilização do calor seco leva mais tempo que o calor úmido, mas como existem materiais
que não podem ser esterilizados no calor úmido, o calor seco é o preferido. É indicado para
esterilizar vidrarias, instrumentos de corte ou de ponta, os quais podem oxidar na presença do
vapor da autoclave, e materiais impermeáveis como ceras, pomadas e óleos.
- A colocação do material deve permitir a circulação do ar, portanto a estufa não pode
estar completamente lotada de material. Deve ser mantida uma distância de 2 cm entre
as caixas.
Vapor d’água
O vapor d’água sob pressão é a mais prática e segura aplicação do calor úmido. O
aparelho destinado a este fim é a AUTOCLAVE. É um processo mais eficiente para destruir
os microrganismos e os esporos, que o calor seco.
A autoclavação é feita a 121º C com tempo de exposição de 15 a 30 minutos. A
penetração do vapor no material garante maior nível de destruição dos microrganismos, e
por este motivo é mais rápido.
Funcionamento da autoclave:
1- A câmara de parede dupla da autoclave é lavada com vapor fluente para remover
todo o ar;
2- É então preenchida com vapor puro e mantida a uma determinada temperatura e
pressão por um período específico de tempo. É essencial que todo o ar residual
inicialmente presente na câmara seja completamente substituído por vapor d’água,
porque se o ar estiver presente reduzirá a temperatura interna da autoclave;
3- A autoclave é usualmente operada a uma pressão de 15 lb./pol², na qual a
temperatura do vapor é de 121ºC.
A eficiência do processo de esterilização depende de alguns fatores:
Os materiais devem ser limpos antes do processo, sendo adequadamente
embalados.
O tempo deve ser contado a partir do momento em que a temperatura de 121ºC é
atingida.
A distribuição do material no interior da autoclave deve garantir que o vapor atinja
todo o material por igual.
Disciplina de Biossegurança e Prática em Análises Clínicas Prof. Núbia B Thomazini
Se o material sair úmido da autoclave indica falhas no processo, neste caso deve
ser novamente esterilizado.
Controle da Esterilização
É imprescindível o controle de qualidade nos processos de esterilização. Como se trata de
um processo que inclui diversas variáveis (tempo, temperatura, limpeza prévia, conhecimento da
pessoa responsável pelo processo, etc), se qualquer destas variáveis for negligenciada, o
processo não será efetivo e o risco de contaminação é eminente.
Considerações importantes
1. É importante lembrar que é necessária uma limpeza perfeita dos instrumentais antes
de serem submetidos à esterilização. A presença de matéria orgânica (óleo, gordura, pus,
sangue, e outras secreções) protege o microrganismo da ação esterilizante. É adequado lavar
manualmente os instrumentos com detergente e água morna antes da esterilização.
2. Depois de esterilizados, os equipamentos devem ser conservados em embalagens
apropriadas, pois caso contrário volta a ser novamente contaminados com microrganismos
presentes no ambiente.
3. Estudos recentes mostraram que os termômetros e termostatos embutidos na
estufas não são confiáveis, portanto, sugere-se que sejam utilizados termômetros calibrados
de acordo com as especificações do INMETRO. Se não for possível, deve-se considerar que o
termômetro de mercúrio tem uma incerteza na medição da faixa de 5ºC a 10ºC.
4. Deve-se realizar o controle periódico da qualidade do processo, através de
profissionais preparados para tal procedimento.
2- DESINFECÇÃO
Este processo pode ser realizado de forma física (Pasteurização ou UHT) e química
(Desinfetantes), e pode ser classificado como sendo uma desinfecção de alto, intermediário ou de
baixo nível, dependendo da quantidade de microrganismos inativados.
1- Desinfecção de alto nível: inativa todos os microrganismos, exceto esporos. Ex: HBV,
HIV e M. tuberculosis. Este tipo de desinfecção é indicado para itens classificados como
“semi-críticos”, ou seja, que entram em contato com mucosas íntegras e pele não
íntegra.
2- Desinfecção de nível intermediário: é aquela que inativa bactérias (M. tuberculosis),
fungos e a maioria dos vírus. É indicada para uso em itens classificados como “não-
críticos”, ou seja, aqueles materiais que entram em contato apenas com a pele íntegra.
3- Desinfecção de baixo nível: inativa a maioria das bactérias na forma vegetativa, exceto
M. tuberculosis, alguns fungos e vírus. É indicada também para itens de uso “não-crítico”.
Alcoóis
Compostos Clorados
Fenólicos: em concentração menor que 5%
Iodóforos: em concentração menor que 30 ppm
Compostos de Amônio Quaternário: Age através da inativação de enzimas,
desnaturação de proteínas essenciais, ruptura da membrana celular. Sua concentração
para uso é de 0,4 a 0,6% por um tempo de no mínimo 10 minutos. É indicado para a
limpeza de ambiente hospitalar (pisos, paredes e superfícies)
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Gram-positivas Desnaturação
Alcoóis (70- Antissépticos Curto (10-15 Pouco ativo contra
Gram-negativas protéica dissolução
80%) Desinfetantes min) esporos
BAAR** de lipídeos
Gram-positivas
Antissépticos Inativação Pouco ativo contra
Iodóforos Gram-negativas Efeito imediato
Desinfetantes enzimática esporos
BAAR
Curto (formas
Gram-positivas Desinfetantes Desnaturação
vegetativas) Tempo de
Aldeídos*** Gram-negativas (instrumentos e protéica agente
Prolongado exposição longo
BAAR superfícies) alquilantes
(esporos)
Só agem
Metais Gram-positivas Inativação Não atuam sobre
Antissépticos enquanto em
pesados Gram-negativas enzimática BAAR e esporos
contato
*- Formas vegetativas; Fonte: Trabulsi, L.R., Microbiologia. Livraria Atheneu, R.J., 1991.
**- Bacilos álcool-ácido resistentes; ***- Ativos contra esporos
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TÉCNICA “A”
O experimento que será realizado tem por objetivo verificar a ação de anti-sépticos sobre a
microbiota das mãos, para tanto devem ser seguidas as seguintes etapas:
1- Pegar uma placa de Petri contendo Agar, e dividi-la em 4 partes iguais. Utilizar para isso a
caneta de retroprojetor, fazendo a divisão na parte de baixo da placa (onde foi depositado o
meio).
2- Identificar cada quadrante com os respectivos títulos: Controle (C), Mão Suja (MS), Detergente
(Det), Álcool 70% (A), e Álcool Iodado (AI). Devem ser preparadas 2 placas seguindo o
esquema abaixo, por grupo.
Materiais:
- Detergente líquido
- Álcool 70%
- Álcool Iodado
- Estufa
3- No quadrante identificado como “Impressão do polegar” o aluno deve encostar o dedo (sem
lavar) no Agar por 1 minuto.
4- A seguir o mesmo aluno deve lavar as mãos com detergente, secá-las levemente e encostar o
mesmo dedo no quadrante do Agar identificado como “Detergente ou água e sabão” por 1
minuto.
5- O mesmo aluno deve então lavar as mãos com álcool, secá-las e encostar o mesmo dedo no
quadrante do Agar identificado como “álcool 70%” por 1 minuto.
6- O mesmo aluno deve então lavar o dedo com álcool iodado, secá-lo e encostar o mesmo dedo
no quadrante do Agar identificado como “álcool iodado” por 1 minuto.
7- Serão inoculadas duas placas por grupo, sendo que para cada uma deverá ser também
mantida um quadrante para controle (sem inoculação) e também será alternada a utilização de
álcool 70% e álcool iodado, ou seja, numa placa você usará álcool 70% e na outra álcool
iodado.
TÉCNICA “B1”
Agentes Físicos - calor
Dividir uma placa de Petri em 8 partes e semear as culturas bacterianas no espaço
respectivo ao tempo 0
Para os próximos espaços, colocar as culturas em banho-maria fervente até atingir o
tempo especificado:
Serão utilizados 8 tubos com suspensão bacteriana em solução salina 9%
5 minutos à reinocular
10 minutos à reinocular
20 minutos à reinocular
Na parte equivalente a cada temperatura será incubado o material tanto de Esterilização
ao calor úmido (BC) e ao calor seco (EC)
Materiais:
- Termômetro
- Alça de Platina
-Bico de Bunsen
- Estufa
1- Faça uma representação esquemática dos resultados obtidos na avaliação da microbiota das
mãos.
Crescimento Bacteriano
- + ++ +++ ++++
Controle
Mão Suja
Placa I
Detergente
Álcool 70%
Controle
Mão Suja
Placa II
Sabão
(Antimicrobiano)
Álcool Iodado
(-): Sem crescimento
(+): Pouco crescimento bacteriano (< 5 colônias)
(++): Médio crescimento bacteriano (de 6-10 colônias)
(+++): grande crescimento bacteriano (de 11-20 colônias)
(++++): elevado crescimento bacteriano (> 20 colônias)
2- Como você interpreta os resultados obtidos? Qual a importância da anti-sepsia das mãos?
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3- Qual dos métodos de anti-sepsia, realizado na aula prática, foi mais eficiente?
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4- Qual a diferença entre anti-sepsia e assepsia?
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TÉCNICA “B2”
Este procedimento tem por finalidade observar a efetividade do processo de esterilização
por autoclave, através da comparação entre material contaminado levado para o processo de
esterilização e aquele que não passa por esse processo.
1- Retire um fio de cabelo (ou um pedaço de unha), e divida o material em duas partes.
2- Coloque cada parte do material em cada tubo de ensaio separado.
3- Identifiquem os tubos, destinando um para a autoclave (A) e o outro para a estufa (E) para
Incubação.
5- O tubo A deve ser encaminhado à autoclave por 20 minutos a 121ºC, sendo a seguir também
incubado (pela equipe de técnicos do departamento).
6- O procedimento deverá ser repetido para a estufa de esterilização e mantê-lo por igual tempo a
180º
MATERIAIS:
- Autoclave
- Tubos de ensaio esterilizados
- Placas de Petri com meio de cultura Agar simples (Antibiótico 1) para inoculação
- Pinça
- Alça de Platina
- Estufa de Esterilização
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Para ajudar você a fixar o conteúdo, foram elaboradas algumas perguntas a respeito desta
aula. Responda-as.
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2. Por que a autoclave, embora funcione numa temperatura muito mais baixa que os fornos
ou estufas de esterilização, também possuem ação esterilizante?
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4. Qual o modo de ação do calor seco? E do calor úmido? Qual o mais eficaz?
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