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Nematelmintos (Filo Nemathelminthes)

Seu nome vem do grego nemato helmins, que significa verme filamentoso, por
sua aparência de fio.
Antigamente era
classificado dentro de um
grupo maior, o filo
Asquelmintos.
Com cerca de 90 mil
espécies descritas vivendo
em diferentes habitats e
sendo de maioria vida livre,
sendo alguns parasitas de
animais e plantas. Seu
tamanho pode variar de
alguns milímetros até 120
cm.
Lombriga (Ascaris lumbricoides),
Oxiúro (Enterobius vermicularis), amarelão (ancilostomíase) e Filária
(Wuchereria bancrofti) são alguns exemplos de parasitas humanos.

Características
Seu corpo é cilíndrico e alongado, sendo não-segmentado e revestido
por uma cutícula bilateral, apresentado uma simetria bilateral, são
protostômios (Blastóporo permanece após a conclusão do desenvolvimento
embrionário, com função de boca) e triblásticos (possuí a ectoderme,
mesoderme e endoderme), tendo o tubo digestório completo, com duas
aberturas (boca e ânus).
Como vemos na imagem os
nematelmintos não tem sistema
respiratório, assim a troca gasosa é feita
através da superfície cuticular
epidérmica. Também tendo o sistema
circulatório ausente, os nutrientes e
gases são transportados pelo fluido
pseudocelomático por difusão, também
servindo como esqueleto hidrostático
(pseudocelomas preenchidas com um
fluido orgânico, envolto por músculos
(musculatura longitudinal, criando assim
uma pressão, para o funcionamento
correto da estrutura). Ter um esqueleto
hidrostático tem suas vantagens e
desvantagens, como uma forma fluida, devido a falta de estruturas
permanentemente rígidas, porém se esse pseudoceloma for rompido em
alguma parte o mecanismo inteiro é prejudicado, assim não possibilitando a
locomoção.
Os músculos dos nematelmintos são dispostos de forma longitudinal,
sendo assim a sua locomoção apenas para frente (isso não quer dizer que não
façam curvas).
A reprodução dos Nematelmintos é
em sua maioria dioica (não-hermafroditos) e
com fecundação interna. Tendo dimorfismo
sexual (fêmeas e machos distintos) sendo a
fêmea maior do que o macho.

Classes
Enoplida:
É uma ordem constituída de organismos geralmente longos, cilíndricos ou em
forma de cones, que possuem o esôfago dividido em duas partes; uma anterior
muscular e uma posterior glandular. Nesta ordem destacam-se dois gêneros e
duas espécies: Trichinella spiralis e Trichuris Trichiura.

Figura 1 Trichinella spiralis

A espécie Trichinella spiralis é formada de nematelmintos muito pequenos; o


macho mede cerca de 1,5mm e a fêmea de 3 a 4mm de comprimento;
distinguem-se dois tipos de triquinas: a muscular – corresponde ao estado
jovem e a intestinal.
A triquina intestinal vive no intestino delgado (duodeno e jejuno) do homem, do
porco, do rato e de outros mamíferos; aí se realiza a cópula, morrendo o macho
em seguida e as fêmeas, que são em maior número, penetram em maior
número, penetram na parede do intestino, e dão origem a numerosas larvas;
estas larvas atingem a circulação sanguínea, fixam-se na musculatura do
hospedeiro, onde formam um cisto, dentro do qual crescem e se enrolam em
espiral; o cisto forma-se em sequência de uma reação dos tecidos do
hospedeiro e se calcifica após alguns meses sem que a larva morra; se esta
carne contaminada for ingerida por um animal hospedeiro, os cistos chegam ao
estômago, onde são dissolvidos pelo sulco digestivo e as larvas postas em
liberdade tornam-se adultas; ocorrem novas fecundações; os machos morrem
e as fêmeas, penetrando na parede intestinal, formam novas larvas,
completando-se assim o ciclo.
O parasita no intestino produz enterites agudas com diarreia sanguinolenta; a
larva triquina muscular produz perturbações nervosas e emagrecimento.
Rhabditida:
A ordem é constituída de organismos com o esôfago dividido em três regiões e
com uma porção alongada claviforme; o desenvolvimento é direto, mas utiliza-
se a designação de larvas aos estados jovens; nesta ordem destacam-se seis
gêneros com várias espécies: Rhabdias, Strongyloides. Ancylostoma, Necator,
Ascaris e Enterobius.

O gênero Rhabdias é formado de nematelmintos que alteram gerações de


fêmeas parasitas, machos e fêmeas de vida livre; quando de vida livre são
saprófagos, vivendo no solo e quando parasitas se associam a plantas e
animais.
O gênero Strongyloides é formado de nematelmintos pequenos com cerca de
2,5mm de comprimento e as extremidades do corpo distendidas; as fêmeas
parasitas vivem no intestino delgado do homem e são sempre
partenogenéticas, pois no intestino não existem os machos para a copulação.

O gênero Ancylostoma é
formado de vermes com
várias espécies parasitas de
animais mamíferos, inclusive
o homem; entre elas
destacam-se: Ancylostoma
duodenale, parasitas do
intestino delgado do homem;
Ancylostoma caninum,
parasita do cão e raramente
do homem; Ancylostoma
brasiliensis, parasita do cão,
do gato e raramente do
homem; suas larvas quando Figura 2 Ancylostoma brasilienses

infetam o homem penetram


pela pele e ficam vagando entre a epiderme e a derme, produzindo a chamada
dermatose serpiginosa (bicho geográfico).

A espécie Ancylostoma duodenale é formada de nematelmintos com o corpo


cilíndrico, alongado e com a boca provida de dentes ou lâminas cortantes. A
fêmea possui de 9 a 15 mm de comprimento, com as duas extremidades
distendidas e o poro genital na metade do corpo; o macho possui de 7 a 10mm
de comprimento com a extremidade posterior na forma de bolsa copuladora,
onde se abre a cloaca.

Através da cápsula bucal e de um esôfago musculoso, que funciona como uma


ventosa, o parasita fixa-se no intestino do hospedeiro, onde provoca pequenas
hemorragias contínuas; a perda de sangue ocasiona uma intensa anemia
conhecida comumente com os nomes de amarelão, opilação ou mal da terra;
cientificamente é denominada ancilostomose.

O círculo evolutivo destes nematelmintos ocorre do seguinte modo: no intestino


delgado do hospedeiro as fêmeas eliminam os ovos, que vão para o exterior
junto com as fezes; de cada ovo origina-se uma primeira forma larval, que é
denominada rabditoide: esta, após 3 dias, sofre a primeira muda,
transformando-se em um segundo tipo de larva denominada filarioide; esta
evolui, transformando-se em um terceiro tipo de larva denominada filarioide
incestante, apita para atingir um novo hospedeiro.

A infestação pode ocorre através da pele, especialmente dos pés. por onde as
larvas atravessam o tegumento, caindo na circulação, atingem o coração e o
pulmão, no qual sofrem uma terceira muda; em seguida migram pelos
bronquíolos, brônquios, traqueia e atingem a bifurcação do sistema digestivo e
respiratório podendo daí irem ao exterior juntamente com a saliva ou serem
deglutidas; neste caso vão ao esôfago, passam para o estômago e intestino
delgado, onde sofrem a quarta muda, transformando-se em vermes adultos.

O gênero Ascaris é formado de nematelmintos com várias espécies parasitas


de animais mamíferos, inclusive o homem; entre elas destacam-se: Ascaris
lumbricoides, o parasita mais comum do homem; Ascaris megalocephala,
parasita do boi e Ascaris suum, parasita do porco.

A espécie ascaris lumbricoides, popularmente denominada lombriga, é formada


de nematelmintos alongados, cilíndricos, com nítido dimorfismo sexual, sendo a
fêmea maior que o macho e terminando a extremidade de seu corpo de
maneira afilada, enquanto que no macho termina em uma espiral em sentido
ventral. No macho na extremidade anterior, situa-se a boca guarnecida de 3
lábios providos de papilas e na extremidade posterior localiza-se a cloaca,
provida de duas espículas quitinosas. Estes animais podem atingir até 40 cm
de comprimento e observando-os externamente, nota-se a presença de duas
estrias laterais, que percorrem o corpo em toda a sua extensão.

O ciclo evolutivo
desses animais ocorre
do seguinte modo: os
vermes adultos vivem
no intestino delgado
do homem, onde as
fêmeas colocam ovos
não embrionados, em
número
extraordinariamente
grande; esses ovos
são eliminados junto
com as fezes, para o meio externo, onde se transformam em embriões; em
primeiro lugar forma-se uma larva rabditoide, a qual sofre uma primeira muda
ainda dentro da casca do ovo, formando um segundo tipo de larva denominada
rabditoide infestante. A contaminação ocorre quando o hospedeiro ingere os
ovos contendo larvas; no intestino delgado (duodeno), a casca cresce e se
torna adulta; dois meses depois o animal começa uma nova postura.

Spirurida:

A ordem é constituída de organismos com


esôfago dividido em duas regiões: uma
anterior muscular e uma posterior
glandular. No estado adulto vivem como
parasitas dos vertebrados, inclusive do
homem, e nos estágios intermediários
vivem geralmente em insetos; nesta
ordem destaca-se o gênero Wuchereria.
O gênero Wuchereria é formado de nematelmintos de diâmetro muito pequeno
e de aspecto filamentoso, sendo por esta razão denominados de filárias; os
machos atingem 4 cm e as fêmeas 10 cm de comprimento. Estes vermes
parasitam os gânglios e vasos linfáticos do homem, causando a doença
conhecida por elefantíase, caracterizada por uma hipertrofia de alguns órgãos
como: membros inferiores, escroto e seios.

No sistema linfático as fêmeas colocam os ovos, que se transformam em


microfilárias; estas, durante a noite, deslocam-se para a circulação sanguínea
periférica do homem e aí são ingeridas por insetos hematófagos dos gêneros:
Culex, Aedes e Anopheles; nos insetos as larvas sofrem várias mudas,
transformando-se na forma infestante, que vai até a tromba do mosquito e este,
quando pica o homem, transmite a larva, que atinge o sistema linfático,
tornando-se adulta e recomeçando o ciclo.

Platelmintos (Filo Platyhelminthes)


Seu nome vem do grego Platy helmin, que significa verme achatado,
possuindo aproximadamente 15 mil espécies eles habitam áreas aquáticas e
também ambientes terrestres úmidos. Em sua maioria parasita outros animais,
embora haja alguns de vida livre. Seus representantes são as planárias
(turbellaria), esquistossomos e tênia (tenia solium e tenia saginata), o mais
comum são as planárias, para o estudo.
Características
Seu corpo, geralmente achatado, tem simetria bilateral, são acelomados
(não possuem o celoma, uma cavidade corporal preenchida por fluido que
possui como revestimento a mesoderme, um dos folhetos germinativos) e
triblásticos, não tem sistemas respiratório (as trocas gasosas são feitas
diretamente entre o ambiente e as células do corpo) e circulatório (a cavidade
gastrovascular e muito ramificada e leva os nutrientes diretos ás células do
corpo), e são triblásticos (possuem três folhetos embrionários, como visto na
imagem acima, mesoderme, ectoderme e endoderme), dotados de uma grande
capacidade de regeneração, a
excreção é feita por protonefrídios
(sistema ramificado de túbulos, com
uma extremidade fechada (célula
flama) e uma extremidade aberta
(nefróporo ou poro excretor)), que
em suas extremidades possuem
células flageladas chamadas
células-flama (uma célula excretora,
oca, contendo um grupo de cílios,
essas células captam excretas do
espaço intracelular e as lançam em
canais excretores, que por sua vez
se abrem em poros excretores
dorsais). Existem espécies
monoicas (espécies com dois sexos
não separados) e dioicas (espécies com os dois sexos separados), assim
podendo a reprodução ser assexuada (como em algumas planárias, por
fragmentação) ou sexuada. Possuem um par de gânglios cerebrais ligados a
dois cordões nervosos longitudinais, levando os estímulos captados pelas
células sensoriais.
Seu sistema
digestório e
incompleto, ou seja, o
alimento entra pela
boca e enzimas
digestórias,
produzidas nas células especializadas das paredes da cavidade
gastrovascular, atuam sobre ele. O resto é eliminado pela boca. Algumas
pessoas al ver uma planária pensa que ela tem olhos vesgos, porém são os
ocelos que permitem ela saber se o ambiente está claro ou escuro (sendo que
elas fogem da claridade).
Voltando a recuperação rápida da planária, o que de certo modo é bom
para os estudos, pois
com os cortes ela se
regenera
completamente
criando assim um
clone. A questão
disso foi investigada
mais detalhadamente
por cientistas da
Universidade de
Nottigham, com o
estuda já se sabem
que as planárias,
tanto as que se reproduzem sexuadamente e assexuadamente, podem
substituir tecidos velhos no corpo por um período indefinido. No caso da
Turbellaria, ou simplesmente planária, diferentemente de nós humanos a cada
cópia celular, os telômeros não se diminuem pela substância telomerase, que
na planária produz constantemente, ao contrário de nós que fabricamos
somente no estágio de desenvolvimento. Porém mesmo as planárias são um
mistério para a ciência ainda, pois as que se reproduzem assexuadamente
possuem o gene que produz a telomerase eternamente, contudo as sexuadas
não o fazem, e mesmo assim renovam as células com a mesma longevidade.

Classes
Filo dos Platelmintos
Classe Características Exemplos
Turbellaria vida livre; corpo simples com Dugesia tigrina
epiderme ciliada; sistema (planária)
digestivo incompleto
Trematoda parasitas; corpo simples; Fasciola hepática
epiderme com cutícula (parasita de carneiros)
protetora; sistema digestivo Schistosoma mansoni
incompleto
Cestoidea parasitas; corpo Taenia solium
metamerizado; epiderme Taenia saginata
com cutícula protetora;
sistema digestivo ausente

Turbellaria:
Sendo um grupo parafilético, artificial, os turbelários são no geral formas livre-
natantes, marinhas ou de água doce, por vezes ocorrentes também em solos
úmidos; umas poucas são simbiontes de crustáceos e peixes. O tamanho é
bem variável, de 1 mm a 30 cm de extensão. As planárias constituem o grupo
mais conhecido dos leigos. Possuem cílios na parte ventral do corpo, utilizados
para a natação na água ou locomoção no solo, deslocando-se pelo batimento
coordenado deles sobre rastro de muco produzido por glândulas adesivas. O
corpo é alongado e bem achatado, podendo-se definir uma região "anterior",
freqüentemente triangular e com ocelos. O tubo digestivo inclui boca ventral, no
geral situada próxima ao meio do corpo, associada a faringe tubular bastante
desenvolvida e que se continua por intestino caracterizado por numerosas
ramificações. Não há ânus. As planárias são principalmente carnívoras,
alimentando-se de nematóides, artrópodes (pequenos insetos e crustáceos) e
rotíferos, entre outros tipos de presas.
Trematoda:
Figura 3 Fascíola hepática

Trematódeos são animais geralmente de corpo chato, de cutícula lisa ou


provida de espinhos geralmente pouco desenvolvidos. Ventosa anterior
raramente rudimentar e uma segunda ventosa ventral ou acetábulo situada no
meio da face ventral, ou então terminal, que pode ser rudimentar ou deixar de
existir. A cavidade do corpo é obliterada, a musculatura é sincicial. Tubo
digestivo raramente com abertura posterior. Via de regra hermafroditas.
Evolução sem ecdises, à custa de larvas que se multiplicam
partenogenèticamente (partenitas). Do ovo sai um embrião ciliado desprovido
de ganchos quitinosos. Parasites em todas as fases do ciclo, evoluindo sempre
em dois hospedeiros.
Cestoidea:
Os cestóides têm o corpo
alongado e achatado, em
forma de cinta.
Diferenciam-se dos
turbelários e trematóides
pela ausência total de
sistema digestivo, sendo
o alimento absorvido
diretamente pela parede
do corpo. São sempre
endoparasitos, os vermes
adultos no intestino de
vertebrados e as formas
larvais (uma exceção) em Figura 4 Dibothriocephalus latus
tecidos de algum
hospedeiro intermediário, vertebrado ou invertebrado. São formas heteróxenas
- raramente monóxenas - no geral com dois hospedeiros no ciclo; a grande
tênia do peixe, Dibothriocephalus latus, muito comum no extremo Oriente
(China, Japão), tem três hospedeiros
Verminoses
Verminose é uma infecção intestinal provocada por agentes específicos,
conhecidos como parasitas, especialmente endoparasitas (parasitas que
habitam o interior do organismo do hospedeiro). Esta é uma doença frequente e
de difícil controle por parte dos órgãos públicos, que acomete humanos e
também animais.

Afeta adultos e crianças, de todas as idades, ambos os sexos e todas as classes


sociais. Suas consequências podem resultar em prejuízos à saúde do paciente,
podendo levar a óbito.

A contaminação ocorre de diversas formas, mas a mais comum é por meio da


ingestão de alimentos ou água contaminada ou através da pele quando há
pequenos ferimentos.

Verminoses de platelmintos:
HIDATIDOSE:
Doença que apresenta incidência mais elevada nos estados da região
Sul do Brasil, está associada à criação de carneiros e ovelhas.
Sendo o agente etiológico o Echinococcus granulosus, sua transmissão
ocorre pela ingestão de ovos do parasita, nos quais se formam larvas que
perfuram a parede do intestino e penetram na circulação. Pelos vasos
sanguíneos, atigem diversos órgão, onde podem se fixar, fígado, pulmões,
entre outros. Nesses órgãos se formam cistos hidáticos, que podem atingir
diâmetro superior a 10 cm.
O equinococo é um parasita heteroxênico. O verme adulto vive fixado na
mucosa do intestino delgado de cães, que eliminam os ovos com as fezes.
Ovelhas ou seres humanos, ao ingerir ovos, podem desenvolver o cisto
hidático. Quando o cão se alimenta de vísceras de ovelhas, ingere cistos que
contêm
escóleces do
parasita. No
intestino do
cão, os
escóleces
originam
parasitas
adultos.
A profilaxia é:
Evitar o
contato de
ovinos e
bovinos com os cães, não alimentar os cães com vísceras de ovinos e bovinos,
tratar os cães parasitados e tomar cuidado ao lidar com os cães uma vez que
os ovos do parasita ficam aderidos aos pelos.
Seu ciclo se da pela imagem a seguir:

FASCIOLOSE:
Doença parasitária que acomete as vias biliares de herbívoros (bois e ovelhas,
por exemplo), cujo agente etiológico é o platelminto da espécie Fasciola
hepatica. A infecção de seres humanos é eventual, em geral em surtos
epidêmicos.
O parasita possui o corpo semelhante a uma folha, bastante achatado dorso
ventralmente, em cuja região anterior encontra-se uma ventosa e a abertura
oral.

As fascíolas são hermafroditas e vivem nos canais biliares do hospedeiro


vertebrado (ser humano, inclusive), onde alcançam a maturidade sexual e se
reproduzem. Os ovos são lançados, com a bile, no intestino e saem com as
fezes. Em meio com temperatura e umidade adequadas, os ovos eclodem e,
duas ou três semanas depois, liberam o miracídio.
Em meio aquático, os miracídios penetram em caramujos (no Brasil, do
gênero Lymnaea), onde se transformam e liberam cercárias. As cercárias fixam-
se à vegetação aquática e convertem-se em formas encistadas denominadas
metacercárias, que são a forma infectante para herbívoros e, ocasionalmente,
seres humanos, que geralmente se infectam ao comer folhas de agrião ou,
menos

frequentemente, de alface.
No duodeno, as metacercárias saem dos cistos, atravessam a parede do tubo
digestório e caminham pela cavidade abdominal até atingir o fígado, no qual
penetram e se alojam nos canais biliares. Dois a três meses depois, já são
sexualmente maduras e iniciam a postura.

A profilaxia consiste em:

evitar a ingestão de verduras (principalmente agrião e alface) cultivadas com


possível contato com fezes humanas (como esterco ou na água de irrigação),
em casos confirmados de doença, toda verdura consumida crua deve ser lavada
e tratada com hipoclorito de sódio, combate aos caramujos, saneamento
ambiental e educação sanitária.

O ciclo se da pela imagem a seguir:


TENÍASE:

A teníase é uma infecção intestinal causada pela fase adulta da Taenia solium e
da Taenia saginata. Estes são parasitas hermafroditas da classe dos cestódeos,
da família Taenidae, também conhecido como “solitária”. São seres
extremamente competitivos pelo seu habitat, não precisando nem de parceiro
para a cópula, já que são seres monóicos com estruturas fisiológicas
para autofecundação. O complexo teníase-cisticercose constitui-se de duas
entidades distintas, porém causadas pelo mesmo parasita, sendo um sério
problema para a saúde pública.

A teníase e a cisticercose são causadas pelo mesmo parasita, só que em fases


distintas de vida. A teníase é causada pela Taenia solium ou Taenia
saginata quando presente no intestino delgado dos humanos (hospedeiros
definitivos), já a cisticercose, causada devido à presença da larva, também
conhecida como “canjiquinha”, que pode estar presente em hospedeiros
intermediários, sendo que o cisticerco da T. solium é encontrada na musculatura
dos suínos e da T. saginata é encontrada na dos bovinos. A teníase causada
pela T. solium não é considerada fatal, enquanto que a cisticercose causada por
ela pode levar à morte.

Uma das formas de controle desta doença é através do trabalho educativo da


população, promovendo a melhoria da higiene e também, em relação à saúde
animal dos bovinos e suínos, controlando sua alimentação e realizando
adequadamente a inspeção das carcaças dos animais abatidos para consumo
humano. Deve ser realizada também a fiscalização de produtos de origem
vegetal, pois a água usada na irrigação destes pode estar contaminada. É
aconselhável que tanto a carne de porco, quanto a bovina, seja consumida bem
passada, lembrando também que embutidos não cozidos são alimentos de risco.

Seu ciclo se dá pela seguinte imagem:

Cisticercose:
A cisticercose é uma das verminoses mais perigosas que o ser humano pode
desenvolver.

Sendo seu ciclo como a imagem a seguir:

Verminoses de Nematelmintos

Enterobiose:

Enterobíase é uma das infecções intestinais mais comuns do mundo, presente


mesmo em países desenvolvidos. A infecção é causada pelo verme
nematódeo Enterobius vermicularis, também chamado de oxiúro.

O oxiúro é pequeno, achatado e branco, e pode viver no cólon e reto de


humanos. Do comprimento de um grampo, a fêmea do verme viaja até o ânus
da pessoa infectada durante a noite para depositar seus ovos.

A enterobíase é mais comum em crianças em idade escolar, sendo que os


oxiúros podem ser facilmente transmitidos de uma criança a outra. O
tratamento envolve medicamentos orais que matam os organismos. Para
resultados mais efetivos, toda a família deve ser tratada.
A melhor forma de prevenir a enterobíase é com uma rotina de higiene
adequada para todos os membros da família, especialmente as crianças.

Lavar as mãos com agua e sabão após usar o banheiro e antes de comer,
trocar as roupas de banho e cama frequentemente, manter as unhas curtas e
limpas, entre outros itens de higiene básica são as profilaxias.

Sendo o ciclo deles conforme a imagem a seguir:

Elefantíase:
A elefantíase, ou filariose, é uma doença parasitária que afeta a circulação
linfática, causada por um parasita nematódeo, chamado Wuchereria bancrofti e
conhecido como filária. Este verme atinge os vasos linfáticos e promove uma
reação inflamatória, causando uma obstrução do fluxo de linfa e fazendo com
que a região afetada, seja a perna ou braço, fique muito dilatada -
assemelhando-se a pata de um elefante.
A filária é transmitida pelo mosquito do gênero Culex sp., conhecido como
mosquito palha ou pernilongo, capaz de transportar as larvas do verme e
transmitir através da picada.
Sua profilaxia é o uso de mosquiteiro para dormir, telas nas janelas e portas,
evitar águas paradas em pneus e entre outros, usar repelente e evitar locais
com mosquitos e moscas.

Seu ciclo se da pela imagem a seguir:

Ancilostomíase:

A ancilostomíase, também chamada de Ancilostomose ou, popularmente,


conhecida como amarelão, é uma parasitose intestinal provocada por vermes
que infectam o ser humano. Os principais sintomas desta doença são irritação
na pele, diarreia e dor na barriga, além poder causar anemia.
Os agentes causadores da ancilostomíase são o Ancylostoma
duodenale ou Necator americanus, que são vermes do tipo nematelmintos.
A doença pode ser transmitida através da penetração do parasita pela pele,
quando se anda descalço em solo contaminado, principalmente nos países de
clima quente e úmido, ou através da ingestão de alimentos contaminados com
o parasita.
Sua profilaxia se da por utilização de calçados, evitando contato com o solo
diretamente, infraestrutura básica para a população, saneamento básico e
condições adequadas de higienização.

Seu ciclo se da pela a imagem a seguir:

Ascaridíase:
É uma verminose intestinal, causada pelo parasita Ascaris lumbricóides. A
ascaridíase, popularmente conhecida como lombriga, é a verminose mais
difundida no mundo.

O parasita tem um corpo cilíndrico e alongado. De aspecto liso e brilhante, sua


cor varia entre o branco e o amarelo. Sua boca, em uma das extremidades,
possui três grandes lábios. Sua reprodução é sexuada. Os machos são menores
que as fêmeas, e apresentam a cauda enrolada. O comprimento do parasita
varia entre 15 e 40 centímetros, sendo que o número de parasitas em um mesmo
hospedeiro pode chegar a 600.

A contaminação por Ascaris lumbricóides ocorre pela ingestão de água ou


alimentos contaminados por seus ovos. O ciclo tem início a partir de um
hospedeiro. A fêmea é capaz de produzir 200 mil ovos por dia, sendo que parte
desses ovos é eliminada através das fezes. A contaminação ocorre quando as
condições de higiene e de saneamento básico favorecem o contato desses ovos
com a terra, a água, e com alimentos que são ingeridos. As crianças são a
população mais atingida, já que não entendem e respeitam as regras de higiene.
Após a ingestão, os ovos liberam larvas que caem na circulação sanguínea.
Essas larvas passam pelo fígado, coração e pulmões. Ao atingirem os pulmões,
instalam-se nos alvéolos pulmonares, onde absorvem mais oxigênio e nutrientes
para crescerem. Nessa fase, podem aparecer alguns sintomas como tosse seca,
irritação brônquica, dificuldade respiratória e febre. As larvas permanecem nos
alvéolos pulmonares até crescerem, para então subirem em direção a faringe,
de onde são engolidas novamente. Passam pelo tubo digestivo, e completam
seu desenvolvimento ao chegarem ao intestino delgado, atingindo a fase adulta,
se reproduzindo e dando início ao ciclo novamente.

A profilaxia dessa doença se da através de medicação. No entanto, a medicação


deve ser acompanhada de cuidados de higiene pessoal (lavar as mãos, por
exemplo), medidas de higiene em relação aos alimentos (lavar as frutas e
verduras em água corrente) e a água (ferver, caso a água não seja tratada), e
saneamento básico.

Seu ciclo segue conforme a imagem abaixo:

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