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Parasitologia Completo

medicina veterinária (Centro Universitário Maurício de Nassau)

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Parasitologia
Maria Eduarda Cabral
Apostila com base nas anotações realizadas em
sala de aula e com os slides. O presente conteúdo
não é de minha autoria.

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 O primeiro nome refere-se ao gênero e deve ter inicial com


PARASITOLOGIA letra maiúscula. Ex.: Ascaris
 O segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com
INTRODUÇÃO inicial minúscula. Ex.: lumbricoides
O termo biologia foi empregado pela primeira vez em 1801, pelo  Os dois juntos formam o nome da espécie. Ex. Ascaris
naturalista francês LAMARCK (1744-1829), significando vida e lumbricoides
estudo ou tratado. Considerando sua etimologia, pode-se definir  Caso o nome seja composto por três palavras, quer dizer que a
como uma ciência que estuda os seres vivos. subespécie está inserida. Ex.: Hymenolepis nana fraterna
 Caso o subgênero seja retratado, este deve estar escrito em
O ser vivo é um conjunto de matéria formado de uma mistura
parênteses, entre o nome genérico e o nome específico.
complexa de compostos químicos, que estão em permanente troca
Ex.: Damalinia (Bovicola) bovis
com o ambiente. Sendo assim, fica difícil de imaginar um ser vivo
completamente sozinho no mundo, porque de certa forma, todos Os nomes científicos devem ter grafia diferenciada. Se
nós vivemos em relação uns como os outros. digitalizados, devem apresentar o formato itálico, se manuscrito,
devem ter um único traço embaixo do nome.
Os parasitas desenvolveram habilidades diversas para se hospedar
e roubar alimentos de suas vítimas, chegando aos organismos de
seus hospedeiros pela ingestão, sozinhos penetrando orifícios, pele
ou por alguma lesão, por alimentos (carnes, vegetais ou água) ou
através do aleitamento e útero materno.
ORIGEM DO PARASITISMO
Acredita-se que o parasitismo aconteceu por acaso, mas não há
nada de concreto que prove tal suposição. No início era uma
associação não prejudicial realizada por duas espécies diferentes,
porém com o passar do tempo, uma delas passou a viver às custas
da outra. A dependência foi tanta que o metabolismo de uma
espécie estava completamente vinculado a outra, ou seja, para
desenvolvimento e reprodução, o parasito necessitava do
parasitado.
Existem algumas curiosas adaptações parasitárias, que nos
auxiliam para conhecermos a biologia da espécie do parasita, por
exemplo:
 O protozoário Toxoplasma gondii só consegue fazer
reprodução sexuada no interior das células do intestino dos
felídeos (gatos, leões, onças, etc.);
 Os nematoides Ascaris lumbricoides, normalmente entram no
organismo de seus hospedeiros via oral, quando os ovos
infectantes dessa espécie são ingeridos, mas não tem
habilidade para penetrar pela superfície corporal de seus
hospedeiros;
 Os trematoides da espécie Fasciola hepáticaparasitam o
fígado, não sendo encontrado em outras regiões do organismo
TIPOS DE PARASITOS
em sua fase adulta.
Admite-se que os ectoparasitas devem ter tido uma evolução
anterior as dos endoparasitos, pela adaptação em vida livre ser mais 1 – EM RELAÇÃO AO TIPO DE HOSPEDEIRO
simples. Atrofia e desaparecimento de órgãos em parasitos durante  Definitivo (HD): é o hospedeiro que alberga o parasito em seu
a escala evolutiva é um grande indício da comprovação da origem estágio adulto e onde alcança sua maturidade sexual. Ex.:
do parasitismo. homem para Taeniasolium
 Intermediário (HI): é o hospedeiro que alberga o parasito em
SISTEMÁTICA seu estágio larval. O parasito não alcança sua maturidade
Pelo fato da gente existir em um mundo enriquecido por diferentes sexual nesse hospedeiro.
espécies, com características físicas, morfológicas e biológicas tão Ex.: suíno para a Taeniasolium
peculiares, é que os pesquisadores resolveram categorizá-los,  Vetor: termo usado para artrópodes, moluscos ou outro
construindo a SISTEMÁTICA . qualquer veículo que transmite o parasito entre dois
O termo Sistemática origina-se de sistema e foi hospedeiros. São essenciais para a sobrevivência do parasito.
empregado pela primeira vez por Lineu (1707-1778) em  Vetores Mecânicos: transportadores. Não há
sua obra SystemaNaturae. O botânico Candolle (1813) desenvolvimento do parasito.
usa o termo Taxionomia (gr.taxis, ordem; nomos, lei). Ex.: ácaro Macrocheles usa um besouro para se transportar
 Vetores Biológicos: ocorre desenvolvimento do parasito. Ex.:
A sistemática tem como objetivo identificar, denominar e a mosca do berne ovipõe na mosca de estábulo e muda de ovo
classificar todos os seres vivos. Por isto, é importante, antes de à larva
começarmos a estudar os conceitos de parasitologia e as espécies  Reservatório: seres responsáveis pela sobrevivência do
em questão, saber como devemos referenciá-los. A maneira correta parasito. O parasito dificilmente causa doença nesse
de escrevê-los foi determinada pelas Regras Internacionais de hospedeiro. Ex.: a capivara é um reservatório do T.evansi.
Nomenclatura Zoológica.  Portador: é o indivíduo infectado que não apresenta sinais,
A nomenclatura utilizada para as espécies de seres vivos é mas que pode transmitir a doença a outro hospedeiro. Ex.:
universal e segue as Regras Internacionais de Nomenclatura bovino para Taeniasaginata.
Zoológica. O sistema de nomenclatura de espécie é binominal, isto  Paratênico ou de transporte: é o ser vivo que serve de
é, composto por dois nomes escritos em latim, ou latinizados. refúgio temporário para o parasito e atua como hospedeiro de
transporte. É aquele que alberga o parasito. Entra no ciclo por
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acidente. Ex.: ratos no ciclo de Toxocara canis ingerem ovos perturbações neurológicas, ex. Coenuruscerebralis) e
no ambiente e albergam as larvas em seus tecidos. Se o rato traumatismo.
for ingerido por um cão (HD de T. canis) este adquire o  Ação espoliadora: é ocasionada por parasitos que se nutrem
parasito que se desenvolve no seu interior. de líquidos e nutrientes do hospedeiro. Ex.: Haemonchus.
 Ação inflamatória/Irritante: ocorre pela penetração ativa de
larvas na pele (Ex.: Strongyloidespapillosus) ou pela presença
2 – EM RELAÇÃO A MAIOR OU MENOR
constante de parasitos nos órgãos dos hospedeiros
EXIGÊNCIA AO PARASIT ISMO
(ex.:Toxocara)
 Obrigatório: são organismos que não conseguem sobreviver
 Ação de transmissão: hospedeiros transmitem agente
em vida livre. Precisa de um hospedeiro. Ex.: berne,
patogênicos. Ex.: carrapato transmitindo Babesia.
gasterófilos, Toxoplasma
 Facultativo: são aqueles que possuem fase de vida livre. E
quando entra em contato com hospedeiro, começa sua vida de 7 – EM RELAÇÃO A ADAPTAÇÃO DOS PARASITOS
parasita. Conhecido como fase de vida livre e fase parasitária MORFOLÓGICAS
de um organismo. Ex.: moscas são atraídas pelo exsudato das
 Armadura bucal dos insetos: pode ser mastigador, picador,
lesões nas quais fazem a postura de ovos ou de larvas. As
sugador e lambedor
larvas nutrem-se do tecido necrosado, não atacando o tecido
 Locomotor: nas pulgas há desenvolvimento muscular, saltam
vivo. Embora não considerados parasitos, causam uma ação
até um metro de altura
irritativa.
 Aparelho digestivo: existem espécies com aparelho digestivo
 Acidental: entra em contato com hospedeiro por acidente, mas
atrofiado, onde a alimentação se dá por osmose, outros
não evolui nele. São espontaneamente eliminadas pelas fezes
hipertrofiados, para melhor absorção alimentar
porque o ambiente não é propício para sua vida. Ex.: larvas
saprozóicas de moscas (bichos das frutas), quando ingeridas  Aparelho reprodutor: quanto mais intenso o parasitismo
acidentalmente com alimentos pelo homem ou animais são mais desenvolvido é o aparelho reprodutor.
espontaneamente eliminadas vivas com as fezes, podendo ECTOPARASITAS – CLASSE INSECTA
causar leves perturbações gastrintestinais.
FILO ARTHROPODA
Contém mais de 80% de todas as espécies animais conhecidas e é
3 – EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE HOSPEDEIROS
constituído de invertebrados, caracterizado pelo exoesqueleto
 Monoxeno ou Direto: é o parasito que necessita de apenas um
quitinoso rígido, corpo segmentado e membros articulados. As
hospedeiro para completar o seu ciclo de vida. Pode ser
classes mais importantes são Insecta e Arachnida, com
parasito tanto na fase larval como na fase adulta. Ex.: berne
características gerais.
(larva da Dermatobia), Haemonchus, Ascaris, etc.
 Heteroxeno ou Indireto: é o parasito que necessita de mais INSECTA: possuem três pares de pernas, cabeça, tórax e abdome
de um hospedeiro para completar o seu ciclo de vida. O distintos e podem ter um único par de antenas;
parasito utiliza um hospedeiro para sua fase larval e outro para ARACHNIDA: os adultos possuem quatro pares de pernas, o
a sua fase adulta. Ex.: Babesiabigemina, Fasciola corpo divide-se em cefalotórax e abdome e não existem antenas.
hepática,Dioctophymarenale, etc.
CLASSE INSECTA
4 – EM RELAÇÃO AO TEMPO DE PERMANÊNCIA Os insetos possuem cabeça, tórax e abdome e ainda, asas e patas
NO HOSPEDEIRO que ficam inseridas no segmento abdominal. Possuem vários
 Temporário: uma ou mais formas evolutivas do parasito componentes e, frequentemente, são encontrados novos, descritos
procuram o hospedeiro somente para se alimentar. Ex.: e catalogados. Há uma grande variedade de insetos, a maioria não
pulgas e mosquitos é parasita, além de existirem insetos com funções benéficas ao
 Permanente: permanece no hospedeiro durante todas as meio ambiente, como exemplo as abelhas, responsáveis pelos
fases da sua vida. Ex.: Babesia, cestódeos, trematódeos e processos de polinização.
nematódeos.
 Periódico: em apenas uma fase de sua vida alimenta-se no MORFOLOGIA EXTERN A
hospedeiro. Ex.: pulga (adulto).  Cabeça, tórax e abdome;
 Três pares de pernas (hexápodes);
5 – EM RELAÇÃO AO PERÍODO DE PARASITISMO  Adultos, geralmente apresentam um ou dois pares de asas;
 Período Pré-patente (PPP): ocorre do momento da infecção  Respiração traqueal;
até a maturidade sexual, quando inicia a eliminação de ovos,  Orifício genital situado na extremidade posterior do abdômen;
cistos, oocistos ou larvas. Corresponde ao período de  Corpo com simetria bilateral;
incubação da doença no animal  Par de antenas divididas em escapo (parte articulada da
 Período Patente (PP): ocorre da fase adulta até o fim da vida cabeça), pedicelo e flagelo (um a dez segmentos);
dos parasitos ou fim da infecção. É o período em que os  Olhos compostos (omátides), são formados por centenas de
parasitos são facilmente diagnosticados através dos seus ovos, omatídeos que tornam a visão dos insetos bastante ampla;
cistos, oocistos e larvas. Termina quando as fases citadas não  Aparelho bucal é constituído por um par de mandíbulas, um
são mais encontradas. par de maxilas, um labro dorsal, um lábio ventral e uma
 Período Subpatente (PSP): é aquele que não é possível hipofaringe;
revelar a presença do parasito através de seus ovos, cistos ou  Na extremidade da probóscida existe um par de labelas, que
outro estado do seu ciclo evolutivo. variam de tamanho com o tipo de aparelho bucal (mastigador:
mandíbulas desenvolvidas ou picador: estiletes perfurantes);
 Tórax dividido em três segmentos: protórax, mesototórax e
6 – EM RELAÇÃO A AÇÃO DO PARASITO SOBRE O metatórax;
HOSPEDEIRO  Cada par de patas é inserido em um segmento torácico;
 Ação mecânica: é a que, sem lesar diretamente o órgão, se  A pata é dividida em coxa, trocanter, fêmur, tíbia e tarsos.
manifesta por obstrução (formação de bolos de vermes no
intestino e obstrui, ex. Toxocara), compressão (conforme o
verme vai crescendo, vai comprimindo o cérebro, causando MORFOLOGIA INTERNA
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 Músculos: apresentam-se em feixes individuais de fibras em relação ao tipo de sangue a ser ingerido e são capazes
estriadas que se inserem na parte interna dos metâmeros ou em de povoar diferentes tipos de habitat
apófises denominadas de apódemas;  Família Tungidae (Gênero Tunga, Rhynchopsyllus e
 Celoma: o celoma, que é a cavidade geral, é constituído de Hectopsylla);
líquido, hemolinfa (hemocele);  Tunga penetrans – são vulgarmente conhecidos como
 Tubo digestivo: completo. Boca para mastigação ou sucção. bicho-de-pé. Preferem o homem e o suíno, mas há relatos
Tubo digestivo composto de intestino anterior, quitinizado, em bovinos, caninos, felinos, tatus e roedores. Penetram
abertura oral, faringe, esôfago, papo e proventrículo, intestino na pele, deixando apenas a extremidade posterior do corpo
médio, estômago (digestão dos alimentos), intestino posterior para fora do hospedeiro. Causam uma coceira intensa no
e ânus terminal; local da lesão;
 Circulação: aberta (lacunar) nos grupos inferiores. A  Rhynchopsylluspulex – são parasitas obrigatórios de
hemolinfa (líquido sanguíneo) é transparente. Nos artrópodes morcegos. Causam uma reação inflamatória ao se inserir
superiores existe um órgão propulsor – o coração; na pele. Não há informações sobre transmissão de doenças
 Respiração: pode ser cutânea (ácaros), branquial (artrópodes ou infestação dessa pulga em humanos.
aquáticos). Nos terrestres, os órgãos respiratórios são
divertículos internos quitinosos, sempre cheios de ar, as
traquéias;
 Excreção: realizada através dos tubos de Malpighi, em
número de dois ou mais, existentes na hemocele e que abrem
na junção do intestino médio como o posterior;
 Sistema nervoso: formado por um complexo ganglionar
cerebroide ou supra-esofagiano, anterior à boca e por um
complexo ganglionar infraesofagiano, posterior à boca;
 Sistema sensorial: os órgãos do sentido são formados por
células ectodérmicas sensitivas, recobertas por quitinas ou
acompanhadas de pelos ou cerdas. Possuem olfato, tato,
audição, gosto e visão, cada um com sua particularidade;
 Reprodução: sexuada. Os sexos são separados (dioicos).
Fecundação interna.

PULGAS

ORDEM: SIPHONAPTERA

 Possuem um tipo de sifão que serve para sugar o sangue do


hospedeiro (hematófago);
 Não possuem asas;
 Pernas longas, principalmente as posteriores, adaptadas para o
PIOLHOS
salto;
 Machos menores que fêmeas e com a parte do corpo posterior
ORDEM: PHTHIRAPTERA .
elevada;
 Fêmeas com a parte posterior do corpo arredondada.  Parasitos de aves e mamíferos;
Já foram descritas mais de 15 famílias e mais de 3.000 espécies de  Podem ser classificados em piolhos mastigadores (malófagos)
pulgas. Das oito famílias de pulgas existentes no Brasil, apenas 3 ou sugadores (hematófagos);
apresentam importância médica ou veterinária (em negrito com os  Ovos são chamados de lêndeas e são presos por uma
gêneros): substância cimentante aos pelos, cabelos ou penas;
 Ceratophyllidae A maneira mais fácil de diferenciar um piolho
 Ctenophthalmidae mastigador de um piolho sugador é pelo tamanho
 Ischnopsyllidae da cabeça. Os piolhos mastigadores possuem a
 Stephanocircidae cabeça mais larga que o tórax. Os piolhos
 Leptopsyllidae sugadores possuem a cabeça mais estreita que o
 Pulicidae – gêneros Pulex, Xenopsylla, Ctenocephalides tórax.
 Tungidae – gêneros Tunga, Rhynchopsyllus e Hectopsylla São divididos em quatro subordens:
 Rhopalopsyllidae – gêneros Polygenis
 Família Pulicidae(Gêneros Pulex, Xenopsylla, I. Amblycera: piolhos mastigadores com
Ctenocephalides) antenas escondidas;
 Pulexirritans – pulga típica da espécie humana, tem cor II. Ischnocera: piolhos mastigadores com antenas livres;
marrom-clara e é relativamente grande em relação a III. Anoplura: piolhos sugadores;
outras pulgas que podem atingir o homem. Já foram Os piolhos da subordem Anoplura são aqueles que se alimentam de
relatadas em várias espécies animais (canídeos, felinos, sague dos seus hospedeiros. Seguem seu trajeto preferencial de
aves e roedores); parasitismo no homem: cabeça, corpo e região púbica. São
 Xenopsyllacheops – tem como hospedeiros principais os parasitos associados às condições de pobreza pela falta de higiene
roedores, mas gostam de sangue humano também. Como e grande aglomeração de pessoas. São hematófagos, com ciclo de
são bem adaptados ao parasitismo em pessoas e roedores, vida de 45 dias. Os ovos de piolhos ou lêndeas são aderidos a pelos
transmitem a bactéria do tipo Yersinia pestes, causadora ou cabelos e eclodem num período de 6 a 9 dias.
da peste bulbônica (peste negra);Ctenocephalides canis e Os piolhos da subordem Amblycera, do gênero Menopon tem
Ctenocephalidesfelis – é a pulga mais comum em todo o como hospedeiros as aves, com preferência pelas penas de peito,
mundo, encontrada em cães e gatos. São menos exigentes ao longo das hastes. Já do gênero Menacanthus tem como
preferência região de cloaca, algumas espécies preferem região da
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cabeça. Ainda desta subordem, a família Boopidae tem como Nesta subordem, há seis subfamílias: Bruchomyinae, Horaiellinae,
hospedeiro o cão. Sycoracinae, Trichomyinae e Psychodinae, que são espécies não
Os piolhos da subordem Ischnocera, do gênero Trichodectes tem picadoras, porém a subfamília Phlebotominae são picadoras e
como hospedeiro o cão. sugadoras de sangue, espoliam sangue e também inoculam saliva
no local da picada, podendo causar reações alérgicas ou transmitir
O gênero Bovicola tem como hospedeiro ruminantes e equinos e agente infecciosos.
gênero Felicola tem como hospedeiro felinos. O gênero Goniodes
tem como hospedeiros aves e gênero Lipeurus, as galinhas. Os flebotomíneos são mosquitos transmissores de protozoários,
bactérias e vírus. A leishmaniose (estudaremos mais adiante) é
Os piolhos hematófagos podem causar prurido e erupções na pele uma doença de importância zoonótica transmitida pelos
através das picadas e ocasionar problemas por invasores flebótomos, com destaque para a Lutzomyialongipalpis,
secundários. Não se desenvolve em animais, sendo um problema conhecido popularmente por mosquitos palha, birigui, asa dura,
restrito a humanos. Porém, os piolhos mastigadores provocam em asa branca e tatuquira.
animais coceira, má aparência, queda de peso e produtividade.
Transmitem também muitos vírus, como a febre papatase,
Os piolhos mastigadores de animais não causam lesões no homem. conhecida na Europa e o vírus da estomatite vesicular, doença
séria em bovinos, cavalos e suínos.
MOSCAS, MUTUCA, MOSQ UITOS
INSETOS <BARBEIROS= E PERCEVEJOS
ORDEM: DIPTERA.

 Caracterizam-se por um único par de asas membranosas e um


par de halteres;
 Algumas são importantes como ectoparasitas, enquanto outras
as larvas parasitam os tecidos do hospedeiro;
 Importantes vetores de doenças.
A ordem Diptera é uma das
ordens mais numerosas em
relação a famílias e espécies,
possuindo parasitas e vetores
de doenças. ORDEM: HEMIPTERA;
Pode ser convenientemente Família Reduviidae e à subfamília Triatominae.
dividida em três subordens: São hospedeiros intermediários, transmissores dos protozoários
I. Cyclorrhapha parasitas do gênero Trypanosoma cruzi.
(moscas) São insetos que variam de tamanho (poucos milímetros até 10 cm
II. Brachycera (mutucas) de comprimento) e são achatados dorso ventralmente. Podem ser
III. Nematocera (mosquitos) hematófagos ou fitófagos (alimentam de seiva vegetal).
Os nomes populares para esses insetos transmissores da doença de
Subordem Brachycera Chagas são: chupança, bicudo, chupão e bicho barbeiro.
São muscídeos grandes, com São espécies adaptadas a regiões de domicílio, gostando de viver
antenas grossas, constituídas em fendas e frestas próximas aos seus hospedeiros. Picam e sugam
de três segmentos. As fêmeas sangue de pessoas e animais, principalmente durante à noite.
nutrem-se de sangue utilizando Apenas algumas espécies transmitem o Trypanosoma cruzi, pois
as peças bucais cortantes e para serem transmissoras devem ter capacidade de domicialização,
sugadoras e os ovos são postos eliminar grande quantidade de formas metacíclicas de T. cruzi,
em vegetação suspensa sobre a formar grandes colônias de insetos e defecar rapidamente após se
lama ou água rasa. alimentarem.
ORDEM: HEMIPTERA.
As fêmeas são transmissoras
de patógenos, sua picada é dolorosa, servindo como porta de Gênero: Cimex.
entrada para infecções bacterianas secundárias e miíases.  Percevejos parasitas, denominados de <percevejos de cama=;
Transmite várias doenças de forma mecânica (picada), como  São espécies hematófagas.
anaplasmose, anemia infecciosa equina, estomatite vesicular,  Estas espécies são encontradas em locais próximos a
encefalite, leucose bovina, peste suína e tripanossomíase em hospedeiros durante o dia, em cabeceiras de cama, estrados,
equinos, bovinos, suínos e cães. Também são transportadores de dobras de colchões e cobertas.
microrganismos.  São parasitas associados em regiões com poucas condições
Subordem Nematocera sanitárias, pelas manchas marrons ou negras das fezes em
roupas de cama, pijamas e paredes.
Família Ceratopogonidae, os  A picada por estas espécies causa irritação e incomoda homens
dípteros são muito e animais. Podem provocar anemia.
pequenos, conhecidos como  Já foram isolados desses insetos vários micro-organismos,
<mosquitos-pólvora=. As como bactérias, rickéttsias, protozoários e vírus, mas não há
fêmeas se alimentam de relato de transmissão natural destes agentes para homens e
homem e animais e podem animais.
transmitir vírus,
protozoários e helmintos.
Os dípteros da família Psychodidae são conhecidos como
<mosquitos-palha=, porém em algumas regiões do mundo, o termo
<mosquito-palha= inclui alguns mosquitos pólvora e borrachudos,
assim uma denominação mais adequada seria a de flebotomíneos.

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maculosa) e sua picada é dolorosa com ferimentos de cura


PARASITOLOGIA prolongadas (Monteiro, 2016).

ECTOPARASITAS - CLASSE ARACHNIDA 1.2 – RIPICEPHALUSSANGUINEUS


CLASSE ARACHNIDA
Nesta aula falaremos sobre os carrapatos e ácaros causadores de
sarnas de importância na medicina veterinária. Também fazem
parte desta classe aranhas e escorpiões. Acredito que já tenha
ouvido falar deles! Bom, relembrando o que foi falado na aula 2,
a classe Arachnida são representados por adultos que possuem
quatro pares de pernas, o corpo divide-se em cefalotórax, abdome
e não contém antenas.

1 – CARRAPATOS
Os carrapatos são parasitas hematófagos e transmitem doenças
infecciosas para humanos e animais, causam irritação no local da
picada, provocando processos inflamatórios, toxicoses e paralisias
através da saliva que injetam. Alguns hospedeiros apresentam
reações de hipersensibilidade e lesam a pele, abrindo caminhos
para infecções bacterianas secundárias. São seres muito
resistentes à ausência, suportando jejuns prolongados à espera de São carrapatos que parasitam cães, na maioria das vezes, porém
hospedeiros para se alimentarem (Rocha, 2013). já foram encontrados casos na espécie humana. Popularmente
conhecido como carrapato vermelho ou carrapato marrom do
A família Ixodidae é conhecida como carrapato duro, por causa da
cão. Causam uma irritação no local da penetração, além de
presença de um rígido escudo quitinoso que cobre toda a
transmitirem doenças (Rocha, 2013).
superfície dorsal do macho adulto, e na fêmea adulta, na larva e
na ninfa, ele se estende apenas por uma pequena área, Esta espécie possui um estigma em forma de vírgula bastante
permitindo a dilatação do abdome após a alimentação. A acentuado no macho e pouco acentuado na fêmea, olhos e
família Argasidae é conhecida como carrapato mole, ou seja, não festões presentes. Além de um escudo sem ornamentação
possuem o escudo rígido (Urquhart et al, 1996). (Monteiro, 2016).
Grandes infestações podem causar anemia. Atacam qualquer
FAMÍLIA IXODIDADE região do corpo, porém é mais frequente nos membros anteriores
Dentre as espécies de maior importância para a medicina e nas orelhas. Considerado como o principal vetor da babesiose
veterinária, vamos destacar alguns e conhecer a sua morfologia: canina, além de transmitir vírus e bactérias e atacar o homem,
causando dermatites (Monteiro, 2016).
1.1 – AMBLYOMA CAJENNENSE
1.3 – RIPICEPHALUS(BOOPHILUS) MICROPLUS

Os nomes vulgares para esta espécie são: carrapatos estrela,


carrapatos do cavalo, carrapatos pólvora e micuins. As fêmeas
(letra A na imagem) e os machos (letra B na imagem) se alimentam
de sangue durante toda a vida e embora prefiram o sangue de
equinos, se alimentam de qualquer hospedeiro. Sobem e descem Após sequenciamento genético, o gênero Boophilus passou a ser
em vários hospedeiros durante a vida, por isto são grandes subgênero de Ripicephalus, por isto esta espécie de carrapato
transmissores de doenças (Rocha, 2013). começou a ser chamado de Ripicephalus (Boophilus)
As características morfológicas do gênero Amblyoma são o microplus (Monteiro, 2016).
gnatossoma mais longo do que largo e presença de olhos no Este carrapato é mais adaptado aos bovinos, mas em épocas de
escudo. Geralmente com escudo ornamentado. Festões grandes infestações podem ser encontrados em ovinos, caprinos,
presentes, placas adanais ausentes no macho e presença de veados, cavalo e no homem. Alimentam-se de sangue, podendo
estigmas em forma de vírgula ou triângulo. Existem cerca de 33 transmitir doenças e também causam irritações e alergias.
espécies de Amblyoma no Brasil, os mais comuns são Amblyoma Apresentam como características morfológicas (Monteiro, 2016):
cajennense, A. tigrinum, A. ovale e A. aureolatum.
 Base do gnatossoma hexagonal com rostro e palpos curtos,
Podem transmitir agente patogênicos como Borrelia (agente da achatados, rugosos lateral e dorsalmente;
doença de Lyme) e Rickettsia rickettsi (agente causador da febre  Escudo sem ornamentação.
 Olhos presentes
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 Festões ausentes placa dorsal, cujo formato é importante para diagnóstico. Os ovos
 Estigmas arredondados ou ovais são escuros e isolados (Monteiro, 2016).
 Machos com dois pares de placas adanais desenvolvidas e Agente transmissor da Borrelia (doença de Lyme), são
geralmente prolongamento caudal hematófagos e provocam grande irritação no hospedeiro
Na medicina veterinária é importante conhecermos sua (Monteiro, 2016).
morfológica para diferenciarmos de outras espécies, e ainda a
lesão causada pela picada do carrapato provoca irritação local e 1.6 – OTOBIUS
perda de sangue que favorece a formação de miíases no local.
Além disto, a pele irritada serve como via de acesso para infecções
secundárias. Cada fêmea suga em toda a sua vida 1,5mL de
sangue, o que provoca no hospedeiro anemia e queda na
produtividade. Há um esforço do animal para compensar danos
causados pelo carrapato, o que representa um desvio de energia
que seria convertida para a produção (Monteiro, 2016).

1.4 –ARGAS

São carrapatos com tegumento granuloso no estágio adulto, com


olhos ausentes, nas ninfas o tegumento é estriado e possui vários
espinhos e possui hipostômio bem desenvolvido na ninfa e
vestigial nos adultos. A espécie mais comum é Otobius
megnini (Monteiro, 2016).
Os hospedeiros são equinos, ruminantes, suínos, caninos e
homem. Vivem nas orelhas dos hospedeiros quando nos estágios
larvais e ninfais. Os adultos não são parasitas. Por isto, o homem
e os animais podem sofrer grave irritação no canal auditivo. Os
Espécie mais conhecida é Argas miniatus ou conhecido como animais de produção perdem peso, ficam irritados,
carrapato da galinha. Suas características morfológicas incluem a movimentando a cabeça constantemente. Podem ser vetores de
face dorsal separada da ventral por um bordo lateral nítido, corpo doenças como a Q-febre e tularemia (Monteiro, 2016).
achatado dorso ventralmente, aparelho bucal na face ventral.
A maioria das espécies parasita aves como galinhas, perus,
ÁCAROS PRODUTORES DE SARNAS
pombos e aves silvestres. Muito comum em galinheiros. Sua ação
Da ordem Sarcoptiformes ou Astigmata, as sarnas são problemas
espoliadora faz com que as aves tenham anemia e mortalidade,
muito comuns na medicina veterinária. Vários agentes causam
principalmente as mais jovens. A alimentação do carrapato
estas moléstias e é de grande importância o conhecimento de
produz lesões em pele e as aves se irritam muito com as picadas,
todas elas para um melhor tratamento e prevenção.
bicando a pele e diminuindo a produção. Há desenvolvimento
problemático e ainda transmite doenças como a borreliose.
FAMÍLIA SARCOPTIDAE: ESCAVADORES
Esta família de parasito é conhecida como escavadores por
1.5 – ORNITHODOROS
escavarem a pele (intradérmicas) nas quais penetram na pele do
hospedeiro provocando espessamento de pele. Suas
características principais são de corpo globoso; rostro curto e
largo; patas curtas e grossas; patas posteriores encaixadas total
ou parcialmente no idiossoma (corpo do ácaro), machos sem
ventosas copuladoras adanais. São conhecidos dois gêneros:
Sarcoptes e Notoedres (Monteiro, 2016).

São carrapatos parasitas de uma ampla gama de hospedeiros,


como aves, répteis, mamíferos e o homem. Alimentam-se durante
a noite e são encontrados em ocos de troncos de árvores,
cavernas, ninhos, tocas, abrigos de animais silvestres e também
em currais. Sua picada é muito dolorosa, e estão relacionados a
transmissão de agentes infecciosos como Borrelia
brasilienses e Rickettsia rickettsi (Rocha, 2013).

Suas características morfológicas apresentam sem limitação das


faces dorsal e ventral, formato do corpo suboval com margens
arredondadas, hipostômio bem desenvolvido, as larvas possuem
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NOTOEDRES CATI (A – FÊMEA / B – MACHO) São ácaros que acometem equinos, bovinos, ovinos, caprinos e
coelhos. Possuem corpo ovoide, tamanho de 0,5 a 0,8 mm, patas
longas e grossas, fêmeas e machos com ventosas nas patas. Os
sintomas em bovinos e eqüinos incluem coceira intensa na
cernelha, na base da cauda e pescoço. Ferimentos de pele podem
aparecer na medida em que o ácaro se espalha. Em carneiros e
ovelhas ocorre perda de qualidade do couro e da lã. Irritação
grave, os animais costumam se coçar e morder (Monteiro, 2016).

2.2 OTODECTES

A sarna causada por Sarcoptes scabiei também é conhecida como


escabiose e é contagiosa por transmissão de contato direto.
Animais como suínos, cães, equinos e bovinos são atacados por
ácaros desta espécie, porém cada tipo de hospedeiro possui uma
linhagem correspondente do seu parasita, não sendo comum uns Este gênero é responsável pela sarna auricular de cães e gatos. A
se adaptarem bem aos outros (Rocha, 2013). Uma das espécie Otodectes cynotisacomete cães, gatos,raposas, furões e
características principais desta parasitose é o prurido que aparece outros carnívoros silvestres. Este ácaro tem o tamanho de 0,3 a
à noite, quando um hospedeiro vai dormir. Nas lesões cutâneas 0,5 mm, com ventosas e pedicelos curtos e simples, sem
iniciais observam-se áreas eritematosas, pápulas foliculares e segmentação, corpo ovoide, os machos possuem tubérculos
vesículas. Em todos os animais atingidos a coceira é bastante abdominais. A irritação se dá no conduto auditivo, alimentando-
grave e as lesões costumam aparecer inicialmente na cabeça, se de fluidos tissulares na profundidade do canal auditivo para o
podendo atingir todo o corpo. Com o avançar da parasitose, há tímpano. Da porção média do conduto auditivo para o tímpano
espessamento de pele e perda de pelo (Monteiro, 2016). podem aparecer crostas e hemorragias. Em parasitoses intensas,
A sarna causada pelo Notoedres cati é conhecida como a sarna da o animal pode apresentar sinais de distúrbios nervosos, se
cabeça do gato. É uma dermatose pruriginosa e formadora de movendo em círculos ou sacudindo a cabeça. O fato dos animais
crostas nos gatos. O ácaro pode infestar cães e causar lesões coçarem muito a orelha pode levar a hematomas (Monteiro,
transitórias nos seres humanos em contato com os animais 2016).
infestados. É muito contagiosa e transmitida por contato direto.
2.3 CHORIOPTES
As lesões nos gatos são normalmente em cabeça e orelhas, porém
pode se estender para outras partes do corpo. Caracterizada por
intensa coceira e formação de crostas que podem extravasar
sangue (Monteiro, 2016).

FAMÍLIA PSOROPTIDAE: ÁCAROS NÃO ESCAVADORES


Os ácaros não escavadores são ácaros superficiais, produzem
formação de crostas espessas. Possuem corpo ovoide, face dorsal
sem espinhos, rostro longo e cônico, machos com ventosas
(copuladoras) adanais. Patas longas e espessas; o quarto par de
patas nos machos é menor que o terceiro.
Os gêneros que fazem parte desta família são os Psoroptes,
Otodectes e Chorioptes. Este ácaro é observado na sarna das partes baixas dos ruminantes.
Acomete equinos também. Possuem tamanho de 0,3 a 0,6 mm.
Ataca pés e patas subindo para face interna da coxa, região
2.1 PSOROPTES escrotal dos machos e da mama nas fêmeas. As regiões
parasitadas são recobertas por crostas e produzem prurido
intenso.

PROTOZOÁRIOS FLAGELADOS
ORDEM TRICHOMONADIDA
As informações das espécies serão dividias por cada ordem que
cada parasito foi classificado. No geral, todas estas ordens fazem
parte dos protozoários flagelados, que são organismos
unicelulares eucariontes que possuem um ou mais flagelos, que
são estruturas complexas de locomoção (Monteiro, 2016).
Caracterizada pela presença de quatro a seis flagelos anteriores

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FAMÍLIA TRICHOMONADI DAE – GÊNERO Sintomatologia clínica ocorre após oito dias de infecção, as aves
TRITRICHOMONAS tornam-se apáticas, com as penas arrepiadas e as fezes de
coloração amarelo-enxofre. Se não forem tratadas, morrem em
uma ou duas semanas (Urquhart, et al., 1996).

FAMÍLIA HEXAMITIDAE – GÊNERO GIARDIA

Caracterizados por apresentarem três flagelos anteriores e pelta


ausente. Os hospedeiros são bovinos e doença é conhecida como
TRICOMONOSE. A espécie de importância veterinária que Possuem a forma trofozoíta, apresentando simetria bilateral e seis
acomete os animais é Tritrichomonas foetus. Sua localização é no a oito flagelos. Os hospedeiros são cães, gatos, caprinos, bovinos
prepúcio dos machos e vagina das fêmeas (Fortes, 2004). e homem. Sua localização é intestino delgado (Monteiro, 2016).
Estes protozoários não dependem de oxigênio para sobreviver Este gênero apresenda um corpo piriforme, com extremidade
(anaeróbicos), possuem núcleo bem organizado (eucarióticos). anterior arredondada e a posterior afilada. Superfície dorsal
Possuem corpo piriforme, com um único núcleo, com axóstilo que convexa. Superfície ventral apresentando anteriormente um disco
sai da parte aguda posterior do corpo. Tem de três a cinco flagelos redondo, com um corte na parte inferior, que exerce função de
localizados anteriormente e uma membrana ondulante com um ventosa. É através do disco que a Giardia se fixa à superfície das
flagelo que facilita a sua movimentação (Rocha, 2013). células intestinais. Possuem dois núcleos anteriores (veja a figura
A transmissão se dá através do coito, por isto com a inseminação acima), dois axóstilos paralelos e medianos, oito flagelos sendo
artificial ela tem sido controlada. Pode levar ao aborto precoce, dois anteriores, dois medianos, dois ventrais e dois posteriores
repetição de cio, vaginite, endometrite, piometra, infertilidade e (Fortes, 2004)
consequentemente redução de produção (Monteiro, 2016). Giardia duodenalis também conhecida como Giardia
intestinalis e Giardia lamblia, é um dos principais protozoários
FAMÍLIA MONOCERCOMONADIDA – que causam diarréia nos animais e no homem. Conhecida como
GÊNERO HISTOMONAS giardíase, os animais são vermifugados sempre pensando na
prevenção desta doença (Rocha, 2013). Existem várias espécies de
Giardia, como
a G.lamblia (homem), G.canis (cão), G.duodenalis (coelho), G.bov
is (bovinos), G.cati (gato), G.caprae (caprinos) e G.equi (equinos).
ORDEM KINETOPLASTIDA

FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE – GÊNERO


TRYPANOSOMA

É um protozoário que acomete perus e galinhas, podendo


aparecer em codornas, perdizes e faisões. A espécie é Histomonas
meleagridis, que possui um hospedeiro intermediário no seu ciclo
evolutivo, denominado de Heterakis gallinarum, um parasita
nematóide que apresenta no seu interior as Histomonas
(Monteiro, 2016).
Possui uma estrutura pleomórfica, variando de acordo com sua
localização e estágio evolutivo. É amebóide, arredondado ou
alongado. Núcleo único, circular e piriforme. Mitocôndria
ausente. Com um único flagelo fino, partindo do corpo parabasal
próximo ao núcleo. Pelta, axóstilo e corpo parabasal em forma de
<V= presentes. Sua localização é em cecos e fígado e aves são
acometidas através da ingestão de um grande número de
trofozoítos (Fortes, 2004).
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Os tripanossomas são divididos em seção Stercoraria O Trypanosoma cruzi causa sintomas clínicos mais graves em
(Trypanosoma cruzi), cuja transmissão é contaminativa, e seção humanos, em animais podem afetar também, porém são tidos
Salivaria (Trypanosoma vivax, Tripanosoma evansi e Tripanosoma mais como reservatórios, principalmente os animais silvestres.
equiperdum), com transmissão inoculativa, mecânica ou direta O Trypanosoma evansi são mais relatados em períodos de chuvas,
(Monteiro, 2016). pois as moscas hematófgas se proliferam e carream a doença. Nos
Trypanosoma cruzi tem bastante importância do ponto de vista bovinos ponde gerar resposta imune reduzida, hemorragias e
clínico, pois causa a <Doença de Chagas= através da inoculação do anemias. O Trypanosoma equiperdum causa em equinos uma
parasita na pele de humanos e animais por insetos hemípteros doença venérea chamada <durina= na qual ocorre secreção
hematófagos, conhecidos popularmente como barbeiros, bicho- excessiva na mucos genital e edema. Em casoso graves pode
da-parede, bicudo, chupão, chupança (Rocha, 2013). ocorrer aborto (Monteiro, 2016).

Tripanosomatidae de aspecto foliáceo. Flagelo na margem da


membrana ondulante. Núcleo único. Durante seu ciclo evolutivo FAMÍLIA TRYPANOSOMATIDAE – GÊNERO LEISHMANIA
pode apresentar formas estruturalmente distintas, denominadas
estádios. Modernamente, os estádios tem a seguinte
terminologia (Fortes, 2004):
 amastigota: corpo arredondado, sem flagelo livre;
 pró-mastigota: corpo alongado, com flagelo na extremidade
anterior;
 opistomatisgota: o flagelo é próximo e posterior ao núcleo e
sai livremente, sem membrana ondulante;
 epimastigota: o cinetossomo é próximo e anterior ao núcleo
e o flagelo sai livremente, não havendo membrana
ondulante;
 tripomastigota: o cinetossomo está na extremidade posterior
e o flagelo desloca-se para a extremidade oposta, a anterior,
na borda da membrana ondulante.

Segundo Rey (apud Monteiro, 2016), o gênero Leishmania é


inserido em complexos fenotípicos agrupados em dois
subgêneros: Viannia (complexo Leishmania braziliensis)
e Leishmania (complexos Leishmania mexicana e Leishmania
donovani).
Algumas espécies são encontradas no Brasil:
 Leishmania (Viannia) braziliensis: com ampla distribuição –
leishmaniose cutânea acompanhada de lesão nasofaringiana
A transmissão do estádio infectante de um hospedeiro vertebrado destrutiva e desfigurante.
a outro pode ser por meio inoculativo ou contaminativo, durante  L. (Viannia) guyanensis: ulceração simples ou múltipla, não
a alimentação de vetores invertebrados, pode ser por ataca a mucosa.
transferência mecânica por vetores ou por transmissão durante o  L. (Leishmania) amazonensis: complexo mexicana –
coito (Fortes, 2004). raramente atinge o homem, quando acontece, produz lesões
As espécies existentes de Trypanosoma podem ser visualizadas na cutâneas únicas ou em pequeno número. É encontrada em
figura abaixo: pequenos roedeores silvestres.
 L. (Leishmania) chagasi ou L. (L.) infantum – complexo
Donovani: Leishmaniose visceral.
Este gênero de protozoário pode se apresentar de duas formas:
promastigota e amastigota (figura abaixo). A protomastigota
caracteriza-se por ter um corpo alongado, com as duas
extremidades afiladas, sendo a anterior mais larga, um núcleo e
um cinetoplasto anterior, do qual parte o axonema e seguindo-se
o flagelo. A promastigota é encontrada no intestino do hospedeiro
invertebrado (intermediário). A forma amastigota é encontrada
nas células do hospedeiro vertebrado (definitivo) e tem aspecto
ovalado ou esférico, com núcleo e cinetoplasto do qual parte o
anoxema, mas sem flagelo (Fortes, 2004).

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Assim como no gênero Trypanosoma, a Leishmania tem em seu


ciclo evolutivo um hospedeiro intermediário e outro definitivo. O
hospedeiro intermediário são invertebrados,
mosquitos Phlebotomus ou Lutzomia (termo mais atual), que
ingere as formas amastigotas e transmitem para o hospedeiro
definitivo (animais ou homem) através do regurgitamento em
ocasião da picada (Fortes, 2004). De importância zoonótica, ou
seja, a transmissão é feita entre animas e homens, hoje vemos
bastante campanha de prevenção, já que para animais não há
tratamento satisfatório, com eliminação do parasito. As
regiões Este protozoário pode causar a Leishmaniose visceral e
Leismaniose cutânea. Vou apresentar os dois através da tabela
abaixo:

Podem perceber na imagem que a diferença é bem pequena entre


as duas espécies se vista em microscópico ótico. Porém, os
tempos modernos de taxinomia nos evidenciam as diferenças
atráves de obervações moleculares. Esta diferença é importante
principalmente para prevenção da doença, já que o tratamento da
Leismaniose é complicado em animais e muitas vezes o fato de
ficarem assintomáticos por anos, representa perigo para a
população e continuação da doença nas regiões existentes.

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a) Gênero Eimeria
PARASITOLOGIA
COCCIDEO - FILO APICOMPLEXA
O filo Apicomplexa (Levine, 1970) tem como características
parasitos intracelulares obrigatórios que se caracterizam por
possuir na extremidade afilada do <zoíto= o complexo apical
e ausência de cílios (imagem 1). Este complexo é composto
por um conjunto de estruturas visíveis apenas em
microscopia eletrônica e que são responsáveis pela
penetração na célula do hospedeiro. Sua presença
caracteriza então as formas infectantes dos protozoários, Este gênero pode acometer animais domésticos (aves, bovinos,
que nos coccídios são: esporozoíto, merozoíto, taquizoíto e ovinos, caprinos, suínos, equinos e coelhos), sendo as espécies,
bradizoíto. específicas por hospedeiro. Como exemplo tem-se E. tenella, E.
necatris, E. maxima, E. mitis e E. acervulina, que acomete
galinhas; E. zuernii, E. bovis, E. alabamensis, que acomete
bovinos; E. leuckarti, que acomete equinos, dentre outros.
Como característica principal, os oocistos do gênero Eimeria,
quando chegam ao ambiente junto com as fezes (não
esporulados), possuem o esporonte, cuja localização é central.
Após a esporulação, apresentam quatro esporocistos, cada um
com dois esporozoítos.
O ciclo evolutivo divide-se em cinco fases: esporulação, infecção,
esquizogonia, gametogonia e formação de oocisto. Na figura a
seguir você consegue ver um esquema do ciclo evolutivo.

A classe Sporozoa também pode ser conhecida como


Sporozoasida ou Coccidea (termo mais atual).

A infecção é multiespecífica, como descrito anteriormente,


sendo os animais jovens mais sensíveis. A patogenia depende da
espécie de Eimeria, do número de oocistos ingeridos, da idade
CLASSE COCCIDEA OU SP OROZOASIDA do hospedeiro, da presença e gravidade de outras doenças, da
 Arredondados ou ameboides eficácia do coccidiostático e do estado nutricional do animal. Os
 Conóide, quando presente, com a forma de um cone coccídios destroem as células intestinais, causando diarreia
truncado sanguinolenta, acarretando perda de peso e predisposição à
 Pseudópodes, quando presentes, usados para nutrição e não infecção secundária. Mortalidade pode chegar a 100% em aves e
para locomoção os animais assintomáticos podem ser contaminantes em
 Flagelos presentes somente em microgametas de alguns potencial.
grupos b) Isospora
 Locomoção por flexão e deslizamento
 Reprodução assexuada e sexuada
 Oocistos com esporozoítos infectantes originários de
esporogonia
 Monoxenos ou heteroxenos

ORDEM EUCOCCIDIORIDA

FAMÍLIA EIMERIIDAE
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Para este gênero, a espécie Isospora belli é um parasita que quatro esporozoítos, sem apresentar esporocistos. Os
necessita apenas de um hospedeiro para completar o seu ciclo microgametas são desprovidos de flagelos. A doença se
(monoxeno), e todo o ciclo evolutivo ocorre nas células epiteliais caracteriza por anorexia e diarreia.
do intestino delgado. Os esporozoítas livres invadem as células
a) Subfamília Toxoplasmatinae
epiteliais, onde se desenvolvem por meio das fases assexuada e
sexuada. – Gênero Toxoplasma
O ciclo evolutivo das espécies de Isospora difere do ciclo das
espécies de Eimeria em três aspectos:
 O oocisto esporulado contém dois esporocistos, cada um com
quatro esporozoítos
 Os estágios extra-intestinais que ocorrem no baço, no fígado
e nos linfonodos dos suínos, por exemplo, podem reinvadir a
mucosa intestinal e causar sintomatologia clínica
 Os roedores podem por ingestão de oocistos de cães e gatos,
infectar-se com estágios assexuados e atuar como
reservatórios
As espécies de Isospora, que também são conhecidos
como Cystoisospora, que mais acometem os animais
são: I.suis (suínos), C.canis e C.ohioensis (cães), C.felis e C.rivolta (
gatos). Acometem mais filhotes, e adquirem a infecção pelo
contato com as fezes da mãe ou de outros animais parasitados.
Como os filhotes ainda não tem seu sistema imunológico
completamente formado, desenvolvem rapidamente a infecção e O gênero Toxoplasma tem somente uma espécie, T. gondii, um
em animais adultos é praticamente assintomático, a menos que coccídeo intestinal presente em felinos domésticos. O ciclo
apresentem a doença após estresse ou outra doença evolutivo inclui uma fase sistêmica facultativa, que é uma causa
imunossupressora. importante de aborto em ovinos e pode gerar uma zoonose. As
É uma doença muito importante na medicina veterinária, porque infecções humanas são particularmente graves se ocorreram
apresentam patogenicidade variável e podem causar diarreia em durante a gravidez, levando o feto a ter alterações graves na visão
filhotes e diminuição no desenvolvimento, porém a infecção é ou até problemas no sistema nervoso central.
auto limitante, ou seja, que pode ser cessada sem tratamento, Conhecida como toxoplasmose, esta doença traz como vilão o
porém o hospedeiro continua eliminando no ambiente a doença. gato, porque é principal transmissor da doença. O ser humano é
contaminado se ingere oocistos presentes nas fezes do animal,
FAMÍLIA CRYPTOSPORIDIIDAE que esporulam e contaminam o ambiente e acabam presentes em
a) Gênero Cryptosporidium verduras e legumes.
A estrutura do T.gondii é um isosporóide que apresenta três
estágios principais durante seu ciclo evolutivo: oocisto, taquizoíto
e bradizoíto.
a) Oocisto

Em 1907 Tyzzer registrou um coccídeo nas células das glândulas


gástricas do camundongo, designando-o de Cryptosporidium
muris e, mais tarde, em 1911 constatou nas células do intestino
delgado também de camundongo, um coccídeo menor, que
chamou de Cryptosporidium parvum. Outras espécies já foram
constatadas em diferentes animais e homem, e os pesquisadores
verificaram com pesquisas a diminuta especificidade parasitária
em relação aos hospedeiros, assim todas as espécies são
consideradas com sinonímia de C.muris e C.parvum. A evolução do zigoto origina o estádio de oocisto, caracterizando
por apresentar a película composta de duas membranas e possuir,
Sendo assim, a identificação de algumas espécies é necessária a quando maduro, dois esporocistos, cada um contendo quatro
partir da caracterização morfológica, biológica e genética. Assim esporozoítos. Oocistos não esporulados (imaturos) são
sendo algumas espécies são descritas como: C.parvum subesféricos a esféricos. Oocistos esporulados (maduros) são
(mamíferos com vários genótipos), C. muris (mamíferos com subesféricos e elípticos.
vários genótipos), C. meleagridis (aves), C.baileyi (aves), C.felis
(gatos), C. canis (cães), C.nasorum (peixes), C. serpentis (répteis).
Como características morfológicas, os oocistos têm formato
subesférico e são muito pequenos. Quando esporulados, contem
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b) Taquizoítos

Na figura acima podemos observar o vetor da babesiose, que é o


carrapato. Já conhecemos em aulas anteriores e sabemos que o
Os taquizoítos tem forma de meia lua e núcleo central. A seu controle é fundamental para impedirmos a disseminação
extremidade anterior é pontiaguda e posterior arredondanda. desta doença.
Apresentam complexo apical. O gênero Babesia compreende protozoários parasitos de
c) Bradizoítos e Cistos hemácias de diferentes animais, domésticos, silvestres e o
homem. Este parasito foi reconhecido como o primeiro
protozoário a ser transmitido por um artrópode, que possibilitou
estudos posteriores em animais e seres humanos.
São transmitidos por carrapatos, nos quais o protozoário passa
por via transovariana, ou seja, através do ovo, de uma geração de
carrapatos à geração seguinte. A doença, babesiose, é
particularmente grave em animais que não tiveram contato prévio
com o protozoário introduzidos em áreas endêmicas e constitui
um considerável entrave ao desenvolvimento de criação animal
em muitas partes do mundo.
Levando em consideração o tamanho do protozoário dentro das
Os bradizoítos são semelhantes aos taquizoítos, diferindo por hemácias, as babésias são divididas em pequenas (menores que
apresentarem núcleo próximo à extremidade posterior e serem 3µm) ou grande babésias (maiores que 3µm).
de multiplicação lenta. Biologicamente, os bradizoítos são menos
susceptíveis à destruição por enzimas proteolíticas do que os
taquizoítos. Os cistos são encontrados nas vísceras, no cérebro,
músculos esqueléticos e cardíaco. Nos casos crônicos, é
encontrado um maior número de cistos e o hospedeiro adquire
imunidade.
Para a medicina veterinária, é importante sabermos que a
toxoplasmose é assintomática e ocorrem poucos casos clínicos em
animais. No hospedeiro intermediário podem ser observados na
fase aguda da infecção febre, anorexia, prostração, adenopatias,
fortes dores musculares, secreção ocular bilateral, distúrbios
pulmonares e abortamento (mais ovinos e humanos).
Observamos diferentes espécies de Babesia de bovinos em
CONSIDERAÇÕES FINAIS eritrócitos, Babesiabigemina, B.bovis e B.divergens. O exame de
Os coccídeos são protozoários de grande importância na medicina lâminas com esfregaços sanguíneos corados mostra os
veterinária, devem ser identificados e impedidos de serem organismos dentro de eritrócitos, quase sempre isoladamente ou
transmitidos. Como vimos, os distúrbios intestinais são os fatores em pares, frequentemente dispostos num ângulo característico,
principais de ocorrência destes parasitos e eles podem ser de com as extremidades estreitas opostas. São tipicamente
grande importância zoonótica. piriformes, mas podem ser redondos, alongados ou em forma de
charuto, como podemos observar na figura:
A toxoplasmose é uma doença comum nas pessoas grávidas, pois
pode ocasionar danos irreversíveis ao feto. Por isto o controle com
a eliminação das fezes do gato e a preocupação da água que
usamos para lavar legumes e verduras deve ser um dos sinais de
prevenção mais importante.

PIROPLASMASIDA E RICKÉTTSIAS
A erliquiose é uma doença emergente, de grande importância
para o médico veterinário, pois acomete de forma grave os cães e
a saúde pública. Este texto traz informações relevantes como as
causas da doença, sinais clínicos, diagnósticos e profilaxia.
PIROPLASMASIDA
 CLASSE PIROPLASMASIDA
 ORDEM PIROPLASMORIDA
 FAMÍLIA BABESIDAE
 GÊNERO BABESIA
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No hospedeiro vertebrado (homem ou animais) os parasitos FILO PROTEOBACTERIAS


penetram nos eritrócitos e se transformam em trofozoítos. A
multiplicação é por divisão binária ou esquizogonia, e após a CLASSE DAS ALPHAPROTEOBACTERIAS
multiplicação apresentam tipicamente um formato piriforme, por
isto são conhecidas como piroplasmas. ORDEM RICKETTSIALES
 Família Rickettsiaceae
Ainda, há espécies que acomete cães, Babesia canis, que são
 Subfamília Rickettsiae
caracterizadas como grandes babesias, medindo de 3 a 5 µm,
 Gênero Rickettsia, CoxiellaeOrientia
podem apresentar formas piriformes, redondas, ovais, alongadas
 Subfamília Ehrlichiae
ou ameboides. O carrapato transmissor da doença
 Gênero EhrlichiaeNeoRickettsia
é Rhipicephalussanguineus.
 Família Anaplasmatacea
Tabela 1. Espécies de Babesia que podem acometer diferentes  Gênero Anaplasma
animais domésticos (Fortes, 2004)
O gênero Rickettsia foi dividido em dois grupos: Grupo Tifo (GT)
composto por R. prowazekiieR.typhi, associados à pulgas e
piolhos vetores e o Grupo da Febre Maculosa (GFM) que inclui
mais de 20 espécies associadas ao carrapato, exceto a R.akari
que está associada aos ácaros e a R.felis associada às pulgas.
Tabela 2. Distribuição mundial das rickéttsias patogênicas e
respectivo nome vulgar da doença que causam (Monteiro, 2016)

A babesiose causa um grande prejuízo à criação nacional, seja


pelas perdas associadas à queda da produção de leite,
diminuição do crescimento e morte dos animais, seja pelo custo
do controle e tratamento das babesioses e seus vetores. E
também aos animais domésticos, que pode causar uma anemia
grave.

ORDEM RICKETTSIALES
Os organismos pertencentes a esta ordem foram inicialmente
considerados como sendo protozoários, mas são um grupo  Família Rickettsiaceae
separado de bactérias, por apresentarem aspectos comuns entre  Subfamília Ehrlichiae
elas. Então, aluno, em alguns livros de parasitologia talvez você  Gênero Ehrlichia
não a encontre.

Ehrlichia em célula granulocítica


Os membros deste gênero são encontrados nos leucócitos
sanguíneos como inclusões intracitoplasmáticas e produzem
caracteristicamente uma breve doença febril associada a
leucopenia. As espécies mais importantes são E. phagocytophila,
a causa da febre transmitida por carrapato em ovinos e bovinos.
São bactérias com parasitismo intracelular obrigatório, e devido No Brasil foram encontradas as espécies E.canis, responsável
ao parasitismo obrigatório, são incluídos em parasitologia pela erliquiosemonocítica canina; Anaplasmaphagocitophila,
veterinária. Possuem estruturas semelhantes a bactérias Gram- responsável pela erliquiose
negativas, extremamente pequenas (0,3 x 1,5µm), granulocítica equina, NeoRickettsiaristicii, responsável
formando cocobacilos, corados com Giemsa e fracamente pela rickettsiose monocítica equina e A.bovis, causadora
corados por Gram. Podem estar agrupados em pares, em cadeias da febre petequial bovina. Considerada uma doença endêmica
ou isoladamente.
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principalmente nas áreas urbanas, onde existe o carrapato CONSIDERAÇÕES FINAIS


vetor Rhipicephalussanguineus. Espero que tenha ficado claro que mesmo a Rickettsiasendo
Hospedeiros vertebrados: canídeos, gatos (raro), equinos, considerada de forma morfológica como uma bactéria, ela é um
ruminantes, espécies silvestres e homem. parasita intracelular obrigatório, por isto permanece nas
informações de parasitologia veterinária.
Hospedeiros invertebrados: carrapatos
- Rhipicephalussanguineus, Dermacentorvariabilis, Ixodesscapula Babesia, Erlichia e Anaplasma são parasitas de grande
ris e Amblyomaspp). importância veterinária, pois são os maiores causadores de
perda econômica em propriedades. Nos animais de estimação
Como característica morfológica, este gênero é uma bactéria
causam febre com possibilidade de óbito, por isto o
gram-negativa, intracelulares obrigatórias dos leucócitos ou
conhecimento do aspecto do parasita e suas causas clinicas são
trombócitos. Pode apresentar a forma de mórulas, com grânulos
fundamentais para que possamos impedir transmissões entre os
corados em azul escuro no Giemsa; estruturas amorfas, de vários
animais e também para o ser humano.
tamanhos e granulares. Os corpúsculos elementares são
circundados por dupla membrana, enquanto as mórulas são
estruturas intracitoplasmáticas, ovoides ou alongadas, limitadas
por membrana trilaminar que envolve numerosos corpúsculos
elementares.
A importância veterinária da febre do carrapato é altíssima.
Embora a doença seja transitória, em animais novos pode causar
óbito, em animais adultos também por infecções secundárias,
então a profilaxia contra o carrapato e o tratamento dos animais
doentes é imprescindível.
 Família Anaplasmatacea
 Gênero Anaplasma

Estes organismos, encontrados nos eritrócitos de bovinos, causam


anaplasmose, uma doença caracterizada por febre, anemia e
icterícia. A infecção é transmitida por carrapatos ou
mecanicamente por insetos picadores ou mesmo por seringas
hipodérmicas ou instrumentos cirúrgicos contaminados.
Hospedeiros vertebrados: Ruminantes
Hospedeiros invertebrados: carrapatos e moscas
Em esfregaços de sangue corados com Giemsa, os micro-
organismos são vistos como pequenos corpúsculos de inclusão
arredondados ou ovalados, medindo 0,3 a 1µm, de cor vermelho
escuro, parasitando marginalmente ou perifericamente as
hemácias. Frequentemente há apenas um micro-organismo
parasitando uma hemácia na margem exterior, porém não é
constante.
Anaplasma produz uma reação febril aguda acompanhada por
grave anemia hemolítica que podem destruir 70% dos eritrócitos
sanguíneos em uma semana após o período de incubação.

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PARASITOLOGIA
HELMINTOS – FILO PLATYHELMITHIES
O filo platyhelminthes contém duas classes de vermes achatados
parasitas, conhecidos como TREMATODA E CESTODA OU
CESTOIDEA.

CLASSE TREMATODA
CLASSE TREMATODA - divide-se em duas subclasses
principais:
a) Monogenea – ciclo evolutivo direto (parasitas externos de
peixes).

Como hospedeiros intermediários tem os moluscos aquáticos


– Lymnaea columela, L.cubensis e L.viatrix (figura abaixo).

b) Digenea – requer um hospedeiro intermediário (encontrados


exclusivamente em vertebrados)

A espécie Fasciola hepática possui como características


morfológicas o corpo sendo foliáceo, onde apresenta uma
projeção cônica anterior ou cone cefálico. Tegumento coberto de
espinhos e acetábulo próximo da ventosa oral. Ovos amarelados.
Mede até 30 mm de comprimento (Monteiro, 2016).
Sua localização é normalmente nos canais biliares quando adulto,
nos vasos sanguíneos, pulmões, baço, tecido muscular dos
Dentro da classe Trematoda, vamos somente trabalhar com os hospedeiros definitivos de forma errática. Estádios larvais podem
parasitas da subclasse DIGENEA. ser encontrados nos sacos pulmonares e hepatopâncreas dos
hospedeiros intermediários (Fortes, 2004).
Como estrutura geral da subclasse Digenea, o adulto possui duas
ventosas para fixação. A ventosa oral na extremidade anterior Os animais se infectam após ingerirem pasto contaminado com
circunda a boca, e a ventral fica na superfície. A parte corpórea é metacercárias, fase após cercaria (ciclo de evolução do parasita na
um tegumento absorvente e frequentemente coberto de figura abaixo). O quadro clínico depende da fasciolose, sendo
espinhos (URQUHART et al., 1996). aguda ou crônica. Na fase mais comum de se observar é edema
submandibular, também conhecido como <papeira= ou <papo=. O
O sistema digestivo é simples, com abertura oral desembocando
combate ao molusco é a melhor forma de se evitar
na faringe, no esôfago e num par de cecos intestinais ramificados,
contaminações.
que terminam cegamente. O alimento, que normalmente é
sangue ou fragmentos tissulares, é ingerido e levado aos cecos,
onde é digerido e absorvido. O metabolismo é anaeróbico. O
sistema excretor é constituído de uma grande quantidade de
células ativas ciliadas, que impulsionam os produtos metabólicos
inúteis ao longo de um sistema de túbulos que abre para o
exterior. O sistema nervoso é simples. Os trematódeos
digenéticos são hermafroditas, podendo ocorrer tanto fertilização
cruzada como autofertilização. (URQUHART et al., 1996).

ORDEM ECHINOSTOMATIFORMES

FAMÍLIA FASCIOLIDAE
Gênero Fasciola
A espécie Fasciola hepática (figura abaixo) possui como
hospedeiros definitivos os ovinos, bovinos, bubalinos, caprinos,
suínos e outros animais, inclusive silvestres. Acidentalmente pode
parasitar o homem. Possui como nome vulgar <Baratinha do
fígado= e <saguaipé= (Monteiro, 2016; Fortes, 2004).

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ORDEM STRIGEIFORMES

FAMÍLIA SCHISTOSOMATIDAE
GÊNERO SCHISTOSOMA
A espécie Schistosoma mansoni (figura abaixo) tem como
hospedeiros definitivos, homens e bovinos, embora tenha sido
encontrado em vários hospedeiros silvestres, principalmente
roedores (Monteiro, 2016).

O miracídio é uma das formas evolutivas que apresenta vida livre.


Possui formato oval, revestido por numerosos cílios e apresenta
estruturas especializadas e responsáveis pelo processo de adesão
e penetração no molusco.
Assim que o miracídio penetra no molusco sofre modificações,
como perda das estruturas de adesão e penetração, além da
alteração do epitélio e perda de cílios para, posteriormente, dar
origem a um <saco= de células germinativas, chamadas de
esporocistos.
A cercaria é considerada uma das formas evolutivas de vida
livre. Formada por corpo cercariano e cauda. Apresenta
estruturas de adesão e penetração que facilitam o processo de
Como hospedeiros intermediários, moluscos aquáticos dos infecção no hospedeiro definitivo. A causa é bifurcada e tem
gêneros Biomphalaria (figura abaixo) e eventualmente em importante papel no processo de locomoção parasitária no
espécies de Helisoma e Lymnaea (Monteiro, 2016). ambiente externo (Rocha, 2013).

Após a penetração da cercaria no hospedeiro definitivo, ela perde


A espécie Schistosoma mansoni possui como características a cauda e sofre alterações morfológicas que permitem sua
morfológicas: alongados e dioicos. Ventosas pouco desenvolvidas. adaptação e sobrevivência ao novo meio (Rocha, 2013).
Cecos intestinais reunidos posteriormente para formarem um
O conhecimento da esquistossomose na medicina veterinária é
tubo que se prolonga até a extremidade posterior. Cercárias do
devido algumas espécies servirem como hospedeiro e aumentar o
tipo furcocercária que não encistam e penetram ativamente pela
nível de transmissão. O tratamento de fontes de água natural é
pele do hospedeiro. Parasitos do sistema porta de mamíferos e
importante, pois é um meio de infeção para homens e animais e
aves (Monteiro, 2016).
para os moluscos (HI) (Monteiro, 2016).
Os ovos de Schistosoma mansoni são facilmente identificáveis
pela presença dupla e espículo posterolateral. Apresentam a CLASSE CESTODA OU CE STOIDEA
região anterior mais fina e alongada, enquanto a região posterior A classe Cestoda ou Cestoidea que também faz parte do filo
é mais volumosa. O ovo, quando lançado pela fêmea, está na sua platyhelminthes, difere da Trematoda pelo corpo achatado sem
forma imatura, e após uma semana, desenvolve o miracídio. canal digestivo. O corpo é segmentado, sendo cada segmento
contendo, às vezes, dois conjuntos de órgãos reprodutores
masculinos e femininos. Compreende duas subclasses (Monteiro,
2016; Urquhart, et al., 1996):
a) Cestodaria: composta por helmintos parasitos de anelídeos e
peixes primitivos, sem muita importância para a medicina
veterinária.
b) Eucestoda: são conhecidos genericamente como tênias ou
cestódeos e se caracterizam por serem segmentados e achatados
dorsoventralmente com poucas ou centenas de proglótides.

Na medicina veterinária, a subclasse Eucestoda tem maior


importância e as duas ordens mais estudadas são a Cyclophyllidea
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e Pseudophyllidea. Como características gerais destas ordens, a


forma adulta habita o intestino delgado de mamíferos e aves. A
forma larval ou metacestódeo localiza-se em diversos tecidos,
músculos lisos, estriados, tecido subcutâneo e órgãos como
fígado, pulmão, baço e sistema nervoso de mamíferos, aves,
peixes e na cavidade geral dos artrópodes (Monteiro, 2016).

O cestoide adulto é constituído de cabeça ou escólex com órgão


de fixação, pescoço curto não segmentado e uma cadeia de
segmentos. A cadeia é conhecida como estróbilo e cada
segmento com proglote (Urquhart, et al., 1996).

Diferenças no escólex de tênias.


A Taenia solium é conhecida como tênia do porco e Taenia
saginata como tênia do boi. Local habitual de parasitismo é
intestino delgado (na fase adulta), tecido subcutâneo, muscular,
cardíaco, cerebral ou ocular (fase larval). Estas espécies são
responsáveis pela teníase, caracterizada pelos vermes adultos no
intestino delgado. O aparecimento da larva ou cisticerco
da Taenia solium nos tecidos é conhecida como cisticercose, uma
enfermidade somática (Rocha, 2013).
O homem participa como hospedeiro definitivo quando apresenta
o parasita adulto no intestino, porém água e alimentos podem ser
contaminadas por ovos de T.solium e a ingestão delas leva a
Os órgãos de fixação são quatro ventosas nos lados do escólex e
cisticercose. Hospedeiros intermediários são os suínos (T.solium)
podem conter ganchos. O escólex em geral apresenta
e bovinos (T.saginata). A transmissão ocorre por ingestão de
anteriormente um cone projetável móvel ou rostelo em algumas
carne crua ou malcozida destes animais infectados (Rocha, 2013).
espécies. Os proglotes desenvolvem-se continuamente da região
do colo e se tornam sexualmente maduros na porção final do CLASSE CESTODA OU CE STOIDEA
estróbilo. Cada proglote é hermafrodita, com um ou dois
conjuntos de órgãos reprodutores, também podem ocorrer GÊNERO DIPYLIDIUM
autofertilização ou fertilização cruzada entre as proglotes. O
proglote <grávido= está preenchido por ovos e este segmento A espécie representativa deste gênero é a Dipylidium
saem intactos dos estróbilos e são eliminados com as fezes. Os caninum,que ocorre principalmente pela ingestão acidental
ovos possuem uma camada espessa, escura, fácil de serem de Pulex irritans, Ctenocephalides canis, C. felis (pulgas)
observadas (figura abaixo) (Urquhart, et al., 1996). e Trichodectes canis (piolhos mastigadores) (Monteiro, 2016).
A morfologia deste parasito, como observada na figura acima, é
representada por um escólex de rostro protrátil armado de várias
coroas de acúleos com aspecto de espinho de roseira. Há cerca de
300 testículos em cada proglótide. As cápsulas ovígeras com até
30 ovos embrionados. Proglótides <grávidas= em forma de
semente de pepino ou grão de arroz.
Os hospedeiros definitivos são cães e felinos e acidentalmente
homens. A localização do parasita é com adultos no intestino
delgado de carnívoros. Estádio larval (cisticercóides) na cavidade
geral dos hospedeiros intermediários (pulgas e piolhos
mastigadores) (Fortes, 2004; Urquhart, et al., 1996).
Ovo de Tenia.
De grande importância em medicina veterinária e saúde pública,
pois acomete animais jovens e crianças, geralmente de forma
FAMÍLIA TAENIIDAE assintomática. Podem ocorrer cólicas e diarreia. A melhor forma
As espécies que fazem parte deste gênero são: Taenia solium, é de tratamento é a prevenção. Porque eliminar o verme adulto
Taenia saginata, Taenia hydatigena, Taenia pisiformis, Taenia não termina com a transmissão. Eliminar os ectoparasitas deve
ovis. Taeniidae com escólex geralmente armado, com estróbilo fazer parte esquema de controle.
formado por numerosas proglótides (Monteiro, 2016; Fortes,
Nosso grande foco nos helmintos é a prevenção e controle dos
2004).
hospedeiros intermediários, que são os principais carreadores
 Taenia solium: escólex globoso, estróbilo com 700 a 1000 desta classe de parasitos.
proglótides, papilas genitais visíveis e dispostas
alternadamente nas proglótides. Mede de 2 a 8m de HELMINTOS - FILO NEMATELMINTOS
comprimento por 5 a 8mm de largura.
 Taenia saginata: escolex cuboide, estróbilo cresce de 9 a 12 Olá aluno (a)! Estamos finalizando a nossa disciplina de
proglótides diariamente com 1200 a 2000 proglótides que Parasitologia! Para isto é necessário que conheçamos a Classe
contém até 80000 ovos. Tem de 2 a 12m de comprimento por Nematoda, pertencente ao filo Nemathlemintos, para que
5 a 7mm de largura.
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possamos evitar possíveis doenças parasitárias nos animais! de plantas e muitos vivem livres no solo, na água doce, salobra ou
Preparados? Vamos lá! marinha (Fortes, 2004).

A maioria dos nematoides chega até o hospedeiro pela ingestão


da larva L3 dentro do ovo ou livre. Alguns gêneros de parasitas
podem penetrar ativamente a pele íntegra do hospedeiro e outros
necessitam de artrópodes hematófagos para a sua dispersão.

1 – MORFOLOGIA EXTERNA

Os nematoides são vermes cilíndricos, que possuem boca,


cavidade corporal e ânus. A maioria vive em liberdade na natureza
e alguns são parasitos de plantas e animais. As espécies parasitas
de animais são comumente filariformes e variam em tamanho,
sendo encontradas espécies de um milímetro e outras de até 8
metros. A maioria dos gêneros possui dimorfirsmo sexual, é
ovípara e sua forma de infecção é pela ingestão de L3.
Como conceitos básicos os nematelmintos apresentam:
 Metazoários triploblásticos pseudocelomados (espaço do
corpo compreendido entre o endo e mesoderma), de corpo
cilíndrico, mais ou menos afilado nas duas extremidades;
 Revestimento cuticular
 Segmentação limitada à cutícula Na morfologia externa dos nematelmintos, observamos que as
 Desprovidos de apêndices (cerdas, pelos ou escamas) espécies podem ser encontradas por diferentes formas: cilíndrica,
 Tubo digestivo completo subcilíndrica, capilar, fusiforme ou esférica. As regiões do corpo
 Pseudoceloma limitado por revestimento músculo-cutâneo e são divididas em três: anterior (boca até poro excretor), média (do
encerrando o líquido pseudocelomático onde flutuam os poro excretor até o ânus ou cloaca) e a posterior, também
órgãos dos aparelhos digestivo e reprodutor, ligados à parede conhecida como região caudal (do ânus ou cloaca até final).
do corpo por algumas fibras conjuntivas
A cor do corpo dos nematoides é esbranquiçada ou amarelada,
 Dióicos – sexos separados
portanto, espécies quando vivas, podem se apresentar vermelhas,
 Monóxenos – a grande maioria
devido à alimentação exclusiva à base de sangue (Fortes, 2004).
No quadro abaixo é apresentado um sistema de classificação dos
A dimensão varia conforme a espécie e vai desde aquelas com
nematoides de importância veterinária. Esta representação
menos de um milímetro de comprimento, como os Strongyloides,
baseia-se nas dez superfamílias em que ocorrem nematoides
até as que atingem 100 cm de comprimento, como a Dioctophyma
parasitas, que se dividem em grupos com bolsa copuladora ou
renale (Fortes, 2004).
sem bolsa copuladora (Urquhart, et al., 1996).
Quadro 1. Nematoides parasitas de importância veterinária: 2 – MORFOLOGIA INTERNA
classificação simplificada: Morfologia interna de nematelmintos.

Os nematoides podem ser encontrados em diferentes meios.


Muitos são parasitas dos homens e animais, outros são parasitos

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A figura ao lado representa a morfologia interna dos 4 – BIOLOGIA GERAL DOS NEMATOIDES
nematelmintos. Na sua maioria, os órgãos internos são
filamentosos e ficam suspensos na cavidade corpórea cheia de
líquido. O sistema digestivo é tubular. A boca de muitos
nematoides é um simples orifício, que pode ser rodeado por dois
ou três lábios, indo diretamente ao esôfago. Em outros parasitas,
como nos estrongilídeos, é grande e se abre numa cápsula bucal,
que pode conter dentes; estes parasitas, ao se alimentar,
removem um tampão de mucosa para a cápsula bucal, onde é
digerido pela ação de enzimas secretadas para a cápsula pelas
glândulas adjacentes, também podem secretar anticoagulante, e
pequenos vasos, rompidos na digestão do pedaço de mucosa,
podem continuar a sangrar por alguns minutos depois do verme
ter se movido para outro lugar (Urquhart, et al., 1996).
O sistema excretor é muito primitivo, constituído de um canal em
cada cordão lateral unindo-se no poro excretor na região A maioria dos parasitos desenvolve seus primeiros estádios larvais
esofágica. Os sistemas reprodutores consistem em tubos (L1, L2) no interior do bolo fecal, alimentando-se de micro-
filamentosos. Os órgãos femininos compreendem o ovário, organismos e matéria orgânica. Os nematoides parasitas de
oviduto e útero, que podem ser pares, terminando numa curta animais, para prosseguirem seu desenvolvimento, necessitam, na
vagina comum que se abre na vulva. Os órgãos masculinos são fase de L3, encontrar um hospedeiro. Essa larva (L3) é muito ativa
constituídos de um único testículo contínuo e um canal deferente nas horas mais frescas do dia, subindo nas pastagens em
terminando num ducto ejaculador na cloaca (Urquhart, et al., movimentos de serpente, desde que haja temperatura e umidade
1996). favoráveis (precisa de uma fina película de água sobre a planta
para conseguir subir). Se as condições climáticas não estão
3 – TIPOS DE OVOS adequadas, as larvas permanecem escondidas na bainha das
folhas ou subsolo. São muito sensíveis ao calor do sol. O
parasitismo das L3 quase sempre é feito por via oral, porém
algumas larvas podem penetrar ativamente na pele.

5 – ALGUNS EXEMPLOS DE NEMATELMINTOS DE


IMPORTÂNCIA NA MEDICINA VETERINÁRIA

5.1 GÊNERO TRICHURIS

A espécie Trichuris vulpis faz parte do gênero Trichuris, família


Trichuridae e ordem Enoplida. Como hospedeiros definitivos têm
os cães e raposas. Acometem mais animais jovens e eliminam
diariamente uma grande quantidade de ovos. Só com intenso
parasitismo que causam sinais clínicos, com aparecimento de
prolapso de reto. A principal prevenção são as instalações serem
arejadas e secas e uso de antiparasitários.

Os ovos de nematelmintos podem ser redondos, ovais, em forma


de bastão, subglobulares, ter os lados diferentes, a superfície
pode ser lisa, rugosa com perfurações, podem possuir filamento
(Monteiro, 2016).
Tipos de ovos mais comuns:
 Simples: casca lisa sem protuberâncias
 Operculados: com uma protuberância em uma das
extremidades
 Bioperculados: com duas protuberâncias, uma em cada
extremidade
 Larvado: com uma larva no interior
A casca pode apresentar três camadas (Monteiro, 2016):
 Membrana lipídica: responsável pela impermeabilidade do
ovo. É a parte mais interna
 Membrana quitinosa: responsável pela rigidez do ovo. 5.2 GÊNERO HAEMONCHUS
 Membrana proteica: só aparece em alguns helmintos e esses
A espécie Haemonchus contortus, faz parte da família
ficam mais resistentes às condições ambientais (como os
Trichostrongylidae, ordem Strongylida. Os hospedeiros são
ascarídeos). Deixa o ovo mais espesso e viscoso. É secretado
pequenos ruminantes (ovinos e caprinos) e em bovinos é
pelo útero da fêmea.
encontrada a espécie H.placei. A localização é no abomaso, por
isto é bem conhecida como gastrite parasitária de ruminantes.
Ocorre mais em animais jovens e causa anemia.

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5.3 GÊNERO HABRONEMA E DRASCHIA

Conhecida como ferida de verão, a espécie Habronema


muscae tem como hospedeiro definitivo os equinos, e as moscas
da espécie Musca domestica como hospedeiros intermediários. A
localização é no estômago e causam feridas difíceis de serem
cicatrizadas. Habronema majus também tem como hospedeiro
definitivo os equinos, e as moscas da espécie Stomoxys
calcitrans que são responsáveis pela inoculação do parasita. A
espécie Draschia megastoma que tem como hospedeiro definitivo
os equinos, e as moscas da espécie Musca domestica como
hospedeiros intermediários, causa principalmente problemas no
estômago, pois as larvas criam nódulos ao serem ingeridas. A
diferença é que nos casos de Habronema, a mosca inocula o
parasita na ferida e ele produz estas feridas, pode ainda aparecer
no pulmão e nos olhos. Os casos de Draschia são acometidos com
equinos com problemas estomacais, pois as moscas são
deglutidas de forma não intencional e acaba que estes parasitas
são liberados no estômago. O controle de moscas e
antiparasitários são a melhor forma de prevenção.

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