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Área 01, Aula 4

Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

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CONASEMS - Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde

ProEpi - Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo

2ª Edição

Junho de 2020
Copyright © 2018, Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo.

Todos os direitos reservados.

A cópia total ou parcial, sem autorização expressa do(s) autor(es) ou com o intuito de
lucro, constitui crime contra a propriedade intelectual, conforme estipulado na Lei nº
9.610/1998 (Lei de Direitos Autorais), com sanções previstas no Código Penal, artigo
184, parágrafos 1° ao 3°, sem prejuízo das sanções cabíveis à espécie.
Expediente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de
Saúde - CONASEMS
QUADRO GERAL DA ORGANIZAÇÃO
DIRETORIA EXECUTIVA

Presidente – Wilames Freire Bezerra

Vice-Presidente – Charles Cezar Tocantins


Vice-Presidente – Cristiane Martins Pantaleão

Secretário Executivo - Mauro Guimarães Junqueira

Diretora Administrativo – Jose Eduardo Fogolin Passos

Diretor Financeiro – Hisham Mohamad Hamida

Diretora Financeiro-Adjunto – Orlando Jorge Pereira de Andrade de Lima

Diretor de Comunicação Social – Maria Célia Valladares Vasconcelos

Diretora de Comunicação Social–Adjunto – Iolete Soares de Arruda

Diretora de Descentralização e Regionalização – Soraya Galdino de Araújo Lucena

Diretora de Descentralização e Regionalização–Adjunto – Stela dos Santos Souza

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares – Diego Espindola de Ávila

Diretor de Relações Institucionais e Parlamentares- Adjunto- Carmino Antônio de Souza

Diretor de Municípios de Pequeno Porte - Débora Costa dos Santos

Diretora de Municípios de Pequeno Porte–Adjunto – Murilo Porto de Andrade

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – Januário Carneiro Neto

Diretor de Municípios com Populações Ribeirinhas e em Situação de Vulnerabilidade – Adjunto – Vera Lucia
Quadros

1º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – Maria Angélica Benetasso

2º Vice-Presidente Regional - Região Centro Oeste – Douglas Alves de Oliveira

1º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Normanda da Silva Santiago

2º Vice-Presidente Regional - Região Nordeste – Leopoldina Cipriano Feitosa

1º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Marcel Jandson Menezes

2º Vice-Presidente Regional - Região Norte – Rondinelly da Silva e Souza

1º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Andreia Passamani Barbosa Corteletti

2º Vice-Presidente Regional - Região Sudeste – Eduardo Luiz da Silva

1° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Pablo de Lannoy Sturmer

2° Vice-Presidente Regional – Região Sul - Adriane da Silva Jorge Carvalho

Conselho Fiscal 1º Membro – Região Norte – Oteniel Almeida dos Santos

Conselho Fiscal 1º Membro – Região Nordeste – Jose Afranio Pinho Pinheiro Junior

Conselho Fiscal 2º Membro – Região Nordeste - Artur Belarmino de Amorim

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Centro-Oeste – Edimar Rodrigues Silva

Conselho Fiscal 2º Membro - Região Centro-Oeste– Patricia Marques Magalhães

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sudeste - José Carlos Canciglieri

Conselho Fiscal 2° Membro – Região Sudeste - Maria Augusta Monteiro Ferreira

Conselho Fiscal 1º Membro - Região Sul - João Carlos Strassacapa

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Conselho Fiscal2º Membro – Região Sul- Manuel Rodriguez del Olmo

Representantes no Conselho Nacional de Saúde – Arilson da Silva Cardoso e José Eri Borges de Medeiros

RELAÇÃO NACIONAL DOS COSEMS


COSEMS - AC - Daniel Herculano da Silva Filho - Tel: (68) 3212-4123
COSEMS - AL - Izabelle Monteiro Alcântara Pereira - Tel: (82) 3326-5859
COSEMS - AM - Januário Carneiro da Cunha Neto - Tel: (92) 3643-6338 / 6300
COSEMS - AP - Marcel Jandson Menezes - Tel: (96) 3271-1390
COSEMS - BA - Stela Santos Souza - Tel: (71) 3115-5915 / 3115-5946
COSEMS - CE - Sayonara Moura de Oliveira Cidade - Tel: (85) 3101-5444 / 3219-9099
COSEMS - ES - Tel: (27) 3026-2287 - Catia Cristina Vieira Lisboa
COSEMS - GO - Tel: (62) 3201-3412 - Verônica Savatin Wottrich
COSEMS - MA - Tel: (98) 3256-1543 / 3236-6985 - Domingos Vinicius de Araújo Santos
COSEMS - MG - Tels: (31) 3287-3220 / 5815 - Eduardo Luiz da Silva
COSEMS - MS - Tel: (67) 3312-1110 / 1108 - Rogério dos Santos Leite
COSEMS - MT - Tel: (65) 3644-2406 - Marco Antonio Noberto Felipe
COSEMS - PA - Tel: (091) 3223-0271 / 3224-2333 - Charles César Tocantins de Souza
COSEMS - PB - Tel: (83) 3218-7366 - Soraya Galdino de Araújo Lucena
COSEMS - PE - Tel: (81) 3221-5162 / 3181-6256 - Orlando Jorge Pereira de Andrade Lima
COSEMS - PI - Tel: (86) 3211-0511 - Auridene Maria da Silva Moreira de Freitas Tapety
COSEMS - PR - Tel: (44) 3330-4417 - Carlos Alberto de Andrade
COSEMS - RJ - Tel: (21) 2240-3763 - Maria da Conceição de Souza Rocha
COSEMS - RN - Tel: (84) 3222-8996 - Maria Eliza Garcia Soares
COSEMS - RO - Tel: (69) 3216-5371 - Vera Lucia Quadros
COSEMS - RR - Tel: (95) 3623-0817 - Jeovan Oliveira da Silva
COSEMS - RS - Tel: (51) 3231-3833 - Diego Espíndola de Ávila
COSEMS - SC - Tel: (48) 3221-2385 / 3221-2242 - Alexandre Lencina Fagundes
COSEMS - SE - Tel: (79) 3214-6277 / 3346-1960 - Enock Luiz Ribeiro
COSEMS - SP - Tel: (11) 3066-8259 / 8146 - Jose Eduardo Fogolin Passos
COSEMS - TO - Tel: (63) 3218-1782 - Jair Pereira Lima

EQUIPES DO PROJETO

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EQUIPE TÉCNICA

Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas


Flávio Alexandre Cardoso Álvares
Kandice de Melo Falcão

EQUIPE TÉCNICO-OPERACIONAL

Alessandro Aldrin Pinheiro Chagas


Catarina Batista da Silva Moreira
Flávio Alexandre Cardoso Álvares
Jônatas David Gonçalves Lima
Joselisses Abel Ferreira
Kandice de Melo Falcão
Luiz Filipe Barcelos
Murilo Porto de Andrade
Soraya Galdino de Araújo Lucena
Sandro Haruyuki Terabe
Wilames Freire Bezerra

Sobre o CONASEMS

Fazendo jus ao tamanho e à diversidade do Brasil, o Conselho Nacional de


Secretarias Municipais de Saúde representa a heterogeneidade dos milhares de
municípios brasileiros.

Historicamente comprometido com a descentralização da gestão pública de


saúde, o CONASEMS defende o protagonismo dos municípios no debate e
formulação de políticas públicas e contribui para o aumento da eficiência, o
intercâmbio de informações e a cooperação entre os sistemas de saúde do país.

Conheça nossas três décadas de atuação acessando www.conasems.org.br.

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Equipe Técnica da Associação Brasileira de Profissionais de
Epidemiologia de Campo - ProEpi

Equipe técnica

Coordenação Pedagógica - Hirla Arruda


Tecnologia da Informação 1ª versão - Renato Lima/ Edmo Filho
Tecnologia da Informação 2º versão - João Gabriel Brandão
Conteudista - Walter Ramalho
Apoio Técnico ao Núcleo Pedagógico 1ª versão - Danielly Xavier
Revisão 1ª versão - Daniel Coradi/ José Alexandre Menezes/ Sara Ferraz
Revisão 2º versão - Daniele Queiroz/ Sarah Mendez/ Sara Ferraz
Design Instrucional - Guilherme Duarte
Ilustração 1ª versão - Guilherme Duarte/ Mauricio Maciel
Ilustração 2º versão - Guilherme Duarte

Supervisão – Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia


de Campo – ProEpi
Sara Ferraz

Faculdade de Ciências da Saúde – Universidade de Brasília


Jonas Brant

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Sobre a ProEpi

Fundada em 2014, a Associação Brasileira de Profissionais de


Epidemiologia de Campo une pessoas comprometidas com a saúde pública e
estimula a troca de ideias e o aperfeiçoamento profissional entre elas. Ofertando
dezenas de horas de conteúdo profissionalizante em nossa plataforma de ensino
a distância, curadoria de notícias, treinamentos presenciais e a mediação de
oportunidades de trabalho nacionais e internacionais, a ProEpi busca contribuir
para o aprimoramento da saúde pública no Brasil e no mundo.

Apenas nos últimos dois anos, 5 materiais de ensino a distância já


alcançaram mais de 3.000 pessoas pelo Brasil e países parceiros, como
Moçambique, Paraguai e Chile, e mais de 30 treinamentos levaram os temas
mais relevantes para profissionais de saúde pública, como comunicação de risco
e investigação de surtos. Além do público capacitado com nossos conteúdos
educacionais, unimos 10.000 seguidores no Facebook e impactamos
semanalmente cerca de 30.000 com nossa curadoria de notícias.

A ProEpi também atua na resposta a emergências de saúde pública ao


redor do mundo. Foram mais de duas dezenas de profissionais de saúde
enviados para missões em Angola, Bangladesh e África do Sul que contribuíram
para o bem-estar da população local e vivenciaram experiências de trabalho
transformadoras.

Você pode fazer parte dessa evolução ao tornar-se membro de nossa rede:
converse conosco escrevendo para contato@proepi.org.br.

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Sobre a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia
Aplicada à Saúde Pública

Os insetos são os animais mais bem-sucedidos do planeta e encontram


no Brasil condições muito favoráveis para sua multiplicação. Em nosso clima
quente e, em geral, úmido, eles encontram as circunstâncias ideias para
sobreviver, se reproduzir e transmitir doenças. Como consequência, são motivo
de preocupações cada vez maiores por parte da população e dos profissionais
de saúde de todo o país.

Pensando em preparar estes profissionais para os desafios do


enfrentamento das doenças transmitidas pelos insetos - em especial por Aedes
aegypti - o CONASEMS desenvolveu em parceria com a ProEpi, via TRPJ nº
0125/2017, a ferramenta EAD autoinstrutiva em Entomologia Aplicada à Saúde
Pública.

Neste material, serão apresentados conceitos fundamentais para a


identificação das espécies de maior importância médica, informações sobre seu
comportamento, ciclo de vida e as doenças transmitidas por elas. Temas como
a importância da Vigilância Epidemiológica, os métodos de captura, transporte e
armazenamento de insetos e os indicadores entomológicos para as principais
espécies também serão abordados. Por fim, temas de aplicação prática como os
métodos de controle vetorial, o manejo integrado de vetores e os conceitos de
segurança no trabalho serão discutidos.

As aulas estão cheias de convites para que o profissional reflita sobre sua
realidade local e interaja com seus colegas, além de exercícios que destacam e
promovem a fixação dos conceitos mais fundamentais de cada tema. O objetivo
é que o profissional se sinta preparado para aplicar em seu município as técnicas
aprendidas aqui.

Sucesso!

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Sumário

1 - Trajetória da Vigilância Sanitária no Brasil ................................................. 10

2 - Competências da Vigilância Sanitária ........................................................ 20

3 - Risco sanitário ........................................................................................... 26

Riscos ambientais ........................................................................................... 27

Riscos ocupacionais ....................................................................................... 27

Riscos sociais ................................................................................................. 28

Riscos iatrogênicos ......................................................................................... 28

Riscos institucionais ........................................................................................ 29

4 - Áreas de atuação da vigilância sanitária .................................................... 29

4.1- Atuação da vigilância sanitária em produtos ............................................ 30

a) - Alimentos, bebidas e águas minerais........................................................ 30

b) Medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos ...................... 31

c) Saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação em


ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos: ............................................ 32

c) Serviços ...................................................................................................... 34

4.2 - Atuação da vigilância sanitária no meio ambiente, incluído o do trabalho 34

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AULA 4 - Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

Olá,

Anteriormente, você aprendeu sobre promoção da saúde,


risco em saúde e dos determinantes sociais da saúde.

Nessa aula que inicia agora, você vai aprender sobre Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária. Ao final, você será capaz de:

• Conhecer a evolução e estruturação da Vigilância


Sanitária através do seu histórico;
• Conhecer suas competências e os riscos sanitários;
• Conhecer a área de atuação da Vigilância Sanitária.

1 - Trajetória da Vigilância Sanitária no Brasil

1808 - Chegada da família real

Foi com a chegada da família real portuguesa, em 1808, que se estruturou a Saúde
Pública no Brasil, com foco na contenção de epidemias e inserção do país nas rotas
de comércio internacional. Quando intensificou-se o fluxo de embarcações e a
circulação de passageiros e de mercadorias no País, houve o desenvolvimento
organizado das ações de vigilância sanitária, que ocorreu no início no século XVIII,
seguindo o modelo e regimentos adotados por Portugal. Dessa forma, o controle
sanitário tornou-se necessário para evitar epidemias e promover a aceitação dos
produtos brasileiros no mercado internacional. As atividades sanitárias mantinham seu
caráter fiscalizador, julgador e punitivo, e as autoridades detinham o poder de tributar
e de arrecadar as taxas sobre os respectivos serviços.

1810 - Regimento da Provedoria

Em 1810, entrou em vigência o Regimento da Provedoria, que dava forma a um novo


tipo de prática, baseada no modelo da polícia médica, difundido no continente europeu,

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e expressava uma nova relação entre a medicina e o Estado. Através desse
Regimento, a sociedade passava a ser objeto de regulamentação médica e a saúde
passava a ser um problema social. Estabeleceram-se normas para o controle sanitário
dos portos, instituíram-se a quarentena e o Lazareto (estabelecimento para controle
sanitário, onde são postas de quarentena as pessoas que, chegadas a um porto ou aeroporto,
podem ser portadoras de moléstias contagiosas), para isolamento de doentes de moléstias
contagiosas; o controle de alimentos; a inspeção de matadouros, açougues públicos,
boticas, drogas e medicamentos; a fiscalização e os exames para a concessão de
licença para o exercício da medicina e da farmácia. Mas essas ações tinham pouco
alcance nas áreas do território brasileiro situadas para além da sede do governo.

1820 - Criação da Inspetoria de Saúde Pública do Porto do Rio de


Janeiro

A criação da Inspetoria de Saúde Pública


do Porto do Rio de Janeiro, surgiu de uma
necessidade decorrente da propagação
de doenças transmissíveis nos
agrupamentos urbanos, que aumentavam
em população e não em suas condições
sanitárias básicas. Essa foi uma das
primeiras medidas para evitar o
Figura 1https://blog.maxieduca.com.br/poder-policia- adoecimento decorrente da
direito/vigilancia-sanitaria-panificacao/
contaminação de alimentos adotadas no
Brasil.

Essa inspetoria, contribuiu para o estabelecimento de normas para organizar a vida


nas cidades, cujas práticas se espelharam no modelo europeu da polícia médica.
Assim, passaram a ser objeto de regulamentação médica os vários aspectos da vida
urbana da época, tais como: o isolamento de doentes portadores de moléstias
“pestilenciais”, os cemitérios, gêneros alimentícios, açougues, matadouros, casas de
saúde, medicamentos, entre outros.

1832 - Promulgação do Código de Posturas

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Após a Independência, decretou-se a municipalização dos serviços sanitários, portanto
as Câmaras Municipais passaram a reorganizar-se e a estabelecer seus regimentos.
A Sociedade de Medicina e Cirurgia criada em 1829, constituiu-se em importante
aliada do Estado. Inspirada na medicina francesa, a entidade centralizava a explicação
das doenças no meio ambiente, criando, assim, uma relação entre a ordem moral e a
saúde e colaborava na elaboração de normas sanitárias e na proposição de medidas
para o combate de doenças. Com o apoio dessa Sociedade, a Câmara Municipal do
Rio de Janeiro elaborou um Código de Posturas e o promulgou em 1832. O Código
estabelecia normas para cemitérios e enterros, para doenças contagiosas, para
pântanos e águas infectadas, matadouros, currais, açougues e gêneros alimentícios,
para o exercício da medicina e da farmácia, para o controle de medicamentos,
hospitais, casas de saúde e fábricas.

Figura 2Fonte: https://www.slideshare.net/DeniseJankovic1/aula-imprio-2012/57

1851 - Junta de higiene pública

Em uma medida inédita, uma portaria do Ministro de Negócios do Império proibiu a


criação de novas casas de saúde sem consulta prévia à Junta de Higiene Pública.
Essa medida se caracterizou pela atribuição de determinadas funções ao plano federal
- a exemplo do controle sanitário dos portos e fronteiras e do exercício da medicina e
farmácia e, em menor parte, a Estados e Municípios. Porém, em decorrência da
precariedade desses, em 1849, numa situação epidêmica, se revogou a
municipalização, recriando-se órgãos centralizados, numa tentativa de melhorar os
Serviços Sanitários do Império.

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1888 - A República

A instauração da República marcou o início da organização das administrações


sanitárias estaduais e a constituição de órgãos de Vigilância Sanitária nas Unidades
da Federação. Para a União ficou a responsabilidade pelos estudos das doenças,
pelas medidas profiláticas, pelas estatísticas demográfica e sanitária, pela fiscalização
do exercício profissional da medicina e da farmácia, pela análise de substâncias
importadas e pelo controle das doenças na Capital Federal, nos portos e nas fronteiras.
As ações de combate às doenças infectocontagiosas passaram a fundamentar-se na
pesquisa bacteriológica, apoiadas pela criação dos Institutos de Pesquisa e nas
intervenções da polícia sanitária. Intensificaram-se a produção de normas e o
esquadrinhamento do espaço urbano e o saber médico ganhou mais valor.

1904 a 1923 - De Oswaldo Cruz a Carlos Chagas

A persistência de graves problemas sanitários, principalmente representados pelas


doenças epidêmicas, transformava o país em objeto de pressões internacionais. A
intervenção sobre o Rio de Janeiro, no período de Oswaldo Cruz e o célebre episódio
da revolta de vacina, ilustram o primeiro período da República e suas contradições,
em meio a posições divergentes quanto às competências da União e dos Estados
para legislar sobre as questões sanitárias.

Figura 3A vacinação era feita pela brigada sanitária, que era uma comissão de empregados da área de saúde preparados para
executar esse serviço. Os profissionais entravam na casa das pessoas e vacinavam todos que lá estivessem, mas esta forma
de agir indignou a http://blog.saude.mg.gov.br/2017/01/02/curiosidade-conheca-oswaldo-cruz-o-sanitarista-que-mudou-o-brasil/

Na época de Oswaldo Cruz, a implantação de novo Regulamento dos Serviços


Sanitários da União, aprovado em 1904, previu, pela primeira vez, a elaboração de um
Código Sanitário pela União e a instituição do Juízo dos Feitos de Serviços Sanitários

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Saúde Pública. Esse órgão era responsável pelo julgamento de causas de
interesse da saúde pública, tais como, crimes e contravenções de higiene e
salubridade públicas e a cobrança de multas e taxas sanitárias. Em razão do
federalismo, a partir de 1889 os estados passaram a dispor de Código Sanitário
próprio, antes mesmo da elaboração do Código Sanitário Federal, em 1923.

Com a Reforma de Carlos Chagas, criou-se, em 1920, o Departamento Nacional de


Saúde Pública. O DNSP estendeu a sua ação ao saneamento urbano e, formalmente,
ao rural; aos serviços de higiene infantil; à higiene industrial e profissional; à supervisão
dos hospitais públicos federais e à fiscalização dos demais; à propaganda sanitária e
ao combate às endemias e epidemias rurais. Mas em virtudes das limitações do país,
essas ações tinham pouco alcance.

Saiba Mais

Em 31 de dezembro de 1923 houve a edição Decreto n 16.300, com 1.679 artigos, de


1920. Através desse Decreto que vigorou, por muito tempo, como Regulamento
Sanitário Federal, pretendeu-se incluir praticamente a totalidade da vida social na
ordem sanitária e se fixaram disposições normativas minuciosas, muitas vezes
inaplicáveis. O Decreto estabeleceu as competências do DNSP e dos órgãos afins e
normatizou sobre: controle do exercício profissional; licenciamento prévio de
farmácias, drogarias, laboratórios, ervanários e fábricas de medicamentos;
licenciamento ou fiscalização de produtos farmacêuticos, soros, vacinas e produtos
biológicos, desinfetantes, produtos de higiene e toucador, águas minerais naturais,
com propriedades farmacêuticas; inspeção sanitária dos empregados domésticos, das
amas-de-Ieite e de estabelecimentos comerciais; fiscalização de estabelecimentos
destinados à infância, maternidades, hospitais, consultórios, escolas, creches e outros;
fiscalização de mananciais, e análise das águas de abastecimento; domicílios, lugares
e logradouros públicos, fábricas, oficinas, estabelecimentos comerciais e industriais,
mercados, hotéis e restaurantes; fiscalização de gêneros alimentícios, inclusive de
corantes e edulcorantes; defesa sanitária marítima e fluvial, e inspeção médica de
imigrantes.

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Em relação ao controle sanitário de produtos se estabeleceram multas e penas de
prisão, inafiançáveis, para os falsificadores de alimentos e outros produtos sob controle
do DNSP, como medicamentos e produtos biológicos.

O Regulamento incorporou a expressão Vigilância Sanitária, empregada


indistintamente para o controle sanitário de pessoas doentes, ou suspeitas de
moléstias transmissíveis, e de estabelecimentos e locais.

1953 - A criação do Ministério da Saúde

Ao longo do século XX houve inúmeras reformas, de maior ou menor envergadura,


intensa produção de leis, sobretudo, nas áreas de medicamentos e alimentos. Cabe
ressaltar que entre as décadas de 30 a 45, houve o crescimento da indústria química-
farmacêutica e de agrotóxicos, impulsionado pelos acontecimentos relacionados à
segunda guerra mundial, além da realização de exames laboratoriais relacionados ao
controle sanitário dos produtos químico-farmacêuticos pelo Instituto Oswaldo Cruz.

A década de 1950 trouxe mudanças importantes com a criação do Ministério da Saúde


em 1953, a publicação da Lei 1.944/53 que tornou obrigatória a iodação do sal de
cozinha com a finalidade de controlar o bócio endêmico, constituindo-se em uma das
mais importantes iniciativas na área de alimentos com fins de controlar uma doença.

No ano seguinte criou-se o Laboratório Central de Controle de Drogas e Medicamentos


(LCCDM), para realizar análises e estabelecer padrões. Em 1961 o LCCDM incorporou
a área de alimentos, passando a incumbir-se da análise prévia e do registro de
produtos alimentícios, transformando-se no Laboratório Central de Controle de Drogas,
Medicamentos e Alimentos (LCCDMA).

1961 - Código Nacional de Saúde

Em 1961, se regulamentou o Código Nacional de


Destaque
Saúde que estabelecia normas gerais sobre defesa
e proteção da saúde. Atribuiu ao Ministério da O começo da década de 1960
Saúde extenso espectro de atuação na regulação sofreu o impacto da denúncia
de alimentos, estabelecimentos industriais e de graves acontecimentos na
comerciais, pessoal, veículos, e na distribuição, na área de alimentos e de

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propaganda comercial e no controle de resíduos de medicamentos: as mortes por
pesticidas. Desde então, o controle de alimentos consumo de peixes
industrializados se dividiu entre os Ministérios da contaminados com mercúrio, no
Saúde e da Agricultura. Japão; as mortes de animais
que se alimentaram com ração
A partir do começo dos anos 1960, a área de
com aflatoxinas; a revelação da
alimentos passou a sofrer muita influência do
contaminação da carne
Codex Alimentarius internacional, que reúne
brasileira com fármaco
normas para o comércio internacional de alimentos,
anabolizante; o nascimento de
e estimula o controle sobre os riscos relacionados
bebês malformados, em virtude
ao consumo desses produtos.
do uso da talidomida .

Saiba Mais

A tragédia da talidomida, no final dos anos 1950, constituiu um divisor de águas na


regulação de medicamentos. Novos usos da droga estão sendo pesquisados e
implementados atualmente.

Clique aqui

1976 - Criação da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária

Com a reestruturação do Ministério da Saúde, foi criada a Secretaria Nacional de


Vigilância Sanitária. Segundo o Decreto n.º 79.056, de 30 de dezembro de 1976, em
seu art.13º, caberia à nova secretaria “promover ou elaborar, controlar a aplicação
e fiscalizar o cumprimento de normas e padrões de interesse sanitário relativo a
portos, aeroportos, fronteiras, produtos médico-farmacêuticos, bebidas,
alimentos e outros produtos ou bens, respeitadas as legislações pertinentes,
bem como efetuar o controle sanitário das condições do exercício profissional
relacionado com a saúde”. Sua estrutura trazia maior ênfase nas ações de controle
da qualidade dos produtos de interesse da saúde: alimentos, cosméticos, saneantes
domissanitários e medicamentos.

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1999 - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA

A Lei definiu que a ANVISA deveria ser uma autarquia com um modelo administrativo
mais ágil, com independência financeira e estabilidade de seus dirigentes. Com a
finalidade institucional de "promover a proteção da saúde da população, por intermédio
do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços
submetidos à Vigilância Sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos
insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos,
aeroportos e fronteiras."

Definiram, ainda, novas atribuições da Vigilância Sanitária, como o monitoramento da


qualidade de bens e produtos, por meio de programas especiais, sistemas de vigilância
farmacológica e toxicológica, e sistema de informação, e o controle de produtos
fumígenos, como os derivados do tabaco, e de resíduos de medicamentos veterinários
em alimentos.

Vale destacar a realização da I Conferência Nacional de Vigilância Sanitária


(CONAVISA), em 2001, como marco fundamental da construção da vigilância sanitária
no país, cujo tema foi “Efetivar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária: proteger e
promover a saúde, construindo cidadania”. A Conferência possibilitou uma ampla e
aprofundada discussão acerca da situação da vigilância sanitária no país.

Apesar de ser independente, a ANVISA segue os mesmos princípios que regem o


SUS, com destaque para direito à informação, utilização da epidemiologia para o
estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática,
participação da comunidade e descentralização político-administrativa.

É importante ressaltar que não existe uma relação de subordinação entre a ANVISA e
o Ministério da Saúde, dessa forma, prevalece a pactuação entre eles por meio de um

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Contrato de Gestão, com o intuito de buscar solidariedade e responsabilidade nas
ações de vigilância sanitária.

A portaria de regulamentação do SNVS está embasada na Lei n. 8.080, que define a


Vigilância Sanitária como:

“um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à


saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio
ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços
de interesse da saúde (BRASIL, 1990, art. 6º, § 1º)”

A legislação insere a Vigilância Sanitária em uma missão partilhada entre a promoção


do desenvolvimento econômico.

A lei de criação da ANVISA também criou o


Instituto Nacional de Controle de Qualidade em
Saúde (INCQS) como instituição de Vigilância
Sanitária atuando em áreas de ensino, de pesquisa
e de tecnologias de laboratório relativas ao controle
da qualidade de insumos, produtos, ambientes e
serviços. O INCQS possui vinculação administrativa
na Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e
vinculação técnica à ANVISA. Figura 4 Fonte:incqs

A reestruturação do SNVS foi regulamentada na portaria nº 1.378, de 9 de julho de


2013, onde a vigilância sanitária tornou-se um componente do sistema nacional de
vigilância em saúde.

Saiba Mais

Quer conhecer mais sobre o contrato de gestão entre o Ministério da Saúde e a


ANVISA? Clique aqui neste link:

Clique aqui

Conheça também detalhes da Lei n. 9.782, que fala da criação da ANVISA e da


Portaria Nº 1.378 que reestruturou a SNVS.

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Clique aqui

bit.ly/lei9782

Clique aqui

bit.ly/portaria1378

Exercitando

Sobre a trajetória da Vigilância Sanitária no Brasil, leia as sentenças a seguir e julgue


como verdadeira (V) ou falsa (F).

a) ( ) As primeiras ações de Vigilância Sanitária ocorreram com a chegada do


Portugueses ao Brasil, quando intensificou-se o fluxo de embarcações e a
circulação de passageiros e de mercadorias no País, houve o desenvolvimento
organizado das ações de vigilância sanitária, que ocorreu no início no século
XVIII.

b) ( ) O Código de Posturas decretou capital a municipalização dos serviços


sanitários, portanto as Câmaras Municipais passaram a reorganizar-se e a
estabelecer seus regimentos.

c) ( ) Com a República, as ações de combate às doenças infectocontagiosas


passaram a fundamentar-se na pesquisa bacteriológica, apoiadas pela criação
dos Institutos de Pesquisa que eram de estância estadual.

d) ( ) A revolta da vacina foi um momento histórico para o Brasil na luta contra


epidemias recorrentes e ilustra o primeiro período da República em meio a
posições divergentes quanto às competências da União e dos Estados para
legislar sobre as questões sanitárias.

e) ( ) Com a criação do Ministério da Saúde em 1953, tornou-se obrigatória a


iodação do sal de cozinha com a importante atividade controlar o bócio
endêmico, constituindo-se em uma das mais importantes iniciativas na área de
alimentos com fins de controlar uma doença.

f) ( ) Apesar de ser uma agência reguladora,a ANVISA é subordinada ao


Ministério da Saúde.

19
Saiba Mais

Ficou curioso? Para saber mais detalhes sobre os


fatos históricos da vigilância sanitária? Leia o livro
“A Sua Saúde: A Vigilância Sanitária na História do
Brasil” Lançado em 2005 pela ANVISA, o livro do
escritor e jornalista Eduardo Bueno conta essa
história por meio de uma linguagem acessível e
descontraída, resgatando fatos históricos
importantes, com base em uma extensa pesquisa
documental.

Agora que você conheceu a história da vigilância sanitária no Brasil, vamos explorá-la
melhor? Como está sua configuração hoje e quais são as suas competências?

2 - Competências da Vigilância Sanitária

Nos dias atuais a Vigilância Sanitária atua sobre fatores de risco associados a
produtos, insumos e serviços relacionados com a saúde, com o ambiente e o ambiente
de trabalho, com a circulação internacional de transportes, cargas e pessoas. Os
saberes e práticas da Vigilância Sanitária se situam num campo de convergência de
várias disciplinas e áreas do conhecimento humano, tais como química, farmacologia,
epidemiologia, engenharia civil, arquitetura, sociologia política, direito, economia
política, administração pública, planejamento e gerência, biossegurança, bioética e
outras.

A expressão vigilância sanitária é própria do Brasil, mas ações de regulação e


vigilância sanitária são práticas universais.

Normalmente, quando se fala em vigilância sanitária, uma das associações mais


comuns é a de um agente público fechando um estabelecimento por condições
precárias de higiene, pela venda de produtos falsificados ou com data de validade
vencida.

No entanto, a atuação da vigilância sanitária abrange muitas outras atividades além da


interdição de estabelecimentos irregulares que apresentem risco à saúde.

20
A Vigilância Sanitária desempenha um papel fundamental no monitoramento de bens
de consumo e serviços que influenciam na saúde.

Sua atuação é direcionada para a regulação de produtos e serviços de interesse da


saúde, com ênfase na fiscalização de boas práticas destes estabelecimentos.

O objetivo é reduzir riscos associados a falhas ou problemas de fabricação de


produtos, assim como de prestação de serviços.

Nesse sentido, a Vigilância Sanitária é responsável, por exemplo, por verificar a


quantidade de açúcares nos alimentos e garantir que os consumidores tenham acesso
a essa informação. Por isso, também regula os rótulos e embalagens de todos os
produtos sob sua responsabilidade legal como medicamentos, cosméticos, alimentos,
agrotóxicos entre outros.

Destaque

Vigilância sanitária é a única vigilância que detém poder de polícia administrativa.


Esse poder incide apenas sobre os estabelecimentos que produzem bens e serviços
de interesse à saúde.

Nesse sentido, é importante ressaltar que a vigilância sanitária não tem o poder de
polícia sobre as pessoas.

21
Os fiscais da Inspeção Veterinária apreendendo mel clandestino – Fonte: Prefeitura de Joinville

O poder de polícia da Vigilância Sanitária é exercido para o cumprimento de Leis e


normas. A Lei 6.437/1977 configura as infrações à legislação sanitária federal e
estabelece as respectivas sanções ao seu descumprimento. Vale destacar que
Estados e Municípios também podem ter leis sobre infrações sanitárias e podem editar
normas técnicas que oriente os estabelecimentos sobre como eles devem funcionar,
desde que não contrarie uma norma federal. No nível federal, as normas técnicas são
emitidas pela ANVISA e se chamam Resoluções de Diretoria Colegiada (RDC).

Para exercer o poder de polícia, a Vigilância Sanitária atua com outros setores
governamentais da sociedade, realizando a inspeção e a fiscalização sanitária. Por
exemplo, as ações de monitoramento da qualidade da água para consumo humano,
da saúde do trabalhador, dos alimentos, das radiações e do meio ambiente, são de
competência de mais de um órgão que podem fazer parte do SUS ou não, como as
delegacias de defesa do consumidor.

Destaque

Para compreender melhor a forma de atuação dos profissionais da vigilância


sanitária veja os conceitos de fiscalização e inspeção sanitária.

A fiscalização sanitária é uma ação executada pela autoridade sanitária a fim de


verificar a conformidade de um produto ou estabelecimento de acordo com os
requisitos descritos em normas legais.

A Inspeção sanitária é a atividade que objetiva verificar in loco se as condições de


funcionamento de estabelecimentos estão sendo executadas de acordo com os
padrões técnicos estabelecidos na legislação sanitária. Definida RDC 207/2018 como:

22
“conjunto de procedimentos técnicos e administrativos que visa a proteção da saúde
individual e coletiva, por meio da verificação in loco do cumprimento dos marcos
legais e regulatórios sanitários relacionados às atividades desenvolvidas e às
condições sanitárias de estabelecimentos, processos e produtos. A inspeção permite
a adoção de medidas de orientação e correção de situações que possam causar
danos à saúde da população”

Profissionais realizando insepessao em um estabelecimento comercial - Fonte: Desconhecida

Vale destacar 9as ações da vigilância sanitária, os conceitos de prevenção e


precaução estudados anteriormente. Contudo, pelo seu caráter regulador, a principal
atuação da Vigilância Sanitária se dá na proteção à saúde que, por meio do poder do
e stado, pretende impedir possíveis danos, agravos ou riscos à saúde da
população e proporcionar maior segurança a esta.

1–
Descarte correto de lixo hospitalar – Fonte: Foca Lisboa / UFMG - 2 - Irregularidades no descarte do lixo hospitalar Fonte Foto:
Luiz Carlos Suica, 2012)

23
A Vigilância Sanitária também pode atuar em apoio à algumas ações em conjunto com
os órgãos públicos de limpeza urbana e saneamento básico, monitorando a produção,
coleta, armazenamento e descarte de resíduos dos serviços de saúde e industriais que
são despejados voluntária ou involuntariamente nos rios e mananciais capazes de
contaminar o meio ambiente.

Destaque

As competências da ANVISA são descritas no Art. 7º da Lei 9.782/1999 que


asseguram uma prática hierárquica e orgânica.

Com relação aos componentes do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária podemos


citar que:

1. O componente f ederal é composto pela Agência Nacional de Vigilância


Sanitária (ANVISA) e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
(INCQS/Fiocruz).

2. O componente estadual é constituído pelos órgãos de vigilância sanitária das


secretarias estaduais de saúde, autarquias estaduais e laboratórios centrais
estaduais (LACEN).

3. O componente municipal é constituído pelos órgãos de vigilância sanitária


das secretarias municipais de saúde.

O componente laboratorial é constituído pelos Laboratórios Centrais de Saúde


Pública (LACEN) dos estados e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em
Saúde (INCQS). Eles complementam as ações da vigilância sanitária na produção de
análises laboratoriais para controle de qualidade e verificação da conformidade dos
produtos.

Saiba Mais

Para conhecer todas as competências do SNVS e da ANVISA, citadas no texto,


acesse.

Clique aqui
bit.ly/lei9782

24
Exercitando

A Vigilância Sanitária regula, entre outras coisas, o mercado de medicamentos e


alimentos, quanto à sua composição química e divulgação por meio de propagandas,
se preocupa também com as embalagens e rótulos dos produtos de interesse à saúde.
Sabendo disso, marque a alternativa correta.

O componente federal da Vigilância Sanitária inclui:

a) ( ) O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade


em Saúde.

b) ( ) O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde e a


Universidade.

c) ( ) A Fundação Oswaldo Cruz e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

d) ( ) A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Instituto Nacional de


Controle e Qualidade em Saúde.

2. Marque a alternativa que não representa uma competência da Vigilância Sanitária:

a) ( ) coordenar os sistemas vigilância sanitária.

b) ( ) estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, aeroportos


e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios.

c) ( ) estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da


qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso
humano.

d) ( ) definir e executar normas para a criação, armazenamento e transporte


de insetos vetores de interesse em saúde pública em todos os estados e
municípios do país.

Saiba Mais

No organograma da Secretaria da Saúde do seu município existe uma instância


relativa à vigilância sanitária?

25
O seu município e o seu estado possuem legislação própria aplicada à vigilância
sanitária?

Quer comparar o seu serviço de vigilância sanitária com outros do Brasil? Acesse a
pesquisa sobre o perfil da vigilância sanitária nos estados e municípios.

Clique aqui

Municípios: bit.ly/pesquisamunicipios

Clique aqui

Estados: bit.ly/pesquisaestados

3 - Risco sanitário

Vimos anteriormente que a palavra “risco” é muito importante na saúde, e pode ser
definida como uma probabilidade de ocorrer determinado evento em saúde.

A Vigilância Sanitária trabalha com a prevenção e precaução dos riscos com objetivo
de reduzir efeitos negativos para a saúde das populações.

É importante descrever que a avaliação do risco é uma ação difícil, porém é norteadora
do trabalho da Vigilância Sanitária.

Existem riscos à saúde em incontáveis áreas da produção. Há riscos no uso de


medicamentos, hemoderivados, vacinas, alimentos, saneantes, cosméticos,
agrotóxicos etc. As ações de controle sanitário nos portos, aeroportos e fronteiras
visam proteger não apenas a população dos riscos inerentes à circulação de
mercadorias e pessoas, como também proteger a agricultura e os rebanhos contra a
introdução de doenças, que podem acarretar enormes prejuízos econômicos. Na
prestação de serviços - direta ou indiretamente relacionados com a saúde - também
há riscos, multiplicados pelo uso concomitante de várias tecnologias.

Devemos igualmente lembrar os potenciais efeitos nocivos dos resíduos manejados


inadequadamente. O consumo de recursos naturais e outras intervenções sobre o
meio ambiente podem trazer riscos à saúde humana e à saúde animal. São
inumeráveis os riscos à saúde em ambientes de trabalho, devidos a substâncias

26
químicas, máquinas e equipamentos, poeiras, ruídos, temperaturas extremas, entre
outros. Muitas vezes a deposição dos resíduos industriais constitui sérios riscos à
saúde humana e ambiental, e ultrapassa as fronteiras de um país. Os resíduos
radioativos, por exemplo, constituem sério problema de saúde coletiva, em escala
planetária. Esta situação é ainda mais grave em países como o nosso, onde os
problemas ligados ao saneamento básico ainda não foram resolvidos.

Descrevemos abaixo os riscos nos quais a Vigilância Sanitária atua:

Riscos ambientais

Se refere à ação do homem no meio-ambiente que


pode desencadear muitos fatores de risco à saúde
e inclui componentes como a água, tanto de
consumo quanto a proteção de mananciais; o
esgoto; o lixo, incluindo o hospitalar; a poluição do
ar; da água e do solo.

Riscos ocupacionais

São relacionados ao ambiente de trabalho, como o processo, o local de produção, as


substâncias manuseadas e a intensidade no ritmo de trabalho.

27
Riscos sociais

Estão relacionados ao transporte, alimentos e substâncias terapêuticas. Podem estar


relacionados também a violência e a grupos vulneráveis.

Riscos iatrogênicos

São os riscos decorrentes de tratamento médico ou


do uso de medicamentos, como efeitos colaterais,
infecções hospitalares, contato com substâncias,
etc. Pode ser definido como um efeito adverso,

28
doença ou complicação causada por procedimento
médico ou uso de remédios.

Riscos institucionais

São decorrentes de serviços de instituições


diversas como creches, escolas, clubes, asilos,
hotéis, shoppings, academias e outros.

Exercitando

Com base nos tipos de risco da Vigilância Sanitária, associe os riscos com o conceito
correto.

a) ______________________ - Se refere à ação do homem no meio-ambiente que


pode desencadear muitos fatores de risco à saúde e inclui componentes como
a água.

b) ______________________ - São relacionados ao ambiente de trabalho, como


o processo o local de produção, as substâncias manuseadas e a intensidades
no ritmo de trabalho.

c) ______________________ - Estão relacionados às condições de vida dos


indivíduos e de grupos da população. Podem estar relacionados também a
violência e a grupos vulneráveis.

d) ______________________ - São os riscos decorrentes de tratamento médico


ou do uso de medicamentos, como efeitos colaterais, infecções hospitalares,
contato com substâncias, etc.

e) ______________________ - São decorrentes de serviços de instituições


diversas como creches, escolas, clubes e outros.

4 - Áreas de atuação da vigilância sanitária

As ações da vigilância sanitária podem ser organizadas em três grandes grupos, de


acordo com a Lei n. 8.080/1990:

29
• Produtos: alimentos, medicamentos, cosméticos, saneantes e outros de
interesse da saúde;

• Serviços: de saúde e de interesse à saúde;

• Ambientes: incluído o do trabalho.

É importante destacar que, para esses grandes grupos de ações, a Vigilância Sanitária
nos âmbitos federal, estadual e municipal, também desenvolve importante papel de
orientação e capacitação do setor regulado, antecedendo seu papel fiscalizatório e
punitivo de poder de polícia.

Vale destacar que a Lei 9.782/1999, que criou a ANVISA, restringiu a atuação da
Agência em relação ao que foi definido como vigilância sanitária na Lei 8.080/1990.
Por isso, é possível que em estados e municípios, o escopo de atuação da vigilância
sanitária seja maior que o definido para a ANVISA.

4.1- Atuação da vigilância sanitária em produtos

Constitui-se em uma área de atuação diversificada devido à natureza distinta dos


produtos e são divididos em:

a) - Alimentos, bebidas e águas minerais

Tem por objetivo garantir a qualidade dos produtos alimentícios.

30
Sua atuação é direcionada a fiscalização dos estabelecimentos que fabricam,
manipulam e comercializam alimentos, em todas as etapas do processo, desde as
técnicas adotadas, passando pelo processo de produção até que o produto final seja
consumido.

O controle sanitário da produção de alimentos de origem animal e de bebidas de


origem vegetal é competência do Ministério da Agricultura. Contudo, o comércio destes
produtos é responsabilidade da Vigilância Sanitária.

O controle sanitário de alimentos é realizado através de ações em todas as etapas de


sua produção, como:

• inspeção de indústrias ou unidades de produção, manipulação e


comercialização de alimentos;

• concessão de licenças de funcionamento;

• registro de produtos ou dispensa de registro;

• monitoramento da qualidade do produto com o objetivo de verificar a


conformidade e orientações aos produtores e manipuladores de alimentos.

b) Medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos e correlatos

Neste grupo estão medicamentos e insumos farmacêuticos que possuem substâncias


ativas. Fazem parte deste grupo os medicamentos, os insumos farmacêuticos, os
soros e as vacinas.

31
https://www.brasildefato.com.br/2019/04/12/pec-da-previdencia-ameaca-liberacao-de-medicamentos-por-ordem-judicial/

São considerados correlatos os equipamentos e artigos médicos, odontológicos e


hospitalares e os kits de diagnóstico destinados à atenção à saúde. Também são alvo
de atuação os produtos de higiene, os produtos de limpeza, os cosméticos e perfumes.

https://guiame.com.br/vida-estilo/moda-e-beleza/saiba-o-que-precisa-levar-de-produtos-de-beleza-na-necessaire-de-
viagem.html

c) Saneantes destinados à higienização, desinfecção ou


desinfestação em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos:

atua na fiscalização das empresas fabricantes, distribuidores, importadores,


exportadores e transportadores de saneantes de acordo com normas. Verifica o
processo de produção, armazenagem, transporte, técnicas e os métodos empregados
até o consumo final desses produtos. Recebe e verifica informações sobre a ocorrência
de problemas de saúde relacionados com a exposição a esse tipo de produto, atua no
controle e avaliação de riscos e, quando necessário, adota medidas corretivas para
eliminar, evitar ou minimizar os perigos relacionados aos saneantes.

32
Destaque

Alguns produtos precisam de aprovação da ANVISA antes de poderem ser


comercializados. Essa aprovação se dá por meio do registro destes produtos junto à
Agência.

Para saber mais sobre o processo de registro acesse o link em:

http://portal.anvisa.gov.br/registros-e-autorizacoes

Nessa página são apresentados os serviços necessários à regularização de


empresas e produtos sujeitos à Vigilância Sanitária. O interessado encontrará
informações sobre Autorização de Funcionamento de Empresas, Certificação de
Boas Práticas de Fabricação, Distribuição e/ou Armazenagem, Certificação de Venda
Livre, Registro de Produtos, Importação, Exportação, Embarcações, entre outras.

33
Ações de controle são atribuídas à vigilância local. São elas: a apreensão dos
medicamentos sob suspeita, interdição cautelar e notificação à ANVISA para que o
sistema nacional de vigilância sanitária adote outras medidas que sejam necessárias.

c) Serviços

Nos serviços, a vigilância


sanitária tem por função verificar
as condições de funcionamento
e identificar os possíveis riscos e
danos à saúde dos pacientes,
dos trabalhadores e ao meio
ambiente dos serviços de saúde
e de interesse da saúde.

Objetiva também a verificação da adesão às normas e aos regulamentos técnicos


vigentes de tais serviços.

Fazem parte deste grupo os estabelecimentos prestadores de serviços de saúde,


sejam eles públicos e privados.

São eles: os hospitais, clínicas, consultórios, laboratórios de análises clínicas,


hemocentros, bancos de leite humano, de olhos, as estâncias, as óticas, os institutos
de estética, de ginástica, de fisioterapia entre outras.

Estão inseridos também os estabelecimentos como salões de beleza, os hotéis,


motéis, creches, saunas, lavanderias, e todos aqueles que exercem alguma atividade
que podem provocar, de forma direta ou indireta, danos, agravos ou benefícios à
saúde.

4.2 - Atuação da vigilância sanitária no meio ambiente, incluído o do


trabalho

34
Também é preocupação da Vigilância Sanitária a
poluição do ar, da água e do solo, assim como os
desastres provocados por produtos perigosos.
Portanto, o objetivo é desenvolver um conjunto de
medidas capazes de proteger o meio ambiente bem
como evitar ações predatórias.
Agente da Vigilância Sanitária registra atuação

Esta é uma área com incorporação recente à vigilância sanitária e, no âmbito dos
estados e municípios, muitas vezes, agrega a área de meio ambiente com o intuito de
otimizar recursos e promover a integração.

Também tem incluído inspeções relacionadas à saúde do trabalhador, observando


suas condições de trabalho e a exposição aos riscos no ambiente laboral.

Destaque

Atribuições próprias da ANVISA

Algumas ações são exclusivas da ANVISA, são elas:

• o controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados;

• as ações afeitas à área de Relações Internacionais;

• a promoção de estudos e manifestação sobre a concessão de patentes de


produtos e processos farmacêuticos previamente à anuência pelo Instituto
Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Fila para tomar vacina contra febre amarela em frente ao posto da Anvisa no aeroporto de Congonhas – Fonte: Foto: Robson
Bertolino/G1

35
Saiba Mais

Acesse a página do Centro Cultural da Vigilância Sanitária.

Clique aqui

http://bit.ly/CCViSa

O portal da ANVISA também organiza grande quantidade de informações sobre a


temática e você podem acessá-lo clicando no botão.

Clique aqui

http://bit.ly/portalAnvisa

Exercitando

Você conheceu um pouco sobre as atribuições da Vigilância Sanitária no Brasil, que


funciona por meio da ANVISA. Sabendo disso, marque a opção que não apresenta
produtos que são regulados pela Vigilância Sanitária.

( ) Medicamentos

( ) Alimentos

( ) Bebidas e águas minerais

( ) Cadernos e papelarias

Marque a opção certa no que se refere a serviços que são regulados pela Vigilância
Sanitária.

( ) Estabelecimentos que atuam com a saúde de animais como clínicas veterinárias.

( ) Estabelecimentos de ensino como universidades e hospitais universitários.

( ) Os estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, sejam eles públicos ou


privados e os estabelecimentos que fornecem serviços que afetam a saúde como
saunas, creches, hotéis e lavanderias.

36
( ) Os estabelecimentos que fornecem serviços alimentares se restringindo apenas a
cantinas, lanchonetes e restaurantes.

Marque a opção incorreta em relação ao monitoramento ambiental realizado pela


Vigilância Sanitária.

( ) Desenvolve ações capazes de proteger o meio ambiente.

( ) Não se ocupa com a qualidade do ar, sendo que a poluição atmosférica é de


responsabilidade conjunta do Ministério do Meio Ambiente, do Transporte e da Saúde.

( ) Se preocupa com a qualidade do ar, da água e do solo.

( ) Se ocupa da saúde do trabalhador.

Vamos relembrar?
Você aprofundou os conhecimentos de Vigilância
em Saúde na vigilância sanitária. Descobriu que,
historicamente, a atuação da vigilância sanitária
está nas medidas de intervenções sanitárias e no
controle de epidemias.
Durante a época do Brasil Império, a Vigilância
Sanitária tinha até mesmo poder de polícia,
podendo obrigar aos cidadãos obedecerem a suas
normas.

Ao longo do tempo a Vigilância Sanitária se


consolidou, passou a ser independente e tem
atuações diversas. Atualmente, a Vigilância
Sanitária trabalha no monitoramento e regulação de
produtos, serviços e ambientes que afetam a saúde
humana de forma direta ou indireta.

Por exemplo, são objetos de monitoramento da


Vigilância Sanitária, as clínicas e hospitais, mas
também temos estabelecimentos públicos como
creches e lavanderias.

37
A Vigilância Sanitária também regula o mercado de
fármacos e medicamentos e se preocupa com os
ambientes e com a saúde do trabalhador.

Além disso, mostramos os riscos sanitários, sobre


os quais a Vigilância Sanitária atua que são: os
riscos ambientais, ocupacionais, sociais,
iatrogênicos e institucionais.

Na próxima aula você aprenderá sobre o Sistema


Nacional de Vigilância Epidemiológica.

Até lá!

38
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39
Referências

ALMEIDA FILHO, N.A. O conceito de saúde e a vigilância sanitária: notas


para a compreensão de um conjunto organizado de práticas de saúde. In:
COSTA, E. A. (Org) Vigilância Sanitária: desvendando o enigma. Salvador:
EDUFBA, 2008.

BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Plano Diretor de Vigilância


Sanitária. 1.ed. Brasília: ANVISA, 2007. 56 p.

BRASIL, Constituição (1988). Constituição [da] República Federativa do


Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Título VIII, cap. I e II, Seção I e II.

BRASIL, Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições


para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
Diário Ofcial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 20 de setembro
de 1990.

BRASIL, Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a


participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde – SUS
e sobre as transferências intergovernamentais de recursos fnanceiros na
área da saúde e dá outras providências.

BRASIL, Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999 - define o Sistema Nacional de


Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá
outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
DF, 27 de janeiro de 1999.

BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Vigilância Em Saúde.


Parte 2 Coleção Para Entender a Gestão do SUS. 1ª. ed. Brasilia: CONASS,
2007. v. 06. 113 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.


ANVISA: relatório anual de atividades/Ministério da Saúde, Agência Nacional
de Vigilância Sanitária. Brasília Ministério da Saúde, 2006.

40
CONFERÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2001, Brasília.
Relatório Final. Brasília: ANVISA, 2001. 159 p.

COSTA, E. A. Vigilância Sanitária: proteção e defesa da saúde. São Paulo,


Hucitec, Sociedade Brasileira de Medicamentos, 1999, 460p.

________, 2000. Conceitos e áreas de abrangência. In: ROZENFELD, S., org


Fundamentos da Vigilância Sanitária. Rio de Janeiro, Ed. Fiocruz, 2000, p. 41-
48.

COSTA, E. A.& ROZENFELD, S., 2000. Constituição da Vigilância Sanitária


no Brasil. In: ROZENFELD, S., org Fundamentos da Vigilância Sanitária. Rio de
Janeiro, Ed. Fiocruz, 2000, p.15-40.

DE SETA, Marismary Horsth. A construção do Sistema Nacional de Vigilância


Sanitária: uma análise das relações intergovernamentais na perspectiva do
Federalismo. 2007. 176 p. Tese (Doutorado em Saúde Coletiva) IMS/UERJ, Rio
de Janeiro, 2007

DE SETA, Marismary Horsth; DAIN, Sulamis. Construção do Sistema Brasileiro


de Vigilância Sanitária: argumentos para debate. Revista Ciência & Saúde
Coletiva [online]. 2010, vol. 15, supl. 3, pp. 3307-3317, INSS 1413-8123, Rio
de Janeiro, nov. 2010.

LUCCHESE, G. A Vigilância Sanitária no Sistema Único de Saúde. In: DE


SETA, M. H. (Org.). Gestão e vigilância sanitária: modos atuais do pensar e
fazer. Rio de Janeiro, Editora Fiocruz, 2006, p.33-47.

PIOVESAN. M.F. - A construção política da Agência Nacional de Vigilância


Sanitária. Rio de Janeiro: ENSP/FIOCRUZ (dissertação de mestrado), 2002.

41
Respostas dos exercícios (em ordem de aparição)
1. A Vigilância Sanitária está historicamente ligada ao controle de alimentos e
outras mercadorias de consumo humanos assim como o trânsito de pessoas
com determinadas doenças. É a ação mais antiga de vigilância à saúde no
mundo.

Com base nisso, complete as lacunas com as palavras corretas:

a) As ações de vigilância sanitária tinham um caráter “policial”, ou seja, eram


voltadas para a fiscalização e aplicação de penalidades na época do
Brasil Império.

b) A vigilância sanitária se consolidou como uma prática e ao mesmo tempo


como normas legais para a regulação sanitária com ênfase nas áreas de
medicamentos e alimentos.

c) A ANVISA foi criada como uma autarquia independente em 1999 e


coordena o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).

2. A Vigilância Sanitária regula, entre outras coisas, o mercado de medicamentos


e alimentos, quanto à sua composição química e divulgação por meio de
propagandas, se preocupa também com as embalagens e rótulos dos produtos
de interesse à saúde. Sabendo disso, marque a alternativa correta.

O Componente Federal da Vigilância Sanitária inclui:

a) ( ) O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade


em Saúde.

b) ( ) O Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde e a


Universidade.

c) ( ) A Fundação Oswaldo Cruz e a Agência Nacional de Vigilância


Sanitária.

d) (X) A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Instituto Nacional de


Controle e Qualidade em Saúde.

Marque a alternativa que não representa uma competência da Vigilância


Sanitária :

42
a) ( ) definir e coordenar os sistemas vigilância sanitária.

b) ( ) estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos,


aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios.

c) ( ) estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da


qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso
humano.

d) (X) definir e executar normas para a criação, armazenamento e transporte


de insetos vetores de interesse em saúde pública em todos os estados e
municípios do país.

3. Com base nos tipos de risco da Vigilância Sanitária, associe os riscos com o
conceito correto:

a) Riscos ambientais - Se refere à ação do homem no meio-ambiente que


pode desencadear muitos fatores de risco à saúde e inclui componentes
como a água.

b) Riscos ocupacionais - São relacionados ao ambiente de trabalho, como o


processo o local de produção, as substâncias manuseadas e a
intensidades no ritmo de trabalho.

c) Riscos sociais - Estão relacionados ao transporte, alimentos e


substâncias terapêuticas. Podem estar relacionados também à violência
e a grupos vulneráveis.

d) Riscos iatrogênicos - São os riscos decorrentes de tratamento médico ou


do uso de medicamentos, como efeitos colaterais, infecções hospitalares,
contato com substâncias, etc.

e) Riscos institucionais - São decorrentes de serviços de instituições


diversas como creches, escolas, clubes e outros.

4. Você conheceu um pouco sobre as atribuições da Vigilância Sanitária no


Brasil, que funciona por meio da ANVISA.

43
Sabendo disso, marque a opção que não apresenta produtos que são regulados
pela Vigilância Sanitária.

a) ( ) medicamentos

b) ( ) alimentos

c) ( ) bebidas e águas minerais

d) (X) cadernos e papelarias

Sabendo disso, marque a opção certa no que se refere a serviços que são
regulados pela Vigilância Sanitária.

a) ( ) Estabelecimentos que atuam com a saúde de animais como clínicas


veterinárias.

b) ( ) Estabelecimentos de ensino como universidades e hospitais


universitários.

c) (X) Os estabelecimentos prestadores de serviços de saúde, sejam eles


públicos ou privados e os estabelecimentos que fornecem serviços que
afetam a saúde como saunas, creches, hotéis e lavanderias.

d) ( ) Os estabelecimentos que fornecem serviços alimentares se


restringindo apenas a cantinas, lanchonetes e restaurantes.

Sabendo disso, marque a opção incorreta em relação ao monitoramento


ambiental realizado pela Vigilância Sanitária.

a) ( ) Desenvolve ações capazes de proteger o meio ambiente.

b) (X) Não se ocupa com a qualidade do ar, sendo que a poluição


atmosférica é de responsabilidade conjunta do Ministério do Meio
Ambiente, do Transporte e da Saúde.

c) ( ) Se preocupa com a qualidade do ar, da água e do solo.

d) ( ) Se ocupa da saúde do trabalhador.

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