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Parasitolog

Introdução à Parasitologia

Definição
Parasitismo é uma relação ecológica caracterizada ela
ia Vetores
São organismos que transmitem um parasita entre
instalação de uma espécie de parasitos no corpo de hospedeiros
hospedeiros, retirando substâncias que sirvam para - Biológicos: além de transmitir o parasita, este
sua nutrição e causando conseqüências variáveis, ainda se desenvolve no vetor
como a morte do hospedeiro. - Mecânico: transmitem o parasita mas não há
desenvolvimento do parasita dentro dele
Classificação de doença
- Infecção: é causada por endoparasitas. Pode ocorrer Tipos de Ciclo
sem a manifestação da doença - Monoxeno ou direto: apenas 1 hospedeiro é
- Infestação: é causada por ectoparasitas infectado ou infestado pelo parasito
- Heteroxeno ou indireto: mais de 1 hospedeiro é
Classificação do parasito infectado pelo parasito
1) Quanto ao tipo
- Obrigatório: precisa de um hospedeiro para Estágio X Estádio
completar seu ciclo, sobreviver e se reproduzir - Estágio: corresponde às fases de desenvolvimento
- Facultativo: pode completar seu ciclo sem um do parasito (ovo, larva, ninfa, pupa, adulto)
hospedeiro - Estádio: corresponde às fases de
- Acidental: entra em contato com o hospedeiro desenvolvimento do parasito em um mesmo
mas não evolui nele estágio (L1, L2, etc)
2) Quanto ao tempo no hospedeiro
- Temporário: passa um tempo no hospedeiro e
um tempo no ambiente
- Permanente: passa praticamente toda sua vida
no hospedeiro e, uma vez no ambiente, morre
- Periódico: só está no hospedeiro no momento da
alimentação
3) Quanto à sua metamorfose
- Homometábulo: realiza metamorfose completa,
permitindo maior densidade populacional em uma
mesma área visto que não há competição por
recursos
- Hemimetabulo: realizam metamorfose sem
grandes diferenciações, de modo que haja
competição entre as diferentes fases
Classificação do hospedeiro
- Definitivo: é aquele em que parasita realiza sua
reprodução sexuada. Pode ou não ser vertebrado
- Intermediário: é aquele em que o parasita realiza sua
reprodução assexuada ou tem desenvolvimento larval
- Paratênico ou de transporte: é aquele que facilita o
contato do parasita com o hospedeiro. Não há
reprodução do parasita nesse hospedeiro
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CARRAPATOS MONOXENOS – Família Ixodidae
- São divididos em capítulo ou gnatossoma (cabeça)
e idiossoma (corpo), sendo ♂ < ♀ ia 2) Dermacentor nitens
- Comum em cavalos
- Possuem a base do gnatossoma quadrandular
- Possuem rostro e palpos curtos
- Possuem peritrema em formato de
telefone(bolinha embaixo da última pata)
- Apresentam 7 festões (desenhos na bundinha)
- Possuem escudo não ornamentado

CICLO BIOLÓGICO

 Ciclo: monoxeno (1 hospedeiro)


 Estágios: ovo, larva, metalarva, ninfa,
metaninfa, adulto (macho, fêmea), telógena
1) Rhipicephalus (Boophilus) microplus
- Comum em bovinos Vida livre: a fêmea bota os ovos, de onde eclodem
- Possuem a base do gnatossoma hexagonal as larvas, que têm geotropismo negativo, subindo
- Possuem rostro e palpos curtos até a ponta do capim. Através de seus órgãos de
- Possuem peritrema (bolinha embaixo da última pata) Haller (nariz localizado no 1º par de patas), elas
- Possuem escudo não ornamentado
sentem a aproximação do hospedeiro, se
- ♂ têm 2 pares de placas adanais e processo caudal
desprendem do capim, sobem no hospedeiro e
iniciam a fase parasitária.

Vida parasitária: A larva infectante sobe no animal,


se alimenta de tecido e fica ingurgitada, sendo
denominada metalarva. A metalarva permanece
aderida ao animal, mas sem se alimentar do tecido.
No interior da metalarva começa a se desenvolver
a ninfa, que sai rompendo a cutícula da metalarva.
A ninfa se alimenta de sangue, ingurgita e é
denominada metaninfa. Uma parte das metaninfas
se torna macho e outra parte fêmea, ambos
adultos. A cópula ocorre no corpo do animal
hospedeiro. A fêmea copulada é chamada de
paternógena e vai ingerir uma grande quantidade
de sangue, sendo denominada teleógena (fêmea
ingurgitada). Esta, por sua vez, cai do animal e
inicia sua fase de vida livre ao botar os ovos no
ambiente.
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CARRAPATOS HETEROXENOS – Família Ixodidae

1) Amblyomma sculptum
- Possuem rostro e palpos longos
ia
2) Rhipicephalus sanguineus sensu lato
- Possuem a base do gnatossoma hexagonal
- Possuem escudo ornamentado - Possuem peritrema alongado e em formato de
- Apresentam festões (desenhos na bundinha) vírgula (embaixo da última pata)
- Apresentam festões (desenhos na bundinha)
- ♂ possuem 1 par de placas adanais

CICLO BIOLÓGICO

CICLO BIOLÓGICO

 Ciclo: heteroxeno (+ de 1 hospedeiro)


 Ciclo: heteroxeno (+ de 1 hospedeiro)  Estágios: ovo, larva, metalarva, ninfa, metaninfa,
 Estágios: ovo, larva, metalarva, ninfa, metaninfa, adulto (macho, fêmea)
adulto (macho, fêmea)
Vida livre: a fêmea ingurgitada bota os ovos, de onde
Vida livre: a fêmea bota os ovos, de onde eclodem as eclodem as larvas. As larvas fazem busca ativa e
larvas, que têm geotropismo negativo, subindo até a sobem no animal hospedeiro, dando origem à fase
ponta do capim. Através de seus órgãos de Haller parasitária
(nariz localizado no 1º par de patas), elas sentem a
aproximação do hospedeiro, se desprendem do capim, Vida parasitária: a larva se fixa ao hospedeiro, se
sobem no hospedeiro e iniciam a fase parasitária. alimenta por 2 a 7 dias e, quando ingurgitada, se
torna metalarva e cai. A metalarva sobe na parede,
Vida parasitária: A larva se fixa ao hospedeiro onde se
faz a muda e se torna ninfa. A ninfa volta para o
alimentará por 3 a 6 dias até se tornar uma metalarva
animal e se alimenta por 4 a 9 das e cai, ingurgitada,
(larva ingurgitada). A metalarva então cai do
na forma de metaninfa. A metaninfa sobe na parede,
hospedeiro e volta ao solo, onde faz a muda para
e muda para adulto. As fêmeas adultas, no anima,
ninfa. A ninfa sobe num segundo hospedeiro e se
copulam, ingurgitam de 8 a 10 dias e caem do animal
alimenta por 5 a 7 dias. Quando ingurgitada, é
reiniciando seu ciclo no solo.
chamada de metaninfa e cai no solo, onde faz a muda
para adulto. Os adultos sobem então num terceiro
hospedeiro, onde ocorrerá a cópula e a fêmea em 7 a
10 dias estará ingurgitada, caindo no solo e
depositando seus ovos lá, dando início à fase de vida
livre do ciclo.
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CARRAPATOS HETEROXENOS – Família Argasidae

1) Argas miniatus
- Possuem gnatossoma localizado ventralmente
ia
- Não possuem escudo
- Possuem peritrema(localizado entre o 3º e 4º par de
patas

CICLO BIOLÓGICO

 Ciclo: heteroxeno (+ de 1 hospedeiro)


 Estágios: ovo, larva, protoninfa, deutoninfa, adulto
(macho, fêmea)

Vida livre: As fêmeas saem do hospedeiro e colocam


seus ovos no ambiente. Dos ovos eclodem as larvas,
que sobem no hospedeiro e dão início à fase
parasitária.

Vida parasitária: No hospedeiro, as larvas se


alimentam por 7 dias, ingurgitam, voltam para o solo e
mudam para ninfa de 1º estágio (protoninfa). As
protoninfas sobem então no hospedeiro, se alimentam
por 30min e quando ingurgitadas, caem. No ambiente,
viram deutoninfas e sobem no hospedeiro, se
alimentando novamente por 30min até caírem
ingurgitadas. No ambiente, deutoninfa muda para
adulto, faz a cópula e sobe no hospedeiro, onde se
alimentarão por 30min (de preferência à noite, quando
o hospedeiro está mais quieto) e voltarão para o
ambiente.
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ÁCAROS CAUSADORES DAS SARNAS

1) Família Sarcoptidae e Knemodokoptidae


- Possuem corpo globoso
ia 2) Família Psoroptidae
- Possuem corpo ovalado
- Apresentam patas curtas sendo as patas I e II bem - Apresentam patas alongadas, sendo as patas I e II
separadas das patas III e IV. bem separadas das patas III e IV
- Os ♂ possuem a pata III > que a pata IV

CICLO BIOLÓGICO

CICLO BIOLÓGICO
 Ciclo: monoxeno (1 hospedeiro)
 Estágios: ovo, larva, protoninfa, deutoninfa,
adulto (macho, fêmea)

 Ciclo: monoxeno (1 hospedeiro) As únicas diferenças entre eles e o sarcoptídeos é


 Estágios: ovo, larva, protoninfa, deutoninfa, adulto que eles não cavam túneis na pele do hospdeiro,
(macho, fêmea) causando sarnas mais superficiais. Além disso, esse
ciclo dura 10 dias e não 17.
Vida parasitária: As fêmeas cavam túneis na pele do
hospedeiro e deposita de 3 a 4 ovos por dia. Dos ovos
eclodem as larvas, que fazem a muda para protoninfa.
Protoninfa faz muda para deutoninfa. Deutoninfa faz a 4) Família Mesostigmata
- Possuem peritremas alongados, que se estendem
muda para adulto. Todo o ciclo ocorre nos túneira ao
do 1º ao 3º par de patas
longo de 17-19 dias. Os parasitas se alimentam de
descamações de pele e linfa.

3) Família Dermodecidae
- Possuem corpo alongado, em forma de charuto
- Apresentam patas curtas e localizadas anteriormente
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SIPHONAPTERA (Pulgas) E PHTIRAPTERA (Piolhos)

PIOLHOS
1) Subordem Mallophaga
ia PULGAS
1) Ctenocephalides (Família Pulicidae)
- Possuem a cabeça mais larga que o torax - Apresentam pelos grossos na gena (cabeça) ou no
- São mastigadores (se alimentam de descamações de pronoto (1º segmento do tórax) que se denominam
pele) stenídeos
- Amblyceras: possuem a antena alojada no sulco
antenal

2) Xenopsylla cheopis(Família Pulicidae)


- Apresentam pelos em V no occipício
- Ischnoceras: possuem antenas expostas

3) Pulex irritans(Família Pulicidae)


- Apresenta pelos no tórax
2) Subordem Anoplura
- Possuem a cabeça mais estreita que o tórax
- São sugadores (se alimentam de sangue)

CICLO BIOLÓGICO

CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3), pupa, adulto


(macho, fêmea)

Vida livre: o ovo cai do hospedeiro e, no ambiente,


 Estágios: ovo, ninfa (n1, n2, n3), adulto (macho, se desenvolve próximo ao local onde o animal fica.
fêmea) Do ovo eclode a larva, que alimenta de matéria
orgânica do solo ou de fezes (contendo sangue) de
Vida parasitária: Macho e fêmea se alimentam, outras pulgas adultas enquanto faz a muda de L1
copulam e a fêmea bota seus ovos de forma parcelada. para L2 e de L2 para L3. A larva L3 então para de se
Os ovos se fixam na pele ou no pêlo e, a partir da sua alimentar e começa a tecer um casulo ao seu
abertura (opérculo), sai a ninfa. A ninfa, que possui 3 redor, o qual vai se aderir na forma de pupa. A
estádios (n1, n2, n3), se alimenta e muda para adulto, pupa no ambiente percebe a aproximação do
dando continuidade ao ciclo hospedeiro e dela sai o adulto, que subirá no
hospedeiro e iniciará o parasitismo.
PULGAS
1) Tunga penetrans (Família tungidae)
- Apresentam fronte com projeção
- Apresentam lascínias serrilhadas
- 1º segmento do abdome > todos juntos

CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3), pupa, adulto


(macho, fêmea)

Vida livre: Os adultos ficam no ambiente e se


alimentam de sangue

Vida parasitária: a fêmea penetra na pele do


hospedeiro, ingurgita e deixa pra fora da pele o seu
último segmento, onde está seu estigma respiratório e
aparelho ovopositor. Após 2 semanas, elimina os ovos,
que se desenvolverão em terrenos secos e arenosos,
até que a larva L1 ecloda, faça muda para L2 e L3. A
larva L3 vai tecer seu casulo (pupa) e, da pupa emerge
o adulto, que dá continuidade ao ciclo
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MOSCAS HEMATÓFAGAS

FAMÍLIA TABANIDAE
- Possuem olhos grandes
ia 2) Haematobia irritans
- Possuem aparelho bucal do tipo picador-sugador
- Possuem antenas divididas em 3 segmentos, sendo o - Possuem palpos com 2/3 do tamanho da
último anelado probóscide (boca)
- Possuem aparelho bucal picador/sugador
pronunciado

CICLO BIOLÓGICO

CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, larva (L2, L2, L3), pupa, adultos


(macho e fêmea)

Vida parasitária: os adultos ficam no animal se


alimentando, até que as fêmeas copuladas seguem
 Estágios: ovo, larva (L1 a L9), pupa, adulto (macho, para a região posterior do animal e depositam
ovos, que sairão juntos com as fezes frescas.
fêmea)

Vida parasitária: após a cópula, as fêmeas se Vida livre: ao longo de 30 dias, as larvas L1 eclodem
dos ovos (presentes nas fezes), mudam para L2 e
alimentam de sangue
L3, até que posteriormente virem pupas, de onde
eclodem os adultos que voam até o animal, dando
Vida livre: as fêmeas, aos se alimentar, ovipõem em
continuidade ao ciclo
solo úmido (pântano) ou plantas aquáticas. Dos ovos,
eclodem as larvas (podem ter até 9 estádios), que 3) Stomoxys calcitrans
posteriormente farão muda para pupa e desta, - Possuem abdome com manchas escuras
eclodirão os adultos - Possuem aparelho bucal picdor-sucador
- Possuem palpos curtos
- Possuem aristas unipectinadas

FAMÍLIA MUSCIDAE
1) Musca domestica
- Possuem o corpo dividido em cabeça, tórax e
abdome
- Possuem 4 listras negras no tórax
CICLO BIOLÓGICO
- Possuem abdome com reflexos amarelos
- Possuem arista bipectinada
- Possuem aparelho bucal lambedor

- Igual ao de Haematobia irritans


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MOSCAS HEMATÓFAGAS
FAMÍLIA SARCOPHAGIDAE
- Possuem cor acinzentada
a 2) Cochliomyia macellaria
- Adultos possuem coloração azul metálica
- Possuem 3 listras negras longitudinais no mesonoto - Possuem mesonoto com faixas negras
- Possuem aparelho bucal do tipo lambedor longitudinais
- Possuem abdome com aspecto axadrezado - Possuem aparelho bucal do tipo lambedor
- Possuem palpos curtos
- Possuem basicosta amarela
- Larvas possuem tronco traqueal não pigmentado

FAMÍLIA SYRPHIDAE
- Possuem o corpo verde metálico
- Possuem asas manchadas

FAMÍLIA CALLIPHORIDAE
1) Cochliomyia hominivorax 3) Chrysomia sp
- Adultos possuem coloração azul metálica - Adultos possuem coloração verde ou azul
- Possuem aparelho bucal do tio lambedor metálico
- Possuem mesonoto com 3 faixas negras longitudinais - Possuem mesonoto sem faixas negras
- Possuem basicosta (barriga de lado) negra longitudinais
- As larvas possuem tronco traqueal pigmentado - Possuem mesonoto e abdome com faixas negras
transversais
- Possuem aparelho bucal do tipo lambedor
- Possuem palpos curtos

CICLO BIOLÓGICO 4) Lucilia sp


- Possuem colorido metálico
- Possuem tórax e abdome sem listras negras
(longitudinal ou transversal)

➔ Estágios: ovo, larva (L1 a L9), pupa, adulto


(macho, fêmea)

Vida parasitária: após a cópula, a fêmea é atraída por


uma lesão recente no hospedeiro e lá deposita seus
ovos. Deles, eclode a larva L1, que em 4 a 8 dias muda
para L2 e de L2 para L3, enquanto se alimenta de
tecido vivo.

Vida livre: A larva L3 então cai do animal, faz a muda


para pupa no solo e, dela, ocorre a emergência do
adulto
FAMÍLIA OESTRIDAE 2) Oestrus ovis
1) Dermatobia hominis
- Possui tórax cinza amarronzado, com manchas
longitudinais escuras (xadrez)
- Possui abdome azul metálico
- Possui asas grandes e escuras
- Possui aparelho bucal atrofiado
- Larva possui tubérculo anal, área espinhosa e
espiráculo ➔ Estágios: larva (L1, L2, L3), pupa, adulto
(macho e fêmea)

Vida parasitária: fêmeas adultas coloca as larvas L1


nas narinas do animal e elas migram até os seuis da
face. Quando termina sua muda de L1 para L2 e de
L2 para L3, a larva L3 sai pelo nariz do animal
quando ele espirra, caindo no solo

CICLO BIOLÓGICO Vida livre: no solo, a larva L3 muda para pupa e,


passados 1 a 2 meses, há a emergência do adulto

FAMÍLIA GASTEROPHILIDAE

➔ Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3), pupa, adulto


(macho e fêmea)

Vida livre: A larva L3 cai no solo e faz a muda para


pupa. Da pupa, emerge a fêmea adulta, que após a
cópula não vai depositar seus ovos diretamente no
animal. Ao invés disso, ela os deposita em uma outra
fêmea, que receberá o nome de forética e que
carregará os ovos até o hospedeiro.
➔ Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3), pupa,
Vida parasitária: Dos ovos, pelo opérculo, saem as adulto (macho e fêmea)
larvas L1, que penetrarão no hospedeiro de forma
ativa, uma vez que, pela temperatura, perceberem que Vida parasitária: fêmeas adultas vão depositar seus
a forética já pousou. Em seguida, essa larva L1 penetra ovos na ganacha (queixo) ou no joelho do
o tecido subcutâneo e se aloja lá, enquanto faz a muda hospedeiro. Deles, eclodem as larvas L1, que
de L1 para L2 e de L2 para L3. A larva L3 possui entram na boca do hospedeiro ou por via ativa,
espinhos ao longo do corpo, que facilitarão sua migrando da ganacha para lá ou passiva, em que o
fixação. Passados 35 a 40 dias, a larva L3 cai do animal lambe as patas e carregam as larvas. Uma
hospedeiro e, no solo, inicia sua fase de vida livre. vez na boca, são deglutidas, passando pelo
estômago e duodeno, onde iniciarão seu
- Espécies foréticas: Sarcopromusca pruna, Stomoxys desenvolvimento larval, até o estádio de L2 e de L2
calcitrans, Musca domestica, Haematobia irritans, para L3. As larvas L3 saem então nas fezes.
Culicídios, Amblyomma cajennense.
Vida livre: uma vez nas fezes no solo, as larvas L3
mudam para pupa’, de onde emergirá o adulto e o
ciclo continua.
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ORDEM HEMIPTERA

- Possuem 2 asas diferentes, recebendo o nome de


Hemélitro. Metade dessas asas é membranosa e a
ia Ciclo biológico
- Estágios: ovo, ninfa (1,2,3,4,5), adulto
outra metade é coriácea - Se alimentam de sangue (aves e mamíferos) em
todos os estágios
- Seus ecótopos antigamente eram na natureza. Ex:
fendas de pedras, tocas de mamíferos, abaixo de
cascas secas de troncos de árvores
- Devido à urbanização migraram para locais mais
próximos ou mesmo na própria cidade. Ex: fendas
de telhas
- Possuem probóscida (rostro) do tipo picador-
Transmissão
sugador, reclinado sobre o esterno.
- Ingestão de alimentos contaminados (açaí, cana)
- Entrada de fezes contaminadas quando o inseto
Tipos de rostro se alimenta e defeca no homem
- Fitófago: probóscida reta, dividida em 4 segmentos,
sempre ultrapassando o 1º par de patas
- Predador: probóscida curva, não ultrapassando o 1º
par de patas
- Hematófago: probóscida retan não ultrapassando o
1º par de patas

Principais gêneros da subfamília Triatominae


- Panstrongylus (A): possuem a antena implantada
próxima aos olhos
- Triatoma (B): possuem as antenas implantadas entre
os olhos e o clípeo (nariz)
- Rhodnius (C): possuem as antenas implantadas
próximo ao clípeo
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SUBORDEM NEMATOCERA
FAMÍLIA CULICINAE
- Possuem as asas com ápice arredondado e com
ia FAMÍLIA PSYCHODIDAE
 Subfamília Phlebotominae
escamas nas veias e franjas - Possuem asas com ápice lanceolado, pelos nas
- Machos possuem antenas plumosas veias e nervuras paralelas
- No adulto, a cabeça forma um ângulo de 90º em
- Fêmeas possuem antenas pilosas
relação ao corpo

1) Subfamília Anophelinae FAMÍLIA CERATOPOGONIDAE


- Larvas não possuem sifão respiratório e se  Gênero Culicoides
- Possuem antenas longas formadas por 14
posicionam paralelamente à superfície da água
segmentos com formato de contas de terço
- Asas com escamas claras e escuras, formando - Possuem peças bucais curtas
manchas - Possuem asas manchadas
- Adultos repousam com o corpo formando ângulo
com a superfície
- Machos com palpos longos e clavados no ápice
- Fêmeas com palpos longos, do mesmo tamanho que
a probóscida
FAMÍLIA SIMULIIDAE
 Gênero Simulium
- Parecem pequenas moscas
- Possuem antenas curtas e sem cerdas

CICLO BIOLÓGICO

2) Subfamília Culicinae
- Larvas possuem sifão respiratório e se posicionam
obliquamente em relação à superfície da água
- Asas com escamas, mas sem manchas
- Adultos repousam com o corpo paralelamente à
superfície
- Machos possuem os palpos cilíndricos e maiores que
a probóscida
- Fêmeas com palpos curtos e bem menores que a  Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4), pupa,
adulto (macho e fêmea)
probóscida
As fêmeas se alimentam de sangue para maturar
seus ovos após a cópula. Quando maduros, os ovos
são depositados no criadouro, de onde eclodirá a
larva L1, que vai fazer muda para L2, L3 e L4. A
larva L4 muda para pupa, que não se alimenta
mais, mas ainda forma o alado. Da pupa, emergem
os adultos, sendo o macho não hematófago.
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NEMATODAS: Famílias Strongylidae e Cyathostomidae
FAMÍLIA STRONGYLIDAE
- Gênero Strongylus
ia 2) Strongylus vulgaris
- Possuem dentes arredondados (1 par)
- Ovo de forma oval e de parede fina - Possuem esôfago musculoso
- Larva com extremidades afiladas
- Possuem esôfago claviforme
- Machos possuem bolsa copuladora e 2 espículos
delgados e simples

CICLO BIOLÓGICO
1) Strongylus edentatus
- Possuem cápsula bucal em formato de taça
- São desprovidos de dentes
- Possuem cutícula

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),


adulto (macho e fêmea
CICLO BIOLÓGICO
Vida Parasitária: a larva L3, após ingerida, penetra
na mucosa do ceco ou cólon, formando um nódulo
onde ficará por cerca de 1 semana, até fazer a
muda para L4 e romper o nódulo. A larva L4 então
ganha pequenas artérias e migram pelo endotélio
vascular até a artéria mesentérica cranial e seus
ramos (sentido contra fluxo), onde muda para L5.
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto Uma vez como larva L5, ela retorna à parede
(macho e fêmea) intestinal, pelo fluxo da artéria mesentérica cranial,
estando agora no lúmen e não mais no endotélio
Vida Parasitária: a larva L3, após ingerida, penetra na vascular. As larvas L5 então forçam novamente a
mucosa intestinal do hospedeiro e ganha a circulação parede intestinal, formando um novo nódulo, onde
porta até chegar ao fígado. No fígado, migram e farão a muda para adulto, o qual, quando se
mudam para L4, gerando lesões que serão substituídas romper, liberará esses indivíduos no lúmen do
por tecido fibroso. Depois, L4 migra junto à cápsula intestino para que eles copulem e a fêmea libere
hepática e ganha o peritônio, até que chegam ao seus ovos.
ligamento hepatorrenal e por ele seguem até a parede
do intestino grosso, onde fazem a muda para L5. Vida livre: igual ao do S. edentatus
Então, a larva L5 penetra o intestino grosso e forma
um nódulo que se torna purulento em razão da 3) Strongylus equinus
inflamação. O nematóide completará sua muda para - Possuem cápsula bucal oval
adulto nesse nódulo, rompendo-o, e seguirá para a luz - Possuem pequenos dentes cônicos e um grande
do intestino grosso (ceco e cólon), onde os machos dente dorsal.
copularão com as fêmeas. Dessa cópula resultam os - Possuem goteira esofágica
ovos, que são eliminados nas fezes na fórmula de
mórula infectante.

Vida livre: nos ovos eliminados nas fezes desenvolve a


larva L1, que eclode no ambiente e se alimenta de
compostos orgânicos da pastagem até fazer a muda de
L2 para L3.
CICLO BIOLÓGICO 2) Subfamília Oesophagostominae
- Ovo de forma elíptica e com parede fina
- Apresentam dilatações de cutícula denominadas
vesícula cefálica, papilas cervicais e alo cervical
- Adultos possuem cápsula bucal retangular e
pequena
- Machos possuem bolsa copulatória e es´pículos
de tamanho médio
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto - O corpo das fêmeas termina afilado
(macho e fêmea)

Vida Parasitária: após ingeridas, as larvas L3 penetram


a mucosa do ceco ou cólon, formando um nódulo na
camada muscular ou subserosa. No interior desse
nódulo, as larvas L3 fazem a muda para L4. As larvas L4
seguem pela parede peritonial até o fígado, onde
migrarão ao longo do parênquima hepático, podendo
fazer a muda para L5 ali mesmo ou no pâncreas. Em
seguida, as larvas L5 retornam para o intestino grosso
pelos ligamentos da parede peritonial, chegando à
parede intestinal, por fora. Elas então a penetram,
formando um novo nódulo o qual, após romper, as
levará para a luz intestinal, onde se tornam adultos, CICLO BIOLÓGICO:
que copularão resultando em ovos que serão expelidos - Igual ao dos Strongylus
nas fezes.

Vida livre: igual ao do S. edentatus

MIGRAÇÃO DAS LARVAS E ADULTO DE STRONGYLUS

FAMÍLIA CYATHOSTOMIDAE
1) Subfamília Cyathostominae
- Ovo de forma elíptica e com parede fina (não
larvado)
- Adultos possuem cápsula bucal com formato
retangular ou cilíndrica
- Machos possuem bolsa copulatória desenvolvida

CICLO BIOLÓGICO:
- Igual ao dos Strongylus
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NEMATODAS: Superfamílias Trichostrongylidae e Metastrongyloidea
FAMÍLIA TRICHOSTRONGYLOIDEA
- Gênero Dictyocaulus
ia Vida livre: A larva L1 sai nas fezes, muda para L2 no
ambiente e de L2 muda para L3 (possui tripla
- Possuem cápsula bucal de tamanho reduzido camada cuticular), que será ingerida pelo animal no
- Boca circundada por 4 lábios capim. Essa fase pode estar associada ao fungo
- Machos são menores que fêmeas Phibolus, que quando se multiplica e despersa seus
- Machos possuem bolsa copulatória não lobada e com esporos germinativos, dispersa as larvas L3
espículos curtos, grossos e de tamanhos iguais
- Fêmeas possuem abertura vulvar na porção medial e
cauda reta

2) Dictyocaulus filaria
- Machos possuem espículos curtos e grossos, em
forma de bota
- Fêmeas possuem cauda reta e afilada

1) Dictyocaulus viviparus
- Fêmeas possuem a extremidade posterior cônica CICLO BIOLÓGICO
CICLO BIOLÓGICO - Semelhante ao do D. viviparus (PPP = 4-5sem)

3) Dictyocaulus arnfield
CICLO BIOLÓGICO
- Semelhante ao do D. viviparus, mas os adultos
ficam nos bronquíolos e os ovos são deglutidos

FAMÍLIA METASTRONGYLOIDEA
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto - Gênero Metastrongylus
(macho e fêmea)
 PPP: 88 a 170d 1) Metastrongylus pudendotectus, Metastrongylus
apro e Metastrongylus salmi
Vida Parasitária: A larva L3 é ingerida pelo animal, - Possuem 2 lábios trilobados
percorre o trato gastrointestinal e, no abomaso, tem - Machos possuem bolsa copulatória grande e com
suas cutículas degradadas pelo suco gástrico. No a porção mediar reduzida
intestino, a larva L3 penetra a parede intestinal e - Machos possuem espículos longos, delgados e
percorre o caminho em direção aos linfonodos, onde terminados em gancho
fará a muda de L3 para L4. Via sistema linfático ou - Fêmeas possuem extremidade cônica e processo
circulatório, a larva L4 migra até o coração e chega aos digitiforme
pulmões pelos microcapilares que irrigam os alvéolos.
Dos alvéolos, as larvas L4 migram para os bronquíolos,
onde farão a muda para L5. Essa larva L5 migra para os
brônquios, onde se instala e faz o processo de
maturação, dando origem aos indivíduos adultos. Os
adultos fazem a cópula e as fêmeas liberam os ovos
contendo a larva L1. Esses ovos sobem a árvore
brônquica e chegam até a traquéia, onde a larva L1
eclode. A larva L1 então sai pela boca ou pelo nariz e o
animal a deglute, ao lamber a expectoração. Essas
larvas L1 percorrerão todo o trato gastrointestinal e
serão eliminadas com as fezes.
CICLO BIOLÓGICO CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto


(macho e fêmea)  Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),
adulto (macho e fêmea)
Fase livre: os ovos contendo a larva L1 são eliminados
no ambiente (≠ de Dictyocaulus, que eliminam a larva). Vida livre: a larva L1 é eliminada nas fezes e
Os anelídeos ingerem esses ovos e, dentro deles, há a penetra um molusco no qual fará a muda de L1
eclosão de L1, seguido de muda para L2 e L3. Essa para L2 e L2 para L3.
larva L3 irá para a circulação sanguínea do anelídeo e
ficará em processo de latência até que o anelídeo seja Vida Parasitária: o canídeo come os moluscos
comido pelo suíno contendo as larvas L3 e elas seguirão pelo trato
gastrointestinal até chegar ao intestino. Então,
Fase parasitária: o suíno ingere o anelídeo contendo a migram pelo sistema circulatório até os linfonodos,
larva L3 que passa por todo o trato gastrointestinal até onde farão a muda de L3 para L4. A larva L4
ser liberada no intestino. A larva L3 então rompe a percorre então a via linfática ou circulatória até
parede intestinal e migra até os linfonodos, onde fará chegar ao coração, indo para a artéria pulmonar,
a muda de L3 para L4. Essa larva L4 volta então pelo onde ocorre a muda de L4 para
sistema linfático ou circulatório até o coração, indo ‘’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’. A larva L5 então
para os alvéolos pulmonares através dos migra pela artéria pulmonar e matura, formando os
microcapilares que ela rompe. Ela migra para os adultos. Machos e fêmeas copulam e a fêmea
bronquíolos, onde faz a muda de L4 para L5 e vai se libera os ovos, que migram pelos capilares que
estabelecer na luz do pulmão até se maturar e dar irrigam o pulmão e chegam até os alvéolos. Nos
origem aos indivíduos adultos. Assim, machos e alvéolos, as larvas L1 eclodem e sobem a árvore
fêmeas fazem a cópula e a fêmea libera os ovos, que brônquica, chegando até a traquéia, onde serão
se deslocam pela árvore brônquica até a faringe, onde então deglutidas e percorrerão o trato
serão deglutidos, percorrerão todo o trato gastrointestinal, sendo eliminadas no ambiente
gastrointestinal e chegarão ao intestino, onde irão se juntamente com as fezes.
misturar às fezes para serem eliminados no ambiente.
-Gênero Aelurostrongylus
-Gênero Angyostrongylus - Possuem gubernáculo
2) Angiostrongylus vasorum
- São avermelhados CICLO BIOLÓGICO
- Machos possuem bolsa copulatória reduzida e - Igual ao de Angiostrongylus, mas possuem
espículos delgados e iguais Hospedeiro Definitivo (gatos), Hospedeiro
- Não possuem gubernáculo Intermediário (moluscos) e Hospedeiro Paratênico
(anfíbios, répteis, aves e pequenos mamíferos.
Parasitolog
NEMATODAS: Gêneros Ancylostoma e Bunostomum
FAMÍLIA ANCYLOSTOMATIDAE
- Possuem a boca curva, formando um gancho na boca
ia GÊNERO ANCYLOSTOMA
1) Ancylostoma caninum
devido à sua curvatura dorso-ventral. - Possuem 3 pares de dentes na face ventral
- Possuem cápsula bucal desenvolvida, que é uma - Machos possuem espículos longos, delgados e
expansão globular cuticular entre a boca e o esôfago. iguais
Auxilia na fixação do parasita a mucosa de órgãos e é o - Fêmeas são maiores que os machos e possuem
local onde há o início da digestão. cauda cônica
- Na porção anterior da cápsula bucal possuem
estruturas pungitivas (lâminas ou dentes), que farão
laceração ou perfuração de tecidos para que o parasita
se alimente de sangue.
- Possuem parede cuticular espessa.
- Machos possuem bolsa copulatória bem
desenvolvida, que serve como forma de adesão do
macho à fêmea.
- Possuem gubernáculo, que é uma expansão da
cutícula com raios carnosos que auxilia no CICLO BIOLÓGICO
direcionamento dos espículos

- Produzem ovo não larvado, ainda em estágio de


mórula
- L1 e L2 possuem esôfago rabiditóide, que se divide
em corpo, istmo e bulbo.
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),
adulto (macho e fêmea)
- L3 possuem esôfago filarióide, sem dilatações. Na  Ciclo direto (só 1 hospedeiro)
muda de L2 para L3, a cutícula de L1 é descartada, de
modo que a larva apresente apenas dupla camada Vida Livre: o ovo morulado é liberado nas fezes, de
cuticular. Apresentam grande mobilidade, para buscar onde eclode L1. A larva L1 se move pouco, se
o hospedeiro. alimenta de matéria orgânica e quando já tiver com
suas reservas energéticas supridas, secreta uma
nova cutícula e muda para L2. Essa L2 se localiza
em camadas semi-profundas do solo e se alimenta
de matéria orgânica no ambiente, até que secreta
uma nova cutícula e muda para L3. A larva L3 não
se alimenta no ambiente. Esse processo dura de 5 a
8 dias, podendo ser mais rápido em altas
temperaturas.

Vida Parasitária: a L3 pode entrar no hospedeiro


pela via oral, pela mucosa oral ou pela via
percutânea. Nesta última, o parasita entra na pele
do cão e, ao perceber a mudança de temperatura e
pistas bioquímicas, começa a forçar sua região
anterior contra a pele dele, penetrando a derme,
onde vai migrar, até encontrar vasos sanguíneos e
linfáticos.
Uma vez lá, migra pelo sistema circulatório/linfático 2) Ancylostoma braziliensis
até chegar à veia cava, onde segue até o coração, - HD: cães e gatos
migra pelos microcapilares até chegar à luz dos - HA: humanos
alvéolos/pulmão e lá faz a muda de L3 para L4. Em - HP: roedores
seguida, percorre a árvore brônquica, chegando à - Os adultos possuem boca com 2 pares de dentes
faringe, onde serão deglutidas e retornarão ao na face ventral, mas um par é maior que o outro
intestino. Lá, fazem a muda de L4 para L5. A Larva L5 - Os machos possuem bolsa copulatória
se fixa nas microvilosidades, se alimenta de sangue e, desenvolvida e 2 espículos iguais, finos e longos.
após alguns dias, se desenvolve, matura o aparelho - Seu ciclo é semelhante ao de A. caninum, com a
reprodutor e dá origem aos indivíduos adultos machos diferença que é não ter transmissão mamária
e fêmeas. Ainda nas vilosidades, o macho fecunda a - Patogenia: não se alimentam de sangue, apenas
fêmea e ela faz a ovoposição. Os ovos então ganham a de plasma e descamações de pele, não gerando
luz do intestino e são eliminados juntos às fezes. Já no anemia nos animais acometidos
ciclo por via oral (mais comum), o indivíduo lambe o - Importância: é um agente zoonótico que causa
ambiente ou a pele contendo a larva L3 e a mesma larva migrans cutânea (bicho geográfico), gerando
percorre o TGI onde faz muda de L3 para L4 dentro da uma irritação nos locais onde a larva migrou na
parede intestinal e de L4 para L5 na luz do intestino, derme. Essas migrações geram inflamações e
até fazer muda para adulto e liberar os ovos nas fezes. prurido intenso por semanas, mas não se
Pela mucosa oral, as larvas podem ou ser deglutidas e desenvolvem no ciclo.
continuar o ciclo a partir do TGI ou podem penetrar na
mucosa e seguir pela circulação até chegar ao pulmão,
fazendo o mesmo ciclo que pela via percutânea. Há
também a via de transmissão transmamária, em que
os filhotes se contaminam durante a amamentação, de
modo que as larvas L3 cheguem ao pulmão, migrem
para a musculatura esquelética, fiquem latentes (larva
hipobiótica) e só reativem novamente, indo para a GÊNERO BUNOSTOMUM
glândula mamária de cadelas ficarem grávidas. - Possuem cápsula bucal semi retangular
- Alguns fatores podem impactar na produção de ovos - Ao invés de dentes possuem um par de lâminas
pelas fêmeas, como por exemplo a idade dos cortantes
hospedeiros e a queda no nº de indivíduos. Além disso,
uma alta densidade populacional (muitos adultos) vai 1) Bunostomum phlebotomum
resultar na queda do nº de ovos produzidos, uma vez - HD: Bovinos
que há competição pelo espaço e pelos nutrientes ali - Possuem um par de espículos longos e delgados
presentes.
- Sabe-se também, que os indivíduos de A. caninum 2)Bunostomum trigonocephalum
preferem áreas sombreadas e úmidas (não é - HD: ovinos e caprinos
encharcado), com alta temperatura (23-30ºC) e - Possuem espículos curtos.
umidade. O solo arenoso é interessante para as larvas
L3 pois permite maior dissipação de oxigênio entre as
partículas, favorecendo o desenvolvimento larval.
- A dissolução do bolo fecal contendo os ovos no
ambiente é feita por anelídeos, chuva e vento
- Patogenia: geram reação alérgica onde a larva
penetra, mas geralmente isso evolui para a
normalidade sem agravos consideráveis. Podem
ocorrer lesões pulmonares discretas, que geralmente
são sintomáticas. O principal distúrbio é a perda de CICLO BIOLÓGICO
sangue, que pode levar a um quadro anêmico, como - É semelhante ao do A. caninum
enterite, emagrecimento, desidratação, prostração e - Faz penetração percutânea, se desenvolvendo no
morte, principalmente em filhotes. pulmão e pode penetrar por via oral também,
- Epidemiologia: deve-se retirar as fezes dos animais tendo desenvolvimento no intestino.
do ambiente, evitando que outros animais ou - Epidemiologia: É raro encontrar em altas cargas
humanos tenham contato com esse parasita. nos animais. Pode gerar infecções patogênicas na
região dos trópicos
- Importância: Se houver entre 100 a 500 vermes pode
haver anemia, emagrecimento e diarréia. Se houver
mais de 600 vermes em ovinos e caprinos ou mais de
2000 vermes em ovinos pode ocorrer morte. São mais
comum em animais jovens.
- Pode observar-se prurido nos pés de animais
estabulados e bezerros
Parasitolog
NEMATODAS: Gênero Trichostrongylus, Haemonchus, Coooperia e Ostertagia
FAMÍLIA TRICHOSTRONGYLIDAE
- São conhecidos como Trichostrongilídeos
ia 2) Trichostrongylus colubriformis
- Se localizam no intestino delgado
- Os parasitas da superfamília Trichostrongyloidea tem - Machos possuem gubernáculo e espículos em
predileção por hospedeiros ruminantes. Se localizando forma de harpão
no abomaso (Haemonchus, Trichostrongylus axei, - HD: ruminantes
Ostertagia) ou no intestino delgado (Cooperia, - São quimívoras
Trichostrongylus colubriformis)
- Possuem cavidade bucal reduzida ou vestigial GÊNERO OSTERTAGIA
- Em questão de tamanho, os parasitas do gênero - Ostertagia spp (= Teladortagia )
Haemonchus são os maiores. - Se localizam no abomaso
- É muito encontrado no Sul, devido ao frio
- HD: ruminantes

- Possuem bolsa copuladora trifurcada


GÊNERO HAEMONCHUS - São hematófagos
- Se localizam no abomaso
- Na porção anterior possuem dilatações na cutícula GÊNERO COOPERIA
denominadas papilas cervicais - Se localizam no intestino delgado
- Machos possuem bolsa copuladora com lobos bem
- Machos não possuem gubernáculo
desenvolvidos e um par de espículos - HD: ruminantes
- Fêmeas possuem um processo (ou flap) vaginal
- Possuem capacete cefálico
protegendo a vulva - São quimívoras
- São hematófagos

CICLO BIOLÓGICO

GÊNERO TRICHOSTRONGYLUS
1) Trichostrongylus axei
- Se localizam no abomaso
- São vermes pequenos e delgados
- Machos apresentam gubernáculo, bolsa copulatória e
um par de espículos com diferença acentuada no
tamanho.
- Não possuem dilatação na cutícula na região anterior
- HD: bovinos, ovinos, caprinos, equinos e suínos  Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),
- São hematófagos adulto (macho e fêmea)
 Ciclo direto
 PPP: 17 a 35 dias

Vida livre: em temperatura e umidade ideal, as


larvas L1 se desenvolvem no ovo e eclodem em até
24h. As larvas L1 se alimentam do bolo fecal e
quando trocam de cutícula, se tornam L2. As larvas
L2 continuam nas fezes se alimentando delas até
que ganha mais uma cutícula e se torna L3. A larvas
L3 (saem das fezes quando chove pq são lavadas)
não se alimentam mais e são o estágio infectante.
- Patogenia: os helmintos que estão no intestino
delgado, geram diarréia (elevado parasitismo
crônico, gerando inflamação da célula intestinal de
modo que não ocorra a absorção de nutrientes.
Assim, o alimento não absorvido fica lá e é
fermentado por bactérias, aumentando a
osmolaridade fluida, aumentando a passagem de
líquido para a luz intestinal) e anorexia (o animal
Vida parasitária: ruminantes se infectam ingerindo a
deixa de se alimentar quando ta infectado, gerando
larva L3 na pastagem. Essas larvas L3 são digeridas e
um aumento na osmolaridade fluida, aumento no
seguem para o abomaso ou intestino delgado, onde
fluxo e na motilidade intestinal, inflamação que
perdem a cutícula de L2. Nesses órgãos, elas penetram
interfere nos reflexos e impulsos neurológico, dor
a mucosa e mudam de L3 para L4, a qual sai da
que afeta na digestão do alimento e aumento de
mucosa, volta para o lúmen do órgão e faz a muda
colecistocinina e somatostatina).
para L5, que se diferencia em machos e fêmeas. Os
adultos copulam e as fêmeas botam os ovos
- A colecictocinina e a somatostatina são
morulados juntamente com as fezes.
produzidas pelas células jovens do ID. Quando
ocorre uma inflamação, o organismo tenta repor as
- Quanto menor a altura da gramínea, maior a
células, mas as novas células não tem capacidade
facilidade de migração da larva até o ápice da planta,
de absorver alimentos ainda, de modo que elas
bem como áreas mais baixas tem maior índice de
gerem um feedback negativo para o cérebro, que
contaminação
induz uma não alimentação.
- A água não e uma fonte de contaminação de
helmintos.
Diarreia + Anorexia = RETARDO NO CRESCIMENTO

- Patogenia: os helmintos que estão no abomaso


causam anemia (principalmente Haemonchus) ou
dispepsia, acompanhada de gastrites.
- O parasita muda frequentemente (a cada 12min) de
local de alimentação deixando uma substância
anticoagulante no antigo local, que atuará por cerca de
6min.
- Dispepsia: Normalmente, no abomaso, o
pepsinogênio passa por uma série de reações em pH
ácido (pH = 2,5) pra produzir pepsina, que atua
digerindo proteínas e facilitando a absorção no ID.
Entretanto, em animais parasitados, há uma
hiperplasia de células, diminuindo a quantidade de HCl
e aumentando a de HCO3-, de modo que o pH mude de
2,5 para 7,0 e o pepsinogênio não consiga agir. Como
consequência, não há a quebra e nem a absorção de
proteína pelo animal. Assim, há uma hipoproteinemia,
que diminui a pressão coloidosmótica (entre a parede
do vaso), fazendo com que as células o endotélio se
afastem e provoquem o extravasamento de plasma
gerando edema (principalmente submandibular)
- Sabendo que bovinos tem mais Cooperia e que esse
helminto causa mais diarreia e anorexia. Ou seja, os
bovinos com helmintos manifestarão mais retardo no
crescimento.
- Já entre ovinos e caprinos, o que mais prevalesce é
Haemonchus, que ocasiona anemia. Ou seja, animais
com helmintos manifestarão mais edemas e terão
maior nível de mortalidade.
- Dificilmente haverão índices de mortalidade em
bovinos

- Controle: Se o tratamento antihelmintico é feito nos


bezerros entre 3 a 5 meses, o resultado pode resultar
em 5 a 10kg a mais. Após os 12 meses recomenda-se
tratar 4x por ano. Já entre os 12-24 meses, o
tratamento deve ser feito nos meses de maio, agosto e
novembro. Para vacas, indica-se tratar no pré-parto,
no dia 0 da IATF. Para vacas secas ou em lactação não
é recomendado tratar já que o adulto desenvolve uma
resposta natural ao helminto Em boi de engorda só se
trata na entrada.

Já em ovinos e caprinos, não existe proteção conforme


a idade, podendo haver tantos cordeiros quantos
adultos com verminoses
Parasitolog
NEMATODAS: Gêneros Trichuris, Capillaria
FAMÍLIA TRICHURIDAE: GÊNERO TRICHURIS
-Podem ser vistos a olho nu (♂: 2 - 7cm, ♀: 3 -7cm)
ia - Diagnóstico: exame coproparasitológico
- Patogenia: os casos mais severos são aqueles em
- Possuem a região anterior mais afilada e a região que há uma alta concentração de vermes, podendo
posterior dilatada (chicote) haver colite hemorrágica com alta parasitemia. O
- A extremidade posterior da fêmea é afilada e a do mais comum são infecções leves e assintomáticas
macho possui um espículo envolvido por uma bainha, - Controle: tratamento e higiene do ambiente, uma
apresentando aspecto de prepúcio vez que o ovo dura muito tempo no ambiente e o
- O ovo possui forma elíptica (barril), com casca adulto se adere na mucosa. Dar preferência para
espessa e 2 opérculos. quintal cimentado e não de terra (ovos sobrevivem
- Os vermes adultos se alimentam de substâncias do mais)
quimo e pedaços de mucosa - Tratamento: Trichuris spp é uma espécie de difícil
- Forma infectante: ovo contendo L1 eliminação apenas com antihelmíntico, uma vez
que a região afilada fica dentro da mucosa e o ativo
do antihelmíntico não está em concentração
circulante suficiente para chegar naquele local.

CICLO BIOLÓGICO
1) Trichuris vulpis
- HD: cão e gato
- Animais jovens são mais susceptíveis

2) Trichuris suis FAMÍLIA TRICHURIDAE: GÊNERO CAPILLARIA


- HD: suínos - O ovo possui forma elíptica (barril), com casca
- Animais jovens são mais susceptíveis espessa e 2 opérculos.
- Morfologia semelhante à de Trichuris, mas são
menores em tamanho (1 – 1,5cm)

CICLO BIOLÓGICO
1) Capillaria anulata
- HD: perus, frangos, patos, aves silvestres
- HI / HP: minhocas
- Tem predileção pela região do inglúvio (papo)
- Animais jovens são mais susceptíveis

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto


(macho e fêmea)
 PPP: 42 a 49 dias

Vida livre: os ovos são eliminados nas fezes já larvados


contendo a larva L1. Em condições de temperatura e
umidade ideal podem durar de 9 a 10 dias no
ambiente, mas esse período pode chegar até 60 dias.
Vida Parasitária: o HD ingere o ovo em água ou
alimentos contaminados, e ele percorre todo o TGI até  Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),
chegar ao intestino delgado, onde a larva L1 eclode e adulto (macho e fêmea)
penetra a mucosa do ceco/cólon. Na mucosa, L1 faz  PPP: 3 – 4 semanas
muda de L1 para L2, L2 para L3, L3 para L4 e L4 para
L5. As larvas L5 então se diferenciam sexualmente ao
tornarem-se adultos, copulam no intestino grosso e
liberam ovos contendo L1 nas fezes.
Vida livre: o ovo é eliminado nas fezes e é ingerido Vida Parasitária: o equino ingere gramínea ou água
pela a minhoca. Posteriormente, ela é ingerida pelo HD contendo ovos com L3, de modo que a L3 eclode
Vida Parasitária: o HD ingere a minhoca contendo o no intestino delgado. Em seguida, essa larva L3
ovo e no inglúvio a larva L1 eclode e faz as mudas até migra até chegar ao intestino grosso, onde faz
se desenvolver como verme adulto. muda de L3 para L4, de L4 para L5 e de L5 para
- Patogenia: - Geram inflamação catarral, com adulto. Os vermes adultos estão no intestino
espessamento da parede do esôfago e do papo grosso e, após a cópula, a fêmea migra para a
- Diagnóstico: necrópsia região perianal, onde libera os ovos juntos com
uma substância gelatinosa, que causa prurido.
2) Capillaria bovis Depois, esses ovos atingem o ambiente
- HD: bovinos, ovinos e caprinos
- Larvas têm predileção pelo intestino delgado e não
possuem fase de migração
- São visíveis a olho nu (♂: 8 – 9mm, ♀: 12mm)
- Esse prurido tem vantagem para o parasito, uma
FAMÍLIA OXYURIDAE: GÊNERO OXYURIS vez que auxilia a dispersão de ovos no ambiente.
1) Oxyuris equi - Mesmo não sendo muito prevalentes, possuem
- Possuem a região anterior mais dilatada e a região importância clínica, pois geram consequências
posterior afilada (chicote) estéticas e comportamentais (coceira gera
- Possuem dilatação no esôfago denominado bulbo estresse) para o animal e financeiras para o
- O ovo possui casca espessa e 1 opérculo com tampão proprietário.
mucóide - Sinais clínicos: o equino coça no mourão, fica com
- Machos possuem asa caudal e um único espículo o rabo ouriçado ou sem pelos. Alguns adultos
- Nas fêmeas, a vulva está localizada anteriormente podem ser encontrados nas fezes
- HD: equínos
- Habitam o ceco e cólon de equinos, estando fixos ou
livres no intestino. A fêmea pode também ser
encontrada na região perianal
- Se alimentam do conteúdo intestinal
- Estágio infectante: ovo com larva L3

- Diagnóstico: exame clínico (passa durex na região


CICLO BIOLÓGICO perianal e visualiza ao microscópio se tem ovos lá)
- Tratamento: é difícil tratar com antihelmíntico
por 2 razões: as fêmeas estão na região perianal e
o medicamento não chega lá e porque os adultos
podem estar tanto aderidos quanto soltos da
mucosa, dificultando a ação do medicamento. Uma
alternativa para diminuir o prurido é passar iodo
polvidona na região perianal.

FAMÍLIA HETERAKIDAE: GÊNERO HETERAKIS


1) Heterakis gallinarum
- São encontrados no ceco e raramente no
intestino delgado e grosso das aves
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto
- Machos possuem ventosa pré-cloacal com 2
(macho e fêmea)
espículos
 PPP: 5 meses
- Possuem uma dupla dilatação bulbar no esôfago
Vida livre: os ovos atingem o ambiente e, dentro deles,
a L1 se desenvolve, fazendo muda de L1 para L2 e L2
para L3.
- HD: aves
- HP: coleópteros (besouros), minhocas e moscas
- São quimívoras
- Forma infectante: ovo contendo a larva L3

CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto


(macho e fêmea)
 PPP: 28 DIAS

Vida livre: os ovos atingem o ambiente e, dentro deles,


a L1 se desenvolve, fazendo muda de L1 para L2 e L2
para L3.

Vida Parasitária: a ave pode ingerir ou o ovo com a


larva L3 ou um hospedeiro paratênico contendo L3. O
ovo percorre o TGI e faz muda de L3 para L4, L4 para
L5 e L5 para adulto no ceco. Os adultos copulam no
ceco e os ovos são eliminados nas fezes.

- Alguns estudos indicam que as larvas L3 podem


sobreviver na musculatura da minhoca por até um ano
e os ovos podem sobreviver no ambiente por até 4
anos
- Importância: é vetor de Histomonas meleagridis,
conhecido como “cabeça-preta” em perus. Infecções
elevadas podem gerar inflamações na mucosa cecal.
Parasitolog
NEMATODAS: Gênero Strongyloides
FAMÍLIA STRONGYLOIDIDAE
- Possuem vestíbulo bucal e não têm dentes
ia CICLO BIOLÓGICO HOMOGÔNICO

- L1, L2 e L3 de vida livre possuem esôfago


rabiditiforme (dividido em corpo, istmo, bulbo) e
cutícula fina e hialina, que não retém a cutícula de L2.

- L3 na forma infectante é filarioide, possuindo carga


genética 3n, esôfago filariforme e cutícula fina e
hialina, não retendo a cutícula de L2
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),
adulto (macho e fêmea)
 Ciclo homogônico: todos os indivíduos tem
a mesma carga genética (3n)
- Possuem ciclos alternados: 1 ciclo todo de vida livre e  PPP: 5 meses
1ciclo se desenvolve em parte no hospedeiro
- Na extermidade posterior as larvas L3 possuem uma Vida livre: os animais podem eliminar no ambiente
terminação bífida em razão de uma alteração de os ovos n e 2n ou as larvas L1 (3n). As larvas L1 nos
cutícula ovos eclodem e o que se encontra no ambiente são
- Fêmeas são partogenéticas (geram decendentes larvas L1 n, 2n e 3n. Então, essas larvas L1
férteis sem cópula), possuem aspecto filiforme, com começam a secretar uma nova cutícula, fazendo
esôfago filarióide e extremidade posterior cônica. muda para L2 3n. A larva L2 descarta sua cutícula e
Possuem útero anfidelfo (2 alças) divergentes (uma a partir da sua epiderme secreta uma nova
para cada lado). Estão no hospedeiro, parasitando-o e cutícula, dando origem à larva L3 filarióide, que
se reproduzindo. penetra no hospedeiro através da penetração
transcutânea.
Vida partenogenética: No hospedeiro, a larva L3
percorre a derme até chegar aos vasos, que a
levarão ao coração e ao pulmão. Nos bronquíolos
- A fêmea de vida livre possui esôfago rabiditiforme, fazem a muda de L3 para L4, que sobe a arvore
extremidade afilada pulmonar até a faringe, onde são degutidas e
percorrem o TGI até chegar ao intestino delgado.
No intestino, fazem a muda de L4 para L5 e de L5
para fêmea partenogenética, as quais rompem as
microvilosidades intestinais quando se fixam, e
quando maduras, começam e produz ovos (n, 2n e
- Todos os machos são de vida livre, apresentando 3n) viáveis. Os ovos n e 2n saem nas fezes. Já nos
aspecto menor. Possuem extermidade anterior ovos 3n de Strongyloides stercoralis, a larva L1 vai
arredondada e posterior recurvada com 2 espiculos. eclodir no intestino e sai nas fezes.
Possuem esôfago curto e rabiditiforme.
1) Strongyloides papillosus
HD: ruminantes

2) Strongyloides westeri
HD: equinos

- Possuem ovos elípticos, com casca delgada que 3) Strongyloides ransomi


podem estar embrionados ou larvados HD: suínos

4) Strongyloides stercoralis
HD: homem, cão, gato
- A principal via de infecção é a transmamária (migra - Patogenia: a penetração pela pele pode gerar
até o tecido adiposo ficando em estado de latência, irritação, prurido, inflamação local (dermatite) e
até reativar na prenhez), mas em S. stercoralis se vê secundária (casco de pequenos ruminantes). A
casos de autoinfecção interna (L1 eclode dos ovos e se passagem no pulmão pode causar bronquite e
desenvolve na mucosa intestinal do intestino, hemorragia como consequência do rompimento de
migrando até o pulmão e dando continuidade ao ciclo) capilares. No intestino pode causar erosão das
e externa (L1 eclode dentro do hospedeiro, muda para vilosidades, enterite, diarréia (aumento do
L2 e L3, até ser liberada com as fezes, ficando na peristaltismo), desidratação, má absorção
região perianal, até penetrar a pele e migrar, através alimentar e diminuição do desenvolvimento. Em
da circulação, até o pulmão, dando continuidade ao humanos pode causar larva migrans cutânea (bicho
ciclo). geográfico)
CICLO BIOLÓGICO HETEROGÔNICO - Epidemiologia: afeta principalmente animais
jovens e/ou imunodeprimidos.
- Diagnóstico: exame coproparasitológico pela
técnica de flutuação (S. westeri, S. ransomi, S.
papillosus) ou decantação (S. stercoralis)

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto


(macho e fêmea)
 Ciclo heterogônico: os indivíduos possuem
cargas genéticas diferentes (n e 2n)
 PPP: 5 meses

Vida livre: as larvas L1 que eclodiram no ambiente


fazem muda para L2 n e 2n, as quais dão origem a uma
larva L3 rabiditiforme, que muda para L4 e L5 no
ambiente. Uma vez como L5, a larva sofre
diferenciação em macho (n) e fêmea (2n). Da cópula
desses vermes resultam ovos 3n, que dão origem a
larvas L1, que mudam para L2 e L3 filarióides que
buscam o hospedeiro.

CICLOS JUNTOS
Parasitolog
NEMATODAS: Gêneros Dirofilaria, Dipetalonema, Mansonella e Onchocerca
FAMÍLIA DIOCTOPHYMATIDAE
1) Dioctophyma renale
ia - Diagnóstico: exame parasitológico da urina,
necrópsia
- É o maior nematódeo parasita de animais domésticos - Importância: causam destruição do rim (afetam
- ♀:60cm e ♂:35cm só um) e geralmente não é feito tratamento
- Possuem coloração vermelho púrpura em função da medicamentoso, apenas cirúrgico
sua alimentação - Controle: eliminar peixe cru da alimentação,
- Sua identificação se dá pelo seu tamanho e monitorar animais silvestres, já que são
localização (rim) reservatório.
- Ovos possuem formato elíptico, com casca espessa e
rugosa e com opérculos bipolares. São encontrados na FAMÍLIA STEPHANURIDAE
urina 1) Stephanurus dentatus
- São vermes grandes e robustos
- ♀:3 - 4,5 cm e ♂:2 -3 cm
- Apresentam cutícula transparente
- O tamanho e a localização (rins) são diagnósticos
- HD: canídeos, esporadicamente gatos, suínos, - Se localizam nos rins e na gordura Peri-reneal
bovinos e o homem - Eliminam seus ovos na urina
- HI: anelídeos aquáticos - HD: suínos, javalis e raramente bovinos
- HP: peixes e anfíbios - HI: minhoca
- Se localizam no parênquima renal e na cavidade
abdominal CICLO BIOLÓGICO
- A forma infectante é a larva L3 presente em um HI ou
HP

CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),


adulto (macho e fêmea)
 PPP: 6-19 meses

Vida livre: Os ovos são liberados na urina na forma


embrionada, até que L1 seja formada e ecloda do
ovo. Então, no ambiente, fazem a muda de L1 para
L2 e L2 para L3.
Vida parasitária: O animal ingere a larva L3
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto presente no ambiente ou em HI ou a larva L3
(macho e fêmea) penetra na sua pele de forma ativa (infecção
 PPP: 6 meses percutânea). Em caso de ingestão, as larvas
percorrem o TGI chegando ao intestino, onde
Vida livre: No ambiente, a larva se desenvolve dentro fazem muda de L3 para L4, ganham a circulação
do ovo, eclode e é ingerida pelo anelídeo, onde fará porta e chegam ao fígado. Em caso de penetração
sua muda de L1 para L2 e de L2 para L3. percutânea, ganham a circulação, fazem muda para
Vida parasitária: O HD se infecta ao ingerir o HI ou um L4 e chegam ao fígado. No fígado, as larvas L4
HP contendo a larva L3 encistada nos seus tecidos. A rompem a cápsula hepática e chegam ao rim, onde
larva L3 então penetra a parede estomacal, migra pela se desenvolvem até se tornarem adultos e
cavidade abdominal fazendo muda de L3 para L4 e de realizarem a cópula, liberando ovos na urina
L4 para L5 e penetra no rim, onde os vermes adultos
estão. Após a cópula, liberam seus ovos embrionados
na urina.
- Diagnóstico: exame parasitológico da urina e CICLO BIOLÓGICO
necrópsia
- Importância: geram danos no parênquima hepático e
há casos de migração errática
- Controle: higienizar criadouros e separar os animais
jovens daqueles com mais de 9 meses

FAMÍLIA ONCHOCERCÍDAE
1) Dirofilaria immitis
- Os adultos são denominados filarias e são
encontrados enovelados no coração
 Estágios: larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto
- Filárias  ♀:25 - 30 cm e ♂:15 cm
(macho e fêmea)
- As microfilárias são encontradas na circulação
medindo 300μm. Possuem sua extremidade anterior
Vida parasitária: o HD está com o lado direito do
afilada e a posterior romba (curva)
coração parasitado pelas filarias que acasalam,
- Não botam ovos, sendo vivíparas.
eliminando no sangue as microfilárias. As
microfilárias migram pela circulação e são ingeridas
por mosquitos da família Culicidae que se
alimentam de sangue com larvas L1. Na
musculatura dos mosquitos as larvas L1 mudam
para L2 e depois para L3. Então, saem da
musculatura e migram para as peças bucais do
- Em alguns testes de diagnóstico como o da fosfatase mosquito, saindo ativamente da probóscida do
alcalina (FAC) elas são coradas no poro anal e no poro mosquito para a circulação do hospedeiro quando
excretor o culicíneo for fazer hematofagia. No hospedeiro
elas migram no subcutâneo e ganham a circulação,
sendo levadas até os pulmões, onde se
desenvolvem até L5, migrando do pulmão até o
coração.

- Controle: tratar os doentes (é difícil porque se


morrem todas de uma vez vai pro pulmão e causa
- São encontradas no Sistema cardiovascular, sendo as
embolia), controlar culicídeos, administrar
microfilárias encontradas no sangue junto às
antiparasitários (comprimido ou coleira
hemáceas e as filarias localizadas do lado direito do
antimosquito), evitando a evolução de L3
coração (AD, a. pulmonar, v. cava caudal)
2) Dipetalonema sp (Acanthocheilonema sp)
- Filárias medem 1,5 – 3cm
- Microfilárias medem 300μm
- Morfologia semelhante à de D. immitis
- HD: canídeos
- HI: pulgas, carrapatos, piolhos, mosquito (Aedes,
- HD: canídeos, felídeos e ocasionalmente o homem Anopheles, Culex, Mansonia)
- HI: mosquitos da família Culicidae (Aedes, Culex, - São encontradas no tecido subcutâneo, rins e
Anopheles) cavidade corporal
- Não são consideradas patogênicas
- Diagnóstico: pode ser feito de modo clínico
(insuficiência cardíaca congestiva – não chega sangue
no coração) e radiológico, através de testes
imunodiagnósticos (ELISA), parasitológicos (colhe
sangue e leva ao microscópio), histoquímicos - Diagnóstico: clínico (vê se tem os mesmos
(confirmar por FAC) e moleculares (PCR) sintomas de D. immitis pra descartar ou não a
- Importância: podem causar insuficiência cardíaca possibilidade de dirofilariose), radiológico,
congênita (ICC), endocardite e embolia pulmonar parasitológico, histoquímico (FAC), molecular
- Controle: controlar as populações de HI e tratar
os doentes
CICLO BIOLÓGICO CICLO BIOLÓGICO

 Estágios:larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto


(macho e fêmea)
 PPP: 8-10 semanas
 Estágios: larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto
Vida parasitária: as filárias ficam no tecido subcutâneo (macho e fêmea)
e as microfilárias ficam circulantes no sangue.  PPP: 8-10 semanas

3) Setaria equi Vida parasitária: o HI ingere a microfilária no


- Filárias  ♀:13 cm e ♂:11 cm processo de hematofagia e ela faz muda para L2 e
- Microfilárias medem 0,25mm L3 na sua musculatura. Então, migram para a
- Possuem a extremidade posterior enrolada em probóscida e saem ativamente do mosquito
espiral penetrando na pele do HD até chegar ao sangue.
- As microfilárias ficam no sangue, enquanto que as No HD, cada espécie de filaria se localiza em um
filárias ficam na cavidade peritonial e pleural. órgão, no qual farão muda para L4, L5 e adulto.
- HD: equídeos Então as filárias darão início à produção de
- HI: mosquitos culicíneos microfilárias que irão para a circulação dando
- Podem fazer ciclo errátio e chegar aos olhos do HD sequência ao ciclo

- Diagnóstico: parasitológico, molecular (PCR)


- Importância: os animais infectados geralmente não
apresentam sinais clínico, mas migrações larvais com
ciclo errátio podem causar encefalomielite e cegueira
- Controle: controlar os vetores

4) Onchocerca volvulus
- Filarias ficam no tecido conjuntivo da pele, enquanto
que microfilárias ou ficam no tecido conjuntivo da pele
ou na conjuntiva do olho
- HD: homem
- HI: Simulium sp

5) Wuchereria bancrofti
- Filarias ficam nos gânglios e tecidos linfáticos,
enquanto que microfilárias ficam no sangue circulante
apresentando periodicidade
- HD: homem
- HI: Culex quinquefasciatus

6) Mansonella ozzardi
- Filarias ficam na cavidade abdominal, serosa do
mesentério e tecidos adiposos das visceras, enquanto
que microfilárias ficam no sangue circulante
- HD: homem
- HI: Simulium sp e Culicoides
Parasitologi
NEMATODAS: Gêneros Habronema, Spirocerca, Physaloptera,
Tetrameres a
e Dyspharynx

SUPERFAMÍLIA SPIRUROIDEA Vida parasitária: no ambiente, um coleóptero


- São parasitos da região anterior do tubo digestivo de ingere o ovo contendo a larva L1 e uma vez nele,
vertebrados (ficam até o estômago) ela eclode e se desenvolve em L3. Então, o
- Têm ciclo de vida indireto (dependem de HI para coleóptero é ingerido e a L3 ou se alberga no
completar o ciclo) tecido e não se desenvolve (HP), ou chega ao
estômago, penetra as aa. gástricas, chega na a.
aorta e então vai pra o esôfago (HD). Uma vez no
esôfago, a larva L3 muda para L4, L5 e adulto, de
modo que macho e fêmea copulem e a fêmea
oviponha dando continuidade ao ciclo

- Importância: forma granulomas no esôfago, que


dão origem a osteosarcomas, causando aneurismo
1) Spirocerca lupi o mesmo obstrução. Para ter eliminação dos ovos,
o granuloma deve estar com o orifício voltado para
- Em áreas enzoóticas pode atingir 100% dos cães de
vida livre o lúmen do esôfago. Pode gerar osteoartropatia
- Se localizam no esôfago, estômago e aorta. hipertrófica secundária
- Medem de 3 a 8cm
- Machos possuem extremidade posterior enrolada em
espiral
- Possuem ovos larvados
- Não se sabe o que ele ingere - Diagnóstico: não vale a pena fazer exame
- HD: canídeos, carnívoros silvestres, gatos coproparasitológico, a análise histopatológica,
(esporadicamente), humano (raramente) radiológica (com contraste), endoscópica e clínica é
- HI: coleóptero (besouro) suficiente.
HP: aves, roedores

2) Physaloptera praeputialis
CICLO BIOLÓGICO - São helmintos grandes (4 a 6cm)
- Os adultos são “semelhantes” aos Ascaris
- Sua identificação se dá pelo seu tamanho e
localização
- São diferenciados de Ascaris pela sua
extremidade exterior com prepúcio (expansão
cuticular
- Possuem ovos alongados com casca espessa

➔ Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto


(macho e fêmea)
➔ PPP: 5-6 meses - HD: cães e gatos
- HI: besouro, baratas e grilos
Vida livre: os adultos eliminam os ovos no ambiente - Habitam o estômago dos animais, sendo
pelas fezes ou vômito. hematófagos
CICLO BIOLÓGICO Como a casca do ovo de Habronema é muito fina,
pode ser que durante o trânsito intestinal ele
➔ Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto rompa liberando a larva L1. Se sair o ovo sem
(macho e fêmea) romper, a L1 vai eclodir no bolo fecal no ambiente.
➔ PPP: 50 a 120 dias
Vida livre/parasitária: o HI deposita seus ovos nas
Vida parasitária: O HD ingere o HI, de modo que as fezes de equinos, de modo que as larvas L1 de
larvas mudem de L3 para L4 e L4 para L5 no próprio Musca domestica ingiram as larvas L1 de
estômago. Os adultos no estômago copulam Habronema. A mosca se desenvolve, passando de
produzindo ovos larvados que serão eliminados ou nas L1 para L2, de L2 para L3, de L3 para pupa e de
fezes. pupa para adulto. À medida que a mosca evolui, a
larva de Habronema também evolui dentro da
Vida livre: os ovos são ingeridos por hospedeiros mosca nos túbulos de Malpighi, de modo que
intermediários e lá a larva L1 vai eclodir e fazer a muda quando a mosca é adulta, a larva está no seu
até L3. estágio L3 (forma infectante). Quando a mosca vai
se alimentar, a L3 de Habronema migra para a
região do aparelho bucal e, por diferença de
temperatura, sai da boca da mosca, e migra até
chegar à boca do equino.
Patogenia e sinais clínicos: dependendo do grau de
infecção o animal pode apresentar úlceras nos locais - Patogenia: na habronemose gástrica, os adultos
de ancoragem do parasita, seguida de anemia e podem causar irritação na mucosa do estômago,
gastrite gerando hipersecreção de muco e gastrite catarral
- Diagnóstico: pode ser feito por endoscopia e exames crônica.
de fezes
CICLO BIOLÓGICO (Habronemose cutânea)
3) Gênero Habronema (e Drashia) - Na habronemose cutânea, a larva L3 de
- Podem ser vistos a olho nu, têm 3,5cm Habronema é depositada pela Musca domestica
- Possuem vestíbulo bucal curto e cilíndrico, em forma em um tecido lesionado onde inicia um processo
de funil migratório irritativo, alérgico e tóxico. A larva L3
- Causam Habronemose (doença) gástrica, cutânea e não evolui para adulto, permanecendo nesse
das mucosas estádio até o fim de sua vida.
- Na doença gástrica ele consegue dar continuidade ao
ciclo, gerando novos adultos. Já as outras formas da
doença são consideradas errátias
- HD: equinos - Essas lesões ocorrem comumente no verão, que é
- HI: moscas (Musca domestica) a época de maior proliferação de moscas
- Patogenia: Causam lesões denominadas ferida de
CICLO BIOLÓGICO (Habronemose gástrica) verão. Como o animal sente muito prurido ele
tenta se coçar mais e nisso o processo cicatricial é
imperfeito, gerando um tecido granulomatoso
- Epidemiologia: os locais mais comuns são a
região dos olhos, pescoço, cernelha, boleto e
prepucial
- Tratamento: A ferida melhora quando diminui a
reinfestação, ou seja, quando diminui a incidência
de moscas. Assim, o ideal é fazer vermifugação da
tropa, cortando o ciclo de vida dos parasitas. Outra
alternativa de tratamento é a criocirurgia.
➔ Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto
(macho e fêmea)
➔ PPP: 2 meses

Vida parasitária: o animal deglute as larvas L3 de


Habronema, que chegam ao estômago e fazem a muda
de L3 para L4, L4 para L5 e L5 para adulto. Os machos e
fêmeas copulam liberando ovos larvados no estômago.
CICLO BIOLÓGICO (Habronemose das mucosas) - Machos possuem espículos desiguais
- Segue o mesmo conceito da Habronemose cutânea, - Na região anterior possuem cordões cuticulares
afetando as regiões conjuntiva, genital e também há recorrentes de curso sinuoso
casos de habronemose nos pulmões.

- São encontrados no pró ventrículo e


eventualmente no esôfago, podendo ser
- Epidemiologia: Geralmente, asininos e muares são
visualizados a olho nu
mais resistentes que os equinos à Habronemose
- Diagnóstico: foca mais na habronemose cutânea ou
das mucosas do que gástrica. Raramente a
habronemose gástrica é ignorada. Pode-se também
fazer uma endoscopia e descobrir acidentalmente.
Tanto exame coproparasitológico quanto biópsia da CICLO BIOLÓGICO
lesão são difíceis e inaplicáveis nesse caso

4) Tetrameres
- HD: aves domésticas
- HI: crustáceos, baratas, gafanhotos e besouros
- A fêmea possui o formato de disco e os machos são
alongados

➔ Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),


adulto (macho e fêmea)
➔ PPP: 28 dias

Vida livre: os adultos no próventrículo eliminam os


- São hematófagos ovos larvados no ambiente pelas fezes. O HI ingere
- São encontrados no próventrículo (moela) das aves esses ovos e a L1 se desenvolve até L3 nele.
Vida parasitária: a ave ingere o HI contendo a larva
L3, que se desenvolve no pró ventrículo até a fase
de adulto

- Importância: podem causar eventualmente


reação inflamatória na mucosa do pró-ventrículo
CICLO BIOLÓGICO
- O HD ingere o HI contendo as larvas L3 encictadas.
No HD, as larvas migram para o próventrículo,
evoluem para adultos e dão continuidade ao seu ciclo
de vida

- Patogenia: podem causar irritação e inflamação das


paredes do próventrículo, gerando quadros de
emagrecimento em razão da anemia e diarréia e
eventualmente morte.

5) Dispharynx spiralis
- Não são muito estudados
- HD: araras
- HI: Porcellio (tatuzinho de jardim)
- Possuem ovos com casca espessa
Parasitolog
NEMATODAS: Família Ascaridae
FAMÍLIA ASCARIDIDAE
- Possuem tamanho médio a grande (são os maiores
ia transplacentária ou por hospedeiro paratênico, de
modo que, quando no seu local de interesse
parasitos encontrados em cães, suínos e equinos) (intestino, ou filhote) se desenvolve até adulto, até
- São opacos brancos que os machos fecundem as fêmeas e os ovos
- Possuem 3 lábios: 1 dorsal e 2 na face látero ventral, sejam liberados nas fezes. Na via transmamária, as
sendo cada um deles com um par de papilas (são larvas L3 são passadas para os filhotes e apenas no
mecano e quimioreceptoras). Não possuem cápsula intestino deles é que se desenvolvem até adulto.
bucal
1) Ascaris suum
- HD: suínos
- HP: anelídeo
- ♀:40cm e ♂:15-25cm
- São dióicos (macho ≠ fêmea), sendo a fêmea > macho - Ovos amarelados com camada externa irregular
- Machos não possuem bolsa copulatória, possuem a com projeções mamilonares
extremidade posterior curvada (facilita sua adesão à
fêmea), possuem espículos iguas, subiguais ou
desiguais
- Fêmeas possuem abertura anal e abertura cloacal,
além da vulva localizada na porção medial CICLO BIOLÓGICO

- Ovos com casca espessa, contendo 3 camadas


(mucopolissacarídeos, proteínas, lipoproteínas) que
facilitam sua adesão à pele, pelos e glândulas, assim
como resistir à fatores externos no ambiente.
- Ovos férteis são ovais e é possível ver a camada de  Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),
células no interior adulto (macho e fêmea)
- Ovos inférteis são alongados e a camada de células  PPP: 1,5 - 2 meses
não é muito visível, além de não possuírem membrana
mamilonada ao redor Vida livre: no ambiente, os ovos se desenvolvem
até L3 que podem ser ingeridas ou por um HP.

Vida parasitária: o HD ingere o ovo contendo a


larva L3 (presente na água, alimentos, pêlo ou
CICLO BIOLÓGICO glândula mamária) ou um HP contendo a larva L3.
O ovo passa pelo TGI, que irá degradar a casca ou o
anelídeo, liberando a L3 no intestino (a L3 eclode
se as condições ambientais como temperatura,
sais, pH e CO2 estiverem favoráveis). Essa larva L3
então rompe a parede do intestino delgado, migra
até o fígado via sistema circulatório e migra,
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto chegando ao coração e pulmão também via
(macho e fêmea) circulatória. No pulmão, as larvas L3 mudam para
 PPP: 5 meses L4 nos alvéolos e sobem a árvore brônquica, sendo
deglutidas na faringe até que retornem ao ID. No
Vida livre: no ambiente, a larva L1 se desenvolve até L3 intestino delgado, L4 muda para L5 e adulto, de
dentro do ovo e é ingerida pelo hospedeiro modo que os machos adultos fecundem fêmeas
adultas, que liberam os ovos embrionados nas
Vida parasitária: o hospedeiro ingere o ovo contendo a fezes
larva L3 que se dissemina ou por via transmamária,
- Epidemiologia: afeta principalmente animais jovens, Essa larva L3 então rompe a parede do intestino
entre 3 e 5 meses, sendo mais comum no verão em delgado, migra até o fígado via sistema circulatório
áreas temperadas e recorrente em áreas tropicais e migra, chegando ao coração e pulmão também
- Patogenia: podem causar obstrução intestinal e dos via circulatória. No pulmão, as larvas L3 mudam
canais biliares. Em casos piores, pode haver o para L4 nos alvéolos e sobem a árvore brônquica,
rompimento do intestino com extravasamento dos sendo deglutidas na faringe até que retornem ao
vermes para a cavidade peritonial, levando a morte. ID. No intestino delgado, L4 muda para L5 e adulto,
de modo que os machos adultos fecundem fêmeas
adultas, que liberam os ovos embrionados nas
fezes
Vida livre: no ambiente, a larva L1 se desenvolve
- Durante sua migração no pulmão, as larvas rompem até L3 dentro do ovo embrionado e é ingerida pelo
os alvéolos, causando focos hemorrágicos que deixam hospedeiro.
o órgão mais susceptível a infecções secundárias
bacterianas ou virais. No fígado, os focos hemorrágicos - Epidemiologia: mais comum em animais jovens
(podem evoluir para necrose intralobular) são -Patogenia: os indivíduos adultos causam
substituídos por áreas de fibrose que são comumente obstrução intestinal, que pode resultar em
chamadas de “mancha de leite” perfuração intestinal. Pode haver enterite catarral
crônica e obstrução dos ductos biliares. A larva
pode causar danos ao migrar pelo fígado e pulmão,
mas não são tão expressivos quanto a obstrução

3)Toxascaris leonina
- HD: canídeos e felídeos domésticos e silvestres
- Importância: gera um estresse fisiológico, que - HP: pequenos mamíferos, camundongos
interfere na liberação do hormônio do crescimento - Posssuem boca trilabiada sem interlábios
(GH), resultando numa redução no ganho de peso. - Possuem asas cervicais na região anterior. São
- Diagnóstico: técnica de flutuação para ver ovos nas estreitas e alongadas
fezes e necrópsia - Machos possuem espículos subiguais
- Fêmeas possuem vulva no terço anterior
2) Parascaris equorum
- HD: equinos e asininos CICLO BIOLÓGICO
- Possuem a boca trilabiada com interlábios

- ♀:20-50cm e ♂:15-28cm
- São o maior nematóide de equinos

CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),


adulto (macho e fêmea)
 PPP: 10 semanas

Vida parasitária: o HD ingere o ovo contendo a


larva L3 ou um HP com a larva L3 encistada nos
seus tecidos. Então, percorre o TGI, penetra a
parede do intestino, muda para L4 e retorna para a
luz do intestino onde vai mudar para L5 e adulto.
 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5), adulto Na luz do intestino ocorre a cópula, resultando em
(macho e fêmea) ovos que se misturam às fezes chegando ao
 PPP: 1 - 3 meses ambiente quando o HD defecar

Vida parasitária: o HD ingere o ovo contendo a larva L3 Vida Livre: no ambiente, as larvas se desenvolvem
(presente na água, alimentos, pêlo ou glândula até L3 no ovo, o qual pode ser ingerido por um HP
mamária). O ovo passa pelo TGI, que irá degradar a ou pelo HD
casca, liberando a L3 no intestino.
- Importância: a infecção fica restrita ao intestino, - Patogenia: nos filhotes as larvas podem causar
causando desconforto abdominal, cólica e diarréia pneumonia. Nos adultos podem causar oclusão
- Diagnóstico: técnica de flutuação parcial ou completa do intestino, raramente
perfuração e peritonite e comumente obstrução do
4) Toxocara canis ducto biliar.
- HD: cães - Sinais clínicos: aumento de volume abdominal,
- HP: aves, roedores cólica, prostração, granhidos, dor abdominal
- Possui asa cervical longa e estreita - Tratamento: vermifugação (adultos podem sair
- Possui 3 lábios nas fezes)
- Os machos possuem processo digitiforme (é a ≠ de T.  Infecção zoonótica: a criança entra em contato
leonina), espículos subiguais e delgados com ovos aderidos ao pelo do cão ou presentes no
- ♀:9-18cm e ♂:4-10cm solo e leva a mão à boca, ingerindo ovos com L3. A
larva L3 então migra para os tecidos ou olhos,
causando desconforto e possível cegueira. Gera
Larva migrans visceral.

5)Toxocara cati
- HD: felinos
- HP: roedores
- Boca trilabiada e sem interlábios
- Possuem asa cervical curta e mais larga
- ♀:8-12cm e ♂:3-7cm
- Ovo semalhante ao de T. canis
CICLO BIOLÓGICO
 Infecção por ingestão do ovo larvado: o animal
CICLO BIOLÓGICO
ingere o ovo no ambiente, o qual passa pelo TGI, de
modo que a L3 ecloda no intestino, faça a migração
hepato-pulmonar-traqueal e retorne ao intestino onde
muda para L4. Então, a larva L4 muda para L5 e adulto,
até que macho e fêmea copulem, liberando ovos nas
fezes. Patogenia: ocorre em cães entre 3 e 6 meses
 Infecção em animais adultos: o animal ingere o ovo
no ambiente, o qual passa pelo TGI, de modo que a L3
ecloda no intestino, faça a migração hepato-pulmonar.
Dos alvéolos as larvas L3 retornam para o coração e
pela circulação migram para os tecidos, onde ficam  Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),
encistadas na forma de larva hipobiótica, sem evoluir. adulto (macho e fêmea)
 Infecção via transplacentária: durante o terço final  PPP: 8 semanas
da gestação, as larvas L3 hipobióticas encistadas nos
tecidos das fêmeas se reativam e migram via placenta Vida Livre: no ambiente o ovo embrionado se
até chegarem no pulmão do feto, onde dão início ao desenvolve até a larva L3, que não eclode no
ciclo. ambiente. Então, o HD ou um HP ingere o ovo.
 Infecção via transmamária: durante o terço final da
gestação, a fêmea ingere ovos com a larva L3 ou um Vida parasitária: o HD ingere ovos contendo a larva
HP que ingeriu ovos contendo a larva L3 hipobiótica. L3 no ambiente ou encistados em HP. O ovo
Então, a larva L3 percorre o TGI e, quando chega ao percorre o TGI, de modo que a larva L3 ecloda no
intestino, ao invés de fazer a migração hepato- intestino, faça muda para L4, L5 e adulto, até que
pulmonar-traqueal, migra até a glândula mamária, macho e fêmea copulem, liberando seus ovos nas
onde fica em estado de latência, até o momento em fezes.
que o filhote vai ser amamentado.
- Na via transmamária não há migração do parasita
- Não há via transplacentária
- Importância: podem causar aumento de volume
abdominal, gerando desenvolvimento lento seja
pela diarréia ou pela competição pela absorção de
nutrientes entre os enterócitos e os parasitas. O
animal pode apresentar pelagem feia
- Não há muitos registros em humanos
COMPARAÇÃO ENTRE TOXOCARAS CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, larva (L1, L2, L3, L4, L5),


adulto (macho e fêmea)

Vida Livre: no ambiente o ovo embrionado se


desenvolve até a larva L3, que não eclode no
ambiente. Então, o HD ou um HP ingere o ovo.

Vida parasitária: o HD ingere ovos ou HP contendo


a larva L3, que percorre o TGI e eclode no ID das
aves. No intestino, as larvas L3 fazem as mudas até
adulto, de modo que macho e fêmea copulam
liberando os ovos nas fezes
6) Toxocara vitulorum
- HD: bovinos - Epidemiologia: aves novas são mais sensíveis
- São o maior nematóide de bovinos
- Possuem boca trilabiada com lábios sem papilas - Importância: causam obstrução intestinal, sendo
- ♀:22-30cm e ♂:15-26cm o principal helminto de aves
- Ovos semalhantes ao de T. canis

CICLO BIOLÓGICO
Vida parasitária: os bezerros se infectam pela ingestão
de ovos larvados no ambiente ou pela via
transmamária, de modo que os ovos percorram o TGI
chegando até o intestino, onde ocorre a muda para L4,
L5 e adulto. Então machos e fêmeas fazem a cópula
com a postura de ovos realizada junto às fezes. Nos
animais adultos as larvas podem ser encontradas em
estado de quiescência na musculatura.

Vida Livre: no ambiente o ovo embrionado se


desenvolve até a larva L3. Então, o HD ingere o ovo
contendo a larva L3

- Importância: pode ocasionar diarréia nos animais


jovens, sendo as fêmeas a principal fonte de infecção
para os bezerros.

7) Ascaridia galli
- HD: aves domésticas (galinha, peru, pato, faisão...)
- HP: anelídeos
- São trilabiados com a cavidade bucal pequena
- ♀:6-12cm e ♂:1-2cm
- Machos possuem ventosa pré-cloacal e papilas pré,
pós e cloacal
Parasitolog
TREMATODAS: Gêneros Schistosoma, Paramphistomum
FAMÍLIA PARAMPHISTOMATIDAE
1) Gênero Paramphistomum spp.
ia - Diagnóstico: exame clínico, exame de fezes,
necrópsia
- HD: bovinos, ovinos, caprinos - Tratamento: tratar com antiparasitário
- HI: caramujos aquáticos dos gêneros Planorbis e - Controle: impedir o acesso dos animais às fontes
Bulinus naturais de água e aplicar molusquicidas, bem
- Adultos parasitam o rúmen e o retículo, enquanto como remover os HI manualmente
que os estágios imaturos parasitam o duodeno.
- Possuem corpo piriforme, com ventosa oral e ventral  Paramphistomum cervi
(acetábulo)  Balanorchis spp
O ovo possui casca delgada 3 opérculo em uma das - HD: bovinos (rúmen)  B. anastrophus
extremidades - Possuem boca com projeções papiliformes
- Possuem ventosa oral com divertículos
- Testículos lado a lado
 Stichorchis spp
- HD: suínos e animais silvestres (estômago)
- Possuem ventoda oral com 1 aneis musculares
concêntricos
CICLO BIOLÓGICO - Possuem ventosa genital
 Cotylophora spp
- HD: ruminantes (rúmen e retículo)
- Possuem ventosa genital

2) Gênero Schistosoma spp


- Os adultos são delgados e longos, sendo
semelhantes a helmintos.
- Alimentam-se de sangue venoso
 Estágios: ovo, miracídio, esporocisto, cercaria,
- Sua membrana externa está em constante
metacercária, adulto
renovação, garantindo resistência à ação de
 PPP: 4 semanas
anticorpos.
- Possuem ventosas (oral e ventral) que facilitam
Vida livre: no ambiente aquático, os ovos passam um
sua fixação ao endotélio vascular, além de se
período na pastagem até que o miracídio eclode e se
locomoverem por extensão e contração.
locomove na água até penetrar ativamente nos tecidos
- O macho fica por fora e a fêmea se aloja dentro,
moles do HI. Uma vez no molusco, o miracídio se
no canal ginecóforo.
desenvolve na forma de esporocisto, formando as
- Os machos medem cerca de 1cm, sendo brancos.
cercarias, que saem do caramujo e migram para a
- As fêmeas possuem corpo cilíndrico, mais longo e
vegetação. Na vegetação, as cercarias se encistam e
mais fino que o macho. São cinzas (em razão da
adquirem a forma de metacercária.
hemozoína que é uma proteína de digestão do
Vida parasitária: o animal ingere na pastagem,
sangue). Raramente abandonam o canal ginecóforo
metacercárias que percorrem o TGI chegando até o
duodeno, onde se desenvolvem se tornando adultos.
Os adultos migram do duodeno para o rúmen/retículo,
onde depositam seus ovos, que são eliminados junto
com as fezes.

- Patogenia: em infecções maciças podem causar


enterite severa, mas normalmente os parasitos adultos
não causam danos aos animais
- Epidemiologia: são comuns em locais com coleções
permanentes de água (lagos), que servem como fonte
de caramujos para áreas alagadas durante as
inundações. Os animais jovens são mais vulneráveis.
Ovinos e caprinos são susceptíveis independente da
idade.
 Schistosoma mansoni
- HD: homens e animais silvestres
- HI: caramujo Biomphalaria glabratta
 Schistosoma bovis e S. matthei
- HD: bovinos e ovinos
- HI: caramujo Bulinus spp (ambos) e Physopsis spp (S.
bovis)

Laranja: fases no hospedeiro definitivo. Azul


escuro: fases em ambiente aquático. Azul claro:
- Os adultos parasitam veias mesentéricas do intestino fases no hospedeiro intermediário
grosso, podendo acometer a vesícula urinária.
Patogenia: diarréia e anorexia  Ovos: são eliminados no ambiente. Possuem
- Os ovos são depositados nas vênulas. Patogenia: espinho lateral. Não desenvolve o miracídio em
resposta inflamatória e granulosa ambiente terrestre

CICLO BIOLÓGICO

 Miracídios: rompem o ovo e acham caramujo.


Possuem ventosas, glândulas de adesão e de
penetração que facilitam sua adesão à superfície
(tegumento) do molusco. Buscam o caramujo ao
detectarem estímulos fotoquímicos, térmicos e
osmóticos.

 Estágios: ovo, miracídio, esporocisto, cercaria,


esquistossomulo, adulto

Vida livre: os ovos são depositados no ambiente  Esporocisto


aquático. Passado um tempo, os miracídios eclodem - Esporocisto 1ário: é uma forma de
dos ovos e iniciam um processo de busca pelos multiplicação, possuindo várias células que
caramujos, nos quais penetram nas partes moles e se migram nos tecidos do molusco formando um
transformam em esporocisto. O esporocisto se esporocisto 2ário. Contém células germinativas
desenvolve e produz as cercárias, que saem do - Esporocisto 2ário: se transformam em cercárias
caramujo e penetram ativamente no tecido de outro e migram para o hepatopâncreas do caramujo.
HD Também contém células germinativas

Vida parasitária: ao entrar no hospedeiro penetrando a


pele, as cercárias perdem sua cauda e se convertem
em esquistossômulo, que com o tempo penetram
vasos cutâneos até chegar ao coração e aos pulmões.  Cercárias: rompem os tecidos do caramujo pra
De lá, partem para o sistema porta-hepático, onde ganhar o ambiente externo, até que encontram o
crescem e amadurecem alimentando-se de sangue HD e penetram na pele dele, perdendo a cauda. Na
venoso até se tornarem adultos. Na forma adulta, extremidade anterior possuem um órgão de
migram pelas vênulas até chegar ao plexo fixação cefálico e 2 ventosas (oral e ventral)
mesentérico, onde depositam seus ovos, que chegam
no intestino grosso, sendo eliminados juntos com as
fezes do HD numa coleção de água
 Esquistossômulo: é a porção da cercaria que entra
no hospedeiro e se desenvolve até se tornar adulto.

- Patogenia: as reações do hospedeiro são resultado


das ações realizadas pelo parasita (migração,
alimentação, secreção de substâncias tóxicas ou
antigênicas) + reações do próprio organismo do
hospedeiro. Assim, as consequências mais comuns são
hemorragia, anemia, hipoalbuminemia (barriga
d’água), diarréia mucosanguinolenta, queda de
produtividade, anorexia, sede e emagrecimento

- Diagnóstico: análise dos sinais clínicos, avaliar a


presença de ovos nos exames de fezes, realizar testes
sorológicos

- Tratamento: antiparasitários

- Controle: controlar moluscos, melhorar


comportamentos sanitários, melhorar saneamento
básico
Parasitolog
TREMATODAS: Gêneros Fascíola e Eurytrema
CLASSE TREMATODA
- Possuem formato de folha devido ao seu
ia De miracídio a esporocisto

achatamento dorso-ventral.
- Não são segmentados
- Podem ter o tegumento liso ou recoberto de
espinhos (auxiliam na fixação)
- Possuem tubo digestivo incompleto (boca + esôfago + - As rédias são o estádio que sucede o esporocisto,
bifurcação gerando 2 cecos), de modo que os resíduos apresentando formato alongado, e algumas
do processo alimentar sejam regurgitados pela boca características do indivíduo adulto como boca na
- Possuem um par de ventosas (oral e região anterior, faringe, esôfago e ceco. No interior
ventral/acetábulo) apresentam células germinativas (darão origem a
 Estágios: ovo, miracídio, esporocisto, rédia, outras rédias – multiplicação - ou novas cercárias -
cercaria, metacercária, adulto reprodução). As cercárias são liberadas pelo poro
- Dentro do ovo está o embrião e as células vitelinas de nascimento, localizado próximo à boca.
(fazem a nutrição do embrião), que são recobertos por
uma cápsula protetora delgada. Possuem um opérculo
e podem ter espinho.

- As cercárias se dividem em corpo (onde estão os


- O miracídio é a primeira fase larval, com formato órgãos e sistemas) e cauda (pode ser bifurcada ou
piriforme/cilíndrico. Na extremidade anterior não). Apresentam 2 ventosas (oral e ventral) no
apresentam uma estrutura denominada terebratório, corpo. Apresentam glândulas cefálicas (mucóides e
que é o local de contato com o HI, iniciando o processo císticas), que auxiliam sua fixação e penetração no
de penetração nele. Junto ao terebratório estão as hospedeiro. Podem penetrar de forma ativa ou
glândulas de adesão, que secretam substâncias passiva
adesivas, facilitando a adesão do miracídio ao
tegumento do molusco e as glândulas de penetração,
que secretam enzimas histolíticas, facilitando o
rompimento da pele do molusco. Além disso, o
miracídio faz movimentos giratórios facilitando sua
penetração. No tegumento do miracídio estão placas
recobertas por cílios, que facilitam a sua FAMÍLIA FASCIOLIDAE
movimentação. Fasciola hepática
- HD: bovinos, ovinos, caprino
- HI: moluscos gastrópodes do gênero Lymnaea sp
que são chamados comumente de caramujos.
Ficam na lâmina d’água
- HA: homem
- O Esporocisto é o miracídio após a penetração, sendo - São grandes (maior trematóide)
uma estádio que só ocorre dentro do HI. As diferenças - Possuem formato de folha com achatamento
entre ele e o miracídio são a perda de placas ciliadas e dorso ventral e tegumento recoberto com espinhos
glândulas. Possuem formato alongado e irregular, - Posuem ventosa oral e ventral e poro genital
sendo preenchido por células germinativas. Possui um - São hermafroditas, fazendo fecundação cruzada a
poro de liberação. partir do seu órgão de cópula denominado cirro
- Os indivíduos imaturos são encontrados migrando no A patogenia na doença também pode se dar de
parênquima hepático forma crônica, sendo dividida em:
- Os indivíduos adultos são encontrados nos ductos 1)Fase inicial: há invasão de alguns imaturos
biliares no parênquima hepático
2) Fase de estada/anemia: ocorre 3 meses
CICLO BIOLÓGICO após ingestão, sendo marcada pela espoliação
sanguínea em razão de pequenas hemorragias
causadas pela migração
3) Fase terminal: ocorre 4-5 meses após
ingestão, sendo um agravamento da fase
crônica, de modo que os animais estejam
enfraquecidos, com edema, dificuldade
 Estágios: ovo, miracídio, esporocisto, rédia, respiratória, icterícia e distúrbios
cercaria, metacercária, adulto gastrointestinais. Pode haver calcificação do
 PPP: 10 – 12 semanas ducto biliar em bovinos.
- Epidemiologia: em geral bovinos são mais
Vida livre: quando o bolo fecal se dissemina no resistentes, porque adquirem imunidade com o
ambiente aquático (com luz), do ovo embrionado tempo, ao contrário dos ovinos e caprinos, que são
eclodem os miracídios, que penetram no HI mais susceptíveis uma vez que não adquirem
ativamente em até 24h. Uma vez no molusco, os resistência com o tempo. Entretanto, bovinos
miracídios perdem suas placas ciliadas e se encistam buscam mais por águas alagadiças do que ovinos e
na forma de esporocisto. O esporocisto dá origem às caprino
rédeas (1ª e 2ª geração) que migram até o - Importância: A fasciolose gera um grande
hepatopâncreas/glândula digestiva do molusco e dão impacto mundial devido à condenação de fígados
origem às cercárias, que migram até o intestino do HI e pelos frigoríficos e também pela queda de
são liberadas para o ambiente aquático em condições produtividade bem como morte dos animais. Pode
adequadas (temperatura). Ao encontrar uma gramínea ser uma zoonoze, pela ingestão de água ou
forrageira, as cercárias se encistam na forma de alimentos (arroz e agrião) cultivados em áreas
metacercária e produzem uma parede cística. alagadas usadas também pela pastagem
Vida parasitária: Quando o HD estiver se alimentando,
ele ingere as metacercárias, que percorrem seu TGI.
No abomaso, devido à secreção enzimática, as
metacercárias perdem sua parede cística e seguem
para o intestino na forma de esquistossômulo (forma
juvenil). Então, rompem a parede intestinal, caem na
cavidade peritonial e migram até o fígado, onde se FAMÍLIA DICROCOELIDAE
alimentam de parênquima hepático, até chegarem ao 1) Eurytrema coelomaticum
ducto biliar. Os adultos no ducto biliar fazem - HD: bovinos, caprinos e ovinos
fecundação cruzada, produzindo ovos embrionados - HI: molusco e gafanhoto(são mais HP)
que são liberados no intestino junto com a bile, se - São menores e possuem o corpo translúcido
misturando às fezes e sendo lançados no ambiente - Possuem ceco com fundo cego, com apenas 1
quando o animal defecar. ramificação
obs: ocorre infecção ativa no HI (elas furam ele) e - Possuem ventosa ventral
infecção passiva no HD (ele ingere elas) - Possuem ovário posterior e um par de testículos
- Possuem glândulas vitelinas, que são responsáveis
- Patogenia: pode ocorrer de forma aguda quando por produzir o vitelo que nutro o embrião
relacionada à migração dos parasitas imaturos no - Possuem poro genital e bolsa do cirro, onde fica o
fígado de um indivíduo nunca antes infectado órgão de cópula masculino
(primoinfecção) ou que está ingerindo muitas cercárias
de uma vez. Como consequência, pode ocorrer anemia
hemorrágica, uma vez que a migração rompe os vasos,
hepatite e fibrose. Quando há mais de 2000 parasitas
no HD, a morte dele se dá entre 3 e 9 dias. Podem
também ocorrer infecções secundárias por
microorganismos anaeróbios como Clostridium
oedematiens, levando à uma hepatite necrótica
chamada popularmente de morte negra.
CICLO BIOLÓGICO 2) Platynosommum illiciens
- HD: felinos, primatas e aves silvestres
- HI: moluscos (Subulina octona) e lacertídeos
(lagartos)
- HP: crustáceo (tatuzinho bola) – são ingeridos
pelos lagartos
- possuem corpo estreito e alongado
- Possuem testículo volumoso, ovário abaixo dos
 Estágios: ovo, miracídio, esporocisto, cercaria, testículos, glândulas vitelinas e útero na porção
microcercária posterior
 Não envolve água - São hermafroditas

Vida livre: no ambiente, o molusco se infecta


passivamente ingerindo o ovo. Uma vez no molusco, o
miracídio eclode do ovo e perde seus cílios, dando
origem ao esporocisto, que dará origem à 2 gerações
de esporocistos. Os esporocistos produzem as
cercárias, que possuem glândulas mucóides CICLO BIOLÓGICO
produtoras de muco. A junção do muco produzido por  Estágios: ovo, miracidio, esporocisto, cercaria,
essas glândulas das cercárias, com o muco produzido adulto
pelo molusco resulta em uma bola mucilaginosa que  Não envolve água
envolve as microcercárias na sua liberaçã o. Então, um
gafanhoto ingere a bola mucilaginosa contendo as Vida livre: no ambiente, o molusco ingere ovos
microcercárias e elas se incistam nele contendo miracídios. No molusco, o miracídio
perde suas placas ciliares, dando origem aos
Vida parasitária: os HD ingerem os gafanhotos esporocistos, que se desenvolvem em 2 gerações e
contendo as microcercárias na pastagem. Os produzem as cercárias que liberam as
gafanhotos então são digeridos ao longo do TGI, microcercárias em bolas mucilaginosas. Então, os
liberando as microcercárias que migram pelo intestino lacertídeos ingerem as cercárias e, quando o HD os
até chegarem aos ductos pancreáticos. Lá eles fazem ingere, está ingerindo também as microcercárias
fecundação cruzada, liberando os ovos no intestino de
modo que os ovos cheguem ao ambiente junto com as Vida parasitária: os hospedeiros definitivos comem
fezes. os lagartos e quando os digerem no TGI, liberam as
obs: ocorre infecção ativa no molusco (elas furam ele), metacercárias, que seguem até os canais biliares
infecção passiva no gafanhoto (ele ingere elas) e ou vesícula billiar, se desenvolvendo em adultos.
infecção passiva no HD (ele ingere elas) Os adultos então se reproduzem por fecundação
cruzada e lançam os ovos no intestino com as
- Patogenia: de acordo com o número de indivíduos fezes.
aderidos ao ducto pancreático, pode-se encontrar
lesões no pâncreas, obstrução e espessamento da obs: ocorre infecção passiva no molusco (ele ingere
parede do canal pancreático e também fibrose nos elas), infecção passiva no lagarto (ele ingere elas) e
locais de cicatrização. Resultado: euritrematose infecção passiva no HD (ele ingere elas)

- Patogenia: podem causar distúrbios gástricos

- Epidemiologia: geralmente não causam prejuízos e


nem estão associados a altas taxas de mortalidade
Parasitolog
CESTODA: Família Taeniidae
CLASSE CESTODA
- Não apresentam tubo digestivo
ia - O ovo com o embrião hexacanto (não dá pra
destinguir o ovo entre T. solium e T. saginata) se
- São hermafroditas desenvolve no HI até a fase larval (cisticerco)
- Adultos ficam no tubo digestivo, ductos biliares e
pancreático de vertebrados
- Larvas estão presentes nos tecidos de vertebrados e
invertebrados na forma de cistos
- São compridos, segmentados e em forma de fita
- Possuem crescimento contínuo, no sentido escólex
 estróbilo
- Possuem um órgão de fixação denominado escólex
- O estróbilo é formado pelo conjunto de proglotes,
sendo as mais próximas do colo as mais jovens, as do
- A larva pode ser em formato de cisticerco, que é
meio maduras e as mais pro fim grávidas
uma vesícula cheia de líquido contendo no seu
interior um escolex invaginado (protoescólex).
Quando for ingerido, ele vai evaginar (sair do
avesso). Essa forma ocorre apenas nos
hospedeirods vertebrados. O cisticerco de T. solium
- Os escólex podem ser globosos, com 4 ventosas e tem acúleos e o de T. saginata não tem.
com rostro com acúleos (T. solium) ou quadrangular,
com 4 ventosas, sem rostro e sem acúleos (T. saginata)

- T. solium pode têm de de 2 a 4m, T. saginata tem de


4 a 12m
- As proglotes maduras possuem órgãos sexuais
desenvolvidos. Possuem poro genital, útero, ovário e
testículo
- A larva também pode estar na forma de
cisticercóide, que é uma vesícula quase sem líquido
no interior com um escólex invaginado. Ocorre em
hospedeiros invertebrados. Ocorre em Moniezia e
Anoplocephala
- As proglotes grávidas possuem o útero ramificado e
repleto de ovos

- Outra forma larvar é o cenuro, que são


numerosos escólex que brotam da parede da
- Os ovos podem sair com as fezes ou a proglote pode vesícula, permanecendo invaginado. Ocorre em
sair também. O ovo possui casca fina, embrião Taenia multiceps
hexacanto (possui 6 acúleos) e embrióforo, que é uma
região refringente (brilho) entre a casca e o embrião
- A larva pode estar na forma de cisto hidático, que é As proglotes grávidas estarão repletas de ovos e
um grande cisto com líquido com numerosas vesículas saem com as fezes quando o homem defeca na
originadas por brotamento interno que formam o pastagem
escólex no seu interior. Ocorre em hospedeiros
vertebrados, sendo característica em Echinococcus Fase de vida livre: na pastagem, as proglotes
granulosus grávidas ressecam, se rompem e liberam milhares
de ovos. Os animais pastando ingerem esses ovos,
de modo que o embrião hexacanto seja liberado e
penetre a parede intestinal ganhando a circulação
sanguínea. Então, o embrião chega à musculatura
do hospedeiro e se desenvolve até sua fase larval
(cisticerco)

FAMÍLIA TAENIDAE
 COMPLEXO TENÍASE CISTICERCOSE OBS: se o homem ingere ovo de T. saginata nada
- Teníase (solitária): é a infecção intestinal benigna em acontece, mas se ingerir ovos de T. solium na água
humanos causada por adultos do gênero Taenia e alimentos contaminados com fezes ele
- Cisticercose: é a doença provocada pela presença da desenvolve papel de HI e HA, desenvolvendo o
larva de T. solium (C. cellulosar) ou T. saginata (C. cisticerco e apresentando cisticercose. Como o
bovis) nos tecidos dos HI (suíno e bovino, parasita tem tropismo pelo cérebro, é normal virar
respectivamente) e ocasionalmente no homem, como neurocisticercose
HÁ (T. solium)
- Vias de infecção: a cisticercose em humanos pode
ser adquirida pela ingestão acidental de ovos
viáveis de T. solium, seja por autoinfecção externa
(o homem ingeriu ovos oriundos da sua própria
- No HD ocorre a fase sexuada, albergando as formas
adultas do parasita infecção ao não lavar corretamente as mãos que
- No HI só alberga as formas larvais ou juvenis, sem estavam com fezes), autoinfecção interna (o
reprodução homem pode, por retroperistaltismo, ingerir ovos
que foram parar no estômago e deles eclodiram as
CICLO BIOLÓGICO larvas) e hetero-infecção (o homem ingere os ovos
em alimentos e água contaminados com fezes de
animais contendo T. solium)

- Epidemiologia: a infecção está relacionada à falta


de higiene, sendo os ovos muito resistentes à vida
no ambiente (4 a 6 meses)

- Patogenia em bovinos e suínos: não há sinais


clínicos claros (assintomática). O maior problema é
a inspeção da carne no abate

 Estágios: ovo, - Patogenia em humanos (Teníase): não há lesão


 PPP: 3 meses no local onde o escólex se fixa, pode ser
Fase parasitária: o Homem se infecta ao ingerir carne assintomática (sem sinais clínicos), pode causar
(bovina ou suína) crua ou mal cozida com cisticerco. redução da secreção gástrica, alteração da
No TGI, a vesícula do cisticerco se rompe e o escólex motricidade intestinal, obstrução intestinal e
do cisticerco evagina, se prendendo ao ID até se competição nutricional
desenvolver formando o parasita adulto.
- Patogenia em humanos (cisticercose): os cisticercos
podem estar no subcutâneo, no tecido muscular
esquelético e cardíaco, na base da língua, nos
mm.mastigadores, no globo ocular e majoritariamente
no SNC, causando neurocisticercose. Como
consequência disso, há compressão mecânica dos
órgãos em razão do tamanho e da quantidade de
cisticercos, pode haver um processo inflamatório

- Controle e profilaxia: melhorias no sistema de


saneamento básico (serviço de água, esgoto e fossa)
impedir a contaminação ambiental com fezss
humanas, tratamento dos casos humano, orientar a
população a não comer carne crua ou mal cozida,
preparar os alimentos corretamente (lavagem),
orientação sobre a criação dos animais. É necessário
também realizar inquéritos e fazer a vigilância
epidemiológica, bem como fiscalização sanitária em
abateoduros para controle de qualidade da cane
(manter a carcaça por 6 dias a -15ºC ou fazer o
cozimento adequado). Conscientizar a população para
não comer “carne com canjiquinha”, que é a carne
com cisticercos encistados na musculatura

- Diagnóstico:
HOMEM: exame de fezes para pesquisa de
proglotes e ovos, exame visual para perceber a
presença de proglotes nas fezes, cama e roupas
íntimas (conseguem sair pelo anus), detectar o
cisticerco por exames de imagem (tomografia)ou
sorológicos
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO: inspecionar e
verificar a presença de cisticercos na carcaça
Parasitolog
CESTODA: Família Anoplocephalidae e Dilepididae
FAMÍLIA ANOPLOCEPHALIDAE
GÊNERO ANOPLOCEPHALA
ia - Patogenia: causam infecções pouco sintomáticas,
com ulceração de mucosa em casos mais graves de
alta parasitemia, intussuscepção (torção da alça
1) Anoplocephala perfoliata intestinal), obstrução e perfuração.
- São as tênias de eqüídeo
- Se localiza no íleo terminal e no ceco
- Medem 4 a 8cm com 1,2cm de largura
- As proglotes são bem mais largas do que compridas
- Possuem órgãos genitais únicos
2) Anoplocephla magna
- Também é considerada tênia dos equinos
- Se localizam no intestino delgado dos animais e
- Possuem escolex arredondado com 4 ventosas, sem raramente no estômago. (é a ≠ da A. perfoliata)
rostelo e sem ganchos. Apresenta 4 apêndices - Tem morfologia e ciclo semelhante de A.
digitiformes, sendo 2 na face ventral e 2 na face dorsal perfoliata
- Possuem ovos de morfologia irregular, com projeções - Não possuem projeções digitiformes no escólex
do embrióforo - Podem ter até 80cm de comprimento
- Possuem larva cisticercóide, com esclólex evaginado
em um pequeno cisto sólido.

- HD: equinos
- HI: ácaro oribatídeo (não causam sarna nem nada,
vivem na pastagem)

CICLO BIOLÓGICO

- Importância: são pouco patogênicas, mas se em


alta parasitemia pode causar enterite hemorrágica,
catarral ou ulcerativa, cólica, obstrução intestinal e
perfuração

 GÊNERO PARANOPLOCEPHALA
3) Paranoplocephala mamillana
- Também são conhecidos como tênias dos equinos
 Estágios: ovo, proglote jovem, madura e - Se localizam no intestino delgado dos animais e
grávida raramente no estômago. (é a ≠ da A. perfoliata)
- Podem atingir 1 a 5cm de ocmprimento
Fase parasitária: o HD ingere o ácaro com a larva - Possuem escolex grande sem rostelo e ganchos e
cisticercóide (fase infectante), que se desenvolve no sem projeção digitiforme
intestino até chegar à fase adulta. Os adultos - As proglotes tem formato de encaixe irregular em
permanecem no ceco do hospedeiro e as proglotes forma de fenda (é a ≠ da A. magna)
grávidas se desprendem, indo para o ambiente com as - Possuem 4 ventosas em forma de fenda
fezes. Demora 1 a 2 meses - São pouco patogênicos e menos comuns
- O ciclo é igual de A. perfoliata
Fase de vida livre: no ambiente as proglotes grávidas
liberam os ovos que são ingeridos por ácaros
oribatídeos, onde se desenvolvem e se incistam nos
tecidos na forma de larva cisticercóide. Demora de 2 a
4 meses
 GÊNERO MONIEZIA CICLO BIOLÓGICO
4) Moniezia benedeni
- HD: bovinos
- Se localizam no intestino delgado
- Podem ter 2m ou mais de comprimento
- São mais largas do que compridas
- Possuem genitália dupla e 2 poros genitais

 Estágios: ovo, proglote jovem, madura e


- Possuem escólex simples, sem ganchos grávida
- Possuem glândulas interproglotidianas na região
basal e mediana da borda posterior da proglote e Fase parasitária: o HD ingere o ácaro com a larva
testículos numerosos entre os ovários cisticercóide (fase infectante), que se desenvolve
- Possuem ovo com formato quadrangular irregular no intestino até chegar à fase adulta. Os adultos
permanecem no intestino delgado do hospedeiro e
as proglotes grávidas se desprendem, indo para o
ambiente com as fezes. Demora 1 a 2 meses

Fase de vida livre: no ambiente as proglotes


- Possuem ciclo biológico semelhante aos dos demais grávidas liberam os ovos que são ingeridos por
anoplocephalídeos ácaros oribatídeos, onde se desenvolvem e se
- Diagnóstico: observação de proglotes nas fezes ou incistam nos tecidos na forma de larva
nos órgãos (necrópsia) cisticercóide. Demora de 2 a 4 meses
- Importância: acomete bezerros em seu primeiro ano
de vida e são pouco frequentes em animais mais - Patogenia: possuem pequena significância
velhos patogênica, mas quando em alto parasitismo,
podem causar atraso de desenvolvimento nos
5) Moniezia expansa animais, diarreia e convulsões em razão a infecções
- Se localizam no intestino delgado intensas (comum em cestódeos)
- HD: caprinos e ovinos, ocasionalmente bovinos - Diagnóstico: presença de ovos nas fezes
- Podem ter 2m ou mais de comprimento - Epidemiologia: comum em animais jovens
- Possuem escolex com ventosas proeminentes
- Possuem genitália dupla, nas laterais entre os ovários FAMÍLIA DILEPIDIDAE
e testículos numerosos entre os ovários 1) Dipylydium caninum
- Possuem glândulas interproglotidianas em grande - HD: cães, raposas, gatos
número localizadas na borda posterior da proglote - HI: pulga
- Possuem ovo irregularmente triangular (é a ≠ da M. - HA: homem
benedeni) com aparelho piriforme bem definido - Se localizam no intestino delgado
- Podem chegar a 80cm
- Possuem escólex armado com 5 fileiras de
ganchos e rostelo retrátil
- Possuem proglote alongada em formato de grão
de arroz. As proglotes maduras possuem 2
conjuntos de órgãos genitais com um poro genital
abrindo em cada um dos lados
- As proglotes maduras saem ativamente pelo ânus
do animal, principalmente se ele tiver pelo longo
- Os ovos são contidos em cápsulas ovígeras

CICLO BIOLÓGICO

 Estágios: ovo, proglote jovem, madura e


grávida

Fase parasitária: O cão se coça e ingere a larva (o


homem ingere se beijar o cachorro), que segue até o
intestino delgado. As proglotes grávidas são eliminadas
nas fezes ou podem sair ativamente pelo ânus (saem
parecendo grão de arroz se mexendo).

Fase de vida livre: No ambiente as proglotes ressecam


e são ingeridos por larvas de pulgas que se alimentam
de matéria orgânica. Na pulga o ovo evolui pra larva
cisticercóide na cavidade do inseto.

OBS: no homem os adultos se fixam no intestino

- Patogenia: pouco patogênico, causa toalete excessiva


no ânus do animal (cachorro rala a bunda no chão)
- Diagnóstico: exame clínico e anamnese, pesquisa de
proglotes, cápsulas ovígeras e ovos nas fezes
- Controle: tratamento e controle devem ser
instituídos juntos
- Tratamento: praziquantel e inseticidas
Parasitolog
CESTODA: Família Taeniidae e Davaineidae
FAMÍLIA TAENIIDAE
 GÊNERO TAENIA
ia - Importância: em cães são apatogênicas ou geram
desconforto abdominal e diarreia. Em ruminantes
1) Taenia hydatigena geram perdas econômicas em razão do descarte
- HD: cães e carnívoros silvestres (adultos no intestino das vísceras e da hepatite cisticercosa (mais raro)
delgado)
- HI: ovinos, caprinos, bovinos e suínos (cistos no 2) Taenia taeniformis
fígado, pleura, peritônio e pericárdio) - HD: felinos (adulto se fixa no ID)
- Adultos podem chegar até 5m - HI: roedores (cistos no fígado)
- Apresentam rostelo com 2 fileiras de acúleos - Possuem escólex cilíndrico, rostro curto e dupla
- Possuem numerosos testículos, canais eferentes e coroa de acúleos
deferentes, bolsa do cirro, útero central, glândulas
vitelínicas, ovários, oótipo
- Possuem poro genital alternado irregularmente
- Ovos elípticos, com embrióforo, membrana da
oncosfera e oncosfera.

CICLO BIOLÓGICO

CICLO BIOLÓGICO

- Fase de vida livre: no ambiente, as proglotes


grávidas são degeneradas liberando ovos.

- Fase parasitária: no ambiente, os HI ingerem os


ovos oriundos das proglotes degeneradas. No
roedor, o ovo passa pelo TGI, tem sua casca
amolecida e a oncosfera sai no intestino delgado
 Formas evolutivas: ovo, metacestóide do roedor, onde penetra a parede do órgão e se
(cisticerco com escólex invaginado), adulto, chega ao fígado ou cavidade peritonial pela
proglotes grávidas circulação sanguínea ou linfática. Nesses órgãos, o
Fase de vida livres: no ambiente, as proglotes parasita se encista. O HD se infecta ao ingerir o HI
com cistos. O cisto passa pelo TGI do HD, sendo
grávidas são degeneradas liberando ovos.
digerido e liberando os adultos no intestino
Vida parasitária: o HI se infecta quando ingere os ovos delgado. Os adultos se fixam no intestino delgado
na pastagem. Ao longo do TGI a casca do ovo é do HD pelos seus acúleos. Ocorre a produção de
degradada e há a liberação do embrião no intestino proglotes que se desenvolvem até grávidas, sendo
delgado. O embrião rompe a parede do ID e via eliminadas na luz do intestino, onde se misturam às
circulação (sanguínea ou linfática) chega a órgãos fezes e ganham o ambiente
como fígado e baço, onde se aloja no tecido na forma
de cisto. Quando o HD ingere o HI, ele ingere os OBS: nos felinos há teníase e nos roedores
parasitas nas vísceras do HI, de modo que o cisticerco cisticercose.
se evagine, e se fixe ao intestino, produzindo
proglotes. Quando maduras, as proglotes fazem - Patogenia: geralmente subclínicas ou
fecundação cruzada e geram proglotes grávidas. Essas apatogênicas
proglotes se desprendem do estróbilo, ganham a luz
do intestino, se misturam às fezes e saem para o - Controle: evitar que o HD ingira o HI.
ambiente
FAMÍLIA TAENIIDAE - Humanos (HA) se infectam ao inferir água e
 GÊNERO ECHINOCOCCUS alimentos contaminados.
1) Echinococcus granulosus
- HD: cães e canídeos selvagens (adultos no intestino
delgado)
- HI: ruminantes (cistos no fígado ou pulmão)
- HA: humanos
- São tênias pequenas
- Possuem 2 fileiras de acúleos no rostro
- Possuem no máximo 3 a 4 proglotes (jovem – tem - Têm prevalência no sul do Brasil, sendo
primórdios de órgãos reprodutivos, madura – têm promovido pelas condições climáticas e pelos
sistema reprodutor formado, grávida – todos os hábitos culturais
tecidos foram degenerados restando apenas o útero
com ovos), sendo os poros genitais alternados - Patogenia no HD: geralmente é assintomática,
irregularmente mas pode ter diarreia catarral e hemorrágica em
- Possuem cisto hidático com milhares de escólex infecções maciças.
invaginados se formando no interior. No cisto hidático - Patogenia no HI: pode se manifestar na forma de
tem membrana adventícia (produzida pelo HI), hidatidose hepática, em que há alterações na
membrana anista (produzida pelo parasita, é elástica), ruminação, hiporexia (redução no apetite),
membrana prolígera (produzida pelo parasita, produz emagrecimento progressivo, diarreia e
a membrana anista e produz escólex/vesícula hepatomegalia ou como hidatidose pulmonar, em
prolígera). Dentro do cisto também pode ter areia que o animal apresenta tosse sibilante, taquipneia
hidática, que são sobras de vesículas prolígeras que se e dispnéia. Em alguns casos, o cisto pode se
soltaram. calcificar e romper, liberando muitos escólex no
organismo de modo que se tenha reação alérgica
seguida de anafilaxia e em casos graves morte ou
então geração de cistos filhos em novos locais do
corpo
- Patogenia no HA: os cistos podem armazenar até
50L de cistos no seu interior levando o indivíduo a
morte
CICLO BIOLÓGICO
FAMÍLIA DEVAINEIDEA
1) Devainea proglottina
- São indivíduos pequenos, formados por 4 a 9
segmentos de proglotes
- Apresentam acúleos no rostro e nas ventosas
- Os ovos são produzidos em cápsulas (bolsas
ovígeras)
Fase de vida livres: no ambiente, as proglotes grávidas - Nas proglotes maduras os poros genitais são
são degeneradas liberando ovos. regularmente alternados e se localizam na região
anterior
Vida parasitária: no ambiente, os HI ingerem os ovos - O ovário é lobado e possuem numerosos
oriundos das proglotes degeneradas. No roedor, o ovo testículos posteriormente aos ovários
passa pelo TGI, tem sua casca amolecida e a oncosfera - Possuem glândulas vitelínicas compactas e bolsa
sai no intestino delgado do roedor, onde penetra a do cirro
parede do órgão e se chega ao fígado ou cavidade
peritonial pela circulação sanguínea ou linfática.
Nesses órgãos, o parasita se encista. O HD se infecta
ao ingerir o HI com cistos. O cisto passa pelo TGI do
HD, sendo digerido e liberando os adultos no intestino
delgado. Os adultos se fixam no intestino delgado do - HD: galináceos (adultos no duodeno)
HD pelos seus acúleos. Ocorre a produção de proglotes - HI: moluscos gastrópodes (larvas cisticercóides na
que se desenvolvem até grávidas, sendo eliminadas na musculatura )
luz do intestino, onde se misturam às fezes e ganham o
ambiente
CICLO BIOLÓGICO CICLO BIOLÓGICO

- Fase parasitária: no molusco, os ovos eclodem, - Fase parasitária: no HI, os ovos eclodem,
liberando a forma larval, a qual se encista na liberando a forma larval, a qual se encista na
musculatura. O HD se infecta ao ingerir o HI, de modo musculatura. O HD se infecta ao ingerir o HI, de
que o parasita passa pelo TGI chegando ao duodeno, modo que o parasita passa pelo TGI chegando ao
onde se fixa e desenvolve até adulto produzindo a duodeno, onde se fixa e desenvolve até adulto
proglote grávida e a liberando junto às fezes. produzindo a proglote grávida e a liberando junto
às fezes.
- Fase de vida livre: no ambiente, a proglote grávida se
degenera, liberando os ovos, que serão ingeridos pelo - Fase de vida livre: no ambiente, a proglote
molusco grávida se degenera, liberando os ovos, que serão
ingeridos pelo artrópode
- Importância: por terem acúleos no rostro e nas
ventosas, penetram e se fixam profundamente,
lesionando a mucosa e submucosa intestinal dos HD.
Pode estar associado a baixo desempenho no
crescimento e produção de ovos

- Sintomas: enterite hemorrágica grave, diarreia


sanguinolenta, emagrecimento e, em casos graves, o
animal pode vir a óbito.

- Controle: em meios mais tecnificados de produção o


risco de parasitose é menor

2) Raillietina spp
- Possuem estróbilo com vários segmentos
- Possuem genitália única e posicionada ou regular, ou
irregular, ou alternada
- Possuem rostelo retrátil com poucos acúleos
- Os ovos estão presentes nas proglotes grávidas
dentro de cápsulas ovígeras
- Possuem larva cisticercóide

- HD: galináceos (larva no duodeno)


- HI: besouros, formigas e moscas (larva e adultos na
cavidade corporal – hemocele)
Parasitolog
PROTOZOÁRIOS: Família Babesidae
PROTOZOÁRIOS
- São eucariotos e unicelulares
ia - Podem se locomover com auxílio de uma ou mais
organelas:
- Podem ter 4 formas evolutivas - Flagelo: pode se localizar nas laterais ou nas
- Trofozoíto: é a forma ativa, que se alimenta e se extremidades, sendo uma extensão do
reproduz citoplasma
- Cisto: é a forma inativa responsável pelo
mecanismo de resistência e disseminação (válvula
de escape), sendo responsável por auxiliar o - Flagelo com membrana ondulante: parte do
protozoário a se proteger das condições adversas flagelo forma uma membrana junto ao corpo
no hospedeiro vertebrado ou no ambiente. do protozoário e parte permanece livre
Possuem parede cística (produto da secreção
periférica pós enrijecimento ao entrar em contato
com o ar)
- Gametas: são a forma sexuada do parasita, - Cílios: são mais curtos e numerosos que o
sendo o gameta ♂ denominado microgameta e o flagelo
gameta ♀ denominado macrogameta.
- Oocistos: são o zigoto oriundo da repodução
sexuada entre os gametas. É o equivalente ao ovo
- Podem ter 2 formas de reprodução assexuada:
- Cissiparidade (divisão igual): pode ser simples (1 - Mionemas: são fibrilas contrateis presentes
célula se divide em 2 idênticas) no sentido no citoplasma do protozoário, realizando
longitudinal, transversal, etc ou múltipla (1 célula flexão, deslizamento ou ondulação do mesmo
mãe dá origem a varias células filhas) em que
esquizogonias dão origem a merogonias, FAMÍLIA BABESIDAE
gametogonias ou esporogonias  GÊNERO BABESIA
- Brotamento/gemiparidade (divisão desigual): - Fazem parte do filo apicomplexa, garantindo que
pode ser simples ou múltiplo ele tenha um complexo apical em pelo menos uma
- Podem ter 2 formas de reprodução sexuada de suas formas evolutivas, facilitando sua entrada
- Conjugação: 2 indivíduos de sexo ainda não na célula hospedeira
definido se unem temporariamente trocando
materiais nucleares
- Fecundação: 2 indivíduos (♂ e ♀) se unem
fundindo seus gametas para a formação do zigoto
- A forma de nutrição do protozoário não é
importante, o que importa é onde ele passa e o que - As espécies mais acometidas por babesia são
ele desencadeia. Assim, protozoários podem ser: equinos, bovinos e cães.
- Holozóicos (heterotróficos), se nutrindo de - Não possuem flagelos e nem cílios
matéria orgânica já elaborada - Parasitam eritrócitos (hemáceas) dos hospedeiros
- Holofíticos (autotróficos), se nutrindo através da vertebrados
síntese de energia a partir da luz solar – - Fazem reprodução assexuada por fissão binária
fotossíntese ou esquizogonia em hemáceas ou outras células
- Saprofozóicos: se nutrindo de matéria orgânica sanguíneas
de origem animal em decomposição ou - Apresentam complexo apical menos desenvolvido
- Mixotróficos, se nutrindo por mais de um desses - Podem se localizar nos vasos viscerais (causam
métodos danos sem parasitemia e infecção elevada,
- A forma de respiração dos protozoários pode ser: principalmente se forem vasos do SNC) ou nos
- Aeróbia: dependem de muito oxigênio para vasos periféricos
sobreviverem, fazendo absorção do O2 por - HI: carrapatos
difusão. Ex: protozoários de sangue
- Anaeróbios: não precisam de tanto oxigênio
para sua sobrevivência, fazendo absorção do O2
liberado em processos metabólicos.
Ex: protozoários dos intestinos
1) BABESIOSE BOVINA Fase parasitária (bovino): as fêmeas do carrapato
Babesia Bovis e Babesia Bigemina se alimentam da parte sólida (hemácias) do sangue
- São organismos pleomorfos do HD, regurgitando a parte líquida (plasma) de
- Em termos de formas evolutivas não há formas entre volta pro animal. Durante essa regurgitação ele
elas. A diferença está no tamanho e na predileção por inocula a forma infectante de babésia
vasos. A B. bovis (pequena babesia – os merozoítos (esporozoíto), que penetra numa hemácea e se
não ultrapassam a borda lateral da hemácea) tem arredonda, sendo denominado trofozoíto. O
predileção por vasos viscerais e possui maior trofozoíto então se divide em 2 células
patogenicidade. A B. bigemina (grande babesia) tem denominadas merozoítos, que saem da hemácea
predileção por vasos periféricos e possui menor que estão e vão para uma nova, se arredondando
patogenicidade. de novo e repetindo o ciclo. Esse processo vai se
repetir até que bovino morra ou crie uma relação
de equilíbio parastita-hospedeiro.

Fase parasitária (carrapato): Quando a teleógena


ingurgitada (fêmea de carrapato) se alimenta do
sangue do bovino, ele ingere esses merozoítos, que
seguem para a sua glândula intestinal, onde se
- HD : bovinos diferenciam em corpos radiados (formas evolutivas
- HI: larvas de Rhipicephalus microplus (B. bovis) semelhantes a gametas). Esses corpos radiados
ninfas e adultos de R. microplus (B. bigemina) então fazem fusão e formam o zigoto, que é
- Essa diferença se dá uma vez que cada babesia denominado cineto/vermículo e apresenta
demora um tempo diferente para completar seu ciclo mobilidade. O cineto migra até atingir a hemolinfa
no carrapato do carrapato e nesse momento atinge os ovos do
- Transmissão para o bovino: transfusão sanguínea carrapato, dando origem à transmissão
(passa hemáceas de um animal infectado para um transovariana. Quando a larva do carrapato eclode
sadio), transmissão por infecção intra uterina do ovo, ela leva consigo o cineto de babesia, que se
(transplacentária). Insetos hematófagos e agulhas reativa, cai na hemolinfa e vai até a glândula
contaminadas (via iatrogênica) não tem importância salivar, onde penetra as glândulas, dando origem à
para contaminação uma célula mãe que posteriormente dá origem à
- Transmissão para o carrapato (vetor): as teleógenas várias células filhas denominadas esporozoítos.
se infectam nas últimas 24h de ingurgitamento (ainda
no animal). Durante a ovoposição, os protozoários são OBS: o ciclo de B. bovis se completa em larva, por
passados para os ovos, havendo então uma isso ela é quem transmite o protozoário. Já na B.
transmissão transovariana bigemina, o ciclo se completa quando o carrapato
- Distribuição: entre os trópicos 32ºN e 32ºS está no estágio de ninfa ou adulto.
- Importância: ta relacionado a altos índices de
mortalidade e aborto, gerando perdas produtivas, alto OBS: o período de transmissão de B. bigemina é de
custo com produção, mão de obra, tratamentos e 9 dias no carrapato e o período de incubação é de
prevençã. Além disso, atua como co-infecção com 4 a 5 dias no bovino. Já para B. bovis esse período é
riquétsia (Anaplasma marginale), resultando na de 2 a 3 dias e 10 a 12 dias respectivamente.
síndrome da Tristeza Parasitária Bovina (tristezinha)
- Não pode exportar animal sem trataento prévio com - Sintomatologia: queda no volume globular,
acaricida e constatação de completa ausência da aumento da temperatura retal, orelhas e pálpebras
infestação caídas, anemia (em razão do rompimento da
parede da hemácea, porque quando a babesia sai
CICLO BIOLÓGICO dela ela causa hemólise intravascular), urina coca
cola (é característico de B. bigemina - hemoglobina
eliminada intacta - hemoglobinúria), icterícia (a
hemólise extra vascular resultante da lise de
hemáceas no fígado e baço promovida pelos
macrófagos faz fazendo com que os restos de
hemoglobina – grupamento HEME- sejam
eliminados na forma de bilirrubina nas fezes ou
armazenados nos tecidos), sinais neurológicos
(característicos de B. bovis)
 Estágios: cineto, esporpzoíto, trofozoíto,
merozoíto, corpos radiados
2) BABESIOSE EQUINA 3) BABESIOSE CANINA
Babesia caballi e Theileria equi (antiga Babesia equi) - HI: Rhipicephalus sanguineus

- HD: equinos
- É conhecida como febre biliar, piroplasmose eqüina
ou nutaliose
- Se multiplica nos eritrócitos (B. caballli) ou nas células
brancas (T. equi) - As principais espécies de Babesia são: B. canis
gibsoni (Ásia), B. canis canis (Europa), B. canis rossi
em cães e B. felis em gato (África), B. canis vogeli
(América)
- No Brasil já foram encontradas B. canis vogeli, B.
canis gibsoni (PR e RS), B. canis Rossi (GO e DF)
- Se apresentam na forma de um grande par de
- A B. caballi tem merozoítos grandes que ocupam
merozoítos nos capilares (B. canis vogeli) ou
toda a hemácea e a T. equi forma um conjunto de 4
pequnenos merozoítos (B. gibsoni ou B. rossi)
estruturas denominado cruz de Malta
- Importância: queda no rendimento, claudicação e
limitação da comercialização (animal de competição),
poucos prejuízos exceto infecção intra-uterina (animal
de trabalho/lazer)
- Transmissão pro cão: picada do carrapato,
transplacentária, transfusão sanguínea ou brigas
prolongadas
- Transmissão pro carrapato: transestadial (se ele
adquirir em larva, ele permanece infectado em
ninfa e é nessa forma que ele transmite),
transovariana

CICLO BIOLÓGICO
OBS: em verde áreas livres ou controladas para - Semelhante ao de bovinos na transmissão
babesiose eqüina e em vermelho áreas endêmicas transestadial
- Na transmissão transovariana, a fêmea adquire os
OBS: para ser comercializado e exportado ovos também igual ao de bovinos
internacionalmente, o animal precisa ter passaporte,
estar livre de sinais clínicos no dia do embarque, ter
sorologia negativa pra ambos os parasitas 30d antes
do embarque e estar livres de carrapato 30d antes do
embarque

- Transmissão

CICLO BIOLÓGICO
 B. caballi: o esporozoíto entra na hemácea e gera
merozoitos
 T. equi: o esporozoíto entra nos linfócitos, se
transforma em macro e microesquizontes e depois vão
pros eritrócitos, onde se convertem em merozoítos
Parasitolog
PROTOZOÁRIOS: Gênero Eimeria
1) Eimeria spp
- Hospedeiros mais susceptíveis: aves criadas em
ia  Esporozoíto: possuem complexo apical, ou
seja, conseguem penetrar uma célula
contato com o solo e ruminantes hospedeira e dar continuidade no seu ciclo de
- Coccidiose é o termo genérico que caracteriza as vida
infecções causadas por protozoários da classe  Macrogametas (♀) e Microgametas (♂):
Coccidia, como por exemplo: Cryptosporidium, possuem diferentes tamanhos, sendo as formas
Isospora, Sarcocystis, Toxoplasma e Eimeria masculinas menores, móveis e capazes de se
reproduzir.

COCCIDIOSE
- Em aves, a coccidiose é o principal problema
sanitário, como dito por Santos e Faria: “Se não fossem TRANSMISSÃO
os anticoccidianos, não existiria a indústria avícula - Para aves: ingestão de oocistos esporulados na
como é conhecida atualmente”. água, alimentos e cama com oocistos esporulados.
- A eimeriose em aves pode ser letal, mas geralmente Vestimentas, equipamentos e insetos podem
causa diarreia, retardo no crescimento e perda de peso também carrear oocistos esporulados. A
- Já em ruminantes, pode acarretar em redução de reutilização de cama contaminada também é um
produção, retardo de crescimento e possível grande agente contaminante se não for feito vazio
mortalidade. A eimeriose deixa o animal mais sanitário
susceptível à helmintoses. Animais jovens e confinados - Para ruminantes: ingestão de oocistos
são mais acometidos. esporulados na água ou alimentos, ingestão da
cama (peq rum) e uso de utensílios (mamadeira e
AGENTE ETIOLÓGICO balde) contaminados. Em pequenos animais, a
- Em aves, as espécies mais patogênicas são E. tenella, fêmea lactante pode levar oocistos esporulados
E.cervulina, E. máxima, E. necatrix e E. brunetti. Em pro filho através do teto, já que eles se aderem à
ruminantes, as mais importantes são E. bovis e E. mesma quando ela se deita no chão.
zuernii, sendo ambas de bovinos. Essas espécies são
espécie-específicas, não acometendo animais de CICLO BIOLÓGICO
outras espécies. - Não importa o que ele ingere, mas sim o que ele
causa por onde passa
FORMAS EVOLUTIVAS
- Podem ter como forma evolutiva os oocistos,
esporozoítos, micro/ macrogametas e formas teciduais
 Oocisto: podem ser esporulado/não infectante
ou esporulado/infectante. O oocisto esporulado
tem 4 esporocistos no seu interior e dentro de cada
esporocisto há esporozoítos. Esporulam no
ambiente em temperaturas de 17-30ºC, sendo
inibidos em temperaturas abaixo de 0ºC ou acima
de 55º
-Fase parasitária: o oocisto esporulado é ingerido e
sofre ação do suco gástrico, liberando os
esporozoítos na luz do intestino. Os esporozoítos
penetram nas vilosidades intestinais, de modo que
elas fiquem com formato arredondado e mais
 Meronte / Esquizontes: é uma forma tecidual de largas. Por um processo de reprodução assexuada,
Eimeria, sendo encontrada nas células intestinais. os esporozoítos dão origem a milhares de células
Possui céLulas filhas chamadas merozoitos filhas (merozoítos), que são liberadas quando o
esporozoíto se rompe. Então, os merozoítos
penetram nas vilosidade intestinais de modo que
elas fiquem com formato arredondado e mais largas.
Por um processo de reprodução assexuada, os
merozoítos dão origem a milhares de células filhas e o
processo pode se repetir por até mais 1 vez (3ª
geração). Acabado esse processo de geração de células
filhas, as células geradas se diferenciam em
macrogametas e microgametas. Os microgametas
então penetram nas células intestinais, dão origem a
outros microgametas e são liberados quando a célula
intestinal se rompe. Então os microgametas buscam
novas células intestinais que contenham gametas
femininos para se alojarem, fusionando com os
gametas femininos e dando origem ao zigoto, que é
denominado oocisto não esporulado. Esse oocisto não
esporulado rompe a célula intestinal e é eliminado
com as fezes, atingindo o ambiente.

PATOGENIA
- Pode ser classificada em clinicamente sintomática
ou assintomática

 FORMA SINTOMÁTICA
- Toda a patogenia de eimeriose está associada às
lesões que o protozoário causa nas células do
epitélio intestinal

- Como consequência, observa-se a destruição da


área de célula intestinal, culminando numa
absorção de nutrientes deficitária. Como o
alimento não é absorvido, ele é fermentado,
aumentando a osmolaridade de fluidos, que leva a
um maior aporte de água para o lúmen intestinal,
desencadeando a diarreia. Em alguns casos,
observa-se a presença de sangue vivo e pedaços de
mucosas na diarreia. Em casos graves observa-se
uma diarreia de coloração negra, em razão da
coagulação sanguínea
- Em aves observa-se os mesmo sinais de diarreia com
fezes

 FORMA ASSINTOMÁTICA
- Observa-se retardo no crescimento, gerando falta de
uniformidade no rebanho
- Como não se vê os sintomas da doença, o prejuízo é
muito maior porque não se tratou e agora não
compensa mais tratar

OBS: a origem da água influencia a prevalência de


Eimeria, sendo mais fácil encontrar casos dessas
parasitose em locais que usam água de origem não
artesiana (rio, riacho etc)

OBS: onde tem maior densidade populacional há mais


casos de eimeriose, bem como em sistemas de
produção de confinamento

OBS: as instalações e utensílios não tem grande


importância, exceto se forem facilmente
contamináveis como chochos e bebedouros.
Parasitolog
PROTOZOÁRIOS: Gênero Isospora (= Cystoisospora)
- HD: suínos, cães e gatos
- HP: camundongo
ia - Existe onde quer que os suínos sejam criados, mas
é pior em sistemas intensivos de produção
- Se localiza no intestino delgado e grosso - Também afeta as vilosidades intestinais
- Acomete cães de qualquer idade e gatos com mais de
1 mês são geralmente assintomáticos, causando danos
maiores em animais jovens
- Possuem 2 esporocistos nos oocistos esporulados.
Dentro de cada esporocisto tem 4 esporozoítos. No fim
das contas tem a mesma quantifade de esporozoítos
que Eimeria spp, mas eles estão dispostos de forma
diferente

- Também possuem micro e macrogametas (seta)

CICLO BIOLÓGICO

- Igual ao de eimeria
- Se o camundongo ingere o oocisto esporulado, ele
mantém o esporozoíto no tecido dele, de modo que,
quando o cão ou gato o ingere, ele come o oocisto
também.

1) Isospora suis
- Comum em animais até 3 semanas de vida
- Acarreta uma perda de até 500g até a fase de
desmame, resultando em cerc de 3-5kg de peso por
animal no abate, resultando em desuniformidade de
rebanho
Parasitolog
PROTOZOÁRIOS: Gêneros Sarcocystis e Cryptosporidium
GÊNERO SARCOCYSTIS
- Vem do grego em que “sarxs” significa carne/músculo
ia CICLO BIOLÓGICO

e “kystis” significa vesícula/cisto


- Podem ser arredondados, mas geralmente
acompanham o formato da fibra muscular, sendo
alongados.
- São visíveis a olho nu

- Fase de vida livre: o oocisto esporulado é


eliminado no ambiente
- Em alguns locais, 100% dos bovinos e ovinos estão
infectados - Fase parasitária: o HI se infecta ao ingerir o
- São protozoários de ciclo heteróxeno (+1 hospedeiro) oocisto esporulado na água ou alimentos
- HD: carnívoros e ser humano (é uma zoonose) contaminados, de modo que os esporozoítos sejam
- HI: herbívoros (bovinos, caprinos, ovinos e equinos) liberados no intestino. Esses esporozoítos
- HA: equinos penetram nas células intestinais, atingindo o
- no HD há a reprodução sexuada gerando oocistos e a endotélio. Nos vasos, os esporozoítos fazem
reprodução assexuada ocorre apenas nos HI reprodução assexuada, dando origem a milhares de
novas células filhas, que rompem a célula
endotelial dando origem aos merozoítos. Os
merozoítos repetem esse processo mais 2x, sendo
a última dela nos linfócitos circulantes. Essas
células filhas então começam a se aglomerar nos
tecidos na forma de cisto. O HD se infecta ao
ingerir o HI contendo cistos (bradizoítos) na
musculatura. Os bradizoítos então percorrem o TGI
do HD, atingindo o intestino delgado e se
- Dentre todos esses animais, os equinos são os únicos diferenciando em gametas. Há a fusão entre os
que podem ter sintomas clínicos gametas e a produção do zigoto (oocisto não
esporulado), o qual se esporula no próprio
 Formas evolutivas intestino e lá permanece até ser eliminado com as
- Possuem oocisto esporulado com 2 esporocistos e 8 fezes
esporozoítos. Já é liberado no ambiente assim e não na
forma não esporulada. São produzidos no intestino - PPP: 7-14 dias (período entre a ingestão da carne
delgado do HD com cistos pelos carnívoros até a eliminação de
- Os equizontes/merontes se encontram em células oocistos nas fezes)
endoteliais, mas também em neurônios, células da glia - Período de patente: 1 semana a vários meses
e linfócitos circulantes. Estão presentes no HI. (período durante o qual os carnívoros eliminam
- Os cistos/ sarcosistos são encontrados na oocistos nas fezes)
musculatura produzindo bradizoítos. Estão presentes - Tempo até a formação de bradizoítos infectantes
no HI nos músculos dos HI: 2-3 meses, podendo variar
até 12 meses me algumas espécies

- Patogenia: em equinos, o Sarcocystis causa


mieloencefalite protozoária equina (MEP), que é
uma enfermidade grave, na qual o animal
apresenta fraqueza muscular, atrofia muscular e
ataxia. Isso se dá devido ao desenvolvimento dos
merontes nas células nervosas, gerando inflamação
bem como pelo acometimento da massa cinzenta
- Diagnóstico: laboratorial (exame de fezes de CICLO BIOLÓGICO
carnívoros), biópsia (corte histológico pra detectar
cistos), necrópsia (identificação das lesões na fase
aguda e cistos na fase crônica), sorologia

- Tratamento: sulfa +trimetropim, sulfonamida e


pirimetamina, toltrazuril / diclazuril + DMSO,
acupuntura, tratamento com célula tronco

GÊNERO CRYPTOSPORIDIUM
- Vem do grefo “kryptos”, que é escondido e “spora”,
que é semente.=, devido ao seu pequeno tamanho - Igual ao de Eimeria

- Podem produzir 2 tipos de oocistos: um com a


membrana grossa e outro com a membrana fina.
Os cistos com membrana grossa são eliminados no
ambiente e os de membrana fina são considerados
agentes de autoinfecção, uma vez que essa
membrana pode se romper dentro do intestino,
fazendo com que a infecção persista
- A persistência da doença se dá normalmente até
3 semanas de vida, porque os animais que não
- C. parvum é um agente zoonótico e é a mais morrem da desidratação desenvolvem resistência
importante. imunológica
- É mais severa em animais jovens como neonatos e
imunodeprimidos - Patogenia: gera diarreia profusa e aquosa,
- São parasitas intracelularres obrigatórios anorexia, desidratação, perda de peso e depressão.
- PPP: 1 a 5 dias, podendo durar até 14 dias Pode haver atrofia, edema e às vezes fusão de
- São observados na superfície das microvilosidades vilosidades. É mais observada no íleo, jejuno e
das células epiteliais intestinais. Por isso, se manifesta cólon. É rara de acontecer em adultos
clinicamente na forma de diarreia aquosa e não
sanguinolenta

TRATAMENTO
- Não tem tratamento eficaz
- Possuem morfologia e biologia semelhante a Eimeria - O melhor remédio é a hidratação (em gado de
com exceção do oocisto, que já sai esporulado e sem leite vai bem, no de corte não)
esporocisto - Na fazenda de corte tem que trabalhar com o
operacional pra reduzir a incidência
- Halofuginona reduz sinal clínico, mas não
quantidade de oocistos

CRYPTOSPORIDIUM EM AVES
- Pode acometer a traquéia e a bursa de Fabricius,
que é um órgão linfóide presente em filhotes e
justaposta ao reto
Parasitolog
Gêneros Toxoplasma e Neospora

GÊNERO TOXOPLASMA
ia  Formas evolutivas: esporozoíto (dentro dos
- HD: Felídeos (tem ciclo enteroepitelial) oocistos), taquizoíto e bradizoíto
- HI: Humanos (mulher), mamíferos e aves
(extraepitelial)
- É uma zoonose oportunista, uma vez que um
bradizoíto pode retroconverter em taquizoíto quando
houver queda no teor de óxido nítrico, IFN, TNF, cel T,
IL12 e choque térmico, ou seja, quando o sistema
imunológico ta fraco, ele vira taquizoíto e se dissemina
e quando ta forte ele encista e se camufla. Nesse
processo ele aumenta o número de cistos teciduais,
pra que ele esteja presente em mais locais do corpo do
HI, aumentando seu nº e consequentemente sua
disseminação.

OOCISTOS
- Apenas os HD produzem oocistos, permitindo a
produção, desenvolvimento e liberação dos mesmos
das fezes
- Pode ser não esporulado / não infectante ou
esporulado / infectate
- Cada oocisto possui 2 esporocistos, onde estão
localizados os esporozoítos
- É a forma evolutiva de maior resistência ambiental

TAQUIZOÍTOS Fase parasitária: O HD se infecta ao entrar em


- São estruturas transparentes em forma de arco contato com qualquer uma das formas evolutivas,
- Caracterizam a forma aguda de T. gondii ou seja, ingerindo oocisto esporulado, taquizoíto
- São encontrados no sangue e fluídos corpóreos como ou cistos teciduais. Independente da forma
sêmen, urina e saliva ingerida inicia no animal um processo de formação
- Não tem a capacidade de penetrar a pele íntegra, de oocistos esporulados. Então, o oocisto percorre
mas a mucosa sim, atingindo a concentração as vilosidades do intestino e libera os esporozoítos
sanguínea na luz intestinal, os quais penetram as células
intestinais, aumentam de tamanho e geram células
BRADIZOÍTOS filhas (merozoítos – 1ª geração). Essas células filhas
- São encontrados dentro de cistos são liberadas rompendo as células intestinais e se
- Caracterizam a fase crônica da doença diferenciam em microgametas (♂ - menor) e
macrogamentas (♀ - maior), os quais são móveis
CICLO BIOLÓGICO e imóveis, respectivamente. Nas células intestinais,
os microgametas se multiplicam de forma
assexuada, dando origem a milhares de células
filhas (gametas) que serão liberadas rompendo a
célula intestinal. Então, um gameta ♂ penetra uma
célula intestinal que já possui o gameta ♀, havendo
a fusão entre os dois de modo que o zigoto (oocisto
não esporulado) seja formado dentro da célula
intestinal. Passado um tempo esse oocisto rompe a
parede intestinal e é liberado no ambiente junto às
fezes.
Vida livre: o oocisto precisa esporular, por reprodução
assexuada para se tornar infectante, o que leva de 1 a
5 dias. Quando isso acontece, inicia-se a 1ª via de
transmissão de T. gondii, que é por via fecal oral, ou
seja, quando um humano ingere o oocisto de T. gondiii
em água ou alimentos contaminados. Após a ingestão,
há o rompimento da parede do oocisto esporulado,
liberando o esporocisto e depois o esporozoito na
parede intestinal. No epitélio ele penetra a célula
intestinal e atinge a circulação sanguínea, indo para
todo o organismo dessa mulher. (Nesse momento
pode ocorrer outra via que transmissão, que é a
transplacentária em que, na fase aguda, os taquizitos
passam para o feto pela placenta.) Os taquizoítos - Por ter cistos pequenos, dificulta a inspeção, já
seguem se multiplicando até que o sistema que o cisto não é visto a olho nu
imunológico do humano comece a combatêlo. Pra não
serem destruídos, os taquizoítos começam a se OBS: No Brasil, o pombo não transmite
acumular nos tecidos (visceral ou muscular) e reduzir toxoplasmose, a não ser que alguém coma o ele, já
seu metabolismo até próximo de 0, formando os cistos que o cisto ta na musculatura.
que são denominados bradizoítos. (Nesse momento
pode haver outra via de transmissão que é pelo -A toxoplasmose faz com que os infectados
carnivorismo, em que o humano ingere carne crua ou (animais e humanos) tenham reações inesperadas,
mal passada de HI contendo cistos de T. gondii.) como o rato ficar mais próximo dos cheiros de gato
e o ser humano causarem mais acidentes de
- OBS: Existem outras formas de transmissão para trânsito. Uma vez infectado, o ser humano morre
humanos que são menos usuais mas que podem ainda infectado, porque o toxoplasma mimetiza as
assim acontecer, como via leite de cabra não células do hospedeiro no cisto, passando
pasteurizado (taquizoítos), via acidentes laboratoriais, despercebido pelo sistema imune.
via transfusão sanguínea, via transplante de órgãos, via
xenosmofilia (comportamento de cães de cheirar e - O HD se infecta ao ingerir qualquer uma das
rolar nas fezes de felinos), via transmissão sexual e formas evolutivas (taquizoítos no sangue e fluidos,
também quando mulheres gestantes provam o cistos/bradizoítos no tecido, oocistos no ambiente)
tempero ao preparar carne crua.
GÊNERO NEOSPORA
OBS: Em animais já se tem relatos também de 1) Neospora caninum
transmissão sexual em ovinos, caprinos e cadelas. - Todas as formas evolutivas são iguais, mudando
apenas o HD e HI
 TOXOPLASMOSE EM ANIMAIS DOMÉSTICOS - Dá muito problema reprodutivo (á muito
- Patogenia: é mais grave quando é adquirida via problema reprodutivo (dá muito problema
placenta, seja em humanos, animais ou cobaias. Se for reprodutivo = ↓ produção de leite em 1kg)
adquirida por outra via, o animal vai expressar - HD: canídeos
sintomas de uma gripe normal. Se por ventura o - HI: bovinos, caprinos, gatos, equinos e macacos
animal apresentar problemas de pulmão, fígado, olho (herbívoros de um modo geral)
(corioretinite) ou no SNC, deve-se pensar em testar o
animal para T. gondii como diagnóstico diferencial CICLO BIOLÓGICO

 TOXOPLASMOSE EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO


- Nós os dividimos em 2 grupos: bovinos/aves (não tem
problema clínico associado a T. gondii) e
ovinos/caprinos/suínos (tem problemas)
- Galinhas caipiras são animais sentinelas, indicando o
grau de contaminação ambiental em uma região já que
ciscam o chão ingerindo os oocistos que ali estiverem.
- Patogenia: pode resultar em aborto, feto natimorto
ou macerado, amas geralmente parece ser uma gripe
- O ciclo é igual ao de T. gondii, com diferença dos
hospedeiros.
- Eliminam oocistos por maiores períodos (5-21d), mas
de forma intermitente (libera um dia, para uns dias,
volta a eliminar)

- Transmissão: Horizontal (se dá pela ingestão de


oocistos esporulados na água ou alimentos
contaminados. É a primo-infecção), vertical (por via
transplacentária – é a que mantém o parasita no
rebanho), lactogênica (ingestão de leite com
taquizoítos) ou venérea (por maio da transferência de
embriões). Em cães também há a transmissão por
ingestão de alimentos de origem animal (fetos,
vísceras, membranas fetais, flúidos) contaminados
OBS: vacas jovens possuem maior índice de
transmissão

- Patogenia: é comum ser subclínica. Abortamento e


mumificação/autólise de fetos (bovinos adultos),
sinais neuromusculares (bezerros). Quanto mais
próximo da gestação for a infecção, pior vai ser pra
prole. Paralisia ascendente dos membros posteriores,
infecção congênita, dificuldade de deglutição, paralisia
do maxilar, flacidez muscular (cães jovens), dermatite
nodular, morte e reabsorção do feto (cães velhos)

- Tratamento: não existe

- Prevalência: mais comuns em rebanhos leiteiros que


de corte, pois o cão fica próximo dos animais. Mais
comuns em animais do meio rural do que urbano

- Epidemiologia: primeiro tem um surto de aborto


(surto epidêmico) e depois isso cai pra algo menor que
5% de aborto (forma endêmica)

- Vale a pena fazer sorologia do rebanho pra


descartar os animais infectados? Não, porque se a
fazenda faz estação de monta, no fim dela as vacas
problemas são descartadas. E também pode ter vaca
que mesmo com neospora tem bezerro. Como não é
zoonose, não tem problema, porque não vai dar pra
ver na inspeção mesmo.
Parasitolog
Gênero Trypanosoma
GÊNERO TRYPANOSOMA
- Se divide em 2 grupos: Salivaria, em que os ia CICLO BIOLÓGICO

protozoários são transmitidos via saliva (T. vivax, T.


evansi, T. equiperdum, T. suis, T. brucei, T. congolense)
e Stercoraria, em que os protozoários são transmitidos
via fezes (T. cruzi, T. theileri)

1) Trypanosoma vivax
- São popularmente conhecidos como secadera
- Antes era concentrado no PA, MT e MS, mas Fase parasitária: o parasita é transmitido
atualmente já ta em vários estados mecanicamente para o hospedeiro e, no organismo
- Gera queda na produção de carne e leite, na fase dele, a forma tripomastigota começa a se
aguda mata muito os animais e depois gera problemas multiplicar por fissão binária no plasma sanguíneo.
reprodutivos (aborto e infertilidade)
- Tem apenas uma forma evolutiva, que é a forma -Forma aguda: ocorre na primo-infecção, quando o
tripomastigota agente entra no rebanho, sendo caracterizada por
- É um parasita extracelular, vivendo no plasma mortalidade elevada nos primeiros 2 meses ou
sanguíneo queda ABRUPTA na produção de leite (quase
- Caminha em direção ao flagelo, sendo ele a região 100%), hipertermia, letargia, sinais neurológicos e
anterior lacrimejamento. O animal chega a ficar magro, mas
esse não é o sinal mais gritante

- Hospedeiros sensíveis: bovinos, bubalinos, ovinos,


caprinos
- Hospedeiros refratários (podem se portar como
reservatórios, já que não desenvolvem a doença
clínica): eqüídeos, cães, gatos e suíno
- Vetores: Moscas hematófagas Tsé-tsé (na África),
Mosquito hematófago Mutuca – fazem transmissão
mecânica (Brasil)
- Transmissão: pode se dar pela via mecânica (pelo
inseto ou pelo contato com seringas e fômites
contaminados), via transplacentária ou pelo
carnívorismo, em que cães ingerem restos de carcaças
de animais infectados - Forma crônica em gado de corte: é caracterizada
por problemas reprodutivos, anemia severa e
OBS: o protozoário vive cerca de 15min no inseto, ou queda na condição física (seca o animal, por isso
seja, a mosca vai ter maior poder de transmissão se no chama secadeira)
local houver uma grande densidade populacional de
animais

OBS: ao se fazer injeção de ocitocina (pra acelera a


descida do leite em vacas sem bezerro ao pé) em gado
girolando, pode-se passar o protozoário ente as vacas
caso não seja feita a troca da seringa
Índice de transmissão ao compartilhar agulha
 Via subcutânea: 1 : 3
 Via intramuscular 1 : 5
 Via endovenosa 1 : 8
- Forma crônica em gado de leite: é caracterizado por - Hospedeiros sensíveis: equinos, asininos e
problemas reprodutivos e queda PROGRESSIVA na capivara (é um animal sentinela – demonstra sinal
produção de leite. O animal não chega a secar. clínico antes do equino)
- Hospedeiros refratários: bovinos, bubalinos,
OBS: Quando a vaca tem T. cruzi, o período de lactação veados, cães e quatis
dela é maior, mas o volume produzido é menor. - Vetores: Moscas hematófagas Tsé-tsé (na África),
Passando o PEV (período de espera voluntária – 50d Tabanídeos, Stomoxys calcitrans ou Haematobia
pós parto), já insemina e vaca e ela teria a prenhez irritans (Brasil)
detectada no 2º mês de lactação, mas com T. cruzi isso - Transmissão: picada do mosquito, agulhas
só acontece no 4º ou 5º mês de lactação, o que contaminadas, transplacentária, picada de
atrapalha o período de secagem la na frente, morcegos hematófagos, cães ingerindo carcaças
reduzindo a média de produção. Isso acontece porque
o T. cruzi age no hipotálamo, hipófise e gônadas, CICLO BIOLÓGICO
degenerando-os de modo a reduzir o nível de - É igual ao de T. vivax
hormônios reprodutivos produzidos. - Depois que o equino entra em contato com o
protozoário, ele não se livra da enfermidade, já que
o T. evansi a cada nova geração produz epítopos
(proteínas de superfície) diferentes, impedindo o
reconhecimento pelos anticorpos

- Forma aguda: é rara de acontecer em equino


- Forma crônica: é mais comum, causando febre,
anemia, perda de apetite, caquexia, edema das
regiões inferiores do corpo e patas e
principalmente o rebaixamento da região traseira,
seguido de paraplegia e atrofia muscular
(protozoário no SNC). Pode ter aborto.
- A tripanossomonose se espalhou no Brasil através do - Diferença de MEP e T. evansi em caso de equino
gado de leite, uma vez que proprietários de fazendas com rebaixamento posterior: na MEP tem
liquidadas vendiam os animais em leilões, porque dificuldade de virar pra um dos lados, T. evansi
ganhavam mais do que se vendesse os animais pro pode ter anemia, geralmente acomete mais de um
abatedouro animal e acomete cachorro, que morre antes

- Resumo da disseminação no gado de leite: 3) Trypanosoma equiperdum


 entre propriedades  leilões - É conhecida como mal do coito e durina
 dentro da propriedade  ocitocina - É pouco conhecida
- Em fazendas de corte que fazem estação de monta, - Hospedeiros: equinos, mulas e burros
não tem problema ter T. cruzi, já que os animais são - Transmissão: coito
eliminados quando dão problema reprodutivo, igual é
com Neospora.Já na fazenda de leite isso não funciona 4) Trypanosoma cruzi
porque a vaca continua dando leite, diferente da - Causa doença de chagas
fazenda de corte, que o boi só da carne quando morto. - HD: cães (é reservatório), homem
- Vetor: triatomíneo (barbeiro)
2) Trypanosoma evansi - Transmissão: ingestão do vetor ou lambedura da
- É conhecido popularmente como mal das cadeiras ferida positiva de outro animal
ou surra, já que o equino rebaixa a parte posterior. - É mais comum em cães de fazenda e periferia, já
- Era conhecido como típico das regiões de pantanal, que o vetor precisa de uma situação precária pra se
mas já espalhou para outros estados. multiplicar.
- Pode ter fase aguda, fase crônica sintomática
(megacólon, megaesôfago, miocardite,
hepatomegalia) e fase crônica assintomática.
Parasitolog
Gênero Leishmania
- Compreende os agentes etiológicos da leishmaniose
tegumentar e visceral
- As espécies de Leishmania são transmitidas por
ia CICLO BIOLÓGICO

vetores flebotomíneos (não chamar de mosquito),


sendo o Lutzomyia spp o agente das Américas.

Vida parasitária: o hospedeiro vertebrado tem na


sua circulação a forma amastigota, que se
multiplica nas células do SFM. Na Leishmaniose
visceral as formas amastigotas se localizam nos
órgãos linfóides. Na Leishmaniose tegumentar
acontece a mesma coisa. Quando um flebotomíneo
de alimenta de um hospedeiro vertebrado
infectado, ele ingere as formas amastigotas ao
fazer a hematofagia. Então, os amastigotas
rompem as células do hospedeiro invertebrado e
se transformam na forma promastigota que se
multiplica por divisão binária no intestino na forma
de procíclica. Então, as promastigotas migram para
a glândula salivar, sendo denominadas
FORMAS CELULARES metacíclicas. Quando o flebotomíneo for
- A forma promastigota ocorre nos hospedeiros novamente realizar hematofagia, ele vai inocular as
invertebrados, possui formato alongado, é formas promastigotas metacíclicas. No hospedeiro,
denominada procíclica quando se reproduz no essas promastigotas metacíclicas são fagocitadas,
intestino e metacíclica quando presente nas glândulas assumindo a forma de amastigotas.
salivares, sendo esta a forma infectante. São
extracelulares, possuem flagelo central, cinetoplasto - Transmissão: antigamente, acreditava-se que o
anterior e flagelo logo e anterior. Se movimentam em homem era um hospedeiro acidental, mas hoje já
direção ao flagelo. se sabe que tanto no ciclo doméstico quanto no
ciclo silvestre ele é um hospedeiro definitivo. A
transmissão de leishmaniose visceral também pode
se dar pelo uso de agulhas contaminadas e mesmo
pela transfusão sanguínea.
- A forma amastigota ocorre nos hospedeiros
vertebrados, são intracelulares e estão presentes no
sistema fagocitário mononuclear (SFM),
principalmente em macrófagos e células dendríticas.
São arredondadas, possuem núcleo excêntrico, com
cinetoplasto em bastão próximo ao núcleo e flagelo
não visível ao microscópio óptico. L. braziliensis tem
predileção pela pele e mucosas (boca, nariz, faringe e
laringe), L. mexicana tem predileção pela pele e L.
donovani tem predileção pelo fígado, baço e medula - Epidemiologia: ocorre em locais de destruição de
óssea. florestas, o que força os vetores a invadirem o
espaço peridoméstico. É endêmica no Brasil.
- Formas clínicas: o quadro clínico de leishmaniose - Controle e profilaxia
canina pode ser variado, uma vez que ela é uma
doença multifacetada, podendo o animal variar de
infectado não doente até sinais clínicos severos. O cão
é considerado um reservatório pra leishmaniose
visceral.

- Diagnóstico: clínico, parasitológico (pesquisa do


parasito em exames diretos de esfregaço, em exames
histopatológicos, em cultura em meios apropriados e
em inoculação intradérmica em cobaias), imunológico
(intradermorreação de Montenegro, testes sorológicos
como ELISA, RIFI), molecular (PCR). A coleta de
material de Leishmaniose tegumentar americana (LTA)
deve ser feito através de uma biópsia incisional ou
aspirado da lesão, já a coleta de material de
Leishmaniose visceral americana (LVA) deve ser feita
através da punção de vísceras como baço, medula
óssea ou linfonodo.

- Tratamento: antimoniais pentavalentes, anfotericina


B, isotiocianato de pentamidina,
hexadecylphosphocolina (para LV), tratamento
sintomático. Todos esses remédios são aprovados para
uso em humanos, mas são proibidos para uso em
animais. Os medicamentos são proibidos para animais
pois defende-se que eles podem induzir resistência do
parasita. (PORTARIA nº 1426/2008) Atualmente foi
liberado o uso de Milteforan da Virbac associado ou
não ao Alopurinol. Também recomenda-se o uso de
coleiras repelentes e a realização de exames
periódicos.. Se o proprietário não concordar com a
realização do tratamento, deve-se optar pela
eutanásia. Ao lidar com um caso de Leishmaniose,
deve-se notificar os órgãos competentes

OBS: o cão é altamente suscetível à infecção por L.


infantum, sendo reservatório da transmissão de LVA.
Não se sabe o papel dos cães como reservatório de L.
braziliensis.
Parasitolog
Gêneros Tritrichomonas, Histomonas e Giardia
GÊNERO TRITRICHOMONAS
1) Tritrichomonas (= Trichomonas) foetus
- HD: bovinos
ia 2) Tritrichomonas galllinae
- HD: pombos, perus, frangos, aves de rapina
- Patogenia: causa lesões no papo, estômago e
- Causam tricomonose em bovinos faringes, sendo menos comum na boca. Pode
- São multiflagelados causar lesões no fígado e pulmões (botões
- Apresentam apenas forma de trofozoíto amarelados), acarretando em perda de peso e
- Possuem axóstilo que dá sustentação à ele enfraquecimento dos animais.
- Tem como sinal clínico o corrimento vaginal em vacas - Transmissão: contaminação direta por ingestão
de água contaminada com trofozoítos
- Tratamento e controle: é eficaz, mas deve-se
evitar o acesso do animais à água contaminada

- Se localizam na vagina e no útero (vacas) ou na


cavidade prepucial (touros)

CICLO BIOLÓGICO
GÊNERO HISTOMONAS
1) Histomonas meleagridis
- É um organismo pleomórfico, assumindo
diferentes formas (flagelada, de
transição/amebóide, tissular)
- Quando no lúmen cecla apresentam apenas um
flagelo, enquanto que na mucosa cecal e no fígado
não possuem flagelo
Vida parasitária: a patogenia se desenvolve de uma
forma vegetativa ou na forma de trofozoíto na mucosa
genital. Então, o protozoário começa a se multiplicar
por divisão binária simples no útero e é transmitido
através do coito

- Transmissão: se dá através do coito - HD: perus e ocasionalmente frangos (que são


- Patogenia: os touros são assintomáticos, mas assintomáticos)
permanecem infectados, transmitindo pras vacas. Em - Se localizam no ceco e fígado
alguns casos eles podem ter corrimento prepucial e - Transmissão: ingestão de ovos infectados de
pequenos nódulos. Em vacas causa vaginite, Heterakis gallinarum (nematóide que atua como
endometriose e aborto precoce. As vacas podem se hospedeiro de transporte) - COINFECÇÃO
recuperar da infecção naturalmente - A doença ocorre principalmente em animais
- Diagnóstico: análise do histórico da propriedade, jovens
exame de fluido fetal ou exame de lavado - Patogenia: pode ser assintomática ou tem lesões
prepucial/vaginal. Ao microscópio da pra ver a iniciais na forma de úlceras no ceco, fazendo com
movimentação dos trofozoítos que os perus fiquem apáticos e, se não tratados
morrem em 1-2 semanas.

- Controle: descarte ou abate do touro, repouso sexual


e tratamento das fêmeas, inseminação artificial a
partir de doadores não infectados
CICLO BIOLÓGICO CICLO BIOLÓGICO

- Vida parasitária: o animal ingere ovos de Heterakis


gallinarum (seja por ciscar ou por comer anelídeos) e
nesse ovo estão também os protozoários Histomonas
meleagridis. Então, o ovo de H. gallinarum percorre o
TGI liberando o H. meleagridis no ceco. O protozoário
H. meleagridis atinge o meio ambiente ao sair junto
com as fezes da ave quando ela defeca

- Diagnóstico: anamnese, análise de sinais clínicos,


achados de necrópsia para observação de lesões
Vida parasitária: o animal ingere água e alimentos
- Controle: bom manejo dos animais, criação dos contaminados com cistos, de onde se desencista o
animais em cama seca ou piso de tela acima do solo, trofozoíto, que segue se multiplicando por fissão
uso de anti-helminticos para controle de H. gallinarum, binária, sendo eliminado na forma de cistos (pra
não criar perus em áreas que foram usadas por ter resistência no ambiente) com as fezes
frangos.
- HD: homem, cão, gato, ruminante
- Tratamento: pouco eficaz contra histomonose, - Se localizam no intestino delgado
mantendo as lesões
- Transmissão: direta (ingestão de água e alimentos
GÊNERO GIARDIA contendo cistos) ou zoonótica
1) Giardia lamblia
- O parasito possui a forma de cisto (não tem - Patogenia: os animais podem ser assintomáticos
bradizoíto dentro e nem é oocisto) e de trofozoíto ou apresentar sinais gastrointestinais como diarreia
- O trofozoíto possui corpo basal, flagelos, disco pastosa crônica, perda de peso e letargia. Pode
ventral e núcleo também causar atrofia vilosa no homem e nos
- O cisto possui núcleo, axonemas, corpos parabasais e animais.
vesículas periféricas
- Diagnóstico: detecção de cistos em exames de
fezes, método de concentração fecal por sulfato de
zinco, examinar 3 amostras diferentes

- Controle: tratar os animais com anti-helmínticos


benzimidazólicos, higienizar corretamente o
- A reprodução se dá pelo desencistamento do ambiente, a água e os alimentos, evitando
trofozoíto que estava no cisto, seguida de sua divisão contaminação. Vacinação
binária e encistamento. Quando ta se dividindo nas
células, os trofozoítos se limentam dos enterócitos,
podem lesioná-los
Parasitolog
Gêneros Hepatozoon, Anaplasma, Eperythrozoon e Ehrlichia
GÊNERO HEPATOZOON
1) Hepatozoon canis
- São protozoários
ia GÊNERO ANAPLASMA
- Não são protozoários e sim Rickettsias
- Epidemiologia: a contaminação pode se dar pelo
- Causam hepatozoonose uso de instrumentos contaminados (igual a mosca)
- Estão presentes na forma de gametócitos no interior - Controle: levantamento e controle dos vetores na
dos neutrófilos região, identificação dos animais reservatórios,
supervisão de bovinos susceptíveis introduzidos em
área endêmica, pré-imunização dos animais
susceptíveis com sangue de animais portadores,
tratamento dos doentes.

- São transmitidos por carrapatos e outros artrópodes 1) Anaplasma marginale


- HD: bovinos
- Formam corpúsculo de inclusão dentro das
hemáceas (intraeritrocitário), o qual se localiza na
periferia da célula
- Vetores: Rhipicephalus microplus (transmissão
biológica) e dípteros hematófagos (transmissão
- HD: Rhipicephalus sanguineus mecânica)
- HI: cães
- Sinais clínicos: assintomática
- Controle: controlar o vetor porque ele pode
transmitir outros parasitas

CICLO BIOLÓGICO - Patogenia: anemia e morte


- Anaplasma + Babesia = Tristeza Parasitária Bovina

CICLO BIOLÓGICO

Vida parasitária: o cão se infecta ao ingerir o carrapato Vida parasitária: o carrapato ingere o sangue dos
contendo oocistos. Então, há a liberação dos animais contendo corpúsculo de inclusão nas
esporozoítos no intestino do cão, os quais vão se hemáceas. No intestino do carrapato, a bactéria se
aderir e penetrar na parede intestinal, ganhando a multiplica, migra pra glândula salivar e rompe as
circulação porta. Com isso, os esporozoítos chegam ao células da região. O carrapato então a inocula com
fígado, pulmão e baço, onde faz sua reprodução por a saliva durante a hematofagia no animal. Quando
esquizogonia, produzindo merozoítos, os quais a transmissão é feita por dípteros hematófagos, o
penetram nos leucócitos. Dentro dos leucócitos, os artrópode ingere o sangue com as hemáceas
merozoítos se transformam em gametócitos, sendo infectadas e, quando vai pra outro animal, inocula
ingeridos pelo HD, enquanto ele faz hematofagia. Já na essas hemáceas parasitárias, pois está com o
hemocele do carrapato, há a fusão de gametas, dando aparelho bucal sujo.
origem aos oocistos esporulados.
2) Anaplasma centrale - Patologia: febre, letargia, anorexia, lesão alveolar,
- HD: bovinos vasculite, hemorragias, resposta inflamatória
- Formam corpúsculo de inclusão dentro das hemáceas hiperativa, claudicação, diarreia, convulsões
(intraeritrocitário), o qual se localiza mais
centralmente na célula - Formam corpúsculo de inclusão no citoplasma de
granulócitos (monócitos e macrófagos)
3) Anaplasma platys - Vetor: Rhipicephalus sanguineus
- HD: cães
- Causa trombocitopenia infecciosa clínica canina
- Se localizam no interior de plaquetas
- Vetor: Rhipicephalus microplus
- É comum ter co-infecção por E. canis

4) Anaplasma phagocytophilum
- Parasitam leucócitos polimorfonucleares - Casos graves evoluem para pancitopenia (baixa
- HD: cães tudo no sangue), mas os sinais clínicos variam
- No Brasil só foi descrito em animais selvagens, não entre os animais, principalmente pela presença de
em cães infecções mistas
- É uma zoonose e causa anaplasmose granulocítica - No Brasil não teve nenhum caso descrito em
humana humanos no Brasil, então aqui não é considerada
- Vetor: Rhipicephalus sanguineus zoonose, mas na Venezuela já teve
- É uma infecção concomitante com Babesia sp e
Hepatozoon sp
- Roedores, animais domésticos e silvestres são
reservatórios

- Diagnóstico: clínico, esfregaço sanguíneo,


alterações hematológicas típicas, ELISA (em casos
agudos não vai detectar, pq pode não ter
anticorpos ainda. É melhor pra fase crônica).

- Controle: tratamento dos animais doentes, evitar


GÊNERO EPERYTHROZOON áreas infestadas por carrapatos, usar acaricidas
- São riquetsias (recentemente há hipóteses deles com efeito residual
serem Mycoplasmas)
- Aparecem como anéis ou cocos nos eritrócitos ou - O corpúsculo de inclusão penetra no monócito,
livres no plasma forma um vacúolo de multiplicação parecido som
- HD: ovinos, caprinos e suínos uma mórula.
- São transmitidos por piolhos, mosquitos, moscas
hematófagas e carrapatos

- Patogenia: queda no hematócrito, anemia hemolítica


auto-imune, em suínos jovens causa anemia e icterícia
- Controle: não é prático e nem necessário
- Transmissão: no Brasil o carrapato adulto não
GÊNERO EHRLICHIA transmite pros descendentes (não existe
1) Ehrlichia canis transmissão transovariana). A larva só é infectante
- São riquétsias depois de se alimentar no cão. Como
- HD: ovinos, bovinos, cães, equinos, roedores, homem consequência, a ninfa se torna infectante também,
- Causam erliquiose (Ehrlichiose monocítica equina), transmitindo Ehrlichia pro animal. Depois, a ninfa
uma doença conhecida como febre do carrapato muda pro adulto e ele é capaz de transmitir.
- Resumindo, no Brasil há transmissão transestadial (se
o estádio anterior se infectou, o próximo passa a
Ehrlichia), mas não transovariana (já vem do
nascimento, independente de ter tido contato com a
Ehrlichia).

- Representação da Ehrlichia no monócito sendo


fagocitada

2) Ehrlichia chaffensis
- Acomete humanos, vindo de animais silvestres
- Não acontece no Brasil

ONDE CADA PARASITA FICA:


- Se for no ovário, ele faz transmissão transovariana, se
for na saliva a transmissão é feita por inoculação

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