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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE ALAGOAS

LÍVIA CRISTHINY SILVA - TERAPIA OCUPACIONAL


LAYSA GOMES DOS SANTOS - ENFERMAGEM
YASMIN BERNARDO DOS SANTOS - TERAPIA OCUPACIONAL

O USO DA AROMATERAPIA COMO MÉTODO NÃO FARMACOLÓGICO PARA O


ALÍVIO DA DOR DURANTE O PARTO

MACEIÓ-AL
2022
LÍVIA CRISTHINY SILVA - TERAPIA OCUPACIONAL
LAYSA GOMES DOS SANTOS - ENFERMAGEM
YASMIN BERNARDO DOS SANTOS - TERAPIA OCUPACIONAL

O USO DA AROMATERAPIA COMO MÉTODO NÃO FARMACOLÓGICO PARA


O ALÍVIO DA DOR DURANTE O PARTO

Trabalho solicitado na disciplina integrada de


Pesquisa em Saúde II dos cursos de bacharelado
em Fisioterapia, Fonoaudiologia, Enfermagem e
Terapia Ocupacional da Universidade Estadual de
Ciências da Saúde de Alagoas como requisito
para obtenção de nota na Unidade II.
Orientadora: Profª. Ângela Lima Peres

MACEIÓ-AL
2022
RESUMO
ABSTRACT
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 6

2. MÉTODOS 7

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 8
3.1 Resultado de busca 8
3.2 Aromaterapia como recurso não farmacológico 10

4. Conclusão 11
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1. INTRODUÇÃO
Na conjuntura atual da atenção à saúde, a assistência é desenvolvida com base no
modelo biomédico conduzido por variáveis biológicas que analisam o corpo como uma
máquina, causando sérias implicações à saúde da mulher, principalmente durante o seu
período gestacional e parto. No entanto, outros modelos de abordagens estão se
difundindo, como as Práticas Integrativas e Complementares (PICs) (SILVA et al., 2019).
As práticas integrativas e complementares englobam ações que visam estimular os
mecanismos naturais de prevenção de doenças e recuperação da saúde por meio de
tecnologias eficazes e seguras (PAVIANI et al., 2019). Sua efetivação oficial regulamentada
em âmbito nacional ocorreu através da portaria n◦ 971 de 03 de maio de 2006, que aprova a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de
Saúde (SUS) (SILVA et al., 2019).
Como exemplo dessas práticas, há métodos não-farmacológicos em alternativa ao
uso de fármacos no trabalho de parto de muitas gestantes. Ao longo do tempo as mulheres
foram perdendo sua autonomia e seu direito de escolha em relação ao seu parto, sendo
subordinadas às condutas das instituições e dos profissionais que lhes prestavam
assistência, os quais por muitas vezes fazem o uso de medicações para o alívio da dor,
métodos invasivos e cesarianas desnecessárias que fogem do processo natural e fisiológico
do corpo humano, tratando a gravidez como uma doença e o parto como algo não
suportável (BALBINO et al., 2020).
As intervenções podem trazer muitas complicações a curto, médio e longo prazo,
possibilitando assim eventos não desejáveis e prejudiciais, como infecções, embolia
pulmonar, hemorragias, tromboses, dentre muitas outras consequências negativas (SILVA et
al., 2022).
Além dos fatores físicos e psicoemocionais, muitas mulheres chegam ao ambiente
hospitalar para parir receosas e com medo da dor do parto (BALBINO et al., 2020). Essa
dor ocorre devido às contrações uterinas que são estimuladas por ação do hormônio
ocitocina e pela compressão exercida pelo bebê no assoalho pélvico, sendo o quadro álgico
maior no período expulsivo do parto em decorrência do estiramento e tração das estruturas
pélvicas ao redor do canal vaginal e de outras estruturas da região, além de que a tensão e
a ansiedade acentuam a intensidade das dores (LORENCETTO et al., 2021). Entretanto, é
possível aliviar os efeitos que a gravidez e o trabalho de parto podem causar utilizando
diversas abordagens não farmacológicas que ajudam na prevenção e melhora de dores e
desconfortos, contribuindo no bem-estar físico e psicológico da mulher.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) prioriza que a assistência à gestante deve
ter o mínimo possível de intervenções médicas, sendo assim, as alternativas
não-farmacológicas devem ser cada vez mais estimuladas por não promoverem anestesia e
malefícios para a sua saúde (LORENCETTO et al., 2021). Algumas estratégias alternativas
do cuidado podem ser ofertadas até mesmo durante o trabalho de parto, como a
aromaterapia utilizada de forma isolada ou combinada, proporcionando alívio e conforto
para a mulher (SOUZA et al., 2018).
Desta forma, com base na importância e eficácia comprovada dos métodos
não-farmacológicos, esta revisão procurou avaliar, através da literatura existente, os
benefícios do uso da aromaterapia no alívio da dor durante o trabalho de parto, bem como
reconhecer a sua aplicabilidade e eficiência.
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2. MÉTODOS
O presente estudo é uma revisão integrativa de literatura - que consiste em
uma ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de
estudos experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do
fenômeno analisado. A ampla amostra, em conjunto com a multiplicidade de
propostas, deve gerar um panorama consistente e compreensível de conceitos
complexos, teorias ou problemas relevantes para o tema pesquisado. Sua
metodologia proporciona a síntese do conhecimento e a junção de resultados de
estudos realizados sobre determinado assunto (SOUZA; SILVA; CARVALHO; 2010).
Para sua realização foram utilizadas 6 etapas: 1) seleção da pergunta de
pesquisa e estratégia PICO; 2) definição dos critérios de inclusão; 3) representação
dos estudos em tabelas, destacando descritores, bases de dados e quantidade de
artigos encontrados; 4) análise crítica dos artigos selecionados; 5) interpretação dos
resultados e 6) escrita das evidências encontradas.
Os estudos foram encontrados através de pesquisas realizadas nas
seguintes bases de dados: Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em
Saúde (BVS), CAPES. Dentro desses mecanismos de busca, foi definido o período
que compreende do ano de 2017 até o ano de 2022 visando encontrar informações
mais atualizadas. Os descritores e combinações utilizados foram: “trabalho de
parto”, “manejo da dor”, “métodos terapêuticos complementares", “dor no parto”,
“aromaterapia”, “métodos não farmacológicos”,”alívio da dor no parto”, “parto”. Em
todo o processo de busca o termo “parto” estava presente e associado ao operador
booleano “AND”, conforme mostra a Tabela 1.
Tabela 1. Base de dados e estratégias de busca.

BASE DE DADOS ESTRATÉGIA DE BUSCA

LILACS “Aromaterapia” AND “Manejo da dor” AND


“Parto”;

"Aromaterapia" AND "Métodos não


farmacológicos" AND "Alívio da dor no parto";

“Aromaterapia“ AND ” dor no parto”.

Scielo “Métodos não farmacológicos”;

“Alívio da dor no parto”;


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"Aromaterapia" AND "Métodos não


farmacológicos" AND "alívio da dor no parto".

BVS "Aromaterapia" AND "Métodos não


farmacológicos" AND "Alívio da dor no parto".

CAPES “Aromaterapia“ AND ” Dor no parto”.

Fonte: Dados da pesquisa, 2023.

Foram incluídos na revisão estudos com o texto em português que


possuíssem como objeto de pesquisa recursos alternativos para o alívio da dor no
parto que incluíssem a aromaterapia . Essa análise foi feita a partir da leitura dos
títulos e dos resumos das obras, com o foco de verificar a relação com a temática
da revisão bibliográfica. Após essa primeira etapa, ocorreu a leitura dos artigos
selecionados e os que não alcançaram as expectativas foram retirados da
construção. Nessa fase houve a participação de todas as autoras dessa revisão. Do
conteúdo selecionado foram extraídas informações sobre a aromaterapia,
analisando-se desde o modo de aplicação das técnicas até seus benefícios. Assim,
para a elaboração geral deste estudo, esses dados foram organizados em tabelas
contendo título da obra, nome dos autores, ano de publicação, resumo do estudo,
recursos, aplicação e benefícios. Com isso, foi possível a interpretação e discussão
dos resultados encontrados, permitindo a criação do presente documento

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Resultado de busca


Após a aplicação dos filtros, foi realizada a leitura do título e resumo dos artigos,
posteriormente foram selecionado artigos para serem lidos completamente, sendo
escolhidos 12 artigos para serem analisados de forma mais minuciosa.
Os estudos selecionados foram lidos completamente e analisados
criticamente, sendo excluídos 4 artigos, por serem repetidos ou por não falarem da
aromaterapia, dos escolhidos foram sondados o título, autor, ano de publicação e
objetivo, que serão apresentados no quadro de resultados (quadro 2) que, depois
dos estudos, foi possível fazer síntese dos estudos e dados, tendo como base um
referencial teórico atual.
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Quadro 2. Estudos selecionados para a revisão.

TÍTULO AUTOR (ES) ANO OBJETIVO

Tecnologias do cuidado DUARTE, MICHELIANA 2019 O estudo busca


na enfermagem et al. identificar as
obstétrica: Contribuição tecnologias do
para o parto e cuidado utilizadas por
nascimento
enfermeiras
obstétricas em um
Centro de Parto
Normal.

Aromaterapia para o (SILVA et al., 2019) 2019 O estudo teve como


alívio da dor durante o objetivo analisar a
trabalho de parto utilização da
aromaterapia no alívio
da dor durante o
trabalho de parto.

Tecnologias não 2022 O objetivo da


invasivas de cuidado (PRATA et al., 2022) pesquisa é descrever
utilizadas por as contribuições
enfermeiras obstétricas: terapêuticas da
contribuições terapêutica
utilização de
tecnologias não
invasivas de cuidado,
oferecidas por
enfermeiras
obstétricas, durante o
trabalho de parto.

Recursos não 2020 O estudo é uma


farmacológicos de (SOUZA et al, 2020) revisão integrativa que
alívio da dor no objetivou identificar os
processo de métodos não
parturição farmacológicos mais
utilizados para o alívio
da dor durante o
parto.

Evidências (MASCARENHAS, 2019 O estudo teve como


científicas sobre V. H. A. et al.) objetivo identificar na
literatura nacional e
métodos não internacional, estudos
farmacológicos sobre a eficácia de
para alívio a dor métodos não
do parto. farmacológicos na
redução da dor do
parto.

O uso de óleos (KARASEK, G.; DA, 2022 O objetivo do estudo


essenciais e foi identificar na
L.; VACCARI, A)
aromaterapia no literatura científica
trabalho de parto. sobre o uso da
aromaterapia e dos
óleos essenciais no
manejo do trabalho
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de parto; e elaborar
um protocolo
hospitalar, a partir
dos achados nas
publicações, sobre
aromaterapia e
aplicação de óleos
essenciais no
trabalho de parto.

Métodos não (ARAÚJO, Alane da 2018 O estudo objetivou


farmacológicos no Silva Clemente) mostrar a importância
do parto domiciliar,
parto domiciliar conciliando com a
humanização, além da
importância e eficácia
dos métodos não
farmacológicos para o
alívio da dor.

3.2 Aromaterapia como recurso não farmacológico


O parto consiste em uma interação complexa entre a mãe e o feto, e de
forma fisiológica , as dores presentes no trabalho de parto estão ligadas a
intensidade e frequência das contrações uterinas, fenômeno que apesar da alta
relação com a dor é de grande importância, pois resulta na dilatação progressiva do
colo uterino e consequentemente descida fetal (MASCARENHAS et al., 2019).
Apesar de natural ao corpo feminino, a dor, ansiedade e o medo
desencorajam muitas gestantes a optar pelo parto normal. Sob essa ótica é evidente
a necessidade de mecanismos que aliviam a manifestação da dor e torne o
processo agradável e menos traumático.
A aromaterapia consiste em uma prática terapêutica que utiliza propriedades
dos óleos essenciais (OE), realizada de várias formas, como em massagens,
inalações, escalda-pés, coleiras aromáticas, banheiras de assento e compressas,
podendo ser associada a outro tipo de método ou usada individualmente. (SILVA et
al., 2019).
Uma das características mais importantes sobre o uso da aromaterapia é sua
atuação no sistema límbico, região do cérebro responsável por respostas
emocionais. O aroma exalado pelos OE ativa células nervosas olfativas, e a
depender do aroma utilizado, diferentes neurotransmissores são liberados, levando
a diminuição dos hormônios relacionados ao estresse e o aumento da secreção de
endorfinas, o que resulta na redução no nível de ansiedade, interferindo
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positivamente na percepção da dor. (KARASEK et al., 2022).


Mesmo a aromaterapia sendo um método incerto, seu mecanismo de ação
estimula a produção de substâncias sedativas, estimulantes e relaxantes. Os
aromas mais utilizados são o de jasmim, por seu efeito sedativo, analgésico, que
possui propriedades antidepressivas, e o de lavanda, com seu efeito relaxante e
tranquilizante, gera um ambiente de calmaria ao longo do parto. (SOUZA; LAYS;
SANTOS et al., 2020).
Sendo assim, é inegável a relação da ansiedade com a dor no TP, sendo
fundamental a adoção de práticas no cuidado que favoreçam o seu alívio,
quebrando o ciclo medo-tensão-dor, que repercute na satisfação e experiência
materna e familiar. (KARASEK, G.; DA, L.; VACCARI, A., 2022).

4. Conclusão

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