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Gênero Bacillus (B.

anthracis)

Prof. Adj. Ary Fernandes Junior


Departamento de Microbiologia e Imunologia
Instituto de Biociências - UNESP - Botucatu
Aspectos gerais do gênero Bacillus
 Familia Bacillaceae
 São catalogadas atualmente 268 espécies
e 7 sub-espécies no gênero Bacillus

 Ampla distribuição na natureza  São


esporulados (solo, plantas, água, ar, etc)

 Único patógeno consistente em vertebrados,


incluindo homem, é o B. anthracis.
Histórico do Bacillus anthracis
 1850 - Relatos de elementos filamentosos no
sangue de animais que morreram por carbúnculo
hemático
1876 - Robert Koch (cultivo in vitro, e mantinham
a infecciosidade; presença de esporos e aspecto
bacilar da bactéria.
1881 - Pasteur (Chamberland e Roux) (experimentos
de Pouilly-le-Fort (imunização contra B. anthracis)

1887 - Pasteur comunica etiologia, epidemiologia


e imunologia do carbúnculo hemático.
“Primeira bacteria a ser admitida como responsável por uma
doença em particular”
Experimentos realizados em Pouilly le Fort (1881)
Características gerais
⇒ Principais espécies: B. anthracis, B. cereus,
B. subtilis, B. megaterium, B. stearothermophilus,
B. licheniformis, B. larvae, B. alvae,
B. thuringiensis, B. polymyxa...

⇒ Maioria saprófita (Ubíguos)

⇒ Diversidade fisiológica
(Psicrófilos a Termófilos; Acidófilos a Alcalinófilos;
Halofílicos ou halotolerantes)
Características gerais
⇒ Bacilos Gram positivos (isolados, pares,
cadeias) ⇒ Células com dimensões variáveis
(0,5 x 1,2 a 2,5 x 10 µm)
⇒ Endósporos (ar atmosférico)

⇒ Normalmente móveis (peritríqueos)


(B. anthracis e B. mycoides imóveis)

⇒ Hemolíticos (Agar sangue) (Exceto B. anthracis)

⇒ Colônias de 3 - 5 mm
B. anthracis (textura de vidro fosco)
Características gerais
Características que
⇒ Aeróbios ou Facultativos diferenciam os

⇒ Maioria catalase positiva gêneros Bacillus e


Clostridium)
⇒ Resistência

-Fase vegetativa – Altamente sensível


(ambiente e pasteurização)
-Fase esporulada – Resistente Fervura
B. anthracis  Sensível a Penicilina G
Bacilos
Gram Positivos
Coloração de Gram (material de lesão cutânea)
Agar Sangue

B. cereus B. anthracis

Colônias
grandes,

Expandidas,

Branco
Hemólise acinzentadas,

Bordas
irregulares)
B.anthracis
(textura de vidro
fosco)
B. anthracis (5% CO2)
(Aspecto mucoso  cápsula polipeptídica)
B. megaterium B. anthracis
B. cereus

B. licheniformis B. pumilus B. coagulans B. polymyxa

B. circulans B. alvei B. brevis B. popilliae


Epidemiologia (B. anthracis)
⇒ Ocorre em solos com matéria orgânica (húmus)
(inclusive com multiplicação no solo)
Profilaxia é a grande arma
Os solos ácidos reduzem a sobrevivência do B. anthracis.

⇒ Ruminantes (Bovinos, Ovinos), Cobaias


Equinos, Suínos (carbúnculo faríngeo)
Carnívoros (Aves)
Homem Sensível (relacionado com grupos
profissionais)
Manifestações clínicas das doenças causadas por
B. anthracis e por outras espécies de Bacillus
Fatores de Virulência
 Codificados por plasmídios
⇒ Cápsula polipeptídica
(ácido - poli- D- glutâmico)
(codificado por plasmídio pX02)

(Antifagocítica)

⇒Exotoxina protéica complexa (Tipo A-B)


(codificado por plasmídio pX01)
(exotoxina é responsável pelos sinais clínicos da doença)
(possível “cura” quando cultivado a 42oC) perda da
toxigenicidade
Exotoxina (Formada por 3 proteínas termolábeis)
 Antígeno Protetor (AP)  Fixação da Toxina

 Fator Edema (FE)  Adenilato ciclase


Distúrbio na homeostáse da água  Edema Gelatinoso
e Hemorrágico
(Consumo dos fatores da coagulação)

 Fator Letal (FL)  Proteases Lise celular


(Sepsis) Aparelho cardio pulmonar e fígado 
Choque (Morte)
Fisiopatogenia da toxina do B.anthracis

(MITOSE ASSOCIATED PROTEINA KINASE)


Controla a comunicação interna da célula –
Apoptose da célula
Patogenia

Ingestão (Esporo)  Forma vegetativa (TD) 


Septicemia  Órgãos (Edema, congestão,
hemorragias, choque)

Penetração do esporo  Edema Local  Ulceras


(Carbúnculo localizado = Pústula maligna) 
Septicemia  Órgãos
AÇÃO CONJUNTA DOS FATORES
TÓXICOS

 Bloqueio da atividade opsonizadora do C3;

 Destruição de fagócitos;

 Danos nos mecanismos de coagulação;

 Trombose capilar;

 Aumento da permeabilidade capilar;

 Edema;

 Queda da pressão sangüínea - choque - morte.


Sinais clínicos
Forma aguda em bovinos e ovinos  Febre
alta, falta de ruminação, excitação seguida de
depressão, dificuldade respiratória,
incoordenação de movimentos, convulsão e
morte

Forma crônica  Mais frequente em bovinos,


equinos e cães, apresenta edema da faringe
e da língua acompanhado frequentemente de
espuma sanguinolenta na boca e morte por
asfixia
Carbúnculo hemático
Diagnóstico
Sangue de jugular - Isolamento em meio de AS

Aspectos de colônia (24 e 48 horas)

Coloração de Gram

Identificação Bioquímica

Teste de Ascoli; Testes imunológicos;


Métodos moleculares
Fluxograma para identificação de Bacillus spp.
Resumo das características para identificação de Bacillus sp.
Vacinação
Amostra descapsulada e avirulenta (amostra Stern)
que tem apresentado um período de proteção variável
entre 6 e 12 meses. Época seca do ano

pXO1 TOXINA

pXO2 CÁPSULA

CEPA SELVAGEM VIRULENTA


pXO1
NOVOBIOCINA OU 42º C
CO2 50%

pXO2

CEPA STERN
PRODUTORA DE
TOXINAS (VACINA) CEPA CAPSULADA

CEPA NÃO VIRULENTA


CONTROLE
 Notificação aos órgãos oficiais;
 Estabelecimento de quarentena;
 Incineração ou depósito em cova profunda dos animais
mortos, dejetos e fômites;
 Desinfecção de estábulos e equipamentos usados no
manejo;
 Isolamento dos animais doentes e remoção dos animais
sadios;
 Uso de repelentes ou de inseticidas;
 Controle dos abutres que se alimentam de animais mortos;
 Pessoas que estão em contato com animais doentes devem
tomar cuidados sanitários, para sua própria segurança e para
prevenir a disseminação da doença.
Pústula maligna (Carbúnculo cutâneo)
Outras formas de Antraz

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