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Área 04, Aula 07

Noções de toxicidade e cuidados no


manuseio, aplicação, higienização e
descarte de inseticidas

1
CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde

ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo

1ª Edição

Junho de 2018
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Campo.

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estipulado na Lei nº 9.610/1998 (Lei de Direitos Autorais), com sanções previstas
no Código Penal, artigo 184, parágrafos 1° ao 3°, sem prejuízo das sanções
cabíveis à espécie.
Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde - CONASEMS
Quadro Geral da Organização
DIRETORIA EXECUTIVA
Presidente – Mauro Guimarães Junqueira

Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins

Vice-Presidente – Wilames Freire Bezerra

Diretora Administrativo – Cristiane Martins Pantaleão

Diretora administrativo- Adjunto- Silva Regina Cremonez Sirena

Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida

Diretora Financeiro-Adjunto – Iolete Soares de Arruda

Diretor de Comunicação Social – Diego Espindola de Ávila

Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Maria Célia Valladares Vasconcelos

Diretora de Descentralização e Regionalização – Stela dos Santos Souza

Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Soraya Galdino de Araújo Lucena

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Carmino Antônio de Souza

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Erno Harzheim

Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Murilo Porto de Andrade

Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Débora Costa dos Santos

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade –


Vanio Rodrigues de Souza

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade –


Adjunto – Afonso Emerick Dutra

2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – André Luiz Dias Mattos

1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago

2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima

1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Januário Carneiro Neto

1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Luiz Carlos Reblin

2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Geovani Ferreira Guimarães

2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Rubens Griep

Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos


Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Angela Maria Lira de Jesus Garrote

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste –Aparecida Clestiane de Costa Souza

Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste–Maria Angélica Benetasso

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri

Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Tereza Cristina Abrahão Fernandes

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Sul- Sidnei Bellé

Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges
de Medeiros

RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS

COSEMS - AC - Tel: (68) 3212-4123

Daniel Herculano da Silva Filho

COSEMS - AL - Tel: (82) 3326-5859

Izabelle Monteiro Alcântara Pereira

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Januário Carneiro da Cunha Neto

COSEMS - AP - Tel: (96) 3271-1390

Maria de Jesus Sousa Caldas

COSEMS - BA - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946

Stela Santos Souza

COSEMS - CE - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099

Josete Malheiros Tavares

COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287

Andréia Passamani Barbosa Corteletti

COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412

Gercilene Ferreira

COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985

Domingos Vinicius de Araújo Santos

COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815


Eduardo Luiz da Silva

COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108

Wilson Braga

COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406

Silvia Regina Cremonez Sirena

COSEMS - PA - Tel: (091) 3223-0271 / 3224-2333

Charles César Tocantins de Souza

COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366

Soraya Galdino de Araújo Lucena

COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256

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COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511

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Afonso Emerick Dutra

COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817

Helenilson José Soares

COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833

Diego Espíndola de Ávila

COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242

Sidnei Belle

COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960

Enock Luiz Ribeiro

COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146


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Equipes do Projeto
EQUIPE TÉCNICA
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas

Elton da Silva Chaves

José Fernando Casquel Monti

Kandice de Melo Falcão

Márcia Cristina Marques Pinheiro

Marema de Deus Patrício

Nilo Bretas Júnior

EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL
Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas

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José Fernando Casquel Monti

Joselisses Abel Ferreira

Kandice de Melo Falcão

Luiz Filipe Barcelos

Murilo Porto de Andrade

Nilo Bretas Júnior

Sandro Haruyuki Terabe

Wilames Freire Bezerra


Sobre o CONASEMS

Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de


Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de
municípios brasileiros.

Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de


saúde, o CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e
formulação de políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o
intercâmbio de informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país.

Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br.


Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de
Epidemiologia de Campo - ProEpi

Supervisão
Érika Valeska Rossetto
Coordenação
Sara Ferraz
Coordenação Pedagógica
Hirla Arruda
Gestão Pedagógica e de Tecnologia da Informação
Renato Lima
Conteudista
Marcos Obara
Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico
Danielly Xavier
Revisão
Rafaella Albuquerque
Sara Ferraz
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Ilustração
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Diagramação
Mauricio Maciel
Design Instrucional
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Colaboradores
Fernanda Bruzadelli

Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília


Supervisão
Jonas Brant
Sobre a ProEpi

Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de


Epidemiologia de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e
estimula a troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando
dezenas de horas de conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino
a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e a mediação de
oportunidades de trabalho nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir
para o aprimoramento da saúde pública no Brasil e no mundo.

Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já


alcançaram mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como
Moçambique, Paraguai e Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas
mais relevantes para profissionais de saúde pública, como comunicação de risco
e investigação de surtos. Além do público capacitado com nossos conteúdos
educacionais, unimos 10.000 seguidores no Facebook e impactamos
semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de notícias.

A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao


redor do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde
enviados para missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram
para o bem-estar da população local e vivenciaram experiências de trabalho
transformadoras.

Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede:
converse conosco escrevendo para contato@proepi.org.br.
Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia
Aplicada à Saúde Pública

Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram


no Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima
quente e, em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para
sobreviver, se reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo
de preocupações cada vez maiores por parte da população e dos profissionais
de saúde de todo o país.

Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do


enfrentamento das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes
aegypti - o CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº
0125/2017, a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde
Pública.

Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a


identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu
comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como
a importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e
armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais
espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os
métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de
segurança no trabalho serão discutidos.

As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua
realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e
promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo
é que o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas
aprendidas aqui.

Sucesso!
Sumário

Aula 7 - Noções de toxicidade e cuidados no manuseio, aplicação, higienização


e descarte de inseticidas .................................................................................. 12

1 - Toxicidade de inseticidas......................................................................... 12

2 - Manuseio e aplicação de inseticidas ....................................................... 15

3 - Higienização de roupas, embalagens, equipamentos e descarte de


inseticidas ..................................................................................................... 21

Vamos relembrar? ........................................................................................ 24


Aula 7 - Noções de toxicidade e cuidados no manuseio,
aplicação, higienização e descarte de inseticidas

Anteriormente, você aprendeu que a única maneira de


garantir a qualidade das aplicações residuais de
inseticidas é o treinamento contínuo e periódico dos
aplicadores por meio de instrumento denominado
painel de borrifação.

Agora, você aprenderá de que forma é realizado o


manuseio e descarte de materiais que estão
contaminados com inseticidas. Ao final você será
capaz de:

• Conhecer técnicas de estimativa a toxicidade de


produtos utilizados no controle de insetos
vetores;
• Compreender o manuseio correto dos
inseticidas durante os processos de preparo,
transferência, diluição e aplicação de
inseticidas;
• Conhecer o processo de higienização de roupas
e equipamentos que tiveram contato com
inseticidas e descartar embalagens utilizadas
nas ações de aplicação de inseticidas.

1 - Toxicidade de inseticidas

A toxicidade de uma substância, seja de origem animal ou sintética, expressa o


grau de danos ou prejuízos que pode provocar a saúde. Normalmente, a unidade

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de medida adotada é a dose letal 50 (DL ) oral, dérmica ou respiratória do
50

ingrediente ativo.

DL oral ou dérmica trata-se da estimativa da menor dose do produto, que


50

administrada de uma só vez, provoca a morte da metade da população exposta


a determinado produto. Dessa forma, quanto menor a DL maior a toxicidade do50

produto.

Na toxicologia, outro importante parâmetro de medida é o NOEL (No Observed


Effect Level), que traduz o grau de segurança, ou seja, representa a maior dose
do tóxico que não induz o aparecimento de nenhum efeito adverso.

De um modo geral, os inseticidas são ordenados conforme os valores a DL que 50

representam a toxicidade do inseticida, ou seja, os produtos extremamente


tóxicos são aqueles que possuem uma DL menor. 50

Fonte: Praguicida em Saúde Pública - Ministério da Saúde (Modificado)

A toxicidade de um inseticida pode ser visualizada no rótulo para que o usuário


conheça o seu grau de risco. Essas indicações são representadas por tarja de
cores e símbolos, geralmente caveiras com duas tíbias cruzadas e algumas
frases de alerta (cuidado, atenção, perigo, entre outros).

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Rótulo indicativo do grau de toxicidade.

Em condições de campo, a DL50 de um produto diminui consideravelmente,


quando este é formulado. Dessa forma, no campo a substância pode ser
classificada quanto à toxicidade, levando-se em conta a sua formulação e não o
ingrediente ativo (i.a.). Para calcular a DL50 do produto em campo utiliza-se a
seguinte fórmula:

Você conheceu um pouco da toxicidade de inseticidas. Com base no tópico 1,


marque a alternativa correta.

O que é expresso pela toxicidade?

a. ( ) O nível de radiação encontrado no elemento ativo do composto;


b. ( ) O grau de danos ou prejuízos que a substância pode provocar à saúde;
c. ( ) A quantidade de tóxicos que existem no ambiente de aplicação da
substância;
d. ( ) O número de insetos que a substância é capaz de eliminar.

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2 - Manuseio e aplicação de inseticidas

De um modo geral, o manuseio de inseticidas envolve as atividades de


preparação de soluções, carga e descarga, abastecimento de equipamentos e
aplicações de produtos, desenvolvidas por profissionais treinados, fazendo uso
obrigatório de EPI.

Profissional equipado com EPI - Fonte: Agência de notícias do Acre Foto: Assessoria/PMRB

Os inseticidas ou materiais contaminados


nunca devem ser manuseados sem os
equipamentos de proteção individual (EPI),
principalmente nas atividades de preparação,
mistura e transferência de produtos. Antes de
manusear qualquer tipo de inseticida
recomenda-se à leitura das informações
Instruções de para uso de inseticida. Fonte:
contidas no rótulo ou na bula, a fim de garantir ruraltop.com.br

a segurança, tanto do aplicador, quanto de toda a comunidade, bem como, do


meio ambiente. É importante destacar que o manuseio seja realizado sempre que
possível em ambiente aberto e ventilado.

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Nos locais de manuseio, preparo e aplicação de inseticidas não se deve permitir
a presença de animais domésticos, curiosos, pessoas doentes, idosos, crianças,
gestantes e quaisquer outras que não estejam envolvidas no trabalho.

As embalagens devem ser abertas com cuidado, para evitar respingos,


derramamento de produto ou espalhamento de pó. Durante todo o processo é
importante manter o rosto afastado e evitar respirar o produto.

Agente de saúde durante o Programa de Combate à Dengue aplicando Larvicida com o uso de EPI .Fonte:
PrefeituradeCuritiba

A embalagem original deve ser mantida aberta apenas o tempo suficiente para
a retirada da quantidade necessária. Para diluição do produto deve-se efetuar
antecipadamente o cálculo correto da mistura a ser aplicada em campo. O resto
do produto diluído será descartado, não devendo retornar à embalagem original.
Caso ainda haja sobras de calda, o produto não deverá permanecer no
equipamento, pois ocorrerá formação de grumos que provocarão o entupimento
de bicos e válvulas. Ainda, o princípio ativo pode sofrer degradação.

As embalagens contendo formulações líquidas devem ser mantidas voltadas


para baixo, sobre a abertura do tanque do equipamento (tanques ou bomba
manual) ou sobre o vasilhame que está sendo utilizado para o preparo da calda,
por no mínimo 30 segundos, até o esgotamento do produto da embalagem,
quando o “pingamento” ficar bastante espaçado.

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Ao transferir inseticidas líquidos para recipientes menores, utilizar
preferencialmente bombas manuais de transferência. Nunca aspirar a mangueira
com a boca. A manipulação do inseticida deverá ser feita sempre de costas para
o vento.

Tanques de máquinas de UBV devem ser manuseado com extremo cuidado para evitar acidentes e contaminação.
Fonte: Blogão dos Lagos.

O abastecimento dos tanques de máquinas pesadas a UBV deverá ser realizado


próximo a um banheiro de acesso fácil com chuveiro, assim como a
disponibilidade de sabão para a limpeza imediata de áreas contaminadas por
possíveis derramamentos de inseticida sobre o operador.

Para o preparo dos produtos devem ser usados provetas, copos graduados,
funis, filtros, baldes e canecas, os quais devem ser exclusivos para tal fim e
cuidadosamente lavados após a utilização. Jamais usar as mãos como medida
e instrumentos domésticos que possam ser confundidos com os acima citados.
Deve-se atentar para as instruções contidas nos rótulos, quanto à ordem e forma
de realizar as diluições para preparação de calda.

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Análise das instruções para manejo de agrotóxicos. Fonte: desconhecida

A introdução da calda preparada no equipamento de aplicação deve ser


realizada com funil adequado, deixando um pequeno espaço entre o funil e o
recipiente para evitar bolhas. Todo cuidado deve ser tomado para que o líquido
transferido não transborde dos tanques.

Em relação a aplicação, os equipamentos devem ser submetidos a inspeção


minuciosa com o objetivo de verificar o estado dos equipamentos, substituindo-
os por outros se necessário ou efetuando os devidos reparos. Antes de qualquer
operação recomenda-se calibrá-los com água e testá-los para verificar se não
há vazamentos e se a vazão está correta.

A utilização de equipamentos mal calibrados e com vazamentos trazem prejuízos


econômicos, resultados insatisfatórios, perdas de tempo e riscos para os
aplicadores. Os aplicadores não devem executar, na mesma jornada de trabalho,
a mistura de diferentes grupos químicos de inseticidas (exemplo: piretróides e
carbamatos) ou do mesmo grupo sem indicação técnica.

Todas as conexões das bombas devem ser verificadas, assim como o estado
dos bocais e bicos. Os bicos devem ser desmontados e limpos com água com
auxílio de uma escova macia. Nos equipamentos motorizados, as mangueiras
de combustíveis deverão ser examinadas regularmente e trocadas quando
necessário para reduzir o risco de gotejamento e possíveis incêndios.

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Agente de endemias inserindo inseticida em máquina de UBV Fonte: endemiasmiracemarj.blogspot.com/

A aplicação de inseticidas deve ser realizada apenas por pessoas capacitadas e


treinadas. Durante a aplicação de inseticidas não se deve beber, comer ou fumar
nos locais onde tenham sido realizados as aplicações, nem carregar alimentos
ou cigarros nos bolsos. Também não se deve trabalhar com ferimentos expostos
e nem com fome.

A ingestão de bebida alcoólica também é expressamente proibida, uma vez que


o organofosforados ou carbamatos reagem com o álcool produzindo uma queda
no valor da colinesterase sanguínea, portanto haverá grandes riscos de
intoxicação aguda mesmo com pequena dose desses compostos.
Periodicamente, os aplicadores que trabalham com organofosforados ou
carbamatos devem ser submetidos a exames de determinação dos níveis de
colinesterase sanguínea.

Deve-se ter muita atenção e cuidado durante as aplicações de inseticidas para


que os produtos não atinjam redes elétricas, água potável, alimentos, utensílios
de cozinhas, remédios, roupas, armários, superfícies recém-pintadas, aparelhos
eletrônicos, brinquedos, aquários e gaiolas de animais. Em locais fechados, não
realizar aplicações sem o prévio reconhecimento da área e sem um roteiro de
aplicação de dentro para fora do local a ser tratado. Nesses locais não se deve

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permanecer com o motor a gasolina funcionando por muito tempo, pois o
monóxido de carbono produzido pelo motor é tóxico.

O operador de equipamento portátil a UBV em áreas abertas, sempre que


possível, deve colocar-se de costas para o vento. No interior das residências,
nunca deve circular por áreas já tratadas. Também é importante destacar que
esses operadores devem utilizar protetores auriculares para reduzir o ruído,
quando o nível ultrapassar 85 decibéis.

Em caso de contato do inseticida com qualquer parte do corpo ou derramamento


sobre a roupa, retirá-la imediatamente e lavar a zona da pele afetada com
bastante água fria e sabão. Se os olhos forem atingidos, lavá-los imediatamente
com água fria e abundante por pelo menos 10 minutos. Teremos uma aula mais
a frente que abordará detalhadamente os procedimentos a serem adotados, em
caso de acidentes com inseticidas.

A pessoa responsável pelo trabalhador deve ser imediatamente avisada sobre


qualquer acidente ocorrido durante o preparo e aplicação de inseticida. Esse fato
deve ser cuidadosamente registrado.

Você conheceu um pouco no manuseio e aplicação de inseticidas. Com base no


tópico 2, marque verdadeiro ou falso.

1. ( ) A aplicação de inseticidas deve ser realizada apenas por pessoas


capacitadas e treinadas.

2. ( ) É importante manter animais e pessoas no ambiente de aplicação dos


inseticidas para garantir a efetividade do inseticida.

3. ( ) Os inseticidas ou materiais contaminados nunca devem ser


manuseados sem o uso de EPI, principalmente em atividades de
preparação, mistura e transferência de produtos.

4. ( ) Em caso de contato do inseticida com qualquer parte do corpo ou


derramamento sobre a roupa, retirá-la imediatamente e lavar a zona da
pele afetada com bastante água fria e sabão.

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3 - Higienização de roupas, embalagens, equipamentos e
descarte de inseticidas

A higienização de roupas utilizadas nas atividades de controle de insetos vetores


eliminará ou minimizará a contaminação da pessoa, evitando assim possíveis
intoxicações. No entanto, essa atividade não deve ser realizada por gestantes,
e crianças.

Guia de retirada do EPI. Fonte: Syngenta, modificado.

Para os procedimentos de higienização, as roupas usadas durante as aplicações


de inseticidas devem ser separadas das demais peças de roupa. Antes do
processo de higienização propriamente dito, as peças serão submetidas a três
molhos com água e sabão, cujo procedimento deve ser realizado com luvas
nitrílicas. Um par de luvas deve ser separado para uso exclusivo da higienização.
O tempo de permanência em cada molho deverá ser de uma hora.

A água utilizada para imersão das roupas contaminadas pode ser escoada na
rede comum de esgoto, sem problemas de contaminação, uma vez que,
passaram por elevada diluição. Após ficarem de molho, as roupas poderão ser
manuseadas com segurança, praticamente sem risco de contaminação.

Antes de proceder a higienização dos materiais utilizados nas atividades de


controle deve-se recolher todos os restos dos produtos, caldas e embalagens

21
vazias. Nas embalagens devem ser verificadas se não há restos de produtos no
fundo do recipiente, mesmo que durante o abastecimento, todo conteúdo tenha
escorrido. Recomenda-se que o frasco, após o esvaziamento, continue inclinado
por mais 30 segundos em um tanque específico de descarte de materiais.

Após isso, as embalagens serão submetidas a tríplice higienização que consiste


na colocação de água no interior da embalagem em cerca de 1/4 do volume total,
tampar e agitar várias vezes. Este procedimento deverá ser repetido três vezes.
Da mesma forma, recomenda-se furar o fundo das embalagens, independente
do tipo, para evitar a reutilização das mesmas.

A água utilizada para higienização da embalagem deverá ser colocada no interior


do tanque do equipamento aplicador, sempre observando para que não exceda
à capacidade volumétrica do mesmo. Tal procedimento elimina cerca de 99,8%
do produto da embalagem, assegurando menor risco para o descarte. Após a
realização da tríplice lavagem das embalagens, recomenda-se destruí-las
(perfurar, esmagar, etc.), para posterior transporte a um local adequado, onde
serão armazenadas e depois devolvidas ao fornecedor ou destinadas a outras
finalidades, como reciclagem industrial, por exemplo.

Os tambores de aço poderão ser reutilizados, desde que todo o conteúdo foi
devidamente esvaziado. Logo após colocar no tambor, cerca de 50 litros de óleo
de soja, tampar, e movimentá-lo até que o óleo tenha lavado os restos de
inseticida. Depois dessa higienização com óleo, guardar o produto em tambor
identificado veneno. Após a retirada do óleo, o tambor deverá ser lavado com
água pressurizada, podendo ser usado para fins específicos de coleta e
armazenamento de lixo. Os tambores plásticos não deverão ser reaproveitados,
pois as paredes do recipiente podem estar impregnadas com o produto.

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A Figura abaixo mostra o fluxo e o destino adequado das embalagens utilizadas
no controle de insetos vetores.

Destino adequado das embalagens contaminadas com inseticidas. Fonte: FUNASA 2001.

Para a limpeza dos equipamentos motorizados adota-se também a tríplice


lavagem que consiste nos seguintes procedimentos: abastecimento com água
limpa, seguida de três passagens consecutivas com acionamento da máquina
(com ou sem os bicos), esvaziamento total do tanque. A água da higienização
dos equipamentos deverá ser recolhida em caixa de cimento, onde sofrerá a
devida neutralização, evitando assim a contaminação do ambiente. Limpar
também viaturas e materiais de operação.

Você se interessou pelo tema? Temos um artigo que poderá gostar!

DOS SANTOS, Juliana Cristina et al. Toxicidade de inseticidas piretróides e


organofosforados para populações brasileiras de Sitophilus zeamais (Coleoptera:
Curculionidae). Bioscience Journal, v. 25, n. 6, 2009.

23
Você conheceu um pouco sobre a higienização de roupas, embalagens e
equipamentos. Com base no tópico 3, complete as lacunas com as palavras em
destaque.

1. A ____________________ utilizadas nas atividades de controle de


insetos vetores eliminará ou minimizará a __________ da pessoa,
evitando assim possíveis __________.

Vamos relembrar?

Durante as atividades de controle de insetos vetores


são liberados diversos produtos tóxicos que podem ser
materiais sólidos, líquidos e gasosos. A maioria desses
compostos apresentam tamanho bastante discreto e
podem produzir quadros graves de envenenamentos
em aplicadores.

Dessa forma, a utilização de Equipamentos de


Proteção Individual (EPI) é considerada de
fundamental importância para reduzir os riscos
potenciais a saúde desses profissionais.

No próximo conteúdo, iremos aprofundar no estudo


dos EPI. Esperamos por você!

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Referências

Ministério da Saúde. Controle de vetores – procedimentos de segurança. Editora


Fundação Nacional de Saúde, 2001.

SUCEN - Superintendência de Controle de Endemias/Secretaria de Estado da


Saúde. Manual de Segurança em Controle Químico de Vetores. Disponível em
http://www.saude.sp.gov.br/sucen-superintendencia-de-controle-de-
endemias/programas/seguranca-do-trabalhador/manual-de-seguranca-em-
controle-quimico-de-vetores

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Respostas dos exercícios (em ordem de aparição)

1. Você conheceu um pouco da toxicidade de inseticidas. Com base no tópico 1,


marque a alternativa correta.

O que é expresso pela toxicidade?

a. ( ) O nível de radiação encontrado no elemento ativo do composto


b. (X) O grau de danos ou prejuízos que a substância pode provocar à saúde
c. ( ) A quantidade de tóxicos que existem no ambiente de aplicação da
substância
d. ( ) O número de insetos que a substância é capaz de eliminar

2. Você conheceu um pouco no manuseio e aplicação de inseticidas. Com base


no tópico 2, marque verdadeiro ou falso.

1. (V) A aplicação de inseticidas deve ser realizada apenas por pessoas


capacitadas e treinadas.
2. (F) É importante manter animais e pessoas no ambiente de aplicação dos
inseticidas para garantir a efetividade do inseticida.
3. (V) Os inseticidas ou materiais contaminados nunca devem ser
manuseados sem o uso de EPI, principalmente em atividades de
preparação, mistura e transferência de produtos.
4. (V) Em caso de contato do inseticida com qualquer parte do corpo ou
derramamento sobre a roupa, retirá-la imediatamente e lavar a zona da
pele afetada com bastante água fria e sabão.

3. Você conheceu um pouco sobre a higienização de roupas, embalagens e


equipamentos. Com base no tópico 3, complete as lacunas com as palavras em
destaque.

1. A higienização de roupas utilizadas nas atividades de controle de insetos

vetores eliminará ou minimizará a contaminação da pessoa, evitando

assim possíveis intoxicações.

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