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Área 01, Aula 04

Morfologia Externa de Insetos

1
CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde

ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo

1ª Edição

Junho de 2018
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cabíveis à espécie.
Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde - CONASEMS
Quadro Geral da Organização
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Presidente – Mauro Guimarães Junqueira

Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins

Vice-Presidente – Wilames Freire Bezerra

Diretora Administrativo – Cristiane Martins Pantaleão

Diretora administrativo- Adjunto- Silva Regina Cremonez Sirena

Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida

Diretora Financeiro-Adjunto – Iolete Soares de Arruda

Diretor de Comunicação Social – Diego Espindola de Ávila

Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Maria Célia Valladares Vasconcelos

Diretora de Descentralização e Regionalização – Stela dos Santos Souza

Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Soraya Galdino de Araújo Lucena

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Carmino Antônio de Souza

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Erno Harzheim

Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Murilo Porto de Andrade

Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Débora Costa dos Santos

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade –


Vanio Rodrigues de Souza

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade –


Adjunto – Afonso Emerick Dutra

2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – André Luiz Dias Mattos

1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago

2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima

1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Januário Carneiro Neto

1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Luiz Carlos Reblin

2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Geovani Ferreira Guimarães

2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Rubens Griep

Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos


Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Angela Maria Lira de Jesus Garrote

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste –Aparecida Clestiane de Costa Souza

Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste–Maria Angélica Benetasso

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri

Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Tereza Cristina Abrahão Fernandes

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Sul- Sidnei Bellé

Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges
de Medeiros

RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS

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Daniel Herculano da Silva Filho

COSEMS - AL - Tel: (82) 3326-5859

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Januário Carneiro da Cunha Neto

COSEMS - AP - Tel: (96) 3271-1390

Maria de Jesus Sousa Caldas

COSEMS - BA - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946

Stela Santos Souza

COSEMS - CE - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099

Josete Malheiros Tavares

COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287

Andréia Passamani Barbosa Corteletti

COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412

Gercilene Ferreira

COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985

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Eduardo Luiz da Silva

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COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406

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COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511

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Helenilson José Soares

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Diego Espíndola de Ávila

COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242

Sidnei Belle

COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960

Enock Luiz Ribeiro

COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146


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COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782

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Equipes do Projeto
EQUIPE TÉCNICA
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas

Elton da Silva Chaves

José Fernando Casquel Monti

Kandice de Melo Falcão

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Nilo Bretas Júnior

EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL
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Cristiane Martins Pantaleão

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Jônatas David Gonçalves Lima

José Fernando Casquel Monti

Joselisses Abel Ferreira

Kandice de Melo Falcão

Luiz Filipe Barcelos

Murilo Porto de Andrade

Nilo Bretas Júnior

Sandro Haruyuki Terabe

Wilames Freire Bezerra


Sobre o CONASEMS

Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de


Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de
municípios brasileiros.

Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de


saúde, o CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e
formulação de políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o
intercâmbio de informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país.

Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br.


Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de
Epidemiologia de Campo - ProEpi

Supervisão
Érika Valeska Rossetto
Coordenação
Sara Ferraz
Coordenação Pedagógica
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Gestão Pedagógica e de Tecnologia da Informação
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Conteudista
Rodrigo Gurgel
Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico
Danielly Xavier
Revisão
Carlois Campelo
Rafaella Albuquerque
Sara Ferraz
Veruska Maia
Ilustração
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Mauricio Maciel
Diagramação
Mauricio Maciel
Design Instrucional
Guilherme Duarte
Colaboradores
Fernanda Bruzadelli

Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília


Supervisão
Jonas Brant
Sobre a ProEpi

Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de


Epidemiologia de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e
estimula a troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando
dezenas de horas de conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino
a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e a mediação de
oportunidades de trabalho nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir
para o aprimoramento da saúde pública no Brasil e no mundo.

Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já


alcançaram mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como
Moçambique, Paraguai e Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas
mais relevantes para profissionais de saúde pública, como comunicação de risco
e investigação de surtos. Além do público capacitado com nossos conteúdos
educacionais, unimos 10.000 seguidores no Facebook e impactamos
semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de notícias.

A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao


redor do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde
enviados para missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram
para o bem-estar da população local e vivenciaram experiências de trabalho
transformadoras.

Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede:
converse conosco escrevendo para contato@proepi.org.br.
Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia
Aplicada à Saúde Pública

Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram


no Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima
quente e, em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para
sobreviver, se reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo
de preocupações cada vez maiores por parte da população e dos profissionais
de saúde de todo o país.

Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do


enfrentamento das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes
aegypti - o CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº
0125/2017, a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde
Pública.

Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a


identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu
comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como
a importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e
armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais
espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os
métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de
segurança no trabalho serão discutidos.

As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua
realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e
promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo
é que o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas
aprendidas aqui.

Sucesso!
Sumário

Aula 4 - Morfologia Externa de Insetos ............................................................ 12

1 - Tegumento .............................................................................................. 14

1.1 - Cabeça.............................................................................................. 19

1.1.2 - Suturas e áreas da cabeça ......................................................... 19

1.1.3 - Apêndices móveis da cabeça ..................................................... 22

1.2 - Tórax ................................................................................................. 31

1.2.1 - Apêndices torácicos ................................................................... 32

1.3 - Abdome............................................................................................. 36

Vamos relembrar? ........................................................................................ 39


Aula 4 - Morfologia Externa de Insetos

Olá, agora que já conhece o conceito de Entomologia,


suas subáreas e as principais características dos
insetos.

Vamos aprender os aspectos morfológicos externos de


um inseto. Ao final desta aula você será capaz de:

• Conhecer o que é morfologia e entender como


ela se aplica aos insetos;
• Identificar todas as partes externas de um
inseto;

Vamos compreender o que é morfologia.

A palavra morfologia tem sua origem do grego “morpho”, que significa forma e
“logos” estudo. Na Biologia, a morfologia estuda a formação dos seres e seu
desenvolvimento, ou seja, as estruturas que compõem o organismo ou parte dele.
Saber disso é fundamental para a identificação e classificação das espécies.

Isso significa que você verá quais são as partes de um inseto, suas formas,
diferenças e semelhanças.

Fonte: Própria, 2018

A palavra “inseto” vem da palavra latina intersectum que significa “entrecortado”,


representa a divisão do inseto em partes, como se estivesse cortado.

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Essa divisão começa ainda na fase
embrionária do inseto.

Anteriormente, você aprendeu o que é


o exoesqueleto. Viu que ele é
fundamental para os insetos, pois dá
sustentação, resistência e proteção.

Agora, você conhecerá a formação e


as partes do corpo dos insetos. Fonte: Própria, 2018

Você sabe como é composto o corpo de um inseto?

Agora, você conhecerá a formação e as partes do corpo dos insetos.

Corpo do inseto é dividido em segmentos e apresenta simetria bilateral.

Mas o que é simetria bilateral?

Simetria bilateral significa que os dois lados do corpo do inseto são iguais.

Fonte: Arnstein Staverløkk, 2017 (Licença CC3)

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1 - Tegumento

O tegumento, também
conhecido como tecido
tegumentar, é responsável
por revestir o exterior e
cobrir toda a superfície
Fonte: Desconhecida
corpórea do inseto
constituindo o exoesqueleto. Ele fornece proteção externa ao animal, impedindo
a perda da umidade, proporciona a sustentação muscular e a percepção do
ambiente, a partir das sensilas. É o tecido que forma algumas dobras internas
no corpo, representando as inserções dos músculos, o chamado endoesqueleto.

O tegumento dos insetos tem função similar à pele nos seres humanos, ficando
exposto ao ambiente.

Como o tecido tegumentar do insetos é formado?

O tecido tegumentar é formado por três camadas:

Fonte: Desconhecida

• Membrana basal: Uma camada de polissacarídeos secretada por


hemócitos, células com função de separar a epiderme da hemocele
(cavidade por onde flui a linfa), pode ser descrita como a base sobre a
qual as outras camadas se apoiam.

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• Epiderme: É a camada responsável pela formação da cutícula. A
epiderme é composta por células justapostas de vários tipos epiteliais (de
formato poligonar) e especializadas (glândulas dérmicas, enócitos e
tricógenos), sendo que os tricógenos são as células responsáveis pelo
senso táctil nos insetos.
• Cutícula: Composta por três camadas distintas acelulares, a epicutícula
(não quitinosa), exocutícula (a mais quitinizada de todas) e a endocutícula
(quitinosa), trocada no processo de muda. Sua principal função é evitar a
perda de água pelo tegumento.Devemos lembrar que o endurecimento do
tegumento dos insetos é devido à associação de esclerotina com a
quitina, sendo reguladas por diversos hormônios, como o hormônio juvenil
(neotenina).

Devemos lembrar que o endurecimento do tegumento dos insetos é devido à


associação de esclerotina com a quitina, sendo reguladas por diversos
hormônios, como o hormônio juvenil (neotenina). A estimulação da síntese do
hormônio juvenil varia de espécie para espécie, podendo ser influenciada por
fatores sazonais como temperatura e fotoperíodo. Este hormônio age sobre a
epiderme fazendo com que a nova cutícula permaneça características juvenis.
Neste sentido, fica claro que em todos os estágios em que o hormônio juvenil
está presente ocorre apenas o crescimento do animal.

O crescimento dos insetos está relacionado à substituição do revestimento da


cutícula. Essa troca é regulada por processos hormonais que configuram a
ecdise, que é a troca do exoesqueleto.

A quantidade de ecdises pode variar de acordo com a espécie de inseto.

Mas como ocorre o mecanismo de ecdise?

Antes de iniciar o processo de ecdise, ocorre a separação entre a cutícula velha


e a epiderme do inseto. Posteriormente há a produção de um novo exoesqueleto.
Após a formação do novo exoesqueleto, ocorre a digestão e absorção da antiga
endocutícula (sem alterar a forma da exocutícula e da epicutícula) as quais irão
originar a exúvia do animal. Dessa forma, a epiderme produz uma nova

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procutícula e ocorre o rompimento do tegumento, havendo a expansão do novo
tegumento seguido de pigmentação e esclerotinização.

Fonte: Sally_Monster, 2015 (Licença CC3)

O tegumento é o tecido de revestimento externo do corpo que constitui o


exoesqueleto. Ele fornece proteção externa ao animal e é formado por três
camadas: membrana basal, epiderme e cutícula. De acordo com o texto. Marque a
alternativa correta.

O endurecimento da cutícula ocorre pela associação da esclerotina com a quitina,


sendo regulada pela ação de hormônios como o:
a. ( ) Hormônio juvenil
b. ( ) Hormônio senil
c. ( ) Hormônio de desenvolvimento
d. ( ) Hormônio da idade

Aprendemos que o exoesqueleto dos insetos é uma cutícula formada por duas
camadas: procutícula, composta por proteínas e quitina, e epicutícula, composta
de proteínas e lipídios.

A quitina é uma substância importante, pois dá rigidez ao exoesqueleto, e forma


placas que nomeamos de escleritos. A união dos escleritos forma o que
chamamos de tegumento.

Lembrando que o tegumento é o tecido que reveste o corpo do inseto


constituindo o exoesqueleto e tem a função de proteger o animal.

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Depois, os escleritos se unem para formar as porções do corpo que possuem as
partes orgânicas do corpo do inseto: os metâmeros.

O corpo dos insetos é metamerizado. Isso significa que ele é dividido em


metâmeros. Inicialmente, a larva é dividida em segmentos, que mais tarde se
transformarão em metâmeros. O metâmero é cada um dos segmentos do corpo do
inseto que se unirão formando o tagma. Tagma é a união dos metâmeros que
formam as partes do corpo do inseto.

O corpo do inseto é formado por 3 tagmas, que são:

• Cabeça: Onde se localizam os órgãos dos sentidos, os órgãos de ingestão


de alimentos e o sistema nervoso central;
• Tórax: Possui a função do movimento, além da inserção das pernas e das
asas;
• Abdome: Onde se processam a digestão e absorção de alimentos, a
excreção e as funções reprodutoras.

Fonte: Bruce Marlin, 2006 (Licença CC2.5)

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Você já pensou em como as características dos insetos podem auxiliar no seu
trabalho? A partir do conhecimento de hábitos e comportamentos como podemos
controlar os insetos?

O conhecimento sobre as características do inseto é muito importante no trabalho


da vigilância, pois permite identificá-los e traçar estratégias de controle de vetores
a partir do comportamento das espécies identificadas, as quais podem apresentar
diferente importância em saúde pública. Conhecer a morfologia dos insetos será útil
para compreender as ações que permitem a quebra do ciclo de transmissão dos
patógenos.

Adiante, nos próximos módulos, será abordado com maior ênfase o trabalho da
vigilância. Por isso, persista!

Essa é uma parte teórica fundamental para o seu desempenho neste curso.

Agora que você adquiriu a noção geral de morfologia, vamos detalhar as partes do
corpo do inseto.

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1.1 - Cabeça

Formada pela junção de 5 a 6 segmentos primitivos (tagmas) que formam uma


cápsula externa, geralmente globosa. Na cabeça estão: o cérebro (órgão de
coordenação nervosa e memória), os principais órgãos dos sentidos (antenas,
olhos compostos e ocelos) e os órgãos para ingestão de alimentos (mandíbulas
e maxilas). As antenas e as peças bucais são consideradas apêndices móveis,
enquanto que os olhos compostos e ocelos são fixos.

Fonte: Agzam (Licença CC0)

A cabeça apresenta suturas e áreas intersuturais. Estas suturas apresentam-se


na forma de sulcos localizados na superfície externa da cabeça.

1.1.2 - Suturas e áreas da cabeça

Agora, você conhecerá as placas que formam a cabeça dos insetos:

Fonte: Desconhecida

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• Frontal: Delimitada pelas suturas frontais.
• Fronto-clipeal: Está no centro frontal da cabeça, ficando entre as antenas
e o clípeo. Como você viu na Aula 2, na parte frontal da cabeça há o
clípeo, que é a parte final localizada entre as peças bucais e o labro.
• Parietais: Compreende a região superior entre os olhos compostos.
• Vértice: Conhecido por epicrânio se localiza na parte superior da cabeça.
• Clípeo: É a área que está entre a fronte e o lábio superior.
• Genais: É a área localizada na parte inferior da cabeça, indo da parte que
está atrás dos olhos compostos até as mandíbulas. A área é similar a área
das bochechas em animais mamíferos.
• Subgenais: Essas áreas são estreitas e estão entre as áreas genais e as
peças bucais.
• Pós-genais: Localiza-se na base do arco occipital.
• Occipital: Em forma de um arco, localiza-se entre as suturas occipital e
pós-occipital
• Pós-occipital: Localiza-se entre a sutura pós-occipital e o cérvice
(“pescoço”) geralmente móvel, que une a cabeça ao tórax.

Já as suturas são linhas que delimitam as áreas da cabeça, como:

Fonte: Desconhecida

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• Epicranial: Em forma de Y invertido, localiza-se na parte frontal da
cabeça. A linha principal é chamada de sutura coronal, enquanto as
divisões são nomeadas de suturas frontais;
• Pós-frontal: Forma o arco em que se situam os ocelos;
• Epistomal ou Clipeal: Separa o clípeo da fronte.
• Labro-clipeal ou Clípeo-labral: Separa o clípeo do lábio superior.
• Subgenais: Localizam-se nas regiões laterais próximas às articulações
das mandíbulas.
• Oculares: Circundam os olhos compostos.
• Suboculares: Se originam nas suturas oculares e se projetam até a base
da cabeça, em direção à mandíbula.
• Antenais: Estão em torno das antenas
• Subantenas: Se originam nas suturas antenais e se projetam na cabeça
na direção das mandíbulas. Occipital: se localiza na parte de trás da
cabeça.
• Pós-occipital: Logo atrás da occipital.

Nesta segunda parte da aula, vimos que os insetos são formados por segmentos
que chamamos de metâmeros. Esses metâmeros se unem formando as porções do
corpo que chamamos de tagma.

Sendo assim, os insetos possuem 3 tagmas: a cabeça, o tórax e o abdome.

Até aqui, você já estudou a cabeça.

Sobre a cabeça, marque a opção correta que mostra os principais órgãos dos
sentidos:
a. ( ) Antenas, maxilas e ocelos
b. ( ) Olhos compostos, mandíbula e maxila
c. ( ) Ocelos, maxilar e antenas
d. ( ) Antenas, olhos compostos e ocelos

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1.1.3 - Apêndices móveis da cabeça

Atenção aos apêndices móveis da cabeça dos insetos!

Os apêndices móveis possuem funções olfativas, auditivas, gustativas e tácteis. Na


cabeça, os apêndices móveis são as antenas e as peças bucais.

a. Antenas

Fonte: Desconhecida

Cada inseto possui 2 antenas. Elas são formadas por artículos divididos em
escapo, pedicelo e flagelo, e se apresentam de forma variadas dependendo da
espécie.

As antenas possuem funções sensoriais e dão estabilidade ao corpo, podendo


auxiliar os machos de algumas espécies a segurarem as fêmeas durante a
cópula.

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Em algumas espécies pode ocorrer o dimorfismo antenal, onde indivíduos
machos e fêmeas possuem antenas diferentes (em relação ao tamanho, a forma,
o número de artículos e inserção). Um exemplo de dimorfismo antenal pode ser
encontrado nas espécies do mosquito Aedes, onde os machos possuem antenas
do tipo plumoso enquanto que as fêmeas apresentam antenas do tipo pilosas.

A B

A. Mosquito macho, com presença de antenas plumosas B. Mosquito fêmea, com presença de antenas pilosas.

Existem diversas variações na forma das antenas dos insetos com importância
taxonômica na identificação das espécies.

Os tipos mais comuns de antenas encontrados na classe Insecta são:

Aristadas: Flagelo possui apenas um artículo


achatado, em forma de raquete, possuindo
“pêlos” (aristas). Ex: Moscas.

Clavadas: Possui a parte terminal do flagelo


dilatada, apresentando a forma de uma clava.
Ex: Borboletas.

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Estiladas (estiliformes): São formadas por
estruturas curtas, com artículos adaptados em
estiletes na extremidade do flagelo. Ex:
Mutucas.

Lamelada: Apresentam expansões nos três


últimos segmentos. Ex: besouros.

Filiformes: Possui os artículos com o mesmo


diâmetro por toda a extensão da antena. Ex:
baratas e grilos.

Moniliformes: Possui os segmentos


arredondados, semelhantes a um colar de
contas. Ex: Cupins

Setácea: Os artículos diminuem de diâmetro da


base para a extremidade, semelhante a uma
seta. Ex: Libélulas.

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Serrada: Os artículos possuem dilatações em
formas de espinhos ou dentes. Ex: besouro.

Plumosas: Os flagelos apresentam com várias


cerdas que circundam todos os artículos,
lembrando uma “pluma”. Ex: antenas dos
mosquitos machos de Aedes.

As antenas do mosquito macho de Aedes são do tipo plumosa, que serão melhor
detalhadas na Área 2 - Taxonomia e biologia de insetos vetores. Tenha atenção ao
gênero Aedes!

As espécies desse gênero são vetores para diversas doenças de importância em


Saúde Pública, como dengue e zika, por isso, são o foco do nosso aprendizado!

b. Peças Bucais

As peças bucais dos insetos se encontram na parte exterior da boca e auxiliam


o processo da alimentação. Elas variam conforme espécie e a diversidade de
hábitos alimentares. Alguns insetos sugam e outros trituram ou cortam o
alimento. Porém, todos apresentam as peças bucais com até oito partes (labro,
duas mandíbulas, duas maxilas, lábio, epifaringe e hipofaringe).

• Labro ou Lábio Superior – A função do lábio superior é proteger e


manter o bolo alimentar. Se localiza unido ao clípeo e tem formatos
diferentes, que podem ser triangular, retangular ou quadrado.

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• Mandíbulas – Funcionam como um triturador, que pode cortar, moer,
perfurar, modelar, transportar e defender dependendo do inseto. É
posicionado ao lado do labro.
• Maxilas – Auxiliam as mandíbulas e tem função sensorial. Também
servem para apreender e transportar alimentos. Localizado atrás das
mandíbulas.
• Lábio Inferior – É constituído por uma única peça. Formado pelo pós-
mento ou pós-lábio, pré-mento, sub-mento e o mento. Além de possuir um
par de palpos labiais, glossas e paraglossas. Sua localização é o oposto
ao Lábio Superior.
• Epifaringe – Apresenta a função gustativa, ou seja, está relacionada à
alimentação. Faz parte do Labro no clípeo.
• Hipofaringe – Possui a função tátil, ou seja, está relacionada ao sentido
do tato do inseto e a função gustativa. Localizado dentro da cavidade do
aparelho bucal.

E a boca do inseto?

A boca é o orifício de porta de entrada do aparelho digestivo e fica acima e entre


as peças bucais.

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O tipo de aparelho bucal que o inseto possui reflete os hábitos alimentares
específicos de cada espécie. Dessa maneira, podemos classificar os tipos de
aparelho bucal em:

• Mastigador ou triturador: Apresentam as oitos peças bucais


mencionadas acima. Ocorre na maioria dos insetos e funciona como um
triturador para os alimentos, por sua função de mastigação.
• Sugador labial: Chamado também de picador-sugador, as peças bucais
são semelhantes a estiletes. O lábio é formado por um tubo onde estão
os estiletes. Durante a alimentação, as mandíbulas, a epifaringe e a
hipofaringe, sugam o alimento enquanto as maxilas o perfuram. Os
principais exemplos de insetos com esse tipo de aparelho bucal são os
que realizam a hematofagia, isso significa que se alimentam de sangue.
Ex: mosquitos, flebotomíneos, Aedes aegypti, entre outros.
• Sugador maxilar: As maxilas se assemelham a um tubo longo e
enrolado, conhecido como espirotromba. O alimento é ingerido por meio
desse tubo. Representa uma característica exclusiva das borboletas e
mariposas.
• Lambedor: As maxilas e o lábio inferior estão unidos em um único
aparelho e formam o órgão lambedor e possuem um labro comum. As
mandíbulas são adaptadas para furar, cortar, moldar e transportar cera.
São comuns em espécies que extraem o néctar das flores. Ex: Abelhas.

Ainda em relação ao aparelho bucal que o inseto possui, outra característica que
varia conforme espécie é a posição das peças bucais. Dessa forma, podem ser
classificadas como:

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• Hipognata: Onde as peças bucais estão posicionadas para baixo,
formando um ângulo de 90°. A cabeça é vertical em relação ao eixo do
corpo. Ex: gafanhotos, baratas, abelhas
• Prognata: As peças bucais estão posicionadas para frente com a cabeça
formando um ângulo de 180°. Ex: cupins
• Opistognata: Peças bucais voltadas para baixo e para trás, formando um
ângulo menor que 90°. Ex: percevejos e pulgas.

Fonte: Sharadpunita, 2011 (Licença CC3); Fir0002, 2007 (Licença CC3); USDA, 2015 (Licença CC2)

Os insetos que apresentam desenvolvimento hemimetábolos e holometábolos


podem sofrer modificações durante o processo de metamorfose, transformando
totalmente o tipo de aparelho bucal entre sua fase larvária e adulta, como é o
caso dos metagnatos. As seguintes classificações representam essas variações:

Menorrincos: Insetos que possuem


aparelho do tipo sugador labial em
todas as fases do desenvolvimento,
desde o nascimento até a fase
adulta. Ex: Barbeiros

Menognatos: Insetos que possuem


aparelho bucal do tipo mastigador em
todas as fases, desde o nascimento
até a fase adulta. Ex: baratas

28
Metagnatos: Ocorre nos insetos que
apresentam o aparelho bucal do tipo
mastigador durante o
desenvolvimento, e na fase adulta
aparelho bucal sugador maxilar ou
labial. Ex: borboletas e mosquitos.
Fonte: Xavier Vázquez, 2007 (Licença CC3)

Qual a diferença entre hemimetábolos e holometábolos?

Como já vimos, cada inseto se desenvolve de maneiras diferentes. Eles são muito
complexos e diversos!

Há insetos que em sua fase de desenvolvimento se apresentam inicialmente como


ovos, se transformam em ninfa e depois, na fase adulta, se transformam em imago.
A transformação desses insetos é relativamente menor que em outras espécies,
caracterizada por uma metamorfose incompleta. Esse desenvolvimento é chamado
de hemimetabolismo, ou seja, é comum dos hemimetábolos. Como exemplos nós
temos os gafanhotos, grilos, cigarras, cupins e baratas.

Em aulas anteriores do curso falamos sobre metamorfose. O processo de mudança


da metamorfose é um processo de desenvolvimento mais complexo, onde o inseto
muda totalmente a sua forma. Os insetos que apresentam esse tipo de
desenvolvimento são os holometábolos. Por exemplo, temos a borboleta, abelha
e besouro.

O corpo dos insetos é dividido em 3 tagmas.

Você lembra o que são tagmas?

Quantos e quais são os tagmas que dividem o corpo dos insetos?

29
Basicamente, o tagma é uma parte específica do corpo. Cada tagma é composto
por metâmeros, que são seções menores originadas de segmentos primitivos que
marcam a fase embrionária do inseto.

Na fase adulta, os insetos


possuem 3 tagmas: cabeça,
tórax e abdome.

Até agora, você viu o primeiro


tagma a cabeça, que abriga os
apêndices móveis, antenas e
peças bucais, e é dividida em
áreas e suturas.
Fonte: E A Goeldi 1905 (Domínio Público)
As antenas são diferentes em cada espécie de inseto. Cada tipo possui uma função
diferente, o que inclui funções de estabilidade do corpo e acasalamento. No gênero
Aedes, os machos possuem antenas plumosas e as fêmeas têm antenas pilosas.

Falamos sobre os apêndices móveis da cabeça dos insetos, que são as antenas, e
os aparelhos bucais, que possuem funções sensoriais. Cada inseto possui 2
antenas e podem apresentar cerca de 8 peças bucais, que têm a função de auxiliar
na alimentação e na sensorialidade do inseto.

De acordo com o que estudou sobre peças bucais dos insetos, escolha as palavras
mais adequadas para completar a frase:

As _________ dos insetos se encontram na parte _________ da boca e auxiliam o


processo da _________.

a) alimentação b) exterior c) peças bucais

30
1.2 - Tórax

O tórax é a segunda região do corpo dos insetos onde se encontram os


apêndices locomotores terrestres, aquáticos (pernas) e aéreos (asas). É formado
por três segmentos:

Fonte: Desconhecida
• Protórax: Ligado à cabeça, é o segmento onde se encontra o primeiro
par de pernas;
• Mesotórax: Compreende o segmento mediano do inseto. É onde está
localizado o segundo par de pernas do animal e o primeiro par de asas;
• Metatórax: É a porção do tórax ligada ao abdome, nela se encontra o
terceiro par de pernas e o segundo par de asas.

A região dorsal do tórax,


chamada de tergo ou noto:
pronoto, mesonoto,
metanoto. Cada segmento é
constituído por quatro pares
de tergitos chamados de
escuto, prescuto, escutelo e
pós-escutelo. Já a porção
ventral (externo) é formada Fonte: Desconhecida

por um par de esternitos, que

31
são ligados lateralmente por uma área membranosa, chamada pleura, que
contém 02 pleuritos, divididos em: epímero e episterno. A imagem ao lado
ilustra um segmento do tórax com a indicação dessas áreas.

1.2.1 - Apêndices torácicos

São as estruturas que se localizam nas porções do tórax, responsáveis pela


locomoção do inseto (pernas e asas).

a. Pernas:

São estruturas destinadas à locomoção terrestre e aquática do animal. Em


algumas espécies, elas se adaptam para escavar, coletar alimentos, capturar
presas ou correr. Os três pares de pernas dos insetos se articulam na região
posterior de cada segmento torácico (na região intermediária do epímero e o
episterno). A perna pode ser dividida em:

Coxa: Parte geralmente mais curta e


grossa, a coxa se articula ao segmento
torácico através da cavidade coxal.

Trocanter: É considerado um segmento


curto, localizado entre a coxa e o fêmur.

Fêmur: É a estrutura mais desenvolvida da


perna do inseto, sendo fixa ao trocanter, ou
em algumas espécies, ligada diretamente à
coxa.

Tíbia: Considerado um segmento delgado e


desenvolvido, de resistência próxima a do
fêmur, pode apresentar espinhos ou
esporões e sofrer modificações Fonte: Própria, 2018
morfológicas dependendo da ordem do
inseto.

32
Tarso: É formado por diversos artículos (tarsômeros) que podem variar em
quantidade (1 a 5) nos diferentes pares de pata do indivíduo.

Pós-tarso: Tem como função auxiliar na imobilização do animal, sendo a parte


mais distal da perna.

O tipo de perna que o inseto possui está interligado ao comportamento da


espécie, existindo diferentes tipos de pernas:

Ambulatória: Presente na maioria da


ordem insecta, estas pernas são
desenvolvidas para caminhar ou correr.
Ex: formigas, mosquitos.

Saltatória: Possui a região do fêmur e


tíbias desenvolvidas e alongadas,
própria para saltos. Ex: Pernas
posteriores dos gafanhotos e pulgas.

Natatória: A parte mediana e posterior


da pata é adaptada a nadar,
apresentando fêmur, tíbia e tarso
achatados, sendo encontradas em
insetos aquáticos. Ex: Percevejos
aquáticos

Raptatória: O fêmur e tíbia apresentam


numerosos espinhos que auxiliam na
captura de outros insetos. Ex: Louva-
Deus

Coletora: No terceiro par de pernas, é


adaptado a recolher e transportar grãos
de pólen. Ex: Abelhas

33
b. Asas:

A principal função da asa é permitir a locomoção do inseto por meio do voo.


Entretanto, existem alguns grupos (ápteros), como por exemplo o piolho e a
pulga, que não possuem asas ou não são utilizadas para voar, como o caso do
bicho-da-seda e recebem o nome de aptésicos. Além do voo, as asas podem
auxiliar na proteção, na produção de som, como órgão de equilíbrio corpóreo e
como fonte coletora de calor.

As asas são formadas por duas cutículas no exoesqueleto separadas por veias,
que dão a sustentação.

A asa se une ao tórax por uma porção membranosa de escleritos chamada de


pterália. Já as veias transversais e longitudinais são expansões traqueais
enrijecidas que se distribuem por toda asa, conferindo a sustentação e possui
grande importância taxonômica. Sendo que os espaços delimitados pelas veias
ou pelo bordo da asa são chamadas de células.

Fonte: Desconhecida

Dessa maneira, basicamente a asa é formada por:

• Área auricular (que está articulada ao tórax).


• Ala (região da asa em si)
• Anal ou vanal (região triangularizada que separa a ala pela dobra anal)
• Jugal (pequena região localizada na margem interna da asa).

34
Fonte: Desconhecida

Assim como as pernas, as asas dos insetos podem ser de diferentes tipos:

• Membranosas: São asas finas e flexíveis com nervuras bem distintas,


algumas podem conter escamas ou microcerdas ou ser nuas. É o tipo
mais comum no segundo par de asas da maioria dos insetos;
• Tégmina: Com aspecto pegaminoso ou coriáceo, geralmente são asas
estreitas e alongadas. Ex: baratas, gafanhotos, grilos.
• Hemiélitro: Possui a região basal da asa coriácea e a parte apical
membranosa. Ex: percevejos
• Élitros: Par de asas anterior é esclerotizado, cobrindo o par de asas
posterior membranoso. Ex: besouros
• Balancins ou halteres: O segundo par de asas são atrofiados, em forma
de halter, e configuram equilíbrio durante o vôo. Ex: mosquitos e moscas.
• Pseudo-halteres: As asas anteriores são atrofiadas.
• Franjada: As asas são estreitas com longos pelos nas laterais

Os apêndices locomotores são responsáveis pelas habilidades móveis do inseto.


As pernas são as estruturas de locomoção terrestre e aquática do animal. As asas
são responsáveis pelo voo, mas podem não existir em algumas espécies de insetos.

35
Além disso, alguns insetos apresentam asas que não possuem a função de voar.
Marque a alternativa correta.

A parte do inseto onde os apêndices locomotores (pernas e asas) estão inseridos é


no:
a. ( ) Cabeça
b. ( ) Corpo
c. ( ) Tórax
d. ( ) Abdome

1.3 - Abdome

Considerada a terceira região do corpo do inseto, o abdome é uma região


segmentada, ou seja, possui metâmeros. Morfologicamente, o abdome se
destaca pela visível divisão do corpo e pela ausência de apêndices locomotores
(restritos ao tórax).

Na parte final do abdome, há o ânus, posicionado entre os escleritos protetores.


A abertura genital está localizada logo abaixo do ânus nas fêmeas, onde os
segmentos VIII e IX são fundidos, formando o ovipositor. Já nos machos, junto
a abertura genital, há uma estrutura em forma de tubo (aedeagus) que penetra
na fêmea durante a cópula.

A região do abdome pode ser subdividida em 03 agrupamentos distintos,


segundo o posicionamento dos urômeros, sendo:

• Segmentos pré-genitais ou viscerais: São os urômeros de I a VII (nas


fêmeas) e de I a VIII (nos machos);
• Segmentos genitais: Correspondem aos urômeros VIII ao IX (nas
fêmeas) e ao IX nos machos. É nessa região onde se encontram as
estruturas genitais do inseto.
• Segmentos pós-genitais: Correspondem aos urômeros X e XI que são
de difícil separação visual, por apresentam fusão.

36
Fonte: Donald Borror, Charles Triplehorn e Norman Johnson, 1992

Durante o desenvolvimento embriológico, algumas espécies de insetos podem


desenvolver os apêndices abdominais, que geralmente somem após a eclosão
do estágio imaturo ou permanecem. Os apêndices que ficam permanentes se
transformam em estruturas funcionais, como: cercos (função sensorial), estilos
(auxilia na locomoção) e sifúnculos (liberação feromônio), brânquias (função
respiratória na fase larval).

O tipo de abdome está estritamente relacionado ao modo que a região abdominal


se funde à região torácica, podendo ser classificado em:

Fonte: Amada44, 2008 (Domínio Público); Desconhecida; Castlelow (Licença CC0)

• Séssil ou aderente: Estão presentes em insetos que o abdome se liga


por completo ao tórax em toda sua largura. Ex: baratas, besouros;
• Livre: Compreende os animais que possuem uma pequena constrição
abdominal. Ex: moscas
• Pedunculado: Presença de constrição acentuada nos segmentos
abdominais, onde o 1° segmento encontra-se fundido ao metatórax. Ex.
Vespas e formigas.

37
O abdome é a parte responsável pela respiração do inseto. É uma região
segmentada, ou seja, possui metâmeros. Como você viu nesta aula, os metâmeros
são os segmentos do corpo do inseto que formam os tagmas. Não há nenhum
apêndice locomotor no abdome e está dividido em 3 agrupamentos.

Quais são os tipos de agrupamento que se encontram no abdome? Marque a


alternativa correta.
a. ( ) Tergitos, tagma e metâmeros
b. ( ) Abdome, pernas e asas
c. ( ) Pré-genitais, genitais e pós-genitais
d. ( ) Mosquitos, baratas e borboletas

Você aprendeu sobre insetos e sua morfologia. Além de se aprofundar sobre as


estruturas externas como a função das asas em que alguns insetos não possuem
asas e outros possuem, mas não voam. Se gostou dessa aula e quer saber mais
sobre esses insetos, você irá gostar da matéria “Estudo detecta queda preocupante
na população de insetos voadores e intriga cientistas”, da BBC Brasil, que você
encontra em no link abaixo. Nele, os cientistas encontraram uma estranha redução
na população de insetos voadores. Boa leitura!

Clique aqui
bit.ly/inseto_voadores

38
Vamos relembrar?

Aprendemos que morfologia é o estudo da forma. Na


Biologia, a morfologia estuda a formação dos seres e
seu desenvolvimento, uma área de conhecimento da
Entomologia.

Apesar dos variados tipos de insetos, existem


características que os distinguem dos demais animais.
Os insetos são animais que possuem simetria bilateral,
isso significa que seu corpo é dividido em duas partes
iguais.

Apresentam uma parte fundamental que é o


exoesqueleto, composto por proteínas, lipídeos e
quitina. O exoesqueleto dá rigidez ao organismo
invertebrado.

São compostos essencialmente por cabeça, tórax e


abdome:

A cabeça apresenta suturas, carenas (semelhante a


cristas), áreas intersuturais, peças bucais e antenas.
Há vários tipos de antenas que se diversificam em
diferentes espécies. São 6 peças bucais: labro,
mandíbulas, maxilas, lábio, epifaringe e hipofaringe.
Assim como as antenas, os aparelhos bucais são
diferentes de acordo com as especificidades das
espécies, e ocorrem em 4 tipos: mastigador ou
triturador, sugador labial, sugador maxilar e lambedor.

Além dos tipos de aparelho bucal, as peças bucais


podem ser classificadas de acordo com a sua posição
em relação à cabeça do animal, que são: hipognata,
prognata e opistognata. Assim, durante a metamorfose

39
os insetos podem modificar completamente os
aparelhos bucais, sendo divididos em três tipos:
menorrincos, menognatos e metagnatos.

Os insetos também possuem tórax. Essa é a parte do


corpo do inseto responsável pela locomoção, porque é
nela que estão inseridos os apêndices locomotores:
pernas e asas. O tórax está dividido em protórax,
mesatórax e metatórax. Além disso, o dorso do tórax é
chamado de tergo e é constituído por quatro pares de
tergitos: escuto, prescuto, escutelo e pós-escutelo. As
asas e as pernas também possuem divisões.

A última região do corpo do inseto é o abdome,


responsável pelo centro da respiração do animal. Ele
se destaca pela visível segmentação corpórea e pela
ausência de apêndices locomotores (restritos ao tórax).
São três tipos de tórax: séssil ou aderente, livre e
pendulucado.

Compreendemos termos novos e as variações da


forma externa do inseto. Isso mostra a complexidade
do inseto, que apresenta suas peculiaridades que os
distingue dos outros seres vivos.

Na próxima aula vamos aprofundar o estudo,


conhecendo a morfologia interna do inseto.

Até a próxima!

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Referências

DONALÍSIO MR 1999. O dengue no espaço habitado. Hucitec, São Paulo.

FRANCO O 1969. Reinfestação do Pará por Aedes aegypti. Rev. Bras.


Malariol. Doencas Trop. 21(4):729-731.

FUNASA 2001. Plano de Intensificação das Ações de Controle da Dengue.


Brasília: Fundação Nacional de Saúde, Ministério da Saúde.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde (2016).


Relatório da Reunião Internacional para Implementação de Alternativas
para o Controle do Aedes aegypti no Brasil. Boletim epidemiológico. Vol. 47
(15): 2-9.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vírus Zika no


Brasil: a resposta do SUS [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria
de Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017.

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Respostas dos exercícios (em ordem de aparição)

1. Você conheceu o histórico de ações de vigilância que permitiram a criação do


PNCD- Programa Nacional de Controle da Dengue. Anteriormente, dengue não
era um problema de saúde pública no Brasil. Entretanto, o fortalecimento do
programa de controle da febre amarela urbana indiretamente promoveu o
controle da dengue, uma vez que estas duas doenças partilham o mesmo vetor.

Com base nisso, complete as lacunas com os termos adequados.

a. A reintrodução de Aedes aegypti foi detectada no Brasil em 1967, no


Pará, e em 1969, no Maranhão.
b. A Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) foi criada, em 1990,
ficando responsável pela coordenação das ações de controle de
dengue.
c. O PNCD integrou as ações de controle de dengue à atenção básica,
com a mobilização do PACS e do PSF.

2. Você conheceu um pouco dos documentos técnicos e políticas de combate à


dengue. O Manual de Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de
Epidemias de Dengue, publicado em 2009, apresenta um esquema de
classificação de risco que permitirá avaliar, orientar, encaminhar, coletar e
registrar dados para subsidiar o médico quanto ao diagnóstico, estadiamento e
tratamento do paciente com suspeita de dengue.

Com base no segundo tópico, marque verdadeiro ou falso.

a. (V) As diretrizes de combate a dengue preveem ações para o período


epidêmico e não epidêmico.
b. (F) O manual não trata de ações de avaliação e orientação, apenas de
manejo clínico de dengue.
c. (V) A classificação de risco é necessária para aprimorar a vigilância e
evitar óbitos.
d. (V) As diretrizes nacionais preveem ações de gestão e financiamento
das atividades de combate à dengue
e. (F) Aedes aegypti não transmite zika ou chikungunya, por isso as duas
doenças não precisam de combate.

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f. (F) A CGPNCMD realiza ações apenas de combate à dengue.
g. (V) A preocupação no combate ao Aedes aegypti se fortaleceu após a
declaração da emergência de zika.

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