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III) Amphibia
-> Características gerais: São animais vertebrados, em sua maioria de pele úmida e
lisa, podendo apresentar-se rugosa pela presença de glândulas. Não possuem
escamas. Possuem sua vida dividida em dois períodos diferentes, parte como larvas
ou girinos e parte como adultos. Em geral, a primeira fase desses animais é de vida
aquática e, assim como os peixes respiram por brânquias. Ao longo dessa fase, eles
desenvolvem patas e a respiração torna-se pulmonar ou cutânea (através da pele),
fazendo com que possam viver tanto na água, quanto em terra firme. A maioria dos
anfíbios vive dentro ou próximos da água, mas existem sapos que vivem apenas em
ambientes úmidos não aquáticos. Esse grupo é constituído pelos sapos, rãs
verdadeiras, pererecas e falsas rãs.
IV) Chiroptera
-> Características gerais: Os animais pertencentes à essa ordem são os morcegos.
Eles apresentam uma característica muito peculiar: a capacidade de voo, única
dentre os mamíferos. Além disso, dormem de cabeça para baixo, e algumas espécies
podem hibernar. Essa ordem é a segunda maior da Classe Mammalia, possuindo
mais de 1000 espécies.
São encontrados em todas as regiões da biosfera, exceto nos polos, em regiões muito
quentes e ilhas isoladas, os quirópteros, como também são chamados, costumam
viver nas copas de árvores, troncos ocos e cavernas. Em algumas situações, são
encontrados em sótãos, telhados, casas abandonadas e estábulos, uma vez que tais
ambientes se apresentam propícios para sua alimentação e abrigo, e, em muitos
casos, em consequência de seus habitats originais terem sido destruídos ou
perturbados.
Possuem hábitos crepusculares e noturnos, possuem o corpo coberto por pelos, e
tamanho geralmente diminuto, embora existam exceções. A audição e o olfato são
bem desenvolvidos, e a visão é adaptada para enxergar no escuro, sendo que muitos
só enxergam em preto e branco. Além disso, alguns morcegos desenvolveram um
sistema chamado ecolocação, que permite com que reconheçam o ambiente e
localizem suas presas. Eles emitem sons de alta frequência, inaudíveis para a nossa
espécie, e estes, ao atingirem um objeto, são refletidos em forma de eco, permitindo a
compreensão daquilo que está à frente.
A maioria dos morcegos é herbívora, alimentando-se de frutos, embora existam
aqueles que têm folhas, néctar e/ou pólen como componentes de suas dietas. Outros
podem ser insetívoros, piscívoros (alimentam-se de peixes), ou mesmo hematófagos
(alimentam-se de sangue). Quanto a este último hábito alimentar, somente três
espécies de morcegos são capazes de ingerir sangue: Desmodus rotundus, Diaemus
youngii e Diphylla ecaudata encontrados na América do Sul.
Quanto ao tipo de alimentação:
1) Vespertilionidae: Insetívoros.
2) Phillostominae: Possui variedade em sua alimentação, sendo de forma geral
herbívoro (fitófago).
3) Molossidae: Insetívoros.
4) Desmodus rotundus, Diaemus youngii e Diphylla ecaudata: Hematófago.
-> Os morcegos hematófagos são de grande importância de estudos por serem
agentes transmissores da raiva tanto para animais, quanto para humanos. O vírus da
raiva (Lyssavirus) é transmitido através da saliva que é inoculada no momento da
alimentação desses animais, ou das mordeduras no caso dos cães que são infectados
com a doença. Além disso, os morcegos possuem o hábito de lambedura uns com os
outros, e como as colônias não são estritamente de espécies que possuem o mesmo
hábito alimentar, pode acontecer de uma espécie hematófaga infectada lamber uma
outra espécie não hematófaga e assim ampliar a rede de contaminação. Os morcegos
não hematófagos contaminados não transmitirão o vírus da raiva para mamíferos,
mas pode infectar através do hábito de lambedura, outro morcego hematófago.
Profilaxia: Vacinação dos animais, uso de telas em locais fechados (como por
exemplo currais), pasta vampiricida.
V) Araneae
-> Características gerais: Possuem simetria bilateral, corpo dividido em
cefalotórax e abdome, quatro pares de patas, um par de pedipalpos, quelíceras e
fiandeiras na parte posterior do abdome. Os pedipalpos atuam com um órgão
gustativo, e auxiliam na localização da presa. As quelíceras possuem a função de
capturar alimento e injetar veneno no mesmo. São recobertos por exoesqueleto
constituído principalmente por quitina e que possui a função de sustentação e
redução da perda de água, além disso o exoesqueleto é trocado quando
necessitam crescer, através da ecdise. Variam em forma, tamanho, coloração e
comportamento. Assim como podem ou não ser peçonhentas. As aranhas
possuem vidas solitárias, e em sua maioria são carnívoras. As fiandeiras são
encontradas no abdome do animal e têm como função principal a produção de
seda para a confecção de suas teias. As teias das aranhas são utilizadas para
vários fins, como: formar o casulo (onde o animal irá depositar os seus ovos),
armazenar alimentos e capturar presas. Mas nem todas as aranhas são
produtoras de teia.
Quanto a ação e tipo de veneno e hábito das aranhas estudadas:
VI) Scorpiones
-> Características gerais: São artrópodes quelicerados que são encontrados tanto em
desertos, como em florestas úmidas. São carnívoros e predam insetos e aranhas,
principalmente, mas podem predar animais maiores, até mesmo pequenos
vertebrados. Por ter a visão pouco eficiente, desenvolveu ao longo da evolução
cerdas sensoriais que ajudam na identificação dos movimentos e vibrações a sua
volta. Além disso, pode detectar quimicamente a presença de outros animais. Pode
passar meses em jejum, a digestão é quase externa, uma vez que depositam enzimas
digestivas na presa, depois corta os pedaços, mas não ingere nada sólido, apenas a
parte líquida. O canibalismo é comum.
Os grupos considerados mais vulneráveis são os trabalhadores da construção civil,
crianças e pessoas que permanecem maiores períodos dentro de casa ou nos
arredores e quintais. Ainda nas áreas urbanas, estão sujeitos os trabalhadores de
madeireiras, transportadoras e distribuidoras de hortifrutigranjeiros, por
manusearem objetos e alimentos onde os escorpiões podem estar alojados.
Durante a reprodução há uma espécie de dança do acasalamento, que machos e
fêmeas se unem pelas pinças girando. Após a cópula é comum o canibalismo, a
fêmea come o macho. A maioria das espécies é ovovivípara (filhotes se desenvolvem
dentro da mãe, em ovos que lá eclodem), mas algumas são vivíparas (possuem uma
espécie de membrana equivalente a uma placenta). Após o nascimento, os filhotes
andam no dorso (costas) da mãe até sua primeira troca de pele, quando conseguem
se alimentar sozinhos. A longevidade depende da espécie, em torno de 5 anos de
idade, mas há registros de mais de 20 anos em algumas espécies. A maturidade
sexual ocorre depois do primeiro ano. O interessante é que existem algumas espécies
que fazem a partenogênese, entre elas o Tytius serrulatus, sem a necessidade de um
macho para fecundar.
No fim da cauda do escorpião existe um segmento chamado telson e as glândulas de
veneno, é o chamado ferrão. Seu veneno contém substâncias neurotóxicas, enzimas,
histaminas, entre outras. No Brasil, as duas espécies mais comuns em acidente são o
escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e escorpião preto (Tityus bahiensis).
-> Veneno de ação neurotóxica.
-> Sintomas: Acidentes por T.serrulatus são os mais graves. A dor local (ardor,
queimação ou agulhada) pode ser acompanhada por parestesias, aumentar de
intensidade à palpação e irradiar-se para a raiz do membro acometido. Ponto(s) de
inoculação nem sempre são visíveis, na maioria dos casos, há apenas discreto
eritema e edema, podendo-se observar também sudorese e piloereção local. Nos
acidentes moderados e graves, principalmente em crianças, após minutos até poucas
horas (2-3h), podem surgir manifestações sistêmicas.
Manifestações Sistêmicas: Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa.
Digestivas: náuseas, vômitos, sialorréia e, mais raramente, dor abdominal e diarréia.
Cardiovasculares: arritmias cardíacas, hiper ou hipotensão arterial, insuficiência
cardíaca congestiva e choque. Respiratórias: taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar
agudo. Neurológicas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores.
*Tratamento específico : Soro antiescorpiônico.
VII) Ixodida
São conhecidos popularmente como carrapatos. São artrópodes ectoparasitas
(parasitas externos), ou seja, vivem na superfície do corpo de um hospedeiro
(animais domésticos, animais silvestres e o homem) e são também hematófagos, ou
seja, se alimentam do sangue de seus hospedeiros. Sendo assim, possuem uma
grande importância como vetores de agentes patogênicos, como protozoários,
bactérias e vírus, entre outros. O seu formato vai depende se o parasita está
ingurgitado (cheio de sangue) ou não. Quando está neste estado, ele apresenta-se em
um formato quase oval, enquanto que antes de sugar o sangue do seu hospedeiro,
ou quando sugou pouco sangue ainda, o corpo do animal apresenta-se plano.
No Brasil temos duas famílias de importância: Ixodidae e Argasidae.
-> Família Ixodidae: Os machos ixodideos possuem um escudo dorsal quitinoso,
sendo conhecidos como “carrapatos duro”, enquanto que nas fêmeas, larvas e
ninfas, esse escudo cobre apenas a região anterior do corpo, permitir assim a
dilatação do abdômen após a alimentação, já que as fêmeas se alimentam muito mais
do que os macho. Devido a esta diferença no escudo, fica evidente o dimorfismo
sexual. As espécies de maior interesse veterinário estão dentro deste grupo, como
por exemplo, as espécies Rhipicephalus (Boophilus) microplus e Rhipicephalus
sanguineus. Os carapatos dessa família passam a maior parte do seu ciclo de vida no
corpo do hospedeiro, realizando inclusive a cópula no hospedeiro. A fêmea realiza a
postura de um grande número de ovos (1000 a 3000 ovos) e morre após a postura.
2) Dermacentor Nitens
Apresenta ampla distribuição no território nacional e possui grande importância na
transmissão de agentes patogênicos aos equinos. Altas infestações desse ectoparasito
também podem levar a lesões no pavilhão auricular dos cavalos (também é
encontrado em asininos, bovinos, caprinos e até mesmo em cães e gatos raramente)
favorecendo infecções secundárias e miíases. Trata-se de um carrapato monoxeno
que tem por preferência parasitar orelha, crina, divertículo nasal e região perianal de
equídeos. -> Seu ciclo assemelha-se ao do R. microplus, diferenciando-se pelo
hospedeiro, que nesse caso são equídeos principalmente. As fêmeas põe cerca de
3000 mil ovos, normalmente no solo. As larvas podem resistir até 71 dias em jejum.
Os machos vivem mais tempo no hospedeiro, tendo já sido observado um período
de parasitismo de cerca de 100 dias, a contar da data de fixação das larvas. Os
machos adultos iniciam a cópula dois dias após o seu surgimento e permanecem in
coito até o desprendimento da fêmea.
3) Rhipicephalus sanguineus
Parasita particularmente os cães, mas também pode ser encontrado nos gatos, nos
coelhos, nos cavalos, em alguns animais de zoológico e também no homem.
Dissemina-se em casas, canis, clínicas e hospitais. Tem grande capacidade de subir
pelas paredes e de esconder-se em fendas das próprias paredes (geotropismo
negativo) em madeirames dos telhados, rodapés, nos batentes das portas e nas
cascas de árvores, sendo, por este motivo, conhecido também como carrapato de
canil. É de distribuição mundial.
Os carrapatos adultos preferem se instalar nos espaços interdigitais entre o coxim
plantar e orelhas dos animais e as larvas e ninfas na região de trás do pescoço, o que
não quer dizer que não possam ser encontrados em qualquer parte do corpo.
altas infestações provocam desde leves irritações até anemia por ação espoliadora.
É considerado o principal transmissor da babesiose canina e da Erlichiose ("doença
do carrapato"); a transmissão pode ser transovariana, pode também transmitir vírus
e bactérias. Pode atacar o homem causando dermatites.
-> Ciclo: É um carrapato trioxeno, ou seja, necessita de três hospedeiros para
completar o seu ciclo. A fêmea realiza a postura no ambiente e normalmente em
lugares altos perto do lugar em que vivem os cães, e todas as mudas são realizadas
no ambiente, por isso a necessidade de três hospedeiros diferente. Fêmea realiza a
postura -> larvas sobem no animal e se alimentam -> larvas voltam pro ambiente e
fazem muda pra ninfa -> ninfas procuram um hospedeiro pra se alimentar -> ninfas
alimentadas voltam ao ambiente e fazem muda pra adulto -> Adulto procura um
novo hospedeiro.
4) Amblyomma sp.
Parasita a maioria dos animais domésticos e silvestres, e pode parasitar o homem
ocasionalmente. É pouco específico quanto aos seus hospedeiros, mas é comumente
encontrado em equídeos. Tem grande importância médico veterinária e em saúde
pública, pois é transmissor de Rickettsia rickettsii, agente causador da febre maculosa.
-> Ciclo: É um carapato heteroxeno e trioxeno (necessita de três hospedeiros para
concluir seu ciclo de vida). Seu ciclo é igual ao do Rhipicephalus sanguineus.