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APG S03P01 O médico Carlos Chagas foi a primeira

pessoa que descreveu a doença, o agente


etiológico, o ciclo de transmissão, os
hospedeiros vertebrados e os vetores,
PROBLEMAS:
assim como as manifestações clínicas da
1) Compreender os principais grupos
fase aguda e crônica, lá em 1909.
de protozoários que afetam a saúde
humana.
→ Agente Etiológico
2) Investigar como a moradia e o
A doença é causada pelo protozoário
contexto social influenciam no
Trypanosoma cruzi, sendo um protozoário
contágio de doenças parasitárias,
unicelular flagelado da família
com enfoque nas comunidades
Trypanosomatidae, que possuem como
indígenas.
principal característica a presença do
3) Explicar o contágio, a
cinetoplasto.
fisiopatologia, o diagnóstico, as
manifestações clínicas, o
→ Morfologia
tratamento da doença e a
epidemiologia da doença de
chagas.

→ Aspectos gerais dos protozoários

Se encontram no reino protista, são


eucariontes (possuem carioteca),
conseguem produzir seu próprio alimento
por meio da produção de clorofila e
possuem diversas classificações devido
aos diferentes tipos de locomoções, que
Cinetoplasto: uma estrutura
podem ser: ciliados, flagelados,
intramitocondrial presente por toda a
pseudópodes ou esporozoários.
estrutura do protozoário.

→ Principais doenças causadas por


protozoários:
● Giardíase
● Amebíase
● Tricomoníase
● Toxoplasmose
● Leishmaniose
● Doença de chagas
● Malária

→ Doença de Chagas/ Tripanossomíase


americana Formas evolutivas: Amastigotas,
epimastigotas e tripomastigotas.
estresse metabólico e o PH abaixo de 5,5
(ácido).
Quando os triatomíneos alimentam-se do
sangue de mamíferos (humanos né), eles
logo defecam e, caso a pessoa 1) cause
uma lesão por coceira 2) já tenha uma
lesão ou 3) as fezes tenham contato com
qualquer mucosa, mesmo que integra, o
protozoário consegue adentrar um novo
hospedeiro.
Quando o tripomastigota metacíclico
encontra uma célula hospedeira, adere-se à
parede da membrana plasmática e sinais
moleculares fazem com que os lisossomos
B: corte histológico que mostra ninho de se direcionam para a membrana
amastigotas no músculo cardíaco. C: plasmática, essa que sofreu invaginação
Tripomastigota em esfregaço sanguíneo. durante ou após esse processo. A
membrana plasmática e os lisossomos se
→ Ciclo Biológico: fundem, criando um vacúolo parasitóforo.
Esse vacúolo parasitóforo possui o
Possui um ciclo de vida digenético, onde ambiente ácido perfeito para a
possui hospedeiro mamífero e um inseto, diferenciação dos tripomastigotas
onde ocorre alternância entre estágios metálicos em amastigotas. Após isso, eles
reprodutivos que não são infectantes e destroem esse vacúolo e se libertam para o
estágios infectantes que não se citosol, onde replicam-se por fissão binária
reproduzem. sem dó, já que apenas um tripomastigota
O ciclo tem como convenção seu início pode dar origem a 500 amastigotas.
quando o inseto vetor alimenta-se de um Depois de atingirem um limite para a
mamífero infectado por formas divisão celular, essas amastigotas se
tripomastigotas sanguíneos encontrados na diferenciam em tripomastigotas sanguíneas
corrente sanguínea do hospedeiro. Quando ou entram em estado de dormência. Caso
levados até o intestino médio do inseto, os continuem ativos, eles destroem a
tripomastigotas se diferenciam em membrana plasmática da célula hospedeira
epimastigotas. os epimastigotas se e são liberados para o meio extracelular,
reproduzem por divisão binária e infestam podendo atingir a corrente sanguínea e
as porções médias e posteriores do conseguem, assim, se disseminar para
intestino do inseto. na porção distal do outros tecidos e órgãos. é nesse momento
tubo digestório, os epimastigotas em que o vetor invertebrado alimenta-se
aderem-se às células epiteliais e começam de sangue contendo tripomastigotas
a se diferenciar em tripomastigotas sanguíneos, dando continuidade ao ciclo.
metacíclicos, bastante infectantes.
Obs: os principais estímulos para a
diferenciação do parasito no vetor são o
Sinais Clínicos:
● Sinal de Romaña: edema nas
pálpebras.
● Chagoma de inoculação: lesão
cutânea eritematosa e endurecida.

→ Aspectos Clínicos:
Possui duas fases: aguda e crônica.

Aguda:
Tem-se início no momento da infecção. A Crônica:
maioria das infecções agudas são Tem-se início algumas semanas ou meses
assintomáticas, porém, o seu quadro após a infecção. Divide-se em duas
clínico se instala nos primeiros dias ou formas: a indeterminada e a sintomática.
semanas após infecção primária, podendo
durar entre 4-12 semanas quando a pessoa ● Indeterminada:
afetada não faz o tratamento. As infecções É aquela que se segue à fase aguda,
adquiridas por via oral são mais em que o paciente permanece
acompanhadas por miocardite grave, assintomático. Cerca de 70% dos
potencialmente levando a óbito. indivíduos a possuem, podendo ter
a duração de alguns meses, anos ou
Caracterizado por: até o resto da vida. Pode evoluir
● Parasitemia Patente: parasitas estão para a forma sintomática.
presentes no sangue
● Baixa quantidade de anticorpos ● Sintomática:
IgG, embora os IgM podem ser Se dividem em duas formas
encontrados. clínicas: a cardíaca e a digestiva.
● 1 a 5% dos casos agudos são
graves. Complicações comuns: - Cardíacas: afeta de 20 a
miocardite e meningoencefalite. 30% dos indivíduos
afetados no seguimento (
Sintomas: mais comuns no Brasil). As
● Febre baixa manifestações clínicas
● Mal-estar comuns é a insuficiência
● Linfadenopatia cardíaca congestiva,
● Hepatoesplenomegalia cardiomegalia, arritmias
complexas e morte súbita
- Digestivas: Afeta 10 a 21% → Tratamento
dos indivíduos acometidos Devem ser tratadas todas as crianças com
pela crônica. As idade igual ou inferior a 12 anos
manifestações clínicas mais portadoras da doença de Chagas em sua
comuns são: megaesôfago e fase crônica. Para adolescentes com idade
o megacólon. entre 13 e 18 anos e adultos com infecção
crônica, quando se consegue estabelecer
→ Diagnóstico laboratorial: que a fase aguda ocorreu até 12 anos antes
(considerado como infecção recente), é
Fase Aguda: usualmente recomendado o tratamento
- Microscopia: Busca-se antiparasitário, embora faltem evidências
tripomastigotas em exame a fresco consistentes a partir de estudos
em lâmina, em gota espessa ou randomizados justificando tal conduta.
esfregaço corado ou por Para os indivíduos com doença de Chagas
centrifugação por meio da técnica na faixa etária de 19 a 50 anos sem
de Strout. infecção recente documentada, o
- Sorologia: níveis elevados de IgM, tratamento antiparasitário deve ser
por meio da reação de considerado de forma individualizada, seja
imunofluorescência indireta ou na forma crônica indeterminada, seja na
ELISA, mas não é possível fechar forma crônica determinada sem
o diagnóstico só com isso. cardiopatia avançada. Para indivíduos com
- Xenodiagnóstico e hemocultura: idade superior a 50 anos, sem cardiopatia
conseguem detectar baixa avançada, não há estudos justificando o
parasitemia, mas só depois de 30 tratamento antiparasitário. O tratamento
dias. antiparasitário não deve ser realizado em
- Reação em cadeia polimerase indivíduos na fase crônica da doença de
(PCR): detectam e quantificam o Chagas com a forma cardíaca grave, uma
DNA do parasito no sangue com vez que não há evidências de benefícios
alta sensibilidade, assim como clínicos na evolução desses pacientes.
também como o genótipo, útil no O tratamento disponível no Brasil é o
prognóstico. Beznidazol, que possui uma metabolização
conduzida pelo fígado e eliminação na
Fase Crônica: urina.
- Sorologia: níveis elevados de IgM,
por meio da imunofluorescência
indireta, hemaglutinação indireta
ou ELISA.
- Xenodiagnóstico e hemocultura:
possuem sensibilidade baixa
- Reação em cadeia polimerase
(PCR): detecta o DNA deles no
sangue com razoável sensibilidade,
mas não são muito disponíveis.

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