Você está na página 1de 22

UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

JULIETE CASTRO DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PARTO


HUMANIZADO

GOIANÉSIA DO PARÁ / PA
2023
JULIETE CASTRO DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PARTO


HUMANIZADO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a


UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, como
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Enfermagem, orientado pela tutora: Ana
Carolina Souza de Lima.

GOIANÉSIA DO PARÁ / PA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
4 OBJETIVOS ............................................................................................................. 9
4.1 Objetivo geral ........................................................................................................ 9
4.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 9
5 METODOLOGIA..................................................................................................... 10
7 DISCUSSÂO .......................................................................................................... 17
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 20
9 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 21
4

RESUMO

Introdução: A assistência ao parto humanizado vem sendo cada vez mais necessárias, no que
se refere as praticas de humanização e a qualificação das equipes de saúde. Objetivo:
Compreender a importância do enfermeiro na assistência ao parto humanizado. Metodologia:
Este trabalho trata-se de uma revisão integrativa de literatura que objetiva reunir e sintetizar
os resultados referentes a pesquisa acerca do papel do enfermeiro na humanização do parto.
A pesquisa foi realizada nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e
PubMed. Resultado: Após a busca nas bases de dados, 435 artigos foram encontrados, após
a aplicação dos filtros 235 seguiram para triagem por títulos e resumos no software Rayyan,
destes 40 foram considerados com potencial e foram lidos na integra, por fim oito estudos
foram elegíveis de acordo com os critérios de inclusão, e compõe este estudo. Discussão: o
presente estudo identificou os altos índices de práticas assistenciais benéficas para as
mulheres e para os recém-nascidos em partos assistidos por enfermeiras. É notório a
importância desse profissional. Considerações Finais: Infere-se que os achados deste estudo
poderão potencializar novas discussões sobre a evolução e o progresso dos modos de
assistência ao parto.

Palavras-Chave: Parto humanizado; Enfermagem obstétrica; Cuidados de Enfermagem.


5

ABSTRACT

Introduction: Humanized childbirth care has been increasingly necessary, with regard to
humanization practices and the qualification of health teams. Objective: To understand the
importance of nurses in humanized childbirth care. Methodology: This work is an integrative
literature review that aims to gather and summarize the results of research on the role of nurses
in the humanization of childbirth. The research was carried out in the following databases:
Virtual Health Library (VHL) and PubMed. Result: After searching the databases, 435 articles
were found, after applying the filters, 235 were screened by titles and abstracts in the Rayyan
software, of which 40 were considered with potential and were read in full, finally, eight studies
were eligible according to the inclusion criteria, and composes this study. Discussion: the
present study identified the high rates of tolerant care practices for women and newborns in
deliveries assisted by nurses. The importance of this professional is notorious. Final
Considerations: It is inferred that the findings of this study may potentiate new discussions
about the evolution and progress of modes of delivery assistance.

Keywords: Humanized childbirth; Obstetric nursing; Nursing care.


6

1 INTRODUÇÃO

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento foi instituído pelo


Ministério da Saúde através da Portaria/GM n° 569, de 1/6/2000, subsidiado nas
análises das necessidades de atenção específica à gestante, ao recém nascido e à
mãe no período pós-parto. O objetivo primordial do Programa de Humanização no
Pré-natal e Nascimento (PHPN) é assegurar a melhoria do acesso, da cobertura e da
qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e puerpério às
gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de cidadania (BRASIL,
2002).

O programa de humanização ao pré-natal tem como objetivo reduzir as altas


taxas de morbimortalidade materna, Peri e neonatal registradas no país; adotar
medidas que assegurem a melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do
acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto, puerpério e neonatal.

Nesse sentido, para Gomes, Oliveira e Lucena (2020) o enfermeiro possui


papel importante nesse processo, por apresentar entre outras competências, o papel
de resguardar e garantir que as boas práticas sejam usadas, além de orientar a
gestante em todo o processo, garantindo autonomia e privacidade para tal. O
enfermeiro deve refletir sobre a sua atuação no parto humanizado, focando na
capacitação e na inclusão de boas práticas, proporcionando assim uma assistência
qualificada. Há relatos que as ações realizadas pelo enfermeiro são adequadas para
o processo de humanização do parto (GOMES; OLIVEIRA; LUCENA, 2020).

Por tanto, esse estudo tem o objetivo mostrar através de estudos científicos a
importância do profissional enfermeiro, em ter uma postura ética e profissional e
principalmente ter uma atitude humana em relação a todos que estão a sua volta, seja
a equipe de saúde que o acompanha como a gestante e a família. Dessa forma a
pesquisa sobre a temática, será de fundamental importância para consolidar o
conhecimento sobre o papel do enfermeiro nas praticas de humanização no parto.
7

Como o enfermeiro pode prestar assistência humanizada durante o trabalho de


parto? Pretende-se conhecer as estratégias utilizadas para facilitar a implementação
de um atendimento mais humanizado no parto.

O papel da enfermagem frente a um acompanhamento humanizado durante o


parto exige um profissional sem preconceitos, a prestação de serviço livre de qualquer
dano e utilização mínima de intervenções em suas práticas. O respeito, solidariedade,
apoio, orientação e incentivo são fatores que demonstram o cuidado e importância da
assistência humanizada desse profissional (ALMEIDA; GAMA; BAHIANA, 2015).

O enfermeiro atua na sala de parto promovendo maior conforto e sempre


escutando as necessidades da parturiente. No início do trabalho de parto, o
enfermeiro deve aferir todos os sinais vitais da parturiente, os batimentos cardiofetais,
oferta de métodos não farmacológicos para o alívio da dor; incentivar que a parturiente
movimente-se e faça exercícios livres para o conforto, dentre outras colaborações
(SILVA et al., 2018).

Esse processo de resgate ao parto humanizado proporciona maior incentivo ao


reconhecimento e relevância do papel do enfermeiro, principalmente no que se refere
as praticas humanizadas e a qualificação das equipes de saúde, para melhor
qualidade na prestação da assistência em todo o período da gestação, quanto no
trabalho de parto e puerpério.

Os enfermeiros têm conhecimento científico sobre as práticas de humanização


do parto, sobre proporcionar autonomia e empoderamento, trazendo segurança à
parturiente, reduzindo seus medos e anseios e sensações físicas (GOMES;
OLIVEIRA, LUCENA, 2020).

A gestação e um período de grandes mudanças físicas e emocionais, trazendo


vários questionamentos, duvidas e medos em relação a tudo em que sera vivenciado.
A enfermagem tem um papel fundamental na humanização do parto, pois durante todo
processo esta mais próxima da mulher. O enfermeiro deve conhecer a situação da
parturiente para compreender o seu estado, para que, a partir disto elabore estratégias
eficazes de alcançar as suas demandas, em todo o período da gestação como no
trabalho de parto. Dessa maneira de fundamental importância o papel do enfermeiro
8

no parto humanizado, desde o pré-natal até o momento do parto incluindo a mulher e


a família em todo o processo do nascimento.

Portanto o profissional enfermeiro qualificado pode atuar de forma humanizada


na assistência ao parto. Assim, identificando as características da assistência ao parto
e ao nascimento.

Refletir sobre a importância da enfermagem no parto humanizado, visando


relatar os benefícios da assistência do enfermeiro no parto humanizado, resgatando
a humanização da assistência as gestantes.
9

4 OBJETIVOS

4.1 OBJETIVO GERAL

Compreender a importância do enfermeiro na assistência ao parto humanizado.

4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Conhecer os aspectos positivos de um parto humanizado;

• Enfatizar a importância do papel do enfermeiro durante o processo do parto;


• Enfatizar as atribuições do enfermeiro no parto humanizado;
10

5 METODOLOGIA

5.1 TIPO DE ESTUDO

Este trabalho trata-se de uma revisão integrativa de literatura que objetiva


reunir e sintetizar os resultados referentes a pesquisa acerca do papel do enfermeiro
na humanização do parto.

O percurso metodológico foi trilhado em 6 passos: 1 - elaboração da pergunta


norteadora, 2 - busca ou amostragem na literatura, 3 - coleta de dados, 4 - análise
crítica dos estudos incluídos, 5 - discussão dos resultados e 6 - apresentação da
revisão integrativa (SOUZA; SILVA; CARVALHO, 2010).

Uma revisão de literatura constitui-se de uma ferramenta que permite analisar


a literatura de forma sistemática, além de ter um caráter de divulgação de trabalhos
produzidos por outros autores. Mantem-se o rigor de estudos primários e permite
abordar estudos com diferentes metodologias, possibilitando a inspeção de diferentes
visões acerca do tema (CERQUEIRA et al., 2018).

5.2 BASE DOS DADOS

Para a efetivar a revisão integrativa foram considerados os descritores:


cuidados de enfermagem e parto humanizado. Foram separados pelo operador
booleano “AND” e utilizado em inglês e português. A pesquisa foi realizada nas
seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed.

5.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Como critérios de inclusão foram escolhidos os artigos do tipo estudos


observacionais disponíveis nas bases de dados supracitadas e que correspondam a
pesquisa com os descritores já mencionados, no intervalo temporal dos anos de 2018
a 2023, disponíveis na íntegra.

Foram excluídas pesquisas não disponíveis na íntegra, pesquisas replicadas e


que não correspondam aos objetivos da pesquisa. Foram selecionados filtros de
idioma: inglês, português e espanhol.
11

5.4 COLETA DOS DADOS

Inicialmente, foram pesquisados os descritores sem filtros para sumarização


total dos resultados. Logo após a aplicação dos critérios de exclusão e inclusão, os
artigos foram exportados para o RAYYAN® (OUZZANI et al., 2016), onde foram
retiradas as duplicatas e analisados os títulos e resumos, filtrando o número de
produções acadêmicas, e posteriormente, a leitura na íntegra destes, para uma
melhor análise e seleção. A escolha pelo RAYYAN® ocorreu pela facilidade e
organização para realização desta etapa.

5.5 ANÁLISE DO CONTEUDO

Por fim, para análise de conteúdo, foram extraídas informações dos artigos
escolhidos, aplicando uma sumarização dos objetivos, resultados e discussões dos
textos. Então houve a interpretação dos resultados com base na categorização dos
temas por meio da homogeneidade e repetição dos assuntos abordados nos trabalhos
selecionados, com base na análise de conteúdo de Laurence Bardin, bem como a
discussão dos resultados à partir dos subsídios teóricos da literatura especializada
sobre o tema (LEITE, 2017) e, por fim, a construção da revisão e síntese do
conhecimento coletado.

5.6 SELEÇÃO DOS ESTUDOS

Para a seleção das amostras e organização dos resultados, foi utilizado o


recurso do programa de computador Microsoft Excel® (2019), a fim de elaboração de
uma planilha com a síntese das informações que componham os textos. Por fim, os
resultados foram descritos por meio de quadros e tabelas e, problematizados, a fim
de que seja possível a construção da revisão integrativa.

5.7 RISCOS E BENEFICIOS

Esta proposta de pesquisa possui riscos e benefícios. Entre os riscos, é


possível que as plataformas virtuais de dados não estejam disponíveis ou sejam
desativadas, e que impossibilitem o acesso às literaturas sobre o tema pesquisado.
Entretanto, estes riscos são mínimos.
12

Os benefícios incluem a produção de uma revisão que reúne informações sobre


o tema, procedimento útil para a produção de outras pesquisas sobre o assunto, além
de evidenciar se há lacunas de conhecimento, o que pode fomentar a pesquisa nesta
área.
13

6 RESULTADOS

6.1 SELEÇÃO DOS ESTUDOS

Após a busca nas bases de dados, 435 artigos foram encontrados, após a
aplicação dos filtros 235 seguiram para triagem por títulos e resumos no software
Rayyan, destes 40 foram considerados com potencial e foram lidos na integra, por fim
oito estudos foram elegíveis de acordo com os critérios de inclusão, e compõe este
estudo. A figura 1 apresenta a síntese desse processo de seleção.

Figura 1 – fluxograma PRISMA

Fonte: autora (2023)


14

Destes estudos que foram incluídos, sete foram publicados no Brasil e um em


Cuba, cinco no idioma português, dois no idioma inglês e um no idioma espanhol. Os
anos de publicação variam de 2018 a 2021. Os dados podem ser vistos na tabela 1.

Tabela 1 - Caracterização dos estudos

Titulo Autor e ano País Desfecho


Percepción de Borges et al., Cuba A maior parte da amostra
mujeres sobre el 2021 percebeu que apenas
cuidado humanizado algumas vezes o
de enfermería profissional de enfermagem
durante la atención prestou assistência
en el parto humanizada durante a
assistência ao parto(AU)

Conhecimento de Silva et al., 2021 Brasil verifica-se a necessidade


puérperas sobre de se intensificar as ações
boas práticas em durante a assistência pré-
centro de parto natal na perspectiva de se
empoderar a mulher para o
trabalho de parto e
parto.(AU)
Tecnologias do Rocha et al., Brasil Tecnologias do cuidado
cuidado na 2021 capazes de favorecer a
assistência ao parto autonomia da mulher e sua
normal: práticas de individualidade no parto
enfermeiros e normal foram associadas
médicos obstetras ao enfermeiro obstetra,
oportunizando uma
assistência respeitosa e
segura(AU)
15

Aplicação de Carvalho et al., Brasil Conclui-se que os


checklist sobre 2021 profissionais obtiveram
cuidados intraparto uma boa taxa de adesão
no parto normal em relação às práticas
avaliadas no checklist,
sempre buscando meios
para reduzir os danos
relacionados ao parto.
Fatores associados e Nakazone, 2021 Brasil Os fatores que
desfechos maternos aumentaram a chance de
e neonatais no parto parto na água foram: parto
na água em um vaginal anterior, não uso de
centro de parto ocitocina e não realização
normal peri- de amniotomia.
hospitalar: estudo
transversal
Práticas Ritter et al., 2020 Brasil o modelo colaborativo de
assistenciais em assistência ao parto, com
partos de risco atuação das enfermeiras
habitual assistidos obstétricas, mostra-se
por enfermeiras como um caminho para a
obstétricas atenção às mulheres, com
respeito à fisiologia do
parto e ao protagonismo da
mulher.
Obstetric Nursing in Silva et al., 2019 Brasil instituições com
best practices of Enfermagem Obstétrica
labor and delivery adotam melhores práticas
care de assistência ao parto e
nascimento, baseadas em
evidências científicas,
16

quando comparadas
àquelas que não atuam.

Humanized practices Alvares et al., Brasil A falta de informação pode


of obstetric nurses: 2018 tornar a mulher menos
contributions in crítica e, portanto,
maternal welfare influenciar na avaliação do
atendimento recebido

Fonte: autora (2023)


17

7 DISCUSSÂO

O presente estudo identificou os altos índices de práticas assistenciais benéficas


para as mulheres e para os recém-nascidos em partos assistidos por enfermeiras. É
notório a importância desse profissional (BORGES et al., 2021; SILVA et al., 2021;
ROCHA et al., 2021; CARVALHO et al., 2021; NAKAZONE, 2021; RITTER et al., 2020;
SILVA et al., 2019; ALVARES et al., 2018).

De acordo com Borges et al. (2021), os profissionais de enfermagem têm


contato direto com a mulher durante o processo de parto, suas atribuições variam,
mas no geral estes procuram o fortalecimento das relações humanas e a satisfação
das necessidades maternas.

Por esse motivo, preconiza-se a inclusão de enfermeiros no cuidado ao parto,


visto que estão presentes em inúmeras fases da vida feminina, desde consultas na
adolescência, até atingir o climatério, mantendo-se também em todo o seu ciclo
gravídico-puerperal (ROCHA et al., 2021).

E a assistência humanizada prestada durante o parto implica respeito aos


direitos e escolhas da mulher. Portanto, a participação do enfermeiro é fundamental,
visto possui habilidades que lhe permitem participar ativamente das demandas do
trabalho de parto (BORGES et al., 2021; SILVA et al., 2021).

Soma-se a isso, o fato que a atuação da Enfermagem tem como premissa o


respeito à fisiologia do parto, o que propicia um acolhimento adequado, influenciando
na redução de intervenções, bem como favorecendo a satisfação das mulheres acerca
da assistência recebida (ROCHA et al., 2021).

O mesmo foi percebido por Carvalho et al. (2021) ao relatar que a enfermagem
foi a categoria profissional predominante em relação à assistência e acompanhamento
durante o TP, devido ao seu olhar qualificado e humanizado do processo de
parturição, aplicando esforços para que flua naturalmente sem necessidade de
intervenções dispensáveis. A citação abaixo relata melhor como ocorre essas
práticas:
18

As práticas obstétricas realizadas pelos enfermeiros que assistiam o


processo de TP e parto, foram criadas seguindo recomendações da
OMS (19) e do MS (6) e foram organizadas em três categorias para fins
desse estudo: práticas claramente úteis e que devem ser estimuladas
(oferecimento de dieta, liberdade de movimentação e movimento, presença
de acompanhante, uso de parto grama e Métodos Não Farmacológicos
(MNF) para alívio da dor); práticas claramente prejudiciais ou ineficazes e que
devem ser eliminadas (edema, tricotomia, posição “deitada de costas com as
pernas levantadas” na hora do parto e manobra de Kristeller); e práticas
usadas de modo inapropriado no momento de TP e parto (amniotomia,
infusão de ocitocina, analgesia e episiotomia (SILVA et al., 2019).

Além disso, Alvares et al. (2018) destacam que as mulheres que se sentem
sozinhas e abandonadas ou que são atendidas por uma equipe que não lhes oferece
a devida atenção e cuidado têm maior possibilidade de possuir percepções negativas
do parto.

A educação em saúde está presente em todas as etapas do trabalho da


enfermagem, desse modo também é de extrema importância na assistência do parto
humanizado. O pré-natal, portanto, é período oportuno para esclarecer dúvidas,
mostrar os benefícios do parto normal e preparar a mulher para esse momento. A
mulher que possui informações sobre a parturição no pré-natal tende a vivenciar esse
momento com maior segurança e autonomia (ALVARES et al., 2018; NAKAZONE,
2021; RITTER et al., 2020).

Nesse contexto, destaca-se a relevância do enfermeiro por sua sensibilidade


na atenção à gestante, o que proporciona maior adesão ao pré-natal e garante
qualidade no cuidado, com consequente melhora nos resultados obstétricos e
perinatais (ROCHA et al., 2021; RITTER et al., 2020)

Outro ponto que merece destaque, que foi percebido nos autores, foi a questão
do contato pele a pele com o RN logo após o parto, geralmente essa é um cuidado
que os estudos mostraram que ocorria com maior frequência quando enfermeiros
participavam ativamente do processo (BORGES et al., 2021; SILVA et al., 2021;
ROCHA et al., 2021; CARVALHO et al., 2021; NAKAZONE, 2021; RITTER et al., 2020;
SILVA et al., 2019; ALVARES et al., 2018).
19

Vale salientar sobre a influência do contato pele a pele proporcionado às


parturientes em seu bem-estar, o profissional possibilita o contato entre o binômio
mãe-filho e respeitar o tempo que eles necessitam estar juntos. Esta pratica traz
diversos benefícios, e deve ser estimulado sempre que não houver intercorrências
que exijam imediata intervenção. Uma das maiores vantagens da prática está
relacionada com o incentivo ao aleitamento materno, que traz inúmeros benefícios
tanto para o recém-nascido como para a mãe (ALVARES et al., 2018).

No que se refere ao aleitamento materno, Rocha et al. (2018) destaca:

O incentivo à amamentação na primeira hora foi bastante prevalente na


categoria da enfermagem. Tanto a OMS quanto o MS retratam como
fundamental o contato pele a pele entre mãe e filho no pós-parto imediato,
visto que o neonato aprende a sugar eficazmente, é aquecido e recebe o
colostro, que conta como a primeira imunização infantil, ao passo que o
vínculo com a mãe é fortalecido, promovendo resultados positivos em seu
desenvolvimento. Vale ressaltar que o aleitamento materno oportuniza
melhor qualidade de vida das famílias, considerando que as crianças
adoecem menos, decrescendo o número de internações hospitalares e a
utilização de medicamentos para o tratamento de patologias. Isso resulta em
um bom relacionamento familiar e a consequente redução de gastos
hospitalares (ROCHA et al., 2018).

Vale pontuar que a atuação do enfermeiro no parto humanizado consiste na


realização de práticas que não interferem na fisiologia do parto e que vão ao encontro
de um cuidado obstétrico humanizado. Dentre os quais pode-se citar como métodos
não invasivos de alívio da dor; utilização de posições verticalizadas para o período
expulsivo; contato imediato pele a pele entre mãe e filho; e estímulo ao aleitamento
materno (ALVARES et al., 2018).

Por fim, o profissional de enfermagem, portanto, surge no cenário da parturição


como profissional imprescindível para a redução das taxas de morbimortalidade
materna e neonatal, uma vez que possibilita à mulher maior segurança e liberdade,
proporcionando acesso a práticas mais humanizadas e percebendo a parturiente
como protagonista desse momento (ROCHA et al., 2021; CARVALHO et al., 2021;
NAKAZONE, 2021; RITTER et al., 2020; ALVARES et al., 2018).
20

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos refletem a avaliação da componente humana dos


cuidados de enfermagem prestados à mulher durante o seu processo de parto. Infere-
se que os achados deste estudo poderão potencializar novas discussões sobre a
evolução e o progresso dos modos de assistência ao parto.

Através da analise dos artigos foi possível alcançar os objetivos deste estudo.
No entanto, é necessário que estudo futuros avaliem cada cuidado de enfermagem
no parto humanizado, de modo a avaliar individualmente cada.

Percebe-se, a necessidade de uma ação conjunta e mais efetiva por parte da


assistência pré-natal, sugerindo-se que as instituições dessaúdem realizem práticas
que informem e empoderem a mulher para o trabalho de parto e parto, evitando-se
desinformação por parte das mulheres que estão no ciclo gravídico-puerperal.
21

9 REFERÊNCIAS

ALMEIDA, O. S. C., Gama, E. R., & Bachiana, P. M. (2015). HUMANIZAÇÃO DO


PARTO: A ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS. Revista Enfermagem
Contemporânea. Disponível em: https://doi.org/10.17267/2317-3378rec.v4i1.456.
Acesso em 12 set. 2022.

GOMES, Cleide Ana Moreira; OLIVEIRA, Marilucia Priscilla Silva; LUCENA, Glaucia
Pereira de. O papel do enfermeiro na promoção do parto humanizado. Revista
Científica de Enfermagem. São Paulo. v. 10, n. 29, p. 180-188, 2020.Disponível
em:https://dspace.uniceplac.edu.br/bitstream/123456789/305/1/Cleidiana_Moreira_0
001570_Marilucia_Priscilla_0001800. Acesso em: 30 set. 2022.

Ministério da Saúde (BR), Secretaria Executiva. Humanização do parto: humanização


no pré-natal e nascimento. Brasília: Ministério da Saúde; 2002. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/parto.pdf. Acesso em: 15 set. 2022.

SILVA, Andressa Ferreira, et al. Atuação do enfermeiro obstetra na assistência ao


parto: saberes e práticas humanizadas. Brazilian Journal of Surgery and Clinical
Research. v. 23, n. 3, p. 87-93, 2018. Disponível em:
https://www.mastereditora.com.br/periodico/20180805_111247.pdf. Acesso em: 30
set. 2022.

BORGES, Lareisy et al . Percepción de mujeres sobre el cuidado humanizado de


enfermería durante la atención en el parto. Rev Cubana Enfermer, Ciudad de la
Habana , v. 37, n. 2, e4009, jun. 2021 . Disponible en
<http://scielo.sld.cu/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0864-
03192021000200018&lng=es&nrm=iso>. accedido en 09 abr. 2023. Epub 01-Jun-
2021.

SILVA EA, Pereira AMM, Dantas SLC, Soares PRAL, Melo LPT, Costa N, et al.
Conhecimento de puérperas sobre boas práticas em centro de
parto.RevenfermUFPEonline.2021;14:e246029

ROCHA EPG, Moura NAS, Albuquerque GPM, et al. Tecnologias do cuidado


na assistência ao parto normal: práticas de enfermeiros e médicos obstetras.
Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro. 2021;11:e4218.

RITTER, S. K.; GONÇALVES, A. DE C.; GOUVEIA, H. G.. Práticas assistenciais em


partos de risco habitual assistidos por enfermeiras obstétricas. Acta Paulista de
Enfermagem, v. 33, n. Acta paul. enferm., 2020 33, p. eAPE20180284., 2020.

ALVARES, A. S. et al.. Humanized practices of obstetric nurses: contributions in


maternal welfare. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, n. Rev. Bras. Enferm.,
2018 71 suppl 6, p. 2620–2627, 2018.
22

SILVA, T. P. R. DA . et al.. Obstetric Nursing in best practices of labor and delivery


care. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 72, n. Rev. Bras. Enferm., 2019 72 suppl
3, p. 235–242, dez. 2019.

Você também pode gostar