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Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE

Instituto de Ciências da Saúde - ICS

Problema 5 - Fechamento 2
“Doenças Regionais”

Coordenador: Vítor José


Relator: Tiago Marques
Tutora: Bárbara Lafetá

Junho 2023
Referências
Schneider A., & Castilho de Barros C. (2017). Neoplasias. Recuperado em 2023, de
https://wp.ufpel.edu.br/patogeralnutricao/files/2017/12/Neoplasia.pdf.

Manual de Bases Técnicas da Oncologia - SIA/SUS - Sistema de Informações Ambulatoriais (30ª Edição). Agosto de 2022.
Brasília: Ministério da Saúde.

Chammas, R., Pereira da Silva, D. C., Wainstein, A. J., & Abdallah, K. A. Imunologia Clínica das Neoplasias. Recuperado de
http://conhecer.org.br/download/IMUNOLOGIA/leitura%20anexa%204.pdf.

Ghaffar, A., & Nagarkatti, M. (2014). Imunologia - Capítulo Dezoito. In: Imunologia de Tumores- 14 Ed.

Osvaldo. Imunologia dos Tumores. Apostila da Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina, Departamento de
Anatomia Patológica e Medicina Legal, Disciplina de Imunologia.

Imunologia Celular e Molecular. Abbas, 9ª/10ª edição.

Parasitologia Humana. David Pereira Neves. 14ª edição.

Microbiologia Médica e Imunologia. Warren Levinson. 12ª edição.

ABUD, Thiago Giansante et al. Alterações radiológicas encontradas no megaesôfago chagásico em radiografias simples de tórax
e esofagogramas. Radiologia Brasileira, v. 49, p. 358-362, 2016.

Guia de Vigilância em Saúde - 3ª Edição 2019.

PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DA DOENÇA DE CHAGAS 2018.


Objetivos
1. Descrever as características gerais dos protozoários
2. Descrever o T. cruzi e seu ciclo de vida
3. Explicar a resposta imune ao T. cruzi
4. Caracterizar a doença de Chagas: Transmissão, epidemiologia,
imunopatogenia (mecanismo de lesão que envolve o sistema
imune), sinais e sintomas, diagnóstico e conduta
5. Descrever os tipos de antígenos tumorais (associado e
específico)
6. Analisar a resposta imune aos tumores
01.
Descrever as características gerais
dos protozoários
4
Aspectos Gerais dos Protozoários
Classificação- Estruturas
locomotoras
Sporozoa/Esporozoários
Plasmodium e T. gondi
Sarcodinos/Amebas
E. histolytica
Mastigophora/Flagelados
G. lamblia,T.cruzi e
Leishmania
Ciliophora/Ciliados
Paramecium
Filo Mastigophora
Flagelo(s) Epimastigota: Alongado com
Membrana celular cinetoplasto justanuclear e anterior
Cinetoplasto: Contém o DNA ao núcleo; pequena membrana
mitocondrial ondulante lateralmente.

Morfologia Tripomastigota: Alongado com


cinetoplasto posterior ao núcleo; o
Ciclo de vida e diferentes flagelo forma uma extensa
hospedeiros membrana ondulante.
Formato geral da célula e
exteriorização do flagelo Amastigota: Arredondado ou oval,
com flagelo curto que não se
exterioriza.
A. Promastigota
B. Opistomastigota
C. Epimastigota
D. Tripomastigota
E. Coanomastigota
F. Amastigota
G. Paramastigota
H. Esferomastigota
02.
Descrever o T. cruzi e seu ciclo de
vida
8
Trypanosoma cruzi

Agente etiológico da doença de Chagas


Inseto reduviidae ( Triatoma, barbeiro ou chupão)
Ciclo biológico em vertebrado e invertebrado

Hospedeiro Vertebrado
Formas Amastigotas (intracelular) e
Tripomastigotas (sangue)
Tripomastigotas
Delgadas e Largas
Ciclo Biológico no Hospedeiro Vertebrado

Tripomastigotas nas fezes e urina do vetor penetram o local da picada e


interagem com células do SMF locais. Tripomastigotas >>> amastigotas.

Amastigotas multiplicam-se e diferenciam-se em tripomastigotas na célula


hospedeira

Célula hospedeira >>> interstício >>> corrente sanguínea.

Atingem outros tecidos ou órgãos para cumprir novo ciclo celular


São destruídos por mecanismos imunológicos do hospedeiro
Ingeridos por triatomíneos, onde cumprirão seu ciclo extracelular

Início da infecção ( fase aguda): Parasitemia é mais elevada.


Fase crônica, o número de parasitos é pequeno na circulação.

A evolução das diferentes clínicas da fase crônica ocorre após 10 a 15 anos de


infecção ou mais.
Invasão de células não fagocíticas
Lisossoma dependente (B)
Lisossoma independente (C)

Adesão celular
Formação do vacúolo parasitário
Fenômenos intracelulares

Macrófagos 48-72 horas


Não fagocíticas 4-5 dias
Ciclo Biológico no Hospedeiro Invertebrado

Triatomíneos vetores ingerem formas tripomastigotas na corrente do hospedeiro


vertebrado durante o hematofagismo.

No estômago do inseto tripomastigotas >>> esferomastigotas e esferomastigotas


>>> epimastigotas, que segue duas vias:
Epimastigotas curtos: multiplicam-se por divisão binária simples
longitudinal (manutenção da infecção no vetor)
Tripomastigotas metacíclicos, na ampola retal
Epimastigotas longos, que não se multiplicam e nem se diferenciam

Na ampola retal, epimastigotas se diferenciam em tripomastigotas (infectantes


para os vertebrados), e são eliminadas nas fezes ou na urina.

Tempo de 5 a 30 dias em função da alimentação sanguínea.


03.
Explicar a resposta imune ao
T. cruzi
16
Imunidade na Doença de Chagas

Sistema complemento Imunidade Celular


MAC NK e IFN-y
Inibição do complemento por proteínas
reguladoras Células T
TCD4+
PAMPs Fase aguda
TLRs induzem IL-12, TNF-α e IFN-y IFN-y e anticorpos
DCs e Th1 TCD8+
Macrófagos Fase crônica
Formação de lesões
Imunidade Humoral
Ativação de linfócitos B e T
IgM e IgG
(7/15 dias e queda de IgM 3/+ meses)
IgA e IgE
04.
Caracterizar a doença de Chagas: Transmissão,
epidemiologia, imunopatogenia, sinais e
sintomas, diagnóstico e conduta. 19
Mecanismos de Transmissão

Transmissão pelo vetor Transmissão oral (mucosa oral íntegra ou


Maior importância epidemiológica não)
Amamentação
Transfusão sanguínea Carne e outros alimentos contaminados
Segunda maior importância epidemiológica Açaí

Acidentes em laboratório Sexual???

Transmissão congênita Transplante


Ninhos amastigotas na placenta >>> Imunossupressão e fase aguda grave
circulação fetal
Epidemiologia

Regiões rurais das Américas Central e do


Sul.

A forma crônica é observada com


progressiva frequência em imigrantes da
América Latina nos EUA e outros países.

A doença é observada principalmente em


regiões rurais, onde o barbeiro vive nas
paredes de casebres rurais e alimenta-se à
noite.
A Doença

Fase Aguda
Imunossupressão e primeira infância
Sinal de Romaña e chagoma de inoculação
Febre
Edema localizado e generalizado
Poliadenia
Hepato/esplenomegalia
Alguns casos: insuficiência cardíaca ou
perturbações neurológicas
Fase Crônica Assintomática (indeterminada ou latente)
10-30 anos
Positivo para exames sorológicos/parasitológicos
Assintomático
ECG sem alterações
Coração, esfago e cólon radiologicamente normais
Miocardite discreta e morte súbita
Anticorpos líticos
Fase Crônica Sintomática
Formas cardíaca, digestiva ou cardiodigestiva/mista
Inflamação intensa
Parasito muito escasso

Forma Cardíaca
Insuficiência cardíaca congestiva
Lesão vorticilar
Trombos cardíacos e venosos
Dispnéia aos esforços
Insônia
Edema MMII
Forma Digestiva Forma Mista
Aperistalse e discinesia Forma Nervosa
Desnutrição Não aceita atualmente
Megaesôfago
Disfagia e odinofagia
Dor retroesternal
Regurgitação, pirose, soluço, tosse e sialose
Câncer
Megacólon
Obstipação
Obstrução e perfuração intestinal
Peritonite
Autoimunidade
Lesões progressivas, associadas a inflamação, fibrose e desnervação
em pacientes com baixa parasitemia na fase crônica

A hipótese da autoimunidade como determinante na evolução da


doença tem perdido força com o surgimento de métodos mais
sensíveis para a detecção do parasito nos tecidos lesionados
Doença de Chagas Transfusional Doença de Chagas Congênita (DCC)
Fase aguda semelhante à da transmissão Qualquer momento gestacional
por vetor, sem chagoma de inoculação
Aborto, pré-maturo e baixo peso
Incubação 20-40 dias
Cepa e lesão prévia da placenta
Febre, linfadenopatia e esplenomegalia
Placenta
Hepatomegalia e exantema Aumento de volume
Peso e cor
Possíveis alterações cardíacas no ECG
Necrose ou não e macrófagos
SNC infectados
Feto
Pesquisa de IgM soro do recém-nascido
no sangue do cordão umbilical e de IgG 6
meses após o nascimento
Doença de Chagas no Paciente Imunossuprimido
HIV
Leucemia
Transplantes
Terapia imunossupressora
Forma aguda grave
SNC
Encefalite multifocal
Lesões tumorais necrótico-hemorrágicas
Parasitos no líquor, corrente sanguínea,
células da glia, etc
Diagnóstico diferencial de Toxoplasma gondii por
exame de imagem
Diagnóstico

Clínico
Origem e sinais e sintomas

Laboratorial
Fase Aguda
Alta parasitemia
IgM e IgG
Pesquisa direta
Fase Crônica
Baixa parasitemia
IgG
Métodos sorológicos ou indiretos
Notificação compulsória
Laboratorial Fase Aguda
Métodos parasitológicos diretos
Exame de sangue a fresco
Exame de sangue a gota espessa
Esfregaço sanguíneo corado por Giemsa

Laboratorial Fase Crônica


Exames sorológicos
Detecção de anticorpos anti T. cruzi da classe IgG
Detecção de anticorpos anti T. cruzi da classe IgM
Métodos parasitológicos indiretos
Xenodiagnósticos
Cultura para T. cruzi
Critérios de Cura
Não há critérios clínicos para cura de pacientes com DCA
Em casos agudos, realizar exames sorológicos convencionais (IgG)
anualmente, por 5 anos, devendo-se encerrar a pesquisa quando dois exames
sucessivos forem não reagentes.
Não recomenda-se como rotina a realização sorologia para monitoramento de
cura em pessoas na fase crônica
O controle clínico evolutivo de alterações cardíacas e digestivas é recomendado
para orientação ao paciente sobre a evolução da doença
Tratamento
05.
Descrever os tipos de antígenos
tumorais (associado e específico)
40
Aspectos Gerais
Tumor X Câncer

Neoplasia Fenótipo maligno do câncer


Benigna
Crescimento localizado Imunovigilância
Não letais
Sem perturbações homeostáticas graves

Maligna
Crescimento muito acelerado
Infiltração de tecidos
Metástase
Perturbações homeostáticas
Infiltrados com muitos linfócitos
Células malignas

De azul o tumor e de marrom


células TCD8+
Antígenos Antígenos
específicos ao tumor associados ao tumor

Expressos exclusivamente pelas Encontrados em células normais,


células tumorais. acumulam-se em células
tumorais de maneira
Identificados frequentemente em qualitativamente ou
metástases e alvo de protocolos quantitativamente alterados.
de imunoterapias.
Podem atuar como marcadores
diferenciais para tumores.
Neoantígenos
Mutações
MHC I
Instabilidade genômica

Antígenos de vírus oncogênicos


Vírus de DNA
Epstein-Barr
Papilomavírus humano
Hepatite B e C
Proteínas superexpressas
A. Antígenos de
câncer/testículo

B. Fator de crescimento
epidérmico oncogênico
HER2/NEU

C. Antígeno de
diferenciação: tirosinase
em melanomas
06.
Analisar a resposta imune aos
tumores.
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RESPOSTA EFETIVA

TCD8+
Morte de células tumorais por CTLs TCD8+
Imunovigilância
MHC I

TCD4+
Resposta TCD8+
Ativação de macrófagos
IFN-y

Células dendríticas
Transporte e apresentação cruzada de
antígenos
Expressão de coestimuladores
Anticorpos Macrófagos
Sistema complemento M1
Macrófago e NK PAMPs e IFN-y

Células NK
Expressão MHC I e ligantes
Interleucinas
Papel da imunidade no
crescimento tumoral
Células mielóides
Fatores angiogênicos e
remodeladores teciduais
Th2, TReg e M2
Evasão da resposta imune
Proteínas imunossupressoras
Antígenos e MHC I
TReg e MDSC
Obrigado!

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