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Área 04, Aula 04

Controle de larvas de mosquitos

1
CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde

ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo

1ª Edição

Junho de 2018
Copyright © 2018, Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de
Campo.

Todos os direitos reservados.

A cópia total ou parcial, sem autorização expressa do(s) autor(es) ou com o


intuito de lucro, constitui crime contra a propriedade intelectual, conforme
estipulado na Lei nº 9.610/1998 (Lei de Direitos Autorais), com sanções previstas
no Código Penal, artigo 184, parágrafos 1° ao 3°, sem prejuízo das sanções
cabíveis à espécie.
Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde - CONASEMS
Quadro Geral da Organização
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente – Mauro Guimarães Junqueira

Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins

Vice-Presidente – Wilames Freire Bezerra

Diretora Administrativo – Cristiane Martins Pantaleão

Diretora administrativo- Adjunto- Silva Regina Cremonez Sirena

Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida

Diretora Financeiro-Adjunto – Iolete Soares de Arruda

Diretor de Comunicação Social – Diego Espindola de Ávila

Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Maria Célia Valladares Vasconcelos

Diretora de Descentralização e Regionalização – Stela dos Santos Souza

Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Soraya Galdino de Araújo Lucena

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Carmino Antônio de Souza

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Erno Harzheim

Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Murilo Porto de Andrade

Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Débora Costa dos Santos

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade –


Vanio Rodrigues de Souza

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade –


Adjunto – Afonso Emerick Dutra

2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – André Luiz Dias Mattos

1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago

2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima

1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Januário Carneiro Neto

1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Luiz Carlos Reblin

2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Geovani Ferreira Guimarães

2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Rubens Griep

Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos


Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Angela Maria Lira de Jesus Garrote

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste –Aparecida Clestiane de Costa Souza

Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste–Maria Angélica Benetasso

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri

Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Tereza Cristina Abrahão Fernandes

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Sul- Sidnei Bellé

Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges
de Medeiros

RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS

COSEMS - AC - Tel: (68) 3212-4123

Daniel Herculano da Silva Filho

COSEMS - AL - Tel: (82) 3326-5859

Izabelle Monteiro Alcântara Pereira

COSEMS - AM - Tel: (92) 3643-6338 / 6300

Januário Carneiro da Cunha Neto

COSEMS - AP - Tel: (96) 3271-1390

Maria de Jesus Sousa Caldas

COSEMS - BA - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946

Stela Santos Souza

COSEMS - CE - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099

Josete Malheiros Tavares

COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287

Andréia Passamani Barbosa Corteletti

COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412

Gercilene Ferreira

COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985

Domingos Vinicius de Araújo Santos

COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815


Eduardo Luiz da Silva

COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108

Wilson Braga

COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406

Silvia Regina Cremonez Sirena

COSEMS - PA - Tel: (091) 3223-0271 / 3224-2333

Charles César Tocantins de Souza

COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366

Soraya Galdino de Araújo Lucena

COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256

Orlando Jorge Pereira de Andrade Lima

COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511

Leopoldina Cipriano Feitosa

COSEMS - PR - Tel: (44) 3330-4417

Cristiane Martins Pantaleão

COSEMS - RJ - Tel: (21) 2240-3763

Maria da Conceição de Souza Rocha

COSEMS - RN - Tel: (84) 3222-8996

Débora Costa dos Santos

COSEMS - RO - Tel: (69) 3216-5371

Afonso Emerick Dutra

COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817

Helenilson José Soares

COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833

Diego Espíndola de Ávila

COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242

Sidnei Belle

COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960

Enock Luiz Ribeiro

COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146


Carmino Antonio de Souza

COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782

Vânio Rodrigues de Souza

Equipes do Projeto
EQUIPE TÉCNICA
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas

Elton da Silva Chaves

José Fernando Casquel Monti

Kandice de Melo Falcão

Márcia Cristina Marques Pinheiro

Marema de Deus Patrício

Nilo Bretas Júnior

EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas

Catarina Batista da Silva Moreira

Cristiane Martins Pantaleão

Fábio Ferreira Mazza

Hisham Mohamad Hamida

Jônatas David Gonçalves Lima

José Fernando Casquel Monti

Joselisses Abel Ferreira

Kandice de Melo Falcão

Luiz Filipe Barcelos

Murilo Porto de Andrade

Nilo Bretas Júnior

Sandro Haruyuki Terabe

Wilames Freire Bezerra


Sobre o CONASEMS

Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de


Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de
municípios brasileiros.

Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de


saúde, o CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e
formulação de políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o
intercâmbio de informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país.

Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br.


Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de
Epidemiologia de Campo - ProEpi

Supervisão
Érika Valeska Rossetto
Coordenação
Sara Ferraz
Coordenação Pedagógica
Hirla Arruda
Gestão Pedagógica e de Tecnologia da Informação
Renato Lima
Conteudista
Marcos Obara
Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico
Danielly Xavier
Revisão
Rafaella Albuquerque
Sara Ferraz
Veruska Maia
Ilustração
Guilherme Duarte
Mauricio Maciel
Diagramação
Mauricio Maciel
Design Instrucional
Guilherme Duarte
Colaboradores
Fernanda Bruzadelli

Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília


Supervisão
Jonas Brant
Sobre a ProEpi

Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de


Epidemiologia de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e
estimula a troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando
dezenas de horas de conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino
a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e a mediação de
oportunidades de trabalho nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir
para o aprimoramento da saúde pública no Brasil e no mundo.

Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já


alcançaram mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como
Moçambique, Paraguai e Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas
mais relevantes para profissionais de saúde pública, como comunicação de risco
e investigação de surtos. Além do público capacitado com nossos conteúdos
educacionais, unimos 10.000 seguidores no Facebook e impactamos
semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de notícias.

A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao


redor do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde
enviados para missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram
para o bem-estar da população local e vivenciaram experiências de trabalho
transformadoras.

Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede:
converse conosco escrevendo para contato@proepi.org.br.
Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia
Aplicada à Saúde Pública

Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram


no Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima
quente e, em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para
sobreviver, se reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo
de preocupações cada vez maiores por parte da população e dos profissionais
de saúde de todo o país.

Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do


enfrentamento das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes
aegypti - o CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº
0125/2017, a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde
Pública.

Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a


identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu
comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como
a importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e
armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais
espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os
métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de
segurança no trabalho serão discutidos.

As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua
realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e
promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo
é que o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas
aprendidas aqui.

Sucesso!
Sumário

Aula 2 - Classificação e formulação de inseticidas ........................................... 12

1 - Classificação e tipos de inseticidas químicosError! Bookmark not


defined.

2 - Formulações de inseticidas ........................ Error! Bookmark not defined.

Vamos relembrar? ........................................... Error! Bookmark not defined.


Aula 2 - Classificação e formulação de inseticidas

Olá,

Anteriormente, você viu sobre a resistência de insetos


vetores a inseticidas que, em algumas situações,
podem causar prejuízos e fracassos nas ações
desenvolvidas pelos programas de controle de vetores.
Agora, você vai entender como as ações de controle
de larvas podem ser realizadas para reduzir a
densidade das populações de mosquitos e colaborar
na redução do contato homem-vetor.

Ao final você será capaz de:

 Identificar os produtos e formulações utilizados


no controle de larvas de mosquito no Brasil;
 Compreender as particularidades de controle
larvário para cada espécie vetora; e
 Conhecer como efetuar ações para prevenir a
proliferação de larvas em ambientes urbanos e
domésticos.

1 - Controle larvário

O controle de larvas exige experiência do profissional para detectar os criadouros


naturais e artificiais. Às vezes, esses criadouros são indetectáveis aos nossos
olhos, permanecendo escondidos o tempo todo, porém produzindo grandes
quantidades de mosquitos adultos, de forma contínua e duradoura.

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Agente de saúde buscando criadores na de larvas de mosquitos. Fonte: desconhecida Diponível em:
http://www.realidademt.com.br/noticia/saude-alerta-para-o-combate-aos-criadouros-do-mosquito#.WzFJ5tJKiUk

Muitos criadouros larvários podem ser indetectáveis aos nossos olhos, por isso é
importante aprimorar a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais de
entomologia médica.

Para qualquer atividade de controle é fundamental que seja realizado um


planejamento prévio por meio de um reconhecimento geográfico (RG).
Atualmente, existem sistemas de informações geográficas que auxiliam as
atividades de controle vetorial, uma vez que é possível identificar as
características do tipo de imóvel e a sua localização dentro de cada quarteirão.
Ainda, podem ser utilizados drones para observar as características ambientais
das áreas que são potencialmente vulneráveis a proliferação de mosquitos.

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No sobrevoo, o drone fotografa locais onde há possíveis focos do mosquito, como piscinas sem utilização e caixas
d'água destampadas Fonte: Desconhecida Disponível em:
http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=98&secao=1700&mat=1943

O direcionamento das ações de controle por meio da Vigilância Entomológica é


outro importante aspecto que não pode ser deixado de lado. As informações
relativas ao vetor, tais como: sua biologia, distribuição geográfica, índices de
infestação e locais de ocorrência, como vimos anteriormente, são essenciais e
devem ser constantemente atualizada, para nortear as ações de controle em
qualquer cenário.

Cada espécie de mosquito apresenta comportamentos e ciclos de


desenvolvimento específicos. Portanto, as atividades de controle larvário devem
levar em consideração os aspectos biológicos e comportamentais. Por esse
motivo, vamos dividir as ações de controle larvário, de acordo com a biologia dos
principais gêneros de Culicidae: 1) Aedes, 2) Anopheles e 3) Culex. Agora vamos
iniciar o estudo de cada gênero.

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 Aedes aegypti

Mosquito Aedes aegypti - Fonte: James Gathany [Public domain] Disponível


em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Aedes_aegypti_CDC-Gathany.jpg

A detecção dos criadouros, conhecidos como “focos”, ocorre durante as


inspeções domiciliares, ou seja, quando o profissional realiza busca ativa, em
toda a unidade domiciliar para encontrar potenciais criadouros de larvas. Nessa
visita todos os depósitos que contenham água devem ser vistoriados.

Geralmente, o perfil dos criadouros naturais e artificiais de Aedes aegypti fazem


com que as larvas fiquem concentradas, ou seja, restritas a determinados
espaços que contém água parada. Essa limitação de espaço permite
focalização, em torno de um local específico de origem.

Em outras palavras, as larvas de mosquito possuem pouca mobilidade espacial,


em relação à forma adulta, consequentemente seus criadouros são restritos.
Esse fator pode facilitar as atividades de controle de larvas em ambiente
domiciliar, tornando-as mais vulneráveis ao controle do que os mosquitos
adultos.

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A maneira mais prática e fácil de eliminar as larvas de mosquitos é o controle
mecânico por meio da destruição, vedação ou destinação adequada dos
recipientes que servem como potenciais criadouros.

Combate de Aedes Aegypti atraves da distribuição de telas para tampar caixas d'água - Fonte Prefeitura de Macaé
Foto: Bruno Campos

Caso, os criadouros, não sejam passíveis de controle mecânico pode se aplicar


um produto larvicida para matar as larvas de mosquitos. Recomenda-se que
todos os depósitos com água que ofereçam condições favoráveis à oviposição e
proliferação de larvas do mosquito Ae. aegypti devem ser tratados,
principalmente em áreas com elevados níveis de infestação.

Não devem ser tratados utensílios para armazenar e cozinhar os alimentos,


aquários e/ou tanques de peixe, bebedouros de animais, pratos de vasos de
planta e vasos sanitários. Os ralos de banheiro e caixas d’água de descarga
devem ser tratados quando não tiverem uso rotineiro, como no caso de
banheiros que ficam na parte externa da casa ou em casas desabitadas, por
exemplo.

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Uso de larvicida no combate ao mosquito da dengue. Fonte: Desconhecida - Disponível em:
http://www.jequieeregiao.com.br/blog/index.php/noticias/47-home-1/8406-combate-a-dengue-em-jequie-e-feito-sem-o-
uso-do-larvicida

Os produtos larvicidas que são recomendados pela WHO - Pesticide Evaluation


Scheme – órgão que determina as condições para uso de pesticidas em saúde
pública, podem ser observados em bit.ly/larvicidasWHOPES.

No Brasil, o Ministério da Saúde apresenta um rol de larvicidas e suas


formulações para tratamento de criadouros de larvas de mosquitos:

 Bacillus turinghiensis israelensis (Bti): formulações G, WDG e líquidas;


 Reguladores de crescimento;
 Inibidores da síntese de quitina dos insetos (Diflubenzuron e Novaluron),
com formulações em pó molhável (PM), concentrado emulsionável (CE)
e granulado;
 Análogos de hormônio juvenil (Piriproxifen), em formulação granulada.

Cada produto apresenta uma dose específica para aplicação que é


recomendada pelo fabricante. Portanto, antes de tudo, é necessário conhecer a
capacidade total do depósito, ou seja, calcular o volume de água existente no
momento do tratamento com os larvicidas. Para isso, é necessário utilizar as
fórmulas descritas abaixo:

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Método 1: cálculo de volume de depósitos retangulares:

Fórmula: V = C x L x H

V = volume

C = comprimento

L = largura

H = altura

Agora você vai aprender como se calcula o volume para depósitos cilíndricos.

Método 2: cálculo do volume dos depósitos cilíndricos:

Fórmula: V = K x D2 x H

V = volume

K = 0,8 (valor constante)

D² = diâmetro ao quadrado

H = altura

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Método 3: cálculo do volume de depósitos triangulares:

Fórmula: V = B x L X H/2

V = volume

B = base

L = largura

H = altura

2 = Constante

 Anopheles spp

Mosquito Anopheles annulipes Fonte: By Simon Hinkley e Ken Walker, Museu Victoria - via Wikimedia Commons
Disponível em:https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Anopheles_annulipes.jpg

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As larvas de mosquitos do gênero Anopheles proliferam-se em criadouros
diferentes das descritas para Ae. aegypti. Apesar de desenvolver-se em
criadouros artificiais, a maioria dos criadouros das larvas do gênero Anopheles
são igarapés, lagoas, riachos, remanso de rios, córregos, bromélias, etc.

Exemplos de possíveis criadouros de mosquito do gêneros Anopheles Fonte: Wikimedia Commons Foto: Fernando
Cunha, pixnio (domínio público CC0) https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Igarape_2.jpg -
https://pixnio.com/pt/paisagens/fluxo/agua-rio-corrego-natureza-musgo-madeira-paisagem-cachoeira

O controle mecânico de criadouros naturais de anofelinos muitas vezes


requerem alterações no paisagismo, drenagem, recuperação de terras e
preenchimento permanente de criadouros. Esse controle por meio de manejo
ambiental exige mudanças nos ecossistemas, tais como, alterações na
hidrologia local ou nas práticas de uso da água.

As ações de manejo ambiental são medidas utilizadas no controle de larvas de


anofelinos e devem ser realizadas sempre que possível. Dentre essas medidas
podemos citar, a desobstrução e manutenção de igarapés para sempre manter
os cursos d'água livres e realização de drenagem ou aterramento de pequenos
criadouros.

Para garantir que os serviços e a manutenção sejam duradouros e eficazes


recomenda-se a participação da comunidade, em parceria com órgãos públicos
ou privados. Sua sustentabilidade é fácil quando são executados e mantidos
adequadamente, apesar dos custos elevados. Essa medida é apropriada para a
eliminação de criadouros permanentes em áreas urbanas ou em alguns tipos de
projetos de desenvolvimento.

O desenvolvimento de ações de drenagem e manejo ambiental, em municípios


localizados em área endêmica de malária podem ser apreendidas com a leitura

20
da obra intitulada: “Orientações Técnicas para Apresentação de Projetos de
Drenagem e Manejo Ambiental em Áreas Endêmicas de Malária”, publicadas em
2004 pelo Ministério da Saúde. Acesse em bit.ly/drenagemmanejo.

O controle de larvas de Anopheles depende da caracterização e mapeamento


dos criadouros e identificação correta da espécie existente. Trata-se de uma
medida de uso limitado que deverá ser usado quando não for possível a
eliminação definitiva do criadouro por meio de manejo ambiental. Para a sua
indicação, deve-se levar em conta, principalmente na Região Amazônica, as
características físicas, químicas e biológicas dos criadouros.

Funcionária da prefeitura participa da campanha contra a malária - Fonte: Correio Amazônia - Foto: Fabiano
Maisonnave/Folhapress Disponível em: https://correiodaamazonia.com/sao-gabriel-da-cachoeira-registra-mais-de-5-
mil-casos-de-malaria/

Os produtos recomendados incluem os adulticidas piretróides, organofosforados


e carbamatos, além de reguladores de crescimento de insetos, os quais são
aplicados em todos os locais de ocorrência das larvas e adultos de mosquitos do
gênero Anopheles. Recomenda-se também a utilização de mosquiteiros
impregnados com inseticidas de longa duração, na qual são distribuídos pelo
Ministério da Saúde Brasileiro. Os adulticidas químicos recomendados são o
Etofenprox PM 20% e Lambdacialotrina CE 5%.

bit.ly/adulticidasWHOPES

21
bit.ly/adulticidasMS

bit.ly/larvicidasMS

A desvantagem do uso de compostos químicos, em relação ao manejo ambiental


é o efeito residual curto, necessitando de aplicações regulares e frequentes.

 Culex quinquefasciatus

Mosquito Culex quinquefasciatus Fonte PIXNIO (Domínio público)

O controle da espécie Culex quinquefasciatus é recomendado em situações


específicas, por exemplo, quando ocorre transmissão de filáriose, em alguns
municípios do estado de Pernambuco. Atualmente, o Ministério da Saúde
recomenda a utilização de Bacillus sphaericus aplicados bimensalmente,
principalmente em criadouros de águas poluídas peridomiciliares. As orientações
para sua vigilância e controle estão presentes no documento “Guia de vigilância
do Culex quinquefasciatus” do Ministério da Saúde, disponível em
bit.ly/guiaculex.

As larvas de Culex quinquefasciatus proliferam-se em água com pouca


quantidade de oxigênio, ou seja, não dependem da qualidade da água para os
mosquitos se desenvolverem. Essa espécie tem um elevado índice reprodutivo,
22
na qual contribui o rápido restabelecimento da população, tornando-se
necessário ampla cobertura de tratamento dos criadouros existentes na área
alvo.

Diante da rápida recuperação populacional dessa espécie é importante destacar


que nas ações de controle larvário devem ser levadas em consideração duas
situações. A primeira é que o manejo ambiental sempre vai ser a melhor
intervenção, considerando que a eliminação do criadouro pode ser definitiva. A
segunda é que existem potenciais criadouros (coleções de água estagnada) que
não podem ser eliminados nem vedados, como por exemplo, as enormes
coleções de águas poluídas do Rio Pinheiros, em São Paulo.

Rio Pinheiros com grande concentração de poluição - Fonte: Acervo Memória Sabesp. Foto: Odair Faria

Nesse caso, ações de controle mecânico recomendadas visam desenvolver


barreiras físicas que impeçam o acesso de fêmeas para oviposição, dentre as
quais podemos destacar:

a) limpeza periódica de canais, valetas, riachos, córregos e similares, com


remoção de vegetação aquática e de lixo e desassoreamento do canal de
escoamento para permitir o fluxo normal da água;

b) limpeza constante da vegetação aquática e marginal, bem como a remoção


de entulhos nas grandes coleções hídricas;

c) vedação correta de tanques, tonéis e outros recipientes utilizados para


armazenamento de água e;

23
d) vedação completa e manutenção de fossas sépticas para impedir a oviposição
de fêmeas grávidas.

Recomenda-se também os análogos do hormônio juvenil (AHJ) e os Inibidores


da Síntese da Quitina (ISQ) dos insetos. O AHJ mais utilizado é o piriproxifen,
enquanto que o ISQ a ser utilizado pode ser o diflubenzuron e novaluron. Os AJH
e os ISQ são de ação lenta, portanto, a presença de larvas vivas dias após o
tratamento não poderá ser interpretada como falha do controle.

Eliminar as larvas de vetores é importante para garantir a interrupção do ciclo de

vida desse tipo de insetos. No artigo “Fêmeas do Aedes são base para medir

risco de transmissão de dengue”, da redação do Jornal da USP, os autores

mostram a periculosidade de indivíduos adultos, principalmente fêmeas em

período de reprodução para a transmissão de doenças. Acesse em

bit.ly/femeasdoaedes.

Foto: James Gathany via Wikimedia Commons

Clique aqui

Você conheceu um pouco do controle larvário.

Com base na aula, complete as lacunas com as palavras em destaque.

24
a. O __________ de __________ exige experiência do __________ para
detectar os criadouros __________ e __________.
b. Muitos criadouros de larvas de mosquitos são indetectáveis aos
____________________, permanecendo escondidos o __________ todo.
c. O ____________________ por meio de um ____________________ é
fundamental para atividades de __________ de vetores.
d. As larvas de ____________________ proliferam-se em água com
__________ quantidade de __________, ou seja, não dependem da
__________ da água para os mosquitos se desenvolverem.
e. O controle de larvas de Anopheles depende da ____________________
dos criadouros e identificação correta da espécie existente. Trata-se de
uma medida de uso __________ que deverá ser usado quando não for
possível a eliminação definitiva do criadouro por meio de
____________________.

Vamos relembrar?

Nessa aula você aprendeu a identificar os principais


produtos que podem ser utilizados para eliminar larvas
e pupas de mosquitos, mas ressalta-se que as ações
de manejo integrado do vetor devem ser incorporadas
efetivamente como rotina nos municípios brasileiros,
junto com a participação ativa da população na gestão
dos criadouros, principalmente no ambiente doméstico.
Na próxima aula você vai aprender os fundamentos
básicos do tratamento espacial a Ultra Baixo Volume
que são utilizados para eliminar as formas adultas de
mosquitos. Prepare-se porque vai ser bem
interessante.

25
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26
Referências

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento


de Vigilância Epidemiológica. Ações de controle da malária: manual para
profissionais de saúde na atenção básica/Ministério da Saúde, Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2006. 52 p.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento


de Vigilância Epidemiológica. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de
epidemias de dengue/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde,
2009.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento
de Vigilância Epidemiológica. Guia de vigilância do Culex
quinquefasciatus/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
Departamento de Vigilância Epidemiológica – 3ª ed. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2011. 76 p.

27
Respostas dos exercícios (em ordem de aparição)

1. Você conheceu um pouco do controle larvário.

Com base na aula, complete as lacunas com as palavras em destaque.

a. O controle de larvas exige experiência do profissional para detectar os


criadouros naturais e artificiais.
b. Muitos criadouros de larvas de mosquitos são indetectáveis aos nossos
olhos, permanecendo escondidos o tempo todo.
c. O planejamento prévio por meio de um reconhecimento geográfico é
fundamental para atividades de controle de vetores.
d. As larvas de Culex quinquefasciatus proliferam-se em água com pouca
quantidade de oxigênio, ou seja, não dependem da qualidade da água
para os mosquitos se desenvolverem.
e. O controle de larvas de Anopheles depende da caracterização e
mapeamento dos criadouros e identificação correta da espécie existente.
Trata-se de uma medida de uso limitado que deverá ser usado quando
não for possível a eliminação definitiva do criadouro por meio de manejo
ambiental.

28

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