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UNIDADE II

Biossegurança

Prof. Dr. Alexandre Fonseca


5. Descontaminação

 Descontaminação é uma série de procedimentos cujo objetivo é reduzir a carga de


microrganismos de um utensílio até um nível aceitável. Esse nível é dado pelo uso que o
utensílio a ser descontaminado tem. Isso se torna óbvio ao analisarmos alguma situação
cotidiana: em uma limpeza doméstica, esfrega-se mais a panela que o vaso sanitário.

Definição dos graus de descontaminação:


 Limpeza: é o primeiro passo para o processamento de descontaminação. É um processo
de remoção mecânica das sujidades e seu objetivo é a remoção de sujidades físicas e
químicas. Nessa remoção, ocorre também a redução de microrganismos como resultado
da ação mecânica.
Etapas da limpeza:
5. Descontaminação

 Enxague inicial: a principal ação no processo de limpeza. Se benfeito, reduz gastos em


tempo de operação, em produtos químicos e em tratamento de efluentes, além de aumentar
a eficiência das próximas operações.

 Ação mecânica: o enxague inicial removeu as sujidades que estavam soltas, mas as
sujidades incrustadas precisam ser removidas por meio do atrito mecânico entre a bucha
e a camada superficial da incrustação. O sabão é um coadjuvante nesse processo, fazendo
a solubilização dos lipídios e das proteínas. Existem microrganismos aderidos nessas
incrustações e nas paredes dos instrumentos, e essa ação mecânica removerá
parte dessa carga.

 Enxágue final: serve para remover os resíduos de detergente,


incrustações e microrganismos.
5. Descontaminação

Desinfecção: é um processo mais severo, cujo objetivo é destruir os microrganismos


no estado vegetativo, sejam patogênicos ou não. Esse processo pode ocorrer por
meios físicos ou químicos.

 Partículas, incrustações, gorduras e qualquer outro tipo de sujidade funcionam como uma
camada protetora dos microrganismos, por isso, antes de se executar uma desinfecção, é
fundamental que se faça uma limpeza.

 Processos físicos de desinfecção: o principal processo físico de desinfecção é a elevação da


temperatura. Em altas temperaturas, interrompe-se a divisão
celular dos microrganismos e começa a acontecer a morte das
células. Quanto maior o tempo na temperatura alta, mais células
vão morrer. Quanto mais alta a temperatura, mais rápido esse
processo acontece. Esse é o chamado binômio
tempo x temperatura.
5. Descontaminação

 Quando se aumenta a temperatura, tanto a membrana celular quanto as proteínas são


afetadas. Isso porque os ácidos graxos que compõem a parede celular aumentam sua
permeabilidade, permitindo a entrada de substâncias indesejáveis no interior da célula.
Além disso, o aumento da temperatura acelera as reações dentro das células, atingindo
níveis inaceitáveis para o funcionamento celular, ou ainda desnaturando proteínas.

 Consideram-se altas as temperaturas acima de 60 ºC. O tempo de exposição vai


depender do tipo de microrganismo e da quantidade de células a serem eliminadas.
Cada microrganismo tem características próprias na determinação desses parâmetros.

Processos químicos de desinfecção: nem todos os materiais


suportam temperaturas elevadas. Usam-se produtos químicos
para fazer a desinfecção, tomando muito cuidado na avaliação
da compatibilidade química com os utensílios.
5. Descontaminação

A desinfecção química acontece porque algumas substâncias têm a capacidade de danificar a


parede celular. Pode ser dividida em três níveis, dependendo da resistência do microrganismo
a ser combatido:

 Desinfecção de baixo nível: é quando objetiva eliminar bactérias vegetativas, vírus médios ou
lipídicos. Um dos produtos mais comuns nesse processo é o quaternário de amônia, utilizado
na limpeza de superfícies, paredes e mobiliários; tem a vantagem de ser pouco tóxico para
humanos, mas pode causar irritações na pele e ataca borrachas sintéticas, cimento e
alumínio.

 Desinfecção de nível médio: o objetivo é eliminar, além dos


microrganismos citados no baixo nível, os fungos e alguns
tipos de vírus. Álcool etílico a 70%, compostos fenólicos entre
2% e 5% e hipoclorito de sódio a 1% são produtos utilizados
nesse processo.
5. Descontaminação

 Desinfecção de alto nível: elimina microbactérias e esporos, além dos microrganismos


citados anteriormente. Os produtos mais usados são o glutaraldeído a 2% e o ácido
peracético.

 O glutaraldeído precisa de tempo de exposição de 20 a 30 minutos. Não produz corrosão


de instrumentais e não altera componentes de borracha ou plástico, mas impregna matéria
orgânica e pode ser retido por materiais porosos, além de ser irritante de vias aéreas, ocular
e cutânea.

 O ácido peracético a 0,2% precisa de tempo de exposição de


5 a 10 minutos, é pouco tóxico, mas bastante irritante das vias
aéreas. É corrosivo para metais (aço, bronze, latão, ferro
galvanizado).
5. Descontaminação

 Esterilização: é a destruição de todas as formas vegetativas e esporuladas, fungos


e vírus. Da mesma forma que a desinfecção, esse processo pode ocorrer por meios
físicos ou químicos.

Processos físicos de esterilização:


O principal processo físico de esterilização também é relacionado com o binômio
tempo x temperatura, porém, as condições de processo são mais severas.
 Radiações: as mais usadas são a radiação gama, as micro-ondas e a radiação ultravioleta.

Processos químicos de esterilização: existem duas formas


de esterilização com produtos químicos: com produtos líquidos
e com produtos gasosos.
5. Descontaminação

 A esterilização com produtos líquidos é feita por meio da imersão do utensílio num banho
contendo o produto. Os esterilizantes mais utilizados nesse processo são o glutaraldeído a
2%, o ácido peracético a 0,2% e o peróxido de hidrogênio a 6%. São produtos semelhantes
aos da desinfecção, mas o tempo de exposição é maior.

 O produto gasoso de esterilização mais comum, muito usado em hospitais, é o óxido de


etileno (EtO). Ele é inflamável e carcinogênico, mas, se misturado com dióxido de carbono
(8,5% de EtO e 91,5% de CO2), torna-se seguro para trabalhar.

Monitoramento do processo de esterilização: testes para verificar


se a esterilização foi eficiente de fato. O teste mais seguro para
garantir que o produto foi esterilizado é promover a cultura dos
microrganismos (muito demorado).
5. Descontaminação

Para resolver a essa questão, fazem-se avaliações práticas periódicas dos procedimentos
e dos equipamentos, colocando-se indicadores químicos ou biológicos da eficiência da
esterilização:

 Tiras indicadoras: são tiras impregnadas com tinta termoquímica que muda de coloração
quando exposta à temperatura. São colocadas sobre todos os produtos a serem
esterilizados.

 Teste Bowie e Dick: é um teste semelhante às tiras indicadoras, que avalia remoção
de ar, penetração do vapor, tempo e temperatura. Normalmente, é usado na primeira
operação do dia.

 Indicadores biológicos: são culturas padronizadas de


microrganismos comprovadamente resistentes a processos
térmicos menos severos. Caso essa cultura sobreviva à
esterilização, significa que este é falho.
5. Descontaminação

Classificação dos artigos médico-hospitalares:

 Artigos não críticos: são os que não entram em contato com pacientes ou que interagem
apenas com a pele íntegra. Apesar de apresentarem baixo risco de transmissão de
infecções, podem servir de disseminação de microrganismos entre os pacientes. Por
exemplo: comadres, jarros, bacias, aparelhos de pressão e termômetros.
 Artigos semicríticos: são os artigos que entram em contato com a membrana mucosa
que reveste os órgãos internos, como tubo digestivo, intestino ou pulmões, ou com a pele
não íntegra.
 A pele íntegra é impermeável a microrganismos, mas, se
estiver rompida, permitirá o ingresso destes. Estão incluídos
nessa categoria endoscópios, equipamentos de terapia
respiratória etc.
5. Descontaminação

Classificação dos artigos médico-hospitalares:


 Artigos críticos: são aqueles que penetram em tecidos ou têm contato com o sangue,
portanto, possuem alto risco de infecção. Por exemplo: agulhas hipodérmicas, instrumentos
cirúrgicos, cateteres etc.
De acordo com a classificação do artigo médico-hospitalar, o processo de descontaminação
deve ser especificado da seguinte forma:
 Artigos não críticos devem receber apenas a limpeza;
 Artigos semicríticos devem receber a limpeza e, posteriormente, a desinfecção;
 Artigos críticos devem receber a limpeza, a desinfecção e, posteriormente, a esterilização.
Interatividade

Processo utilizado para destruir todas as formas de vida microbiana por meio do uso
de agentes físicos e químicos:

a) Desinfecção.
b) Ebulição.
c) Limpeza.
d) Esterilização.
e) Pasteurização.
Resposta

Processo utilizado para destruir todas as formas de vida microbiana por meio do uso
de agentes físicos e químicos:

a) Desinfecção.
b) Ebulição.
c) Limpeza.
d) Esterilização.
e) Pasteurização.
6. Legislação em Biossegurança

 A biossegurança é uma disciplina nova, que surgiu no século XX, voltada para o controle
e a minimização de riscos advindos da prática de diferentes ramos do conhecimento humano
relacionados à saúde e ao meio ambiente, seja em laboratório, produção de alimentos ou
quando aplicadas a trabalhos de campo.
 É regulada em vários países no mundo por um conjunto de leis, procedimentos ou diretivas
específicas.
 Diversas leis, procedimentos ou diretivas específicas = regem a Biossegurança pelo mundo.
 Brasil: a primeira legislação de biossegurança (1995): foco na engenharia genética =
tecnologia do DNA ou RNA recombinante.
 Desenvolvimento sustentável da biotecnologia (requisitos para
o manejo de organismos geneticamente modificados).
6. Legislação em Biossegurança

O fundamento básico da biossegurança é assegurar o avanço dos processos tecnológicos


e proteger a saúde humana e animal e o meio ambiente:
 as tecnologias baseadas em DNA ou RNA recombinantes são tratadas, pela biossegurança,
sob três aspectos:

1. Procedimentos empregados para garantir a segurança imediata dos manipuladores;


2. Futuro (difícil prever os efeitos de manipulações genéticas em populações e no meio
ambiente em longo prazo);
3. Ética: quais manipulações genéticas são adequadas em relação à ética (bioética).
6. Legislação em Biossegurança

 Com relação ao aspecto relacionado ao trabalhador em sua atividade cotidiana, as normas


tradicionais de segurança laboratorial enfatizam o uso de Boas Práticas de trabalho,
equipamentos de contenção adequados, dependências bem projetadas e controles
administrativos que minimizem os riscos de uma infecção acidental ou ferimentos em
trabalhadores de laboratório, e ainda que evitem a contaminação do meio ambiente.

 Medidas de biossegurança específicas precisam ser discutidas e adotadas por laboratórios


de pesquisa, aliadas a um amplo plano de educação baseado nas normas nacionais e
internacionais quanto ao transporte, à conservação e à manipulação de microrganismos
geneticamente modificados e seus produtos derivados.
6. Legislação em Biossegurança

 Conceito: surgiu na década de 1970, na reunião de Asilomar, na Califórnia, quando


a comunidade científica iniciou a discussão sobre os impactos da engenharia genética
na sociedade.

 Termo “biossegurança” foi sofrendo alterações. Na década de 1970, a Organização Mundial


da Saúde a definia como “práticas preventivas para o trabalho com agentes patogênicos
para o homem”.

 O foco voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente
ocupacional.

 Década de 1980, OMS incorporou a essa definição os


chamados riscos periféricos presentes em ambientes
laboratoriais que trabalhavam com agentes patogênicos
para o homem, como os riscos químicos, físicos,
radioativos e ergonômicos.
6. Legislação em Biossegurança

 1990: definição de biossegurança sofreu mudanças significativas = seminário realizado no


Instituto Pasteur, em Paris, foi observada a inclusão de temas como ética em pesquisa, meio
ambiente, animais e processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em programas
de biossegurança.

 Brasil: senador Marco Antônio Maciel, um Projeto de Lei de Biossegurança foi submetido
à aprovação do Congresso Nacional em 1989.

 1992: durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, popularmente
conhecida como Eco 92 ou Rio 92 = maior interesse por
normas definidas para o manuseio e uso de organismos
geneticamente modificados (OGM), mais conhecidos como
organismos transgênicos.
6. Legislação em Biossegurança

 1994: a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), com apoio da


Unido/ICGEB, organizou o primeiro workshop internacional sobre organismos
transgênicos no Brasil.

 Relator Sérgio Arouca = câmara dos deputados = Projeto de Lei de Biossegurança.

 O resultado desse trabalho, que também contou com o apoio de empresas privadas,
culminou com a aprovação da Lei de Biossegurança, em dezembro de 1994, a qual
veio a ser a primeira lei sancionada pelo então Presidente da República Fernando
Henrique Cardoso, a Lei n. 8.794, de 6 de janeiro de 1995.
6. Legislação em Biossegurança

 A Lei de Biossegurança, de 1995, regulava todos os aspectos da manipulação e uso de


OGM no Brasil, incluindo pesquisa em contenção, experimentação em campo, transporte,
importação, produção, armazenamento e comercialização. Seu escopo limitou-se ao uso da
engenharia genética, ou uso da técnica do DNA/RNA recombinante, para a troca de material
genético entre organismos vivos. Outras técnicas biotecnológicas, como fusão celular e
cultura de tecidos não foram incluídas.

 Porém, por não abordar assuntos polêmicos, como o uso terapêutico de células-tronco
embrionárias e a autorização para o uso comercial de alimentos transgênicos,
a Lei n. 8.794/95 foi revogada e substituída pela Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005.
6. Legislação em Biossegurança

 Lei 11.105/2005: estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a


construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação,
a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no
meio ambiente e o descarte de OGMs e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao
avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde
humana, animal e vegetal e a observância do princípio da precaução para a proteção do
meio ambiente.

 Ela regulamenta os incisos II, IV e V do § 1, do art. 225 da Constituição Federal: “todos


têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações”.
Interatividade

Segundo o Art. 8o “Fica criado o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), vinculado à


Presidência da República, órgão de assessoramento superior do Presidente da República para
a formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança – PNB”. Com isso fica
estabelecida uma série de competências a esse órgão em questão, como:
a) Fixar princípios e diretrizes que desvinculam o caráter administrativo dos órgãos
e entidades federais com competências sobre a matéria.
b) Analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidades
socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial
de OGM e seus derivados.
c) Não interferir e nem decidir sobre os processos relativos a
atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus
derivados.
d) Não permitir a participação de membros representativos como
os Ministros de Estado da Ciência e Tecnologia e Saúde.
e) Não permitir a participação de membros representativos como
os Ministros de Estado da Justiça e Desenvolvimento Agrário.
Resposta

Segundo o Art. 8o “Fica criado o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), vinculado à


Presidência da República, órgão de assessoramento superior do Presidente da República para
a formulação e implementação da Política Nacional de Biossegurança – PNB”. Com isso fica
estabelecida uma série de competências a esse órgão em questão, como:
a) Fixar princípios e diretrizes que desvinculam o caráter administrativo dos órgãos
e entidades federais com competências sobre a matéria.
b) Analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da conveniência e oportunidades
socioeconômicas e do interesse nacional, os pedidos de liberação para uso comercial
de OGM e seus derivados.
c) Não interferir e nem decidir sobre os processos relativos a
atividades que envolvam o uso comercial de OGM e seus
derivados.
d) Não permitir a participação de membros representativos como
os Ministros de Estado da Ciência e Tecnologia e Saúde.
e) Não permitir a participação de membros representativos como
os Ministros de Estado da Justiça e Desenvolvimento Agrário.
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Plano de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (PGRSS):


 um documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de resíduos de serviços
de saúde, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos
geradores de resíduos de serviços de saúde;
 é obrigatória a todo gerador de resíduos de serviços de saúde.

 A Resolução Conama n. 5/1993 define resíduos sólidos como: resíduos nos estados sólido
e semissólido que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar,
comercial, agrícola e de serviços de varrição.

 Todos os resíduos gerados na área da saúde, inclusive alguns


fluidos corporais contaminados, são tratados como resíduos
sólidos. Esses devem ser acondicionados em embalagens
específicas antes de serem descartados.
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Os resíduos produzidos nos serviços de saúde são classificados como:


 Grupo A: são os resíduos que podem apresentar agentes biológicos que, por suas
características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de
infecção ou contaminação.

 Grupo B: são os resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à
saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade e toxidade, medicamentos, resíduos de saneantes, desinfetantes,
resíduos contendo metais pesados, reagentes para laboratório, inclusive os recipientes
contaminados por estes.

 Grupo C: são as substâncias radioativas em níveis superiores


aos limites de eliminação especificados nas normas da
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os
quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

 Grupo D: são os resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico
à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Por
exemplo: papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de
vestuário, sobras de alimentos e do preparo de alimentos, resíduos provenientes das áreas
administrativas, resíduos de varrição, flores, podas e jardins.

 Grupo E: são os materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear,


agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas,
lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas e lamínulas, espátulas e
todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas,
tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Etapas que deverão ser seguidas no PGRSS que incluem desde a geração até o
destino do RSS:
1. Levantamento dos tipos de resíduos e das quantidades geradas;
2. Acondicionamento dos resíduos;
3. Coleta e transporte interno;
4. Armazenamento temporário dos RSS;
5. Armazenamento externo;
6. Coleta e transportes externos;
7. Disposição final dos RSS.

“Os estabelecimentos de serviços de saúde são os responsáveis


pelo correto gerenciamento de todos os RSS por eles gerados,
cabendo aos órgãos públicos a regulamentação e fiscalização”.
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

1. Levantamento dos tipos de resíduos e das quantidades geradas: esta fase consiste na
verificação dos tipos de resíduos e das quantidades em que eles são gerados em cada
uma das fontes geradoras.

2. Acondicionamento dos resíduos: consiste no ato de embalar os resíduos segregados,


em sacos ou recipientes. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser
compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. Além disso, cada tipo de resíduo
deve ser embalado em recipientes adequados e facilmente identificáveis por tipo para
garantir a segurança do manuseio.

3. Coleta e transporte interno: consistem no recolhimento


e remoção dos RSS das unidades geradoras e salas de
resíduos até o abrigo externo de armazenamento final.
São necessárias ações planejadas para garantir uma
movimentação segura dos RSS, sem oferecer riscos ao
meio ambiente e à saúde dos funcionários e da população.
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

4. Armazenamento temporário dos RSS: consiste na guarda temporária dos recipientes


contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando
agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos
geradores e o ponto destinado à disponibilização para coleta externa. Dependendo da
distância entre os pontos de geração de resíduos e do armazenamento externo, poderá
ser dispensado o armazenamento temporário, sendo o encaminhamento direto ao
armazenamento para coleta externa.

5. Armazenamento externo: consiste na guarda provisória de RSS em ambiente próprio,


denominado abrigo de resíduos. O armazenamento provisório tem como objetivos liberar a
unidade geradora da presença dos RSS e possibilitar o
armazenamento de resíduos infectantes e químicos em
condições de segurança (funcionário e meio ambiente).
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

6. Coleta e transportes externos: é a coleta e o transporte externos de RSS, do abrigo


de resíduos até a etapa de tratamento e/ou disposição final, consiste nas operações
de remoção e transporte dos resíduos, de forma planejada e exclusiva, com uso de
veículos próprios e específicos por empresa licenciada para essas atividades segundo
legislação específica.

7. Disposição final dos RSS: consiste na disposição definitiva de resíduos no solo ou em


locais previamente preparados para recebê-los. Pela legislação brasileira, a disposição
deve obedecer a critérios técnicos de construção e operação, para as quais é exigido
licenciamento ambiental de acordo com a Resolução
Conama n. 237/97. O projeto deve seguir as normas
da ABNT.
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Mapa de Riscos
 É uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho,
capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho.

 Tais fatores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais,
equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização
do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho,
jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento etc.).

 A realização de mapeamento de riscos tornou-se obrigatória


para todas as empresas que tenham Cipa, por meio da
Portaria n. 05, de 17/08/92, do Departamento Nacional
de Segurança e Saúde do Trabalhador do Ministério do
Trabalho (DNSST).
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

 De acordo com o artigo 1° desta portaria, cabe às Cipas a elaboração dos Mapas de Risco
dos locais de trabalho (BRASIL, 1992).

 Por meio de seus membros, a Cipa deverá ouvir os trabalhadores de todos os setores e
poderá contar com a colaboração do serviço especializado de medicina e segurança do
trabalho.

 A elaboração do Mapa de Risco deve ser feita de maneira a permitir a participação do maior
número de trabalhadores, sem delegar a terceiros essa tarefa.

 O que interessa aos trabalhadores é que sua elaboração seja


um processo pedagógico em que se ampliem os espaços de
elaboração da identidade desses trabalhadores e que exerçam
realmente o seu papel.
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Para a elaboração do mapa, deve-se:

 conhecer o processo de trabalho no local analisado: número de trabalhadores, sexo, idade,


treinamentos profissionais e de segurança e saúde, jornada; os instrumentos e materiais de
trabalho; as atividades exercidas; o ambiente;

 identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação específica dos


riscos ambientais;

 identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia.


Medidas de proteção coletiva; medidas de organização do
trabalho; medidas de proteção individual; medidas de higiene
e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários,
bebedouro, refeitório, área de lazer;
7. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

 identificar os indicadores de saúde, as queixas mais frequentes e comuns entre os


trabalhadores expostos aos mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos, doenças
profissionais diagnosticadas, causas mais frequentes de ausência ao trabalho;
 conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local.
Exemplo:

Fonte:
https://slideplayer.com.br/
slide/2764122/
Interatividade

O destino final dos medicamentos é um tema relevante para a saúde pública. No Brasil, órgãos
como a Anvisa e o Conama, têm assumido o papel de orientar, definir regras e regular a
conduta dos diferentes agentes no que se refere à geração e ao manejo dos resíduos de
serviços de saúde.
A classificação dos RSS, de acordo com a Resolução RDC n. 306/2004, objetiva destacar a
composição dos resíduos segundo as suas características biológicas, físicas, químicas, estado
da matéria e origem, para o seu manejo seguro. De acordo com esta classificação, podemos
incluir os resíduos de natureza química, incluindo os medicamentos ou insumos farmacêuticos
quando vencidos, contaminados, apreendidos para descarte, e substâncias dos medicamentos
controlados pela Portaria MS 344/98, como sendo do grupo:
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
Resposta

O destino final dos medicamentos é um tema relevante para a saúde pública. No Brasil, órgãos
como a Anvisa e o Conama, têm assumido o papel de orientar, definir regras e regular a
conduta dos diferentes agentes no que se refere à geração e ao manejo dos resíduos de
serviços de saúde.
A classificação dos RSS, de acordo com a Resolução RDC n. 306/2004, objetiva destacar a
composição dos resíduos segundo as suas características biológicas, físicas, químicas, estado
da matéria e origem, para o seu manejo seguro. De acordo com esta classificação, podemos
incluir os resíduos de natureza química, incluindo os medicamentos ou insumos farmacêuticos
quando vencidos, contaminados, apreendidos para descarte, e substâncias dos medicamentos
controlados pela Portaria MS 344/98, como sendo do grupo:
a) A
b) B
c) C
d) D
e) E
8. Prevenção Contra Incêndios

O fogo tem fascinado a humanidade durante milhares de anos e o seu domínio,


presumivelmente, foi o primeiro grande passo do Homem para a conquista de ambientes
inóspitos. Ao seu redor, graças ao seu calor, têm vivido centenas de gerações.

Entre muitos fatores, o fogo foi um dos maiores responsáveis pelo grau de desenvolvimento
que a humanidade atingiu. Por outro lado, é um elemento de difícil controle. Portanto, o
Homem não tem total domínio sobre seu poder destrutivo.
8. Prevenção Contra Incêndios

 No século XVIII, Antoine-Laurent de Lavoisier descobriu as bases científicas do fogo: colocou


mercúrio dentro de um recipiente fechado, aquecendo-o. Quando a temperatura chegou a
300 ºC, observou a formação de um pó vermelho que pesava mais que o líquido original.
 Ele notou que a quantidade de ar que havia no recipiente diminuíra em 1/5, e que esse
mesmo ar possuía o poder de apagar qualquer chama e matar. Concluiu que a queima do
mercúrio absorveu a parte do ar que nos permite respirar (essa mesma parte que faz um
combustível queimar: o oxigênio).
 Combustão é uma reação química de oxidação, na qual há liberação de calor e luz.

Qualquer substância + O2 = CO2 + H20 + outras substâncias.


8. Prevenção Contra Incêndios

Essa reação pode ser classificada como:


a) oxidação: quando não provoca liberação de energia luminosa nem
aumento de temperatura;

b) combustão viva: quando libera energia luminosa e calor sem aumento


significativo de pressão no ambiente;

c) explosão: quando libera energia em uma velocidade muito rápida, com


elevado aumento de pressão no ambiente.
8. Prevenção Contra Incêndios

 Conceito do triângulo do fogo: é uma forma didática que serve para melhor ilustrar a reação
química da combustão; cada ponta do triângulo representa um elemento participante dessa
reação. Para que exista fogo, os três elementos que compõem o triângulo são necessários:
o combustível, o comburente (oxigênio) e a fonte de calor (energia de ignição)

Ignição – Fonte de Energia Inicial O2 (13%)

Combustível
8. Prevenção Contra Incêndios

 Quando uma substância combustível é submetida à ação do calor, suas moléculas


movem-se mais rapidamente. Com o aumento do calor, poderá haver libertação de gases,
que, ao se inflamarem, formarão chamas, dando início à combustão. Note que somente os
gases entram em combustão.

 Uma vez iniciada a combustão, os gases nela envolvidos reagem em cadeia, alimentando-a,
dada a transmissão de calor de umas partículas para outras no combustível; mas, se a
cadeia for interrompida, não poderá continuar o fogo.

Pela lógica do triângulo do fogo, somente existirá fogo se os três


lados do triângulo forem colocados juntos, portanto, para se
evitarem incêndios, não se devem colocar os três elementos
juntos; logo, para combater um incêndio já estabelecido,
deve-se, de alguma forma, separar ou eliminar algum dos
três elementos:
8. Prevenção Contra Incêndios

 A água, ao ser jogada sobre o fogo, evapora rapidamente, resfriando o combustível =


remove-se a fonte de ignição.

 Apaga-se o fogo de um botijão de gás colocando-se o dedo sobre a válvula = remove-se


o oxigênio.

 No combate a um incêndio florestal, remove-se a vegetação para criar uma trincheira. O fogo
consome tudo o que estiver de um lado, mas depois se apaga = remove-se o combustível.

 “Os grandes acidentes acontecem pela associação de muitas


pequenas permissões que, isoladamente, podem não significar
nada, mas, em conjunto, se tornam um grande perigo”.
8. Prevenção Contra Incêndios

 Existem vários equipamentos que auxiliam no combate a incêndios. Os principais são


os hidrantes, os extintores e os sprinklers.

 Os hidrantes são grandes sistemas de equipamentos interligados por tubulações. São


compostos, basicamente, por reservatórios de água, bombas de incêndio, tubulações,
hidrantes, abrigos e registros de recalque. Os sistemas de hidrantes têm como objetivo
dar continuidade à ação de combate a incêndios até o domínio e possível extinção.

 Ao se utilizar o sistema de hidrantes é fundamental desligar


a chave principal de entrada de energia da edificação e/ou
do setor onde se vai efetuar o combate no intuito de evitar
acidentes (descargas elétricas).
8. Prevenção Contra Incêndios

 Um equipamento frequentemente utilizado em construções comerciais novas é o rociador de


incêndios (em inglês: sprinkler).

 Os sprinklers são dispositivos montados em malhas para a extinção de incêndios. Eles


consistem numa armadura com um cano conectado a uma tubagem de água a pressão.
O cano se fecha com uma tampa sujeita por uma cápsula de vidro recheada de um líquido
cujo ponto de ebulição se dá a uma temperatura determinada (temperatura de disparo),
a qual está sujeita contra um dispersor.

 Quando se produz um incêndio, o calor gerado ferve o líquido


e o vapor rompe a cápsula; a tampa salta e sai a água, que se
choca contra o dispersor, aspergindo a zona incendiada.
8. Prevenção Contra Incêndios

 Os extintores de incêndio são a melhor ferramenta para combater pequenos fogos,


principalmente na sua fase inicial.

 São equipamentos móveis, muitas vezes portáteis, distribuídos em pontos estratégicos,


de modo que seja possível extinguir um princípio de incêndio nos primeiros minutos.

 Esta é a função do extintor: apagar o incêndio no começo, quando ainda é pequeno. Depois
que o incêndio se alastrou, o extintor perde muito de sua eficiência.

 O tipo de extintor a ser empregado depende do tipo de incêndio a ser combatido:


8. Prevenção Contra Incêndios

 Classe A: usados em combustíveis que, quando queimam, deixam resíduos (madeiras,


papel, borrachas etc.). São indicados os extintores de água ou espuma.

 Classe B: usados em incêndios que não deixam resíduos. Esses combustíveis são,
normalmente, líquidos (álcool, gasolina etc.). São indicados os extintores de dióxido
de carbono, espuma ou pó químico seco.

 Classe C: são usados nos incêndios em que a eletricidade é um elemento presente. Nesses
incêndios, o extintor tem uma carga de pó químico seco e gás carbônico.

 Classe D: são extintores especiais que serão


discutidos a seguir.
8. Prevenção Contra Incêndios

 Esse tipo de incêndio exige extintores com agentes especialmente produzidos para
combatê-lo, pois é um incêndio em que há metais pirofóricos.

 Os pirofóricos são metais com capacidade de entrar em combustão. Um exemplo comum de


material pirofórico é a pedra de isqueiro que, na verdade, é uma liga de ferro-cério que solta
faíscas quando atritada. Outros exemplos de pirofóricos: metais alcalinos e alcalino-terrosos,
selênio, antimônio, alumínio ou chumbo pulverizado, zinco, titânio, urânio e zircônio.

 O magnésio, por exemplo, é um metal pirofórico. O ponto de ebulição do magnésio é


próximo de 1.000 °C. Depois de iniciada a combustão, a
aspersão de água não é normalmente suficiente para apagar a
chama. Dependendo da quantidade de magnésio, a chama pode
ser submersa, mas o calor liberado ainda consegue manter a
chama acesa.
8. Prevenção Contra Incêndios

 Para uma chama desse tipo, é necessário o uso de um extintor de classe D, abastecido com
cloreto de sódio, cujo ponto de fusão é em torno de 800 °C. Ao derreter, o cloreto de sódio
recobre toda a superfície e, após o resfriamento, impede a penetração de oxigênio,
interrompendo a reação.

 O treinamento prático das brigadas de incêndio é fundamental para que as pessoas estejam
capacitadas a agir em um momento de crise.
Interatividade

Não são regras básicas no combate a incêndios:


a) Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros – 193.
Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeitas condições de uso e somente
as utilize em caso de incêndio.
b) Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil acesso, devidamente
carregados e revisados (periodicamente). Revisar periodicamente toda a instalação
elétrica do prédio, procurando inclusive constatar também a existência de possíveis
vazamentos de gases.
c) Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis. Evitar a falta de ventilação.
d) Colocar trancas nas portas de halls, elevadores, portas
corta-fogo ou outras saídas para áreas livres.
e) Tomar cuidado com a cera utilizada nos pisos quando
dissolvida. Não deixar estopas ou flanelas embebidas
em óleos ou graxas em locais inadequados.
Resposta

Não são regras básicas no combate a incêndios:


a) Mantenha sempre à vista o telefone de emergência do Corpo de Bombeiros – 193.
Conserve sempre as caixas de incêndios em perfeitas condições de uso e somente
as utilize em caso de incêndio.
b) Os extintores devem estar fixados sempre em locais de fácil acesso, devidamente
carregados e revisados (periodicamente). Revisar periodicamente toda a instalação
elétrica do prédio, procurando inclusive constatar também a existência de possíveis
vazamentos de gases.
c) Evitar o vazamento de líquidos inflamáveis. Evitar a falta de ventilação.
d) Colocar trancas nas portas de halls, elevadores, portas
corta-fogo ou outras saídas para áreas livres.
e) Tomar cuidado com a cera utilizada nos pisos quando
dissolvida. Não deixar estopas ou flanelas embebidas
em óleos ou graxas em locais inadequados.
ATÉ A PRÓXIMA!

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