Você está na página 1de 36

CARBÚNCULO HEMÁTICO

DOCENTE: IRINA LUBECK


DISCENTE: JANAINA REGINA MAFRA
CONCEITUAÇÃO
 A denominação carbúnculo (carvão) provém do aspecto
enegrecido da cavidade abdominal dos animais mortos.
 É uma doença que acomete com maior freqüência os
ruminantes (ovinos e bovinos), manifestando-se na
maioria das vezes na forma aguda, produzindo
septicemia fatal..
 Acidentalmente pode ser transmitida ao homem,
ocorrendo três tipos de infecção: cutânea, inalatória e
gastrointestinal.
 A mais comum é a lesão cutânea conhecida como
“Pústula Maligna”, sendo as demais raríssimas.
ETIOLOGIA
 Família: Bacillaceae
 Bacillus anthracis -(anthrakis → carvão)

 gênero Bacillus > 90 espécies (grupo Cereus)

 bacilos gram+ extremidade em forma de ângulo reto


formas isoladas ou em cadeia 3,8 x 1,2 µ m imóveis
capsulados esporulados aeróbios estritos
ETIOLOGIA
 Bacillus
anthracis
 Gram-positivo
 Aeróbico
 Capsulado
 Imóvel
 Forma esporos em
contato com o ar
ESTRUTURA ANTIGÊNICA
 Polissacarídeo somático → comum aos demais bacilos
(D-galactose e D-glicosamina)
 Polipeptídeo capsular → ácido glutâmico virulência

 Atividade anti-fagocítica
PROPRIEDADES
 Quando o material que contém o bacilo é exposto ao ar,
há formação de esporos, que deixam o ambiente
infectado por longos períodos.
 São resistentes à temperatura ambiente normal e a
desinfetantes comuns.
 Permanecem por anos no ambiente, em particular na
presença de matéria orgânica, solo alcalino, não drenado
e clima quente.
 Os solos ácidos reduzem a sobrevivência do B. anthracis.
TOXINA
 Exotoxina → termolábil
 Fração I: produção de edema

 Fração II: indução de anticorpos

 Fração III: fator letal Isoladamente: inócuas

 Conjunto: disturbios eletrolíticos hemoconcentração


insuficiência renal aguda
PROPRIEDADES - TOXINA
 Destrói leucócitos.
  permeabilidade vascular  trombose.
 Choque hipovolêmico.
AÇÃO CONJUNTA DOS FATORES
TÓXICOS
 Bloqueio da atividade opsonizadora do C3;
 Destruição de fagócitos;

 Danos nos mecanismos de coagulação;

 Trombose capilar;

 Aumento da permeabilidade capilar;

 Edema;

 Queda da pressão sangüínea - choque - morte.


RESISTÊNCIA
 Formas vegetativas → facilmente destruídas por
putrefação, pasteurização e pela maioria dos
desinfetantes comuns.
 Formas esporuladas → altamente resistentes às
condições naturais de dissecação frio calor

Nunca necropsiar animal com


suspeita de carbúnculo hemático
RESISTÊNCIA
 B. anthracis na forma
vegetativa.Exibe
coloração gram-positiva
(x600).

 Fotomicrografia
eletrônica do esporo de
B. anthracis (seta)
parcialmente envolvido
por um pseudopode de
um macrófago
(x137,000).
CULTIVO
 Crescem bem em meios comuns de crescimento, sólidos ou
líquidos, em temperatura de 37 o C e pH ligeiramente
alcalino (7,2 ≤ pH ≤ 7,8).
 coloração com azul de metileno

FORMAS VIRULENTAS =
CAPSULADAS Colônias rugosas
“CABELEIRA de MEDUSA”

Bacillus
anthracis Grupo cereus
Imóveis Móveis
Não fundem Fundem gelatina
NÃO- gelatina hemólise
VIRULENTAS Não produzem
lisas hemólise
ANIMAIS DE LABORATÓRIO
 Morte em 24 – 96 horas
 Edema gelatinoso no local de inoculação

 Congestão generalizada do peritônio, baço, fígado e rins


Gânglios aumentados de volume Coloração vinhosa
escura Esfregaço → bacilos gram+ em forma de cadeia
EPIDEMIOLOGIA
 Atinge todas as espécies de mamíferos, sendo os
herbívoros e o homem mais susceptíveis, enquanto que
pássaros, carnívoros e répteis são mais resistentes.
 A via de infecção mais comum é a via oral, por solo ou
água contaminada por esporos ou formas vegetativas.
 Os suínos, caninos, felinos e animais selvagens adquirem
a infecção pelo consumo de carne contaminada
EPIDEMIOLOGIA
 A putrefação da carcaça destrói a bactéria e, desde que
ela não tenha sido aberta e não tenha havido corrimento,
não ocorrerá a contaminação do solo.
 Surtos originários de um solo contaminado sempre
ocorrem após uma grande alteração climática, como por
exemplo, chuva forte após uma seca prolongada, e
sempre em tempo de calor, quando a temperatura
ambiente está acima dos 15oC.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
 F. SUPER AGUDA - 1 a 2 horas
 F. AGUDA -

 F. SUBAGUDA - até 8 dias


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - BOVINOS
 Septicemia e morte rápida (em torno de 1 a 24 horas
após os primeiros sinais)
 Febre

 Aumento da freqüência cardíaca e respiratória

 Mucosas cianóticas

 Hemorragias

 Timpanização, urina sanguinolenta


MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - BOVINOS
 Animais que sobrevivem por mais de um dia podem
apresentar disenteria, aborto, edema no períneo,
garganta, parede abdominal e leite com sangue.
 A carcaça de um animal morto autolisa rapidamente e
torna-se bastante distendida pela alta produção de gases
de putrefação. Há eliminação de sangue pelos orifícios
naturais.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - OVINOS
 Mais susceptíveis do que os bovinos.
 Lesões localizadas não ocorrem exceto em casos de
infecção através da pele, formando edema difuso, ou
nódulos firmes e circunscritos.
 Mesmo curso que em bovinos, porém é mais rápida.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - EQUINOS

 Podem durar vários dias.


 Cólicas, coprostase e meteorismo

 Grandes áreas de edema localizadas na parte ventral do


abdômen e tórax, nos membros, região perineal e
genitália externa.
 Disenteria pode acompanhar a cólica aguda.

 Quando a rota de infecção é a digestiva, a lesão primária


pode estar na garganta e intestino e a morte pode ocorrer
pela reação local sem septicemia -asfixia.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - SUÍNOS
 Relativamente resistentes.
 Infecção permanece localizada na garganta e no intestino
-laringotraqueíte e Edema de garganta.
 Lesão Ulcerativa porta entrada - Linfadenite

 Pode ocorrer diarréia e disenteria -Enterite Ulc.


Hemorrágica.
 Forma de entrada cutânea.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - CANINOS
 São resistentes ao B. anthracis.
 Alguns casos observados por ração contaminada.

 Curso hiperagudo, ocorrendo morte súbita.

 Localização faringeana - edemas na face, cabeça,


pescoço.
 Localização intestinal - sinais de gastroenterite aguda.
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
 Ausência de “Rigor Mortis”
 Putrefação precoce

 Distensão da carcaça pela alta produção de gases

 Sangue escuro e viscoso, ausência de coagulação

 Líquido Serosanguinolento nas Cavidades Corporais

 Edemas Generalizados

 Esplenomegalia

 Eliminação de sangue pelos orifícios naturais.


A carcaça de um animal morto autolisa
rapidamente e torna-se bastante distendida
pela alta produção de gases de putrefação.
Há eliminação de sangue pelos orifícios
naturais.
DIAGNÓSTICO
 Presuntivo - Epidemiológico – Patológico
Bacterioscópico

 Definitivo - Cultura
DIAGNÓSTICO
 Diferencial
Bovinos e ovinos
 clostridioses

 choque por raio

 leptospirose aguda

 hemoglobinúria bacilar

 tristeza parasitária

 intoxicações agudas por plantas tóxicas


DIAGNÓSTICO
 Diferencial
Equinos
 anemia infecciosa aguda

 cólicas diversas

 intoxicações

 choque por raio

 insolação
DIAGNÓSTICO
 Diferencial

Suínos
 peste suína clássica e africana

 edema faringeano maligno (Clostridium septicum)

 erisipelose, salmonelose e hipertermia maligna


CONTROLE
 Vacinas - Vacina Viva Esporulada Acapsulada - Cepa
Stern
 2-4 semanas antes da estação de surtos

 Animais não devem ser vacinados cerca de 2 meses antes


de serem abatidos
 Vacina viva, não devendo ser administrada juntamente
com antibióticos
CONTROLE
 Notificação aos órgãos oficiais;
 Incineração ou depósito em cova profunda dos animais
mortos, dejetos e fômites;
 Desinfecção de estábulos e equipamentos usados no
manejo;
 Isolamento dos animais doentes e remoção dos animais
sadios;
 Uso de repelentes ou de inseticidas;

 Controle dos abutres que se alimentam de animais mortos;

 Pessoas que estão em contato com animais doentes devem


tomar cuidados sanitários, para sua própria segurança e
para prevenir a disseminação da doença.
CONTROLE
 Carcaças incineradas ou enterradas (2 m de
profundidade, camada de cal virgem)
 Desinfecção das instalações com soluções fortes de
formalina (5-10%)
 Ácido paracético (a 3%) no solo em quantidades
apropriadas (8 l/m2)
ZOONOSE
 HUMANOS : Pústula Malígna - 10 a 20% mort

Zoonose ocupacional → maiores vítimas: operários das


indústrias de lã, pele,
couro e cerdas.
DÚVIDAS!!!
REFERENCIAS
 http://www.saudeanimal.com.br/2015/12/15/carbunculo-
hematico
/
 MENDES, C.M.; SAMPAIO, J.L.M. ArtigosTécnicos:
Antraz ou Carbúnculo.
 http://
www.institutofleury.org.br/site/calandra.nsf/0/AF56905B
06

 Carbúnculo Sintomático em Bovinos - Ourofino Saúde


Animal
 www.ourofinosaudeanimal.com

Você também pode gostar