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TUTORIA

Objetivos: Hospedeiro invertebrado


1. Estudar o ciclo de infecção do T cruzi No hospedeiro invertebrado, são
(homem e inseto) e a fisiopatologia da encontradas inicialmente formas
doença de chagas arredondadas com flagelo circundando o
2. Compreender como os determinantes corpo, denominadas esferomastigotas
em saúde influenciam na doença de presentes no estômago e intestino do
chagas e quais medidas de prevenção triatomíneo; formas epimastigotas
presentes em todo o intestino e
Introdução: tripomastigotas presentes no reto.
Livro: Neves, David Pereira; Parasitologia
Humana; São Paulo: Atheneu; 11 ed; Ciclo do Trypanossoma cruzi (homem)
2005 A.Inseto infectado pica o hospedeiro
vertebrado e através das suas fezes a
Vetor triatomíneo forma tripomastigota entra nas células
Hospedeiro vertebrado B. Transformam-se em amastigotas
São encontradas intracelularmente as C. Multiplicam-se
formas amastigotas , e extracelularmente Fenômenos intracelulares
as formas tripomastigotas presentes no D. Transformam-se em tripomastigota
sangue circulante. novamente(através do mecanismo
A forma tripomastigota, tem variações alongamento) e rompem as células,
morfológicas, podem ser tripomastigota caindo na corrente sanguínea
delgado ou largos, diferenciam-se por os tripomastigotas ou mesmo amastigotas
delgados são menos capazes de se que ainda não se diferenciam, além de
desenvolver no vetor, além disso, seriam detritos celulares da célula hospedeira.
mais infectantes para células e para (repetindo esse processo dentro de outras
camundongos, desenvolvendo nestes células)
parasitemias mais precoces, porém mais
sensíveis a ação de anticorpos A interação entre o parasito e a célula
circulantes, seriam destruídos por hospedeira ocorre em três fases
anticorpos ou desapareceriam da sucessiva (endocitose):
circulação para cumprir novo ciclo celular, 1.Adesão celular: quando ambos se
parasitam de preferência células do reconhecem e o contato
sistema mononuclear fagocitário (SMF) do membrana-membrana ocorre
baço, fígado e medula óssea - 2.Interiorização: quando ocorre a
"macrofagotrópicas" formação de pseudópodes e a
Por outro lado, as formas largas, menos consequente formação do vacúolo
infectantes, demorariam mais a penetrar fagocitano. A concentração de Ca2+ tem
nas células, desenvolvendo parasitemias sido também considerada um fator
mais tardias nos camundongos, porém importante na penetração do parasita na
mais resistentes à ação de anticorpos célula hospedeira e facilita a chegada dos
circulantes e por isso capazes de lisossomas para as proximidades do
permanecer mais tempo na corrente parasita, chegando mesmo a fazer parte
circulatória. Têm tropismo para células da membrana do vacúolo fagocitário.
musculares lisa, cardíaca e esquelética, 3.Fenômenos intracelulares:
sendo denominadas "miotrópicas".
Ciclo T cruzi (inseto) Livro: Parasitologia
E. O inseto não infectado ingere o sangue Transmissão
de um hospedeiro infectado Acidentes de laboratório (hipótese): pode
F. No estômago as formas tripomastigotas ocorrer entre pesquisadores e técnicos
ingeridas transformam-se em formas que trabalham com o parasito, seja no
arredondadas e epimastigotas. sangue de animais, pessoas infectadas,
G. No intestino médio, os epimastigotas meios de cultura ou vetor. A contaminação
se multiplicam por divisão binária simples, pode se dar por contato do parasito com a
sendo, portanto, responsáveis pela pele lesada, mucosa oral ou ocular ou
manutenção da infecção no vetor. auto-inoculação. É necessário trabalhar
F. No reto, porção terminal do tubo bem e com todas as condições de
digestivo, os epimastigotas se diferenciam segurança.
em tripomastigotas (infectantes para os Fase Aguda:
vertebrados), sendo eliminados nas fezes Pode ser sintomática (aparente) ou
ou na urina. assintomática (inaparente). Esta é mais
frequente. Ambas estão relacionadas com
Fisiopatologia da Doença de Chagas o estado imunológico do hospedeiro.

Epidemiologia: Fase Crônica:


Assintomática:
Artigo: Alencar, Marjory; Barros, Ricardo; Após a fase aguda, o sobreviventes
et al; Epidemiologia da Doença de passam por longo período assintomático
Chagas aguda no Brasil de 2007 a 2018; (10-30 anos), esta fase é chamada de
Research, Society and Development, v. 9, forma indeterminada (latente) e
n.10, 2020. caracterizada pelos seguintes parâmetros:
a DC traz à tona mazelas sociais, ainda 1) positividade de exames sorológicos
não superadas por muitos países, pois elou parasitológicos; 2) ausência de
inúmeros estudos comprovam a maior sintomas elou sinais da doença; 3)
incidência desta em pessoas com baixo eletrocardiograma convencional normal, e
grau de escolaridade, poucas 4) coração, esôfago e cólon
condições financeiras e com isso, radiologicamente normais.
condições precárias de habitação Sintomática:
Na região Norte, a incidência ainda Certo número de chagásicos após
prevalece alta. No que diz respeito aos permanecerem assintomáticos por vários
determinantes sociais de saúde, há u anos, com o correr do tempo apresentam
ma transformação incipiente visto que os sintomatologia relacionada com o sistema
infectados com a doença continuam cardiocirculatório (forma cardíaca),
sendo homens, pardos, com baixa digestivo (forma digestiva), ou ambos
escolaridade e com péssimas condições (forma cardiodigestiva ou mista). Isto
de habitação. devido ao fato de mudar inteiramente a
fisionomia anatômica do miocárdio e do
tubo digestivo (esôfago e cólon,
principalmente).

Obs: Coração
Artigo: Simões, Marcus; Romano, Minna
et al. Cardiomiopatia da doença de
chagas. International Journal of abióticos, é o responsável pelo
Cardiovascular Sciences. sincronismo na dispersão das populações
2018;31(2)173-18 de triatomíneos para a formação de novas
Miocardite crônica da doença de Chagas colônias na época das chuvas e
deva-se a dois processos patogenéticos predomínio do acasalamento mais
principais: dano miocárdico, associado concentrados durante os meses de
diretamente à inflamação, causada por estiagem.
parasitismo de fibras cardíacas, em
múltiplos focos, mas de baixa intensidade; Objetivo 2:
e à agressão miocárdica causada por
reação imune adversa direcionada e, Determinantes em saúde:
continuamente alimentada, pela reiterada
apresentação de antígenos vinculada ao Artigo: Dias, João Carlos; Globalização,
parasitismo cardíaco persistente. iniqüidade e doença de Chagas; Cad.
Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23 Sup
Obs: hipótese 1:S13-S22, 2007
Artigo: Mendes, Paulo e Lima, Samuel;
INFLUÊNCIA DO CLIMA NA A enfermidade ameaça e acomete
OCORRÊNCIA DE TRIATOMÍNEOS basicamente as regiões pobres da
SINANTRÓPICOS NO MUNICÍPIO DE América Latina, priorizando populações
UBERLÂNDIA-MG; Caderno Prudentino de baixa expressão política, socialmente
de Geografia, Presidente Prudente, n.33, excluídas, de origem rural e pouco
v.2, p.5-20, ago./dez.2011. letradas. Por tudo isso, a atenção ao
infectado e o controle da transmissão do
Potencial de adaptação Tr. cruzi ao homem geralmente
Este artigo buscou analisar a influência da pressupõem uma ação de Estado, o que
variação sazonal do clima na ocorrência gera clara dependência de políticas
de triatomíneos sinantrópicos nesses públicas conseqüentes e continuadas
ambientes, para tanto, foram realizados
levantamentos de dados de notificações Obs:
de triatomíneos no município de Em muitos artigos, que eu li, sempre
Uberlândia-MG na fase de vigilância do falavam como a doença de chagas é uma
Programas de Controle da doença de doença negligenciada e por estarem
Chagas (PCDCh) de captura e pesquisa, intimamente associadas à pobreza, essas
no período de 2004 a 2007, relacionado à enfermidades são perpetuadas pelo baixo
sazonalidade climática local. No período interesse comercial e consequente
analisado foram capturados triatomíneos escassez de investimentos,
das espécies P. megistus, P. diasi, R. principalmente das indústrias
neglectus, R. prolixus e o T. sórdida. A farmacêuticas, no desenvolvimento de
análise dos dados possibilitou verificar pesquisas e implementação de novos
que 62% das capturas ocorreram na medicamentos e métodos de tratamento.
estação chuvosa, enquanto que na
estação seca foram apenas 38%.
. Os resultados obtidos em Uberlândia,
comparados com pesquisas realizadas
em outros ambientes tropicais, indicaram
um comportamento similar para essas
espécies, onde o clima, dentre os fatores
Prevenção: de atingirem o estágio crônico e iniciarem
Artigo: o tratamento ainda no estágio agudo
Lima, Gabriela; Oliveira, Roselene; Berro, aumentando a possibilidade de êxitos no
Elane et al. Métodos de prevenção e tratamento.
tratamento para a doença de chagas.
Revista Ciencia & Inovação - FAM - V.4, Livro: Parasitologia
N.1 - JUL - 2019 melhoria da habitação, com adequada
higiene e limpeza da mesma;
Evitar que o inseto se prolifere dentro das combate ao triatomíneo por meio de
residências. Em áreas onde os insetos inseticidas e outros métodos auxiliares
possam entrar pelas aberturas ou frestas (combate biológico etc.);
podem-se usar mosquiteiros ou telas identificação e seleção dos doadores de
metálicas. Recomendam-se medidas de sangue ou esterilização do sangue pela
proteção individual como repelentes e violeta-de-genciana.
roupas de mangas longas durante a
realização de atividades noturnas em
áreas de mata. Devem-se consumir
alimentos de origem vegetal
preferencialmente pasteurizados.
Campanhas sanitárias focadas em zonas
rurais e periferias urbanas. As equipes
realizam visitas domiciliares investigando
os locais em que os vetores possam ser
encontrados no exterior e interior das
casas. Caso esse seja encontrado, o
mesmo é encaminhado para análise para
que seja verificado se ele está
contaminado

Artigo: Geres, Leonardo; Rabi, Larissa;


Bonatti Taís. A importância da vigilância
epidemiológica no combate à Doença de
Chagas: uma revisão integrativa. Revista
Eletrônica Acervo Saúde; 2022

A vigilância epidemiológica funciona como


uma importante ferramenta de contenção
para a Doença de Chagas, porque se
trata de uma zoonose que ainda não
apresenta tratamento eficaz e específico.
Atualmente os únicos medicamentos
disponíveis para o tratamento são o
nifurtimox e o benznidazol, medicamentos
estes que são pouco eficazes contra o
estágio crônico da DC, portanto a
epidemiologia se torna essencial para
traçar medidas profiláticas e também
auxiliar na detecção de pacientes antes

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