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BACHAREL EM ENFERMAGEM.

ESTER FRANCESCHI DA CUNHA.


FERNANDA GUEDES ROSEIRA JORGE.

AS PICs NO AUXÍLIO DO PARTO HUMANIZADO.

ARARUAMA, RJ
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2024.
Objetivo geral:
O trabalho de conclusão científica tem como intenção retratar a
humanização do parto, e como as práticas integrativas e complementares em
específico a acupuntura atuam dentro desse contexto, sendo assim de acordo
com o Ministério público de Pernambuco, a humanização do parto é uma
política pública. Desde que o Ministério da Saúde lançou o Programa de
Humanização no Pré-natal e Nascimento (Portaria MS/ GM nº 569/2000), no
ano 2000, busca-se a garantia das condições adequadas para o atendimento a
gestantes e bebês, garantindo-se um nascimento sadio e harmonioso. Os
enfermeiros desempenham um papel importante na integração dessas práticas
na assistência ao parto, oferecendo orientação e suporte às mulheres que
desejam explorar essas opções de cuidado. Em um breve resumo pode-se
dizer que, sobre terapias complementares no trabalho de parto, buscam
explorar o impacto de diferentes abordagens, na gestão da dor e na melhoria
da experiência do parto, visando a eficácia e a viabilidade como opções de
apoio durante o processo de parto, considerando as complexidades
associadas ao manejo da dor e ao bem-estar materno durante esse período, as
terapias complementares surgem como potenciais estratégias não
farmacológicas para aliviar a dor e melhorar a experiência do parto. Na
acupuntura, essa prática é realizada através de agulhas finas em pontos
específicos do corpo para estimular os canais de energia e promover o
equilíbrio energético, com isso durante o trabalho de parto, a acupuntura pode
ser utilizada para aliviar a dor, promover o relaxamento e facilitar o progresso
do trabalho de parto, essa técnica pode também promover um ambiente
propício para o parto, apresentando uma duração mais curta do trabalho de
parto percebida e menor necessidade de analgesia adicional em comparação
com aquelas que recebem apenas cuidados padrão. (CAVALCANTI et al.,
2019)

Justificativa:

Mediante a humanização do parto, pode- se dizer que, segundo o


ministério público de Pernambuco toda a gestante tem seus devidos direitos
durante o processo do parto. “Nesse contexto, a humanização do parto é um
direito conquistado para que todas as gestantes sejam bem atendidas no pré-
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natal, no parto e no pós-parto, fazendo desse momento uma experiência plena
de cuidado.” Por isso, nas unidades de saúde, é necessário que a gestante,
seus familiares e bebê sejam recebidos com dignidade, em ambiente acolhedor
e com uma atitude ética e solidária, alguns dos direitos das gestantes de
acordo com o ministério público de Pernambuco são: “Acesso a métodos para
alívio da dor durante a evolução do parto, desde massagens até analgesia,
orientar na escolha da melhor posição para o parto, orientações sobre a
preparação para o parto e esclarecimento de dúvidas, proporcionar um
ambiente confortável para espera e atendimento, realizar avaliação inicial
imediata da saúde da mãe e do bebê, para verificar se precisam de
atendimento prioritário, atenuar sobre seu o direito do acompanhamento
durante a gestação, a Lei 8.080/90 determina que os serviços de saúde
públicos e particulares são obrigados a permitir a presença, junto à mulher, de
um acompanhante de sua escolha durante todo o período do trabalho de parto,
nascimento e pós-parto imediato.” De acordo com Silva et al. (2016) e Melo
(2017), durante a gestação, a mulher tem o direito de escolher práticas
benéficas para sua saúde e a do seu filho, incluindo Práticas Integrativas e
Complementares (PICs). Essas práticas podem promover saúde e bem-estar,
contribuindo para uma vida mais saudável e humanizada. As PICs também
auxiliam no relaxamento e fortalecem o vínculo entre profissional e paciente,
facilitando a comunicação e o sucesso na experiência do parto, segundo
Cavalcanti et al. (2019,) afirmam que as terapias complementares podem
reduzir a duração do trabalho de parto, a intensidade da dor e a necessidade
de analgesia em comparação com os cuidados padrão. (RESENDE et al.,
2021) "Nessa perspectiva, consoante com o Ministério da Saúde, a Medicina
Tradicional Chinesa contribui muito com a saúde com os recursos terapêuticos
como a acupuntura, técnica que pode ser utilizada no pré-natal, assim como na
condução do parto e no período do puerpério." O Ministério da Saúde destaca
a contribuição da Medicina Tradicional Chinesa, como a acupuntura, que pode
ser utilizada para os recursos como a intensidade, algumas complicações e o
manejo da dor no parto.

Motivação:

Mediante a humanização do parto, com foco na valorização da mulher,


respeitando suas preferências, necessidades e esclarecendo dúvidas, é
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fundamental garantir que o parto seja centrado em suas escolhas (GAMA et al.,
2020). Garantindo que todas as mulheres gestantes possam ter conhecimento
sobre as PICs e assim, demostrando uma visão holística da humanização no
parto. Nesse sentido, é possível adotar práticas integrativas e complementares
que, conforme Alves (2015), promovem um parto humanizado e estão
associadas a níveis reduzidos de dor e ansiedade, além de aumentarem a
sensação de controle sobre o processo de parto. Nesta relação entre a dor
física e mental no trabalho de parto, pode ser inserida a acupuntura que,
segundo Cavalcanti et al. (2019) pode ser utilizada durante o trabalho de parto
para aliviar a dor, reduzir o uso de medicamentos e atenuar sintomas
indesejados durante a gravidez, ao mesmo tempo em que melhora os
desconfortos de intensidade, algumas complicações e auxiliar no manejo da
dor.

Inserção

De acordo com (SANTOS, 2018) “PICS são práticas que devem ser
encorajadas no trabalho de parto, pois contribuem de forma positiva para a
indução do trabalho de parto de uma maneira mais natural, respeitando o
fisiológico”. Ajudando no manejo da dor proporcionado medidas de conforto,
apoio, alívio da tensão e diminuição da ansiedade e estresse, ativando
mecanismos que promovem dilatação cervical e decida do polo fetal,
diminuindo o tempo de trabalho de parto. Auxiliam na melhora do mal
posicionamento fetal e por se tratarem de medidas reconfortantes e
tranquilizantes proporcionando um ambiente mais calma, demostram apoio
contínuo à mulher. Segundo Júnior (2016), a origem das práticas integrativas
nos sistemas públicos de saúde vem de longa data. Desde o final dos anos de
1970, com o início da Primeira Conferência Internacional de Assistência
Primária em Saúde, o processo das PICs se espalhou pelo mundo, chegando
ao Brasil. (ATA, 1978) “No Brasil esse movimento ganhou força a partir da
Oitava Conferência Nacional de Saúde (1986), e desde então somente se
expandiu”. Abrangendo novas técnicas de acordo com a evolução da
tecnologia. De acordo com Posso (2021), o Ministério da Saúde brasileiro
adotou pela Portaria MS n. 971/2006 o termo de Práticas Integrativas e
Complementares para os seguintes procedimentos: a Homeopatia, a Medicina
Tradicional Chinesa, as plantas medicinais e a fitoterapia, Termalismo
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Social/Crenoterapia e a Medicina Antroposófica. Expandindo cada vez mais as
práticas integrativas e complementares, desta forma segundo Tesser; Souza;
Nascimento, (2018). Entre 2017 e 2018, a PNPIC expandiu o sistema complexo
e recursos terapêuticos reconhecidos, com novas possibilidades de ofertas no
SUS, adentrando com mais 29 práticas, além das elencadas pela política:
Medicina Tradicional Chinesa/acupuntura. Na prática da acupuntura, segundo
Calvin; Rabi; Vianna (2021) determina-se que inserir agulhas em locais
específicos do corpo para atingir um efeito terapêutico, é uma técnica utilizada
no sistema de saúde da China há mais de 3 mil anos. A prática da acupuntura
evoluiu durante todos os anos até a chegada no Brasil.“ Em 1979 a
Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu oficialmente a acupuntura
como método terapêutico para 43 enfermidades”, em 2003 houve um aumento
significativo que contribuiu para a expansão integrativa, no qual ocasionou
uma junção específica da medicina tradicional chinesa com a medicina
moderna, obtendo seu reconhecimento em 1995 como especialidade médica
confirmada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), após a comprovação de
trabalhos científicos. O marco histórico para o exercício da acupuntura foi em
1997 no qual “o profissional enfermeiro, é respaldado na Resolução COFEN nº
197, de 1997”. (BOUSFIELD et al., 2021).

Metodologia de pesquisa:

Pesquisa foi abordada e estudada de forma qualitativa, referente ao


trabalho de conclusão de curso TCC, respaldada em artigos científicos, retirada
de conhecimentos e informações que destinam-se à práticas integrativas e
complementares, acupuntura e humanização do parto.

Referências:

Humanização do parto. Nasce o respeito. [s.l: s.n.]. Disponível em:


https://portal.mppe.mp.br/documents/d/guest/folder-humanizacao-do-parto-
mppe.

CAVALCANTI, A. C. V. et al. Terapias complementares no trabalho de parto:


ensaio clínico randomizado. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 40, 2019.

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TELESI JÚNIOR, E. Práticas integrativas e complementares em saúde, uma
nova eficácia para o SUS. Estudos Avançados, v. 30, n. 86, p. 99–112, abr.
2016.
CAMPANER FERRARI BERNARDY, C. et al. Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde em uma maternidade paranaense. Revista Guará,
n. 12, 31 dez. 2019.
RESENDE, E. A. M. R. DE et al. CONTRIBUIÇÕES DAS PRÁTICAS
INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO ACOMPANHAMENTO PRÉ-
NATAL. PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: VISÃO
HOLÍSTICA E MULTIDISCIPLINAR, v. 1, n. 1, p. 63–81, 1 jan. 2021.
TESSER, C. D.; SOUSA, I. M. C. DE; NASCIMENTO, M. C. DO. Práticas
Integrativas e Complementares na Atenção Primária à Saúde brasileira. Saúde
em Debate, v. 42, n. spe1, p. 174–188, set. 2018.
BOUSFIELD, A. P. S. et al. Processo de Enfermagem como potencializador da
prática da acupunturaa. Escola Anna Nery, v. 25, 12 abr. 2021.
POSSO, M. B. S. Integrative and Complementary Health Practices in pain
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CALVI, R. DE L.; RABI, L. T.; VIANNA, W. DE O. Práticas Integrativas e
Complementares em Saúde (PICS) e a Implementação no Sistema único de
Saúde (SUS) – Uma Breve Revisão / Integrativa and Complemantary Health
Practices (PICS) and Implementation in the Unified Health System (SUS).
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SANTOS. Práticas integrativas e complementares no trabalho de parto: Uma
revisão integrativa de literatura. Repositorio.ufu.br, 2018.

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