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Teníase e Cisticercose

FATORES QUE INTERFEREM NA EXISTÊNCIA ESPÉCIES QUE PARASITAM O HOMEM:


Responsáveis pela teníase: Taenia Solium; Taenia Saginata;
E MANUTENÇÃO DE DOENÇAS Taenia asisática;
Responsáveis pela cisticercose: Taenia Solium; Taenia
Fatores associados ao AGENTE CAUSAL: crasseps; Taenia multiceps; Taenia martis.
- Virulência: capacidade de se multiplicar e causar a doença
- Dispersão: no hospedeiro e no ambiente HISTÓRICO:
- Quantidade: dose infectante Teania: 1,5-1,8 milhão de anos atrás (África)
- Resistência: fora do hospedeiro ou no interior dele, e aos Presença de cisticerco: 1.200-100 a.c.
fármacos
Breve histórico do complexo Teníase-Cisticercose
Fatores associados ao HOSPEDEIRO DEFINITIVO: 1558 ➔ Rumler: relato de neurocisticercose → paciente com
- Susceptibilidade: predisposição à infecção; exposto ao epilepsia.
agente infeccioso.
1652➔ Panaeolus: relato de neurocisticercose → padre que
- Local de moradia: área rural ou urbana
sofria de convulsões.
- Hábitos e modos de vida: rói unha, come carne crua
1697➔ Malpighi: um verme é o agente causal da
- Resposta imune: imunocomprometidos e imunissuprimidos
“canjiquinha”
Fatores associados ao HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: 1758➔ Linnaeus: descreve as duas espécies: Taenia solium e
- Susceptibilidade: predisposição à infecção; exposto ao Taenia saginata
agente infeccioso. 1792➔ Hipólito Unanue: associação entre teníase e
- Condições da produção e abate; cisticercose? → soldado que faleceu com crise convulsiva
- Proximidade com os hospedeiros; 1855➔ Küchenmeister: confirma associação entre teníase e
cisticercose → experimento com prisioneiro condenado
Fatores associados ao AMBIENTE:
- Áreas rurais; VERME ADULTO:
- Rede de Esgoto;
- Pontos estratégicos;
- Acesso ao controle.

TENÍASE
É uma parasitose intestinal
Agente etiológico: Taenia sp
Tegumento dos cestóides: nutrição
CISTICERCOSE Microtríquias: microvilosidades
É uma doença pleomórfica (Não possui tropismo por um tipo Absorção por todo o corpo
específico de tecido, ou seja, pode acometer diversos tecidos)
Agente etiológico: Taenia sp PARTES DA TAENIA:
Manifestações Clínicas variam conforme: 1- Escoléx;
- Localização. 2- Colo;
- Tamanho; 3- Estróbilo: formado de Proglotes
- Fase evolutiva;
- Resposta imune do hospedeiro.

TAXOMONIA:
Filo: Platelminto
Classe: Cestoda
Gênero: Taenia
Teania Solium possui ROSTRO (conjunto de ganchos)
T. solium → 800-1.000 proglotes (3 metros)
T. saginata → mais de 1.000 proglotes (8 metros)

ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DO CISTICERCO:


ESTÁGIO VESICULAR
• Cisticerco apresenta membrana vesicular delgada e
transparente,
T. solium → Útero com 12 ramificações; Até 80 mil ovos líquido vesicular incolor e hialino e escólex normal;
T. saginata → Útero com até 30 ramificações; Até 160 mil • Pode permanecer ativo por tempo indeterminado ou iniciar
ovos processo
degenerativo influenciado pela resposta imune do
hospedeiro.
ESTÁGIO COLOIDAL
• Líquido vesicular turvo (esbranquiçado) e escólex
em degeneração alcalina.
ESTÁGIO GRANULAR
• Membrana espessa;
• Gel vesicular apresenta deposição de cálcio;
• Escólex apresenta uma estrutura
mineralizada de aspecto granular
ESTÁGIO GRANULAR CALCIFICADO
• Cisticerco apresenta-se calcificado e
de tamanho bem reduzido.
Em cada Proglotide existe um PORO GENITAL por onde sai o
ovo; - Pode se manter viável por anos (no SNC)!!!
Na TAENIA SAGINATA existe além do poro genital um - FORMA RACEMOSA (cacho de uva) → se assemelha ao
ESFÍNCTER MUSCULOSO: ajuda na contração e eliminação do cisticerco de T. solium. Larva sem forma, escólex não
ovo. identificado e tamanho de 10-20cm
Apólise: destacam-se as proglotides, podem sair de 3 a 6 ou
individualmente nas fezes. Podem sair mesmos em a
necessidade de fezes.
CICLO EVOLUTIVO DA TENÍASE: ❑Criação inadequada de suínos ou bovinos?
Homem: Hospedeiro definitivo (onde ocorre a reprodução), ❑Faz consumo de carne crua ou mal cozida?
no intestino
Ciclo HETEROXÊNICO: precisa de mais de um hospedeiro DIAGNÓSTICO PARASITOLÓGICO – PESQUISA DE PROGLOTE
DE TAENIA SP NAS FEZES:
Exames de fezes:
Tamisação
- Diluir a amostra fecal em água;
- Peneirar o material;
- Verificar se há a presença de estruturas macroscópicas de
parasitos. (Colocar ácido acético glacial)
Colocar a estrutura entre duas lâminas para melhor
visualização.
Sedimentação Espontânea;
Sedimentação por centrifugação.
Método de Graham – Pesquisa de ovos (e proglotes).

Outras estratégias de diagnóstico: Imunodiagnóstico


•Imunoensaio Enzimático
➢Detecção de antígenos
PATOGENIA DA TENÍASE:
➢Detecção de anticorpos
- Alergias → por substâncias excretadas
Alta sensibilidade e especificidade
- Irritabilidade;
Rápido ou moderado
Por conta da fixação na mucosa:
Alto custo.
- Hemorragias;
- Destruir o epitélio; ➢PCR
- Inflamação (infiltrado com presença de muco) ➢PCR em tempo real
Alta sensibilidade e extremamente específico
- Déficits nutricionais: Duração moderada
✓ Tonturas Alto custo
✓ Astenia
✓ Aumento do apetite CICLO EVOLUTIVO DA CISTICERCOSE:
✓ Náuseas e vômitos Homem: Hospedeiro INTERMEDIÁRIO, ingere ovos ou
✓ Perda de peso/atraso no ganho de peso proglotides das fezes de outro homem ou dele mesmo
Ciclo MONOXÊNICO: precisa de um hospedeiro
✓ Retardo no crescimento
- SÓ ACONTECE PARA A TAENIA SOLIUM.
✓ Atraso no desenvolvimento cognitivo

- Dor abdominal (diferentes regiões);


- Alargamento do abdômen;
- Obstrução intestinal -> Barreira física

Presença de vermes: aumento no consumo de carboidratos!

EPIDEMIOLOGIA DA INFECÇÃO POR TAENIA SOLIUM:


Frequência > 1% ➔ país endêmico (Brasil)
Doença erradicável (OMS 2013)

TENÍASE: DIAGNÓSTICO
Anamnese
➢ Sintomas: dor abdominal, diarreia ou constipação, perda
de peso
➢ Características do indivíduo
❑Onde vive?
HETEROINFECÇÃO X AUTOINFECÇÃO:
CISTICERCOSE CUTÂNEA:
Como se fossem nódulos.

NEUROCISTICERCOSE (NCC):
Não há um quadro patognomônico clássico!
Mortalidade: 15-30%!!!

Localização: PARENQUIMA
• Processos compressivos
• Irritativos
• Vasculares
• Obstrutivos
(os instalados nos ventrículos podem causar obstrução do
líquido cefalorraquidiano e hidrocefalia → que correspondem
a forma cicatricial da NCC – associada a epilepsia)

PATOGENIA DA CISTICERCOSE:
É uma doença PLEOMÓRFICA, que assume várias formas de
apresentação e evolução clínicas.
❖ Tecidos musculares ou subcutâneos
Localização: SISTEMA VENTRICULAR
❖ Glândulas mamárias • Hipertensão intracraniana
❖ Bulbo ocular • Hidrocefalia
❖ Sistema Nervoso Central (quase 80% dos casos no Brasil) • Reação inflamatória e fibrose
• Espessamento progressivo das meninges
O que determina a patogenia é: Meningite
➢ Número de cisticercos, Paralisia de nervos cranianos
➢ localização, Infartos
➢ tamanho,
➢ fase evolutiva e tipo de cisticerco, EPIDEMIOLOGIA DA INFECÇÃO POR TAENIA SOLIUM:
➢ Resposta imune do hospedeiro. Frequência > 0,1% ➔ país endêmico (Brasil)

CISTICERCOSE MUSCULAR: CISTICERCOSE: DIAGNÓSTICO


Geralmente assintomática; Anamnese
Reação local ➔ membrana adventícia fibrosa. Com a morte ➢ Sintomas: cutâneos, pulmonares e/ou intestinais
do parasito ocorre calcificação ➢ Características do indivíduo
Quando em grande número pode causar: ❑Onde vive?
➢ Dor ❑Hábitos higiênicos?
➢ Fadiga ❑Serviço de saneamento básico?
➢ Câimbras ❑Qualidade da água de consumo e de irrigação de
hortaliças?
CISTICERCOSE CARDÍACA: ❑Há relato em outros familiares?
▪ Palpitações
▪ Ruídos anormais CISTICERCOSE: fácil tratamento, difícil eliminação
▪ Dispneia (cisticercos nas válvulas)
Análises anatomopatológicas de biópsias, necropsias e
CISTICERCOSE OCULAR: cirurgias;
▪ Descolamento ou perfuração da retina Diagnóstico por imagem:
▪ Reação inflamatória ➢ RX
▪ Conjuntivite e uveíte ➢ Ultrassonografia
▪ Opacificação (catarata) ➢ Tomografia computadorizada
▪ Perda parcial ou total da visão
➢ Ressonância magnética
▪ Perda do globo ocular
Diagnóstico imunológico:
➢ Imunofluorescência
➢ Hemaglutinação
➢ imunoenzimáticas

TRATAMENTO
TENÍASE: Atenase, Praziquantel, Annita, Albendazol
NCC: Praziquantel, Annita, Albendazol, Fenitoína
+ carbamazepina

Em alguns casos, recomenda-se o uso concomitante de


corticoide.

CONTROLE (tripé)
- Saneamento Básico: Melhor gestão na criação de animais de
produção
- Tratamento;
- Educação em Saúde.

PROFILAXIA
TENÍASE:
- Não consumir carne crua ou mal cozida.
- Não comprar carnes de procedência duvidosa
CISTICERCOSE:
- Lavar bem as mãos após utilizar o banheiro;
- Beber água fervida ou filtrada;
- Lavar bem os alimentos de consumo cru;
- Não comprar carnes de procedência duvidos;
- Evitar levar a mão à boca;
- Não consumir carne crua ou mal cozida;
- Evitar ambientes de aglomeração;
- Evitar levar a mão à boca

RESUMO:
TENÍASE:
Agente etiológico: T. solium, T. saginata
Forma evolutiva responsável pela patogenia humana:
Verme adulto
Humano: Hospedeiro definitivo
Forma evolutiva infectante: cisticerco
Sintomas: Dores abdominais, diarreia ou constipação
Modo de infecção: Consumo de carne bovina ou suína crua
ou mal cozida

TENÍASE:
Agente etiológico: T. solium
Forma evolutiva responsável pela patogenia humana:
Cisticerco
Humano: Hospedeiro intermediário
Forma evolutiva infectante: ovo
Sintomas: Depende do órgão de instalação do cisticerco
Modo de infecção: Direta – contato com fezes
Indireta – ingestão de água e alimento
contaminados com fezes

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