Introdução Melanose: é um achado comum em mulheres de
Vulva e vagina são áreas expostas a uma variedade de meia-idade, correspondendo a lesões planas com bordas lesões infecciosas, como as vulvovaginites e úlceras irregulares, hipercrômicas, com 1 a 4 mm. Se dúvida, genitais venéreas. Entretanto, o diagnóstico diferencial realizar biópsia para excluir nevos ou melanoma. das lesões desses órgãos passa por outras condições Vitiligo: deficiência da pigmentação por ausência ou benignas e malignas, que devem ser adequadamente diminuição do número de melanócitos, sendo que em investigadas para que se permita um diagnóstico precoce geral se manifesta em outros sítios corporais. e maior sobrevida das pacientes com tais patologias. Lesões Papulares Pápulas são elevações sólidas, sendo que na vulva, as Patologias Benignas da Vulva principais afecções que cursam com pápulas são o A vulva corresponde ao clitóris, hímen, grandes e molusco contagioso e a doença de fox-fordyce. pequenos lábios, além do meato uretral, óstio vaginal Molusco contagioso: condição frequente na infância, externo e glândulas vestibulares menores e maiores (de sendo causado por um poxvírus, que é considerado uma Bartholin). A propedêutica envolve anamnese completa infecção de transmissão sexual. Em geral, é autolimitado e exame com inspeção local e palpação da região, para mas pode ter sintomas mais exuberantes em pacientes identificar tumorações e adenomegalias. O diagnóstico com HIV, podendo ser lesões pruriginosas que predispõe diferencial é feito conforme o tipo de lesão elementar. a infecções secundárias. São tratadas com curetagem Lesões Maculares seguida de aplicação de tintura de iodo e hemostasia. São caracterizadas por lesões não elevadas da vulva que alteram a pigmentação e podem alterar a textura vulvar. Líquen plano: doença inflamatória crônica e idiopática que cursa com prurido vulvar e queimação, podendo ser assintomática. São máculas brancas que envolvem o vestíbulo da vagina, tornando-o com mucosa mais sensível. Tratamento é sintomático com o emprego de anti-histamínicos e pomada de pasta d’água com mentol.
Doença de Fox-Fordyce: condição que ocorre com
pápulas eruptivas perifoliculares, sendo comum no menacme e se manifestando com prurido e aumento da sudorese, piorando à noite. A condição também acomete outras glândulas sudoríparas como das axilas e aréola. Placas Lesões planas e elevadas que são formadas por pápulas coalescentes, ocorrendo nos eczemas, psoríase e líquen Líquen escleroso: trata-se de uma doença autoimune que simples crônico e vulvovaginite recorrente por cândida. gera prurido intenso, podendo cursar com mancha Dermatite de contato: as dermatites de contato são o hipocrômica, brilhante e que pode cursar com involução principal tipo de eczema, podendo ser irritativas (contato dos pequenos lábios e clitóris. Seu diagnóstico é com agente citotóxico) ou alérgicas (produção de uma histopatológico e deve ser feito precocemente de modo a hipersensibilidade tipo IV), sendo classificadas em evitar a involução do vestíbulo. É tratada com corticóide aguda, subaguda e crônica. O tratamento envolve tópico, progesterona a 2,5% e cremes de testosterona remover o contato com o agente lesivo para que se possa para evitar a regressão das estruturas vestibulares. preservar a integridade da mucosa vulvar.
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Líquen simples crônico: trata-se de uma importante ulceram a epiderme, com cavidades drenantes e cicatriz causa de prurido vulvar crônico, que é caracterizada por extensa, podendo exigir excisão cirúrgica. liquenificação secundária a prurido crônico, gerando Hidradenite: consiste na inflamação crônica supurativa espessamento das estruturas vulvares. Não está das glândulas sudoríparas apócrinas. Podem ocorrer por relacionado ao câncer de vulva e seu tratamento se dá obstrução mecânica dos ductos, diabetes mellitus, uso de com corticoesteróides de alta potência. desodorantes íntimos e depilação extensiva. Trata-se com anti-sépticos e evitando os fatores desencadeantes.
Psoríase: condição que afeta até 5% das mulheres com
sintomas vulvares persistentes, sendo uma doença Tumorações Benignas inflamatória, caracterizada por placas vermelhas, São condições de aumento do tamanho da vulva que não bem-delimitadas, simétricas e com escama cinza. Possui possuem a característica maligna, mas que merecem períodos de melhora e exacerbação, sendo utilizado atenção como um diagnóstico diferencial. corticosteróides como a betametasona tópica. Cistos glandulares: os de Bartholin em geral são Úlceras Não-Infecciosas causados por infecções, sendo o tratamento drenagem As úlceras não-infecciosas são mais comuns que as ambulatorial em associação a antibioticoterapia. Outros venéreas e em geral se iniciam nos adolescentes e cistos são semelhantes aos das glândulas de Bartholin, mulheres jovens, sendo essencial investigação de vários mas acometem as glândulas de Skene ou outras órgãos e sistemas para chegar à conclusão diagnóstica. A glândulas vestibulares, que são de menor tamanho. principal representante é a doença de Behçet, mas outras condições multissistêmicas como doença de Crohn podem gerar lesões vulvares. Doença de Behçet: doença multissistêmica idiopática que se caracteriza por úlceras recorrentes das mucosas oral, genital e ocular. Seu manejo é sintomático por meio da administração de corticoesteróides.
Tumores de glândulas sudoríparas: incluem o
hidradenoma papilífero, o siringoma (pruriginoso). O hidradenoma tende a ser único, enquanto o siringoma pode ser único ou múltiplo. Tumores escamosos: incluem o pólipo fibroepitelial (mais frequente em diabéticas e obesas), ceratose seborréica e cisto epidérmico. Tumores mesenquimais: incluem os angioqueratomas, os Doença de Crohn: trata-se de uma doença autoimune hemangiomas, linfangiomas (menos frequentes), que pode envolver o trato gastrointestinal, a vulva e o lipomas (ressecar cirurgicamente e distinguir dos períneo de adultos e crianças, podendo gerar outras lipossarcomas, que são malignos). Outros casos menos condições como fístulas no trato genital. comuns são os neurofibromas e os Schwannomas. Pústulas e Abscessos Tumores cicatriciais: são quelóides, que são alterações Consistem de lesões de conteúdo líquido purulento que na regulação dos mecanismos de reparo, gerando são secundárias a infecções principalmente bacterianas. cicatrizes que expandem para fora da borda lesional. Abscesso de Bartholin: corresponde a uma condição Pseudotumores: incluem o granuloma piogênico e as inflamatória crônica que gera massas confluentes que hérnias inguinais, que podem simular lesões vulvares.
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Câncer da Vulva Câncer da Vagina Neoplasias intraepiteliais vulvares são lesões com uma O câncer primário da vagina, assim como o de tuba epidemiologia crescente entre as mulheres jovens e que uterina, costuma ser raro e corresponder a 1-2% dos podem evoluir com o câncer de vulva. Entender o câncer cânceres ginecológicos. Identificam-se como fatores de de vulva e suas lesões precursoras é essencial para risco a infecção pelo HPV, imunossupressão, irradiação identificá-lo precocemente e propiciar tratamento. prévia e exposição ao dietilestilbestrol na vida fetal. Neoplasias Intraepiteliais Vulvares Lesões Precursoras As NIVs ou VINs são condições precursoras do câncer De forma semelhante às Neoplasias Intraepiteliais de vulva, e é importante entender suas classificações Cervicais, há as NIVAs ou Neoplasias Intravaginais, que para saber a chance de progressão para o câncer vulvar. são divididas em baixo grau (NIVA 1) ou alto grau HSIL: trata-se da lesão de alto grau relacionada ao HPV, (NIVAs 2 e 3), sendo que nos casos de NIVA 3 não que consiste na neoplasia mais frequente, relacionada ao tratada, 20% pode evoluir com carcinoma invasivo em 3 HPV, permanecendo por longos anos nas mulheres, mas anos. Pode haver como sinais a sinusorragia e com baixas taxas de progressão para o carcinoma vulvar. corrimento vaginal sanguinolento, devendo-se prestar Fatores de risco incluem promiscuidade e tabagismo. atenção em especial a pacientes imunossuprimidas (realizar a virada do espéculo para avaliar a vagina).
NIV: a VIN não se relaciona ao HPV, afeta mulheres em Câncer de Vagina
faixa etária mais elevada, sendo associada a dermatoses Essa neoplasia é a 5° em frequência entre as neoplasias como líquen escleroso. Tem alto potencial de progressão genitais, estando relacionada principalmente a queixas para o carcinoma invasor e podem ser tratadas com de sinusorragia e corrimento sanguinolento, que não são imiquimode ou ressecada. tão específicos. Caso não se realize a viragem do Câncer de Vulva espéculo, dificilmente o examinador poderá notar as É a 4° neoplasia genital feminina mais comum e é mais lesões suspeitas, não realizando biópsia dessas. frequentemente sintomática com queixa de prurido Diagnóstico: a confirmação é histológica por meio de vulvar crônico, em geral em grandes lábios. biópsia da lesão, que é denunciada como uma área Diagnóstico: os carcinomas podem ser escamosos (mais schiller-positiva. Caso o examinador realize coleta da de 80%), de Paget, não-escamosos e melanomas. citologia tríplice, as alterações são apena sugestivas e Quando se identifica uma lesão suspeita e se associa o por isso, a confirmação histopatológica deve ser feita. O sintoma do prurido, em especial na paciente mais velha, tipo mais comum é o carcinoma escamocelular (90%). deve-se investigar para confirmação histopatológica.
Estadiamento: considera-se I lesão restrito à vulva e
períneo, II se maior que II cm com invasão maior que 1 mm; III se envolve uretra, vagina ou ânus e metastiza Estadiamento: são classificadas em I (limitado a parede para linfonodos inguinais e IV se invade estes órgãos ou vaginal), II (não envolve a parede pélvica), III (atinge a outros linfonodos. O tratamento é cirúrgico e tende a ser parede pélvica) e IV (ultrapassa a pelve verdadeira). O o mais conservador possível, desde que diagnosticado tratamento quase sempre envolve a radioterapia, sendo precocemente (evitando danos psicossexuais). que se pode associar o tratamento cirúrgico.
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