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DIP A2

DOENÇA DE CHAGAS
Também conhecida como Tripossomíase Americana Disseminação no hospedeiro humano: O T. cruzi se
Doença negligenciada e é uma antropozoonose de desenvolve infecção local, vão paro os nódulos linfáticos e
natureza endêmica. 80% das pessoas não sabem que invadem as células (SNC em imunossuprimidos, coração e
tem, são assintomáticas, podendo desenvolver sintomas TGI).
a qualquer momento (Chamada de forma Imunologia: Acredita-se que a resposta imunológica imediata
indeterminada), as outras 20% desenvolvem a doença, e adaptativa através dos anticorpos podem ter função
onde 15% dessas evoluem para doença mega. protetora, porém o sistema imune de alguns indivíduos não
A Doença de Chagas é causada pelo protozoário Trypanosoma consegue e estes se tornam portadores.
cruzi, que parasita o sangue e os tecidos de pessoas e animais Resposta imunológica: interação do parasita com a célula –
vertebrados e invertebrados (grande número de rompimento – liberação de fragmentos celulares e Ag
hospedeiros). parasitários – processo inflamatório agudo proporcional ao
O Trypanosoma cruzi é a espécie de maior importância número de parasitos – formação das principais
humana e é transmitido pelo contato com as fezes dos insetos imunoglobulinas IgM para resposta aguda e IgG para
vetores, conhecidos popularmente no Brasil manutenção da resposta, levando a redução da parasitemia.
como “barbeiros”. Evolução da doença
Os Triatomídeos se adaptam melhor a regiões mais secas Fase aguda: (Ag Tripomastigota) pode ser assintomática,
(predominantes no Nordeste, Sudeste, Centro-oeste e Sul do ganglionar, mononucleose like, cardíaca e meningoencefálica.
país). Casa de pau-a-pique são grandes facilitadores para sua Manifestação clínica: infecção local, disseminada em órgãos
reprodução. preferenciais, necrose, hiperplasia do sistema mononuclear,
O T. cruzi se desenvolve no intestino dos Triatomídeos febre, cefaléia, mal-estar, anorexia e dinamia.
(barbeiro / hemípteros hematófagos), no sangue e nos tecidos Exame físico: linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, edema e
de diversos mamíferos (gambá, tatu, macacos, entre outros). sinais focais (Chagoma de inoculação, sinal de Romanã /
Transmissão: O homem (ciclo humano) se contamina através edema em um dos olhos). O coração tem tamanho normal.
das fezes do Triatoma (barbeiro) contendo Tripomastigotas,
que ao picar a pessoa, provoca coceira e o ato de coçar
facilita a penetração do tripanossomo pelo local da
picada e se direciona para o tecido muscular podendo
desenvolver a forma crônica da doença, por transfusão de Formas letais na fase aguda: ICC relacionada a
sangue, vertical (feto), caldo de cana e açaí contendo as
miocardite e meningoencefalite (alterações do SNC).
formas infectantes.
Fase crônica (forma indeterminada): (Ag Amastigota)
A doença de Chagas pode levar a óbito, sendo isso mais
cardiomiopatia chagásica, megas (15% doas casos /esófago e
frequente na forma aguda cônica da doença.
cólon) e mista.
Nos animais a transmissão é pela saliva e estes não inoculam
Presença de cardiomegalia.
a Tripomastigota que é a forma infectante da doença.
Manifestação clínica: Intestinal (constipação e distensão /
Ciclo evolutivo (principais formas que fazem parte da mega) a forma amastigota provoca inflamação e destruição
transmissão):
dos plexos mioentéricos, perdendo a capacidade de
Tripomastigota (fase extracelular, que circula no sangue)
peristaltismo, com discinesia progressiva.
encontra-se em sua forma adulta (metacíclico) nos
Triatomídeos. Os Tripomastigotas é forma infectante, pode
ser observado na forma aguda da doença e não é visualizada
na forma crônica. (sendo detectados por exame sorológico). O
Tripomastigota sanguíneo é capaz de invadir diferentes células
(fagocitárias, músculos estriados, fibras musculares lisas e O Ag Amastigota com inflamação persistente pode levar a
células nervosas). necrose tecidual do coração, com fibrose que resulta em IC e
Amastigotas (fase intracelular): Tem como principal alvo os bloqueio de ramo D ou E.
tecidos do coração e TGI. No esófago provocam disfagia, soluço e regurgitação.
Na forma crônica (que se inicia a partir da 4º semana) Quarteto letal (cardiopatia chagásica): 1- aneurisma de ponta
poderemos ter PCR positivo e provas sorológicos positivas. do ventrículo E, 2- arritmias, 3- anormalidades globais e 4-
Forma indeterminada: o paciente não apresenta nenhum tromboembolismo artéria (podem levar ao AVC).
sintoma, são portadores e na grande maioria não sabem que Forma letal (morte súbita): arritmias principalmente FV,
portam a doença, onde após muito tempo deixam de ter a tromboembolismo e hemopericárdio com choque obstrutivo
forma indeterminada e passam a desenvolver a Forma pelo trombo.
determinada onde o paciente terá a cardiomiopatia chagásica Forma congênita: leva ao aborto, prematuridade e óbito fetal.
e os megas (megaesófago e megacólon). Rara e sem importância clínica, pois os bebês nascem normais.
Imunocomprometidos: pode se latente ou ter envolvimento Fase crônica: Sorológico (IgG, ELISA, imunofluorescência),
de SNC grave e cardíaco. hemoglutinação indireta, xenodiagnóstico e PCR.
Diagnóstico: Fase aguda: Lâmina (esfregaço periférico), Exames complementares: Rx de tórax, Rx com contraste de
cultura (pouco usado) e PCR. abdome (cólon e esófago), ECO, Colono e esosfagoscopia.
Método de coloração com Giemsa para encontrar a forma Tratamento: Fase aguda: Benzinidazole ou Nifurtemox.
Tripomastigota no sangue. Fase crônica: Somente sintomático.

IMPORTANTE (PROVA): Forma tecidual: Desenvolvido na resposta inflamatória, nos órgãos alvos e o principal músculo é o coração.

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