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MOSCAS

1. Haematobia irritans
2. Cochliomyia
3. Dermatobia hominis
Causadoras de miíases
4. Stomoxys calcitrans
5. Gasterophilus

Haematobia irritans
Também conhecida como “Mosca –
dos – chifres”.
 Filo: Arthropoda
 Classe: Insecta
 Ordem: Diptera Morfologia
 Subordem: Cyclorrapha
 Família: Muscidae  Possuem uma probóscida longa
e rígida.
Moscas pequenas
 Arista plumosa na face dorsal.
Medem de 4 a 5 mm.  Os palpos constituem 2/3 do
Hematófagas de bovinos, mas comprimento da tromba.
podem parasitar equinos também,  Ficam em posição de “asa
embora isso ocorra raramente. delta”.
Essas moscas possuem uma picada Características
muito dolorida e causam estresse
Capacidade de voo de até
extremo nos animais.
25km.
Ciclo evolutivo Permanecem 24 horas por dia
sobre o animal e picam cerca
 É relativamente curto – entre de 20 a 40 vezes.
10 e 50 dias. o Fêmeas saem para ovipor
o Verão: 7 a 10 dias. e em seguida voltam.
o Inverno: cerca de 50 dias. o Mais encontradas no
o Seca: 20 a 30 dias. dorso do animal.
 As fêmeas realizam a Vivem em média 28 dias.
oviposição nas fezes frescas.. Maior atração por animais de
o Uma média de 400 pelagem escura devido à
ovos/vida. elevação da temperatura.
Em temperaturas ideais, as larvas Maior atração por taurinos
eclodem em 24 horas. Após a também – por causa de
eclosão, as larvas se alimentam de hormônios.
microrganismos presentes nas fezes,
Prejuízos
por três a cinco dias, passando por
três fases (L1, L2 e L3). Após esse Redução na produção:
período, migram para a parte inferior
 500 moscas sugam 60ml/dia.
da massa fecal, onde irão se
o Desvalorização do
transformar em pupas, em seis a
couro.
oito dias. Ao imergirem, as moscas
 Queda na produção de leite
procuram os hospedeiros para se – 10% a 20%.
alimentarem e dar continuidade ao
 Queda na produção de
ciclo.
carne – 15%.
o O animal perde peso
devido ao estresse
sofrido.
Transmissão de doenças
 Carbúnculo hemático.
 Leucose: o Dichotomius anaglypticus
o Exoftalmia – 9,2g de esterco.
o Linfadenite o Digitonthophagus gazela –
 Anaplasmose. 68,7g de esterco.
 Stephanofilaria stilesi.
 Forético de Dermatobia
hominis.
Resistência
 Leva a um aumento das
concentrações utilizadas no
tratamento ( e sua maior
frequência). O controle deve ser feito no ponto
 Maior custo de produção. mais fraco do ciclo (na época menos
 Riscos de contaminação favorável) e deve-se usar os
humana, ambiental e alimentícia. inseticidas de forma racional, afim de
evitar resistência.
Controle
A melhor estratégia de controle
 Controle químico: é o manejo integrado de
o Uso de butox pragas, que consiste no uso de
No momento, não existe nenhum táticas de controle,
controle injetável para eliminação de isoladamente ou associadas
moscas. Mas se tem o uso de harmoniosamente, numa
banheira de imersão, bomba de estratégia baseada em análises
pulverização, brete pulverizador e de custo/benefício, que levam
pour on. em conta o interesse e/ou o
impacto sobre os produtores,
 Controle físico é mais difícil. sociedade e o ambiente. Ou
 Controle biológico: seja, é um conjunto de
o Espécies introduzidas de medidas que visa manter as
escaravelhos são muito pragas abaixo do nível de dano
eficientes em enterrar o econômico.
esterco, impedindo assim
a reprodução da mosca.
Miíases:  Raiz sanguinívora
Ex: Dermatobia hominis
Infestação de vertebrados vivos por o Larvas capazes de perfurar o
larvas de dípteros que, pelo menos tegumento de outras larvas e
durante certo período, se alimentam sugar seu conteúdo corpóreo.
dos tecidos vivos ou mortos do O passo seguinte seria a larva
hospedeiro, de suas substâncias passar a perfurar a pele íntegra
corporais líquidas ou do alimento por de aves e mamíferos para
ele ingerido. sugar o sangue. Após a
 Conhecida popularmente por penetração da larva através da
“bicheira”. pele, ela se aloja no tecido
Evolução: subcutâneo do hospedeiro,
 Raiz saprofágica tornando-se um parasito
Ex: Cochliomyia hominivorax obrigatório.
o Espécies que normalmente se Classificação da miíase quanto à
alimentavam de matéria
 Localização:
orgânica em decomposição
o Cutânea, subcutânea,
passaram a ser atraídas por
cavitária (nariz, boca,
tecido animal em
seios paranasais),
decomposição. Essas espécies
ocular, anal, vaginal.
passaram a depositar seus ovos
em tecidos necrosados de Pouco usada por agrupar
animais vivos, onde as larvas se espécies biologicamente
alimentavam, produzindo miíses distintas em um mesmo item.
secundarias. Algumas espécies  Biologia das moscas:
adquiriram a capacidade de se o Obrigatória – larvas se
alimentar de tecidos vivos, desenvolvem
produzindo miíses primarias. exclusivamente em
Nesses casos, as larvas não são tecidos vivos, não
capazes de penetrar na pele sobrevivendo fora do
integra, necessitando de uma hospedeiro; geralmente
lesão inicial para iniciar o primárias.
processo.
o Facultativa – larvas se
desenvolvem em
Cochliomyia homivorax
matéria orgânica em
Mais importante mosca produtora de
decomposição, como
miíase na América Latina. Causa
carcaças, fezes, e
importantes perdas na pecuária.
raramente depositam
seus ovos ou larvas em  Mosca robusta – mede de 8
tecidos vivos do a 10 mm.
hospedeiro; geralmente  Corpo de coloração
secundárias. esverdeada, com reflexos
o Pseudomiíases – são azul-metálico em todo o
as ocasionadas por tórax e abdome.
larvas de dípteros  Olhos avermelhados.
ingeridos com  A cabeça é de cor amarelo
alimentos e que brilhante.
passam pelo tubo  As pernas são alaranjadas.
digestivo sem se  Possui mesonoto com 3
desenvolver, mas faixas negras longitudinais.
podendo ocasionar
distúrbios de maior ou
menor gravidade.
 Tipo de tecido em que
ocorre:
o Primária: alimentam-se
de tecido vivo. Uma
espécie é capaz de Larva
iniciar uma miíase.  Mede cerca de 17 mm.
o Secundária: alimenta-se  Corpo com coloração branco-
de tecidos necrosados. amarelada.
Uma espécie não é  Apresenta dois estigmas
capaz de iniciar uma respiratórios na extremidade
miíase sozinha, apenas posterior com 3 espiráculos
a partir de outra miíase. cada.
 Traqueias bem pigmentadas Lesão na pele:
até o terceiro ou quarto
segmento larval.

 Moscas abundantes em clima


quente e úmido – meses  São larvas biontófagas – causam
chuvosos e verão. miíase primária
o Abaixo de 6ºC não é o Miíases cutâneas.
observada. o Miíases cavitárias (nasal,
ocular, auricular, oral,
Ciclo biológico
vaginal, gengivo-alveolar,
 Fêmeas acasalam apenas uma anal, etc.) – mortalidade
vez. o Miíase gengivo-alveolar –
 Os ovos são depositados nas erupção de dentes em
bordas de ferimentos recentes bezerros.
na pele e em aberturas naturais o Miíase de rúmen – 8% a
– nariz, vulva – de animais de 15% de morte.
sangue quente. o Comum em umbigo e
 Vivem até 65 dias. castração.
 Fases de preocupação pecuária:
o Nascimento.
o Descorneas.
o Castração.
o Qualquer ferimento.
Controle  Realizam a postura em lixos,
cadáveres ou matéria orgânica
 Limpeza e desinfecção de feridas.
em putrefação, como em
 Uso de repelentes.
tecidos necrosados de
 Uso de larvicidas em spray, líquido,
ferimentos.
pó e pomada.
o Podem ferir tecidos já
 Remoção das larvas
invadidos pela C.
individualmente com pinça.
hominivorax também.
Inseticidas – pulverização – brinco  Larvas necrobiontófagas –
pour-on – sistêmico (endectocida). causam miíase secundária.

Família Calliphoridae
Consiste principalmente dos Dermatobia hominis
gêneros Chrysomya spp e
Cochliomyia spp. • Conhecidas  Pertencentes à família
como “moscas varejeiras” cuterebridae.
 Possuem cerca de 15mm.
 A mosca adulta não se alimenta.
Cochliomyia macellaria  Hospedeiros: animais
domésticos e silvestres.
Importância econômica
 Invasoras secundária de
ferimentos.  Perda de peso.
 Medem de 6 a 9 mm.  Redução na produção leiteira.
 Larvas (L3): troncos traqueais  Retardo no crescimento.
com leve pigmentação perto  Desvalorização do couro.
dos espiráculos posteriores.  Mortalidade de bezerros –
cerca de 5%.
Ciclo evolutivo
 Vetor forético: outros dípteros
que transportam os ovos de D.
hominis.
 Realização da postura: o vetor Estágio larval
forético pode depositar de 800  L1 recém-eclodida penetra de
e 1000 ovos, em várias posturas. imediato ou migra sobre a pele
o Ovos são depositados nas do hospedeiro.
regiões laterais e dorso-  Alimenta-se de material
ventral. purulento e necrótico da lesão.
o Ovos dispostos em  Passa por 3 estádios sofrendo
cachos (30 a 40 ovos). duas ecdises.
o São de coloração creme  O período larval varia de
e medem de 2 a 3 mm. acordo com a espécie de
hospedeiro:
o Bovinos e cães – fase
larval de 35 a 70 dias.
 Ao atingir a maturidade, a L3
abandona o hospedeiro.
 Saída das larvas ocorre
geralmente no período noturno
 Eclosão das larvas ocorre em e/ou nas primeiras horas da
uma semana. manhã.
o Larvas eclodem somente
sob estímulo adequado –
calor e o CO2 emanado
pelo hospedeiro.
o Nem todos os ovos
eclodem na primeira vez Pupa
em que são estimulados.  Ao cair no solo, a L3 enterra-
se para formação do pupário
em 1 a 2 dias.
 Emergência dos adultos em 21-
35 dias.
 Após emergência dos adultos,
ocorre a maturidade sexual em
1,5 a 4 horas.
 Duração do ciclo biológico: 120 Miíase furuncular
dias.
 A miíase furuncular ou nodular,
conhecida popularmente como
berne, é causada pelo estágio
larval da mosca Dermatobia
hominis e é caracterizada pela
formação de nódulos cutâneos
no hospedeiro com a presença
de uma ou mais larvas em seu
interior.
Particularidades
 Pode desenvolver abscesso.
As infestações são mais frequentes Controle
em animais de pelagem escura.
 Impedir acesso dos animais a
A fêmea fertilizada faz postura de ±
matas.
400 ovos no abdome de insetos
 Combate aos foréticos através
veiculadores.
do saneamento do ambiente.
Machos e fêmeas iniciam a cópula  Remoção das larvas
imediatamente a emergência, individualmente de homens e
atraindo-se por feromônios. cães.
Os ovos fixados nos foréticos,  Uso de inseticidas, brinco,
evoluem à larva em ± 7 dias. A larva realização da pulverização,
sobrevive 20 a 24 dias na casca pour-on, sistêmico
aderida ao forético. (endectocida).
Incidência de berne na região
corpórea: Stomoxys calcitrans
 Conhecida também como
“Mosca – dos – estábulos”.
 Família: muscidae.
 Mede de 5 a 6 mm.
o Em grama cortada e
amontoada.
 Cada fêmea põe cerca de 800
ovos:
o Três períodos de postura.
o Ovos colocados em
massas – 25 a 50 por
vez.
 Picam as partes inferiores
(abdome e patas) dos
animais.
 Picada dolorosa.
 Realizam vários repastos por dia
– manhã e tarde – e após,
repousam em pilares do
estábulo.
 Aparelho bucal: picador-sugador. Ciclo de vida
 Animais em ordenha ficam  Após a copula, os adultos
marchando. procuram o alimento.
 Quando os animais estão em o Alimentam de matéria em
grupo, ficam em movimento decomposição.
juntando-se uns aos outros  Nos dias quentes, as moscas
para dificultar a ação da mosca. picam várias vezes o animal.
 Preferência por equinos.  Oviposição em matéria própria
 Ficam no ambiente e pousam de curral (fezes + feno +
no animal para se alimentar. urina).
 Se desenvolvem em:  Período de incubação: 1 a 4
o palha e resto de ração dias no verão.
embaixo dos  Larvas passam por três estágio
cochos dos animais. e amadurecem entre 11 a 30
o Fezes misturadas a palha dias..
ou feno.  Período de pupação: 6-20 dias
no verão.
 Fêmeas iniciam a oviposição  Uso de inseticidas de ação
nove dias após abandonarem o residual em locais onde a
pupário. mosca pousa – cercas, muros
 A evolução completa de ovo a e paredes.
adulto dura de 20 a 30 dias.
 O adulto vive de 3 a 4
semanas no verão. Gasterophilus
 Têm de 10 a 15 mm de
comprimento.
 Corpo densamente piloso e
revestido por pelos amarelados.
 Pequenas antenas e cabeça
curta.
 Extremidade posterior alongada
e recurvada ventralmente
(fêmeas).
 Olhos separados em ambos os
sexos.
 Larvas biontófagas (miíase
primária cavitária).
 Semelhante às abelhas –
aparência e zumbido.
 Causam infestação no
estômago e duodeno de
equinos
Controle
 Higiene dos cochos.
 Higiene dos estábulos.
 Evitar excesso de umidade.
 Uso de esterqueiras – tanque
escavado e impermeável usado
para a fermentação dos
dejetos.
 Vivem de 2 a 3 semanas. Gasterophilus intestinalis
 Não se alimentam – aparelho
 As larvas possuem duas fileiras de
bucal não funciona.
espinhos.
3 espécies:
Gasterophilus nasalis
G. intestinalis
G. hemorrhoidalis - não no
Brasil.

Gasterophilus nasalis
o Larvas no tubo digestivo de
equinos.
 Possuem uma fileira de
espinhos

Ciclo de vida
 Moscas voam com ovipositor
o Cabeça amarelo-avermelhada. distendido ao redor
o Abdome amarelo-pálido com faixa de equídeos e cada vez que toca
negra transversal. o animal deixa um ovo aderido ao
pelo.
Controle
Para um controle desse parasita, é
necessário a eliminação das
moscas assim como também a
utilização de drogas específicas
como o dissulf eto de carbono e o
tricorflon. Os anti-helmínticos /
inseticidas diclorvós e ivermectina
também são muito eficazes
contra gasterófilos.

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