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Miíases

DERMATOBIA HOMINIS – MOSCA BERNEIRA


CLASSIFICAÇÃO ▸ habitante das áreas tropicais, do sul do México até
▸ Infecção do tecido humano por larvas de moscas a Argentina, tendo distribuição predominante em
▸ Moscas: Superfamílias Muscoidea e Oestroidea planícies e planaltos florestados. Pela forma de
distribuição pode contaminar áreas amplas
A. Miíases primárias/obrigatórias: estágio larval ▸ Região anterior de sua larva é a mais ampla. Não
apenas se desenvolve em tecidos vivos possui espinhos quitinosos em segmentos
Ex: Dermatobia hominis e Cochliomyia hominivorax posteriores
B. Miíases secundárias/facultativas: desenvolvimento ▸ Invade pele/mucosas íntegras de homens/animais
larval ocorre sobre tecidos necrosados ou em ▸ distribuição das formas jovens - foresia: a fêmea
decomposição 🡪 deposita seus ovos sobre outros dípteros
Ex: mosca varejeira domésticos, que abrigarão o processo de
Larvaterapia ou biocirurgia com larvas: larvas de embrionamento por 5-10 dias (já que a mosca vive
algumas espécies causadoras de miíases secundárias apenas 3-5 dias por ter aparelho bucal atrofiado)
não só consomem o tecido necrosado, mas também ▸ A larva procura penetrar no local da picada do
impedem o estabelecimento de larvas de miíase
primária, liberam substâncias com efeito inseto forético, no folículo piloso, em dobradura
bacteriostático e bactericida local e promovem a natural da pele ou em mucosas. Ocorre o
recuperação de tecidos lesados. É considerada no desenvolvimento larval no ferimento por 5-10
tratamento de patologias cutâneas repetitivas, com semanas. Após esta fase, o inseto abandona o
complicação bacteriana secundária
ferimento e se desloca para o solo, onde se
No campo da medicina legal o reconhecimento do enterra e empupa por um período de 15 a 30 dias
estágio de desenvolvimento de espécies causadoras
de miíases secundárias permite identificação e ▸ A lesão típica caracteriza-se por aspecto
avaliação do tempo de decomposição cadavérica furuncular com uma abertura, utilizada pelo
inseto para respirar. À medida que a larva cresce,
C. Miíases acidentais: reação de corpo estranho, a reação inflamatória promove o aumento e
geralmente por ingestão de alimento intumescimento no sítio de desenvolvimento. Um
contaminado pelas larvas que causa reação líquido seroso ou serossanguinolento flui escasso,
inflamatória mas continuamente, pela abertura da lesão. Só há
formação de pus no caso de morte da larva no
A. miíase cutânea: larvas exclusivamente na pele, interior da derme.
podendo apresentar aspecto furuncular, ▸ A infestação se manifesta pela alternância entre a
rampante (galerias subcutâneas) ou ulcerosa; sensação de prurido e de picada, no local onde a
B. miíase cavitária: as larvas se desenvolvem no larva se desenvolve. Os pacientes também
interior das cavidades naturais da cabeça, como relatam a sensação de que algo se movimenta no
ouvidos, olhos, nasofaringe ee seios frontais interior da lesão
C. miíase orgânica: as larvas localizam-se no aparelho ▸ O tratamento é a retirada das larvas dos tecidos e
urogenital ou no aparelho digestivo, do estômago o cuidado adequado do ferimento
ao ânus.

MORFOLOGIA
▸ Mosca possui corpo metamerizado com: cabeça
com grandes olhos compostos, tórax, abdome
globoso e afilado posteriormente e um par de asas
▸ Larvas vermiformes ápodas e acéfalas. Corpo
cônico dividido em segmentos, alguns com
espinhos quitinosos. Possui forma truncada, com
extremidade posterior mais grossa, contendo
espiráculos respiratórios, e extremidade anterior
afilada com ganchos cefálicos
▸ Pupas coarctadas no interior de um casulo rígido
de forma capsular
COCHLIOMYIA HOMINIVORAX – BICHEIRA
▸ inseto restrito à América do Sul. ▸ Evitar o repouso a céu aberto durante o dia.
▸ Troncos traqueais das larvas são de tonalidade ▸ Uso de repelentes em atividades de lazer ou
preta turísticas em áreas não-urbanas.
▸ Invadem ferimentos pré-existentes, necessitam ▸ Cuidado com lesões de pele
de solução de continuidade. Entre as lesões que ▸ Controle biológico
atraem a ovipostura estão assaduras, fissuras,
frieiras, ulcerações de origem infecciosa, como a
leishmaniose, ferimentos cirúrgicos externos,
extração dentária...
▸ Se estabelece em ferimentos mal cuidados (falta
de higiene pessoal) visto que os odores de
secreções decompostas são fatores de atração e
estimuladores da ovipostura para as fêmeas.
▸ A fêmea realiza a ovipostura direta na borda do
ferimento, que será invadido pelas larvas de
primeiro estágio após 8-20hrs de embrionamento.
Durante o estágio larval, o inseto passa por duas
ecdises, até formar larvas de terceiro estágio. O
desenvolvimento larval pode variar de 4 a 10 dias,
quando deixam o ferimento e caem no solo, onde
se enterram para empuparem.
▸ Durante este período, as larvas mudam
constantemente de lugar no interior da lesão,
destruindo progressivamente os tecidos
parasitados e aumentando consideravelmente o
bordo e a profundidade da lesão.
▸ A lesão se apresenta ulcerosa e profunda, sendo
possível notar grande número de larvas, que estão
em movimentação ou projetando as porções finais
do abdome acimado conteúdo sanguinolento da
lesão para poder respirar. Não há formação de
conteúdo purulento.
▸ À medida que a lesão aumenta, a sensação de dor
também aumenta, assim como a perda de sangue.
▸ O deslocamento das larvas de C. hominivorax
para o interior do tórax e do abdome pode ocorrer
em virtude de muitos dias de infestação na pele
dessas regiões ou das regiões perianal e genital,
com consequências gravíssimas e até fatais.
▸ Terapêutica: uso de ivermectina, soluções tópicas
de destruição das larvas, remoção das larvas dos
ferimentos

PROFILAXIA

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