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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO

CURSO DE ENFERMAGEM

ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER ASSISTENCIA


GINECOLOGICA

ITU
2019
Cristhiane Brenda Lopes dos Reis – 17533651
Fernanda Palma – 17175887
Evillevina Maria Moura Melo - 17864372
Isaac Natã de Moura Silva- 17284414
Jackson Renan Candido - 17304199
Raiane Caroline Peres – 17175089

ENFERMAGEM NA SAÚDE DA MULHER ASSISTENCIA


GINECOLOGICA
PARTO HUMANIZADO

Trabalho apresentado ao Centro


Universitário Nossa Senhora do Patrocínio -
CEUNSP, como requisito parcial para
obtenção de nota (A2) da Disciplina de
Enfermagem na saúde da mulher
assistência ginecológica.

ITU
2019
Sumário
INTRODUÇÃO 4
O que é parto humanizado? 5
PORTARIA Nº 569, DE 1º DE JUNHO DE 2000 6
DIRETRIZES DA HUMANIZAÇÃO NO PARTO. 7
Os desafios a serem vencidos em relação ao parto humanizado. 12
Papel do enfermeiro no parto humanizado 13
Importância do pré-natal 15
INDICE DE CESARIAS E PARTOS NORMAIS 17
Conclusão 18
Referencias 19
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INTRODUÇÃO

Avaliando á historia do parto antes dos hospitais, eram feitos em casa de


forma natural no tempo da mãe e do bebê. Quando esse processo foi levado ao
hospital veio com ele a pratica de acelerar o processo natural, muitas vezes sem
necessidade, com assistência medicalizada, cessaria, fórceps, episiotomia. E de
certa forma criou a tendência de padronização de parto, acreditando que para uma
grande maioria das mulheres o processo seria igual.

Na humanização acredita na fisiologia do parto, ou seja, no processo natural


mesmo sem desacreditar das intervenções se necessário. Tem um cuidado
personalizado, cada mulher reagindo de uma maneira, respeitando seus limites suas
preferencias e o tempo do bebê.

O Ministério da Saúde por meio da Portaria MS/GM nº 569, de 1° de junho de


2000, instituiu o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN)
estabelecendo como objetivo primordial “assegurar a melhoria do acesso, da
cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da assistência ao parto e
puerpério às gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de
cidadania”. Considera-se de fundamental importância para a humanização do parto
o preparo adequado da gestante para o momento do nascimento, devendo este
processo ser iniciado precocemente ainda durante o pré-natal. Além dos aspectos
técnicos, tal processo envolve também o acolhimento da mulher e de seu
companheiro no serviço de saúde, incluindo o fornecimento de informações, bem
como o preparo físico e psíquico da mulher, além de visitas à maternidade para
conhecer suas instalações físicas, seu corpo técnico e os procedimentos rotineiros.
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O que é parto humanizado?

Ao longo do tempo, o ato de parir sofreu muitas mudanças. Mulheres


antigamente tinham seus filhos com ajuda de parteiras em seus domicílios e que a
presença de um médico só era solicitada diante de alguma intercorrência.
Gradativamente esse cenário foi mudando e se tornando cada vez mais
medicalizado. Com o desenvolvimento das ciências médicas e os avanços técnicos-
científicos a gestação é o nascimento tornaram-se eventos hospitalares, utilizando
meios mais cirúrgico e tecnológicos.

Com o aumento dessas intervenções, o cuidado com a parturiente ficou


desqualificado, onde esta acaba indo para a internação, recebe poucas informações
sobre procedimentos dos quais será submetida e permanece só ao longo do
trabalho de parto além de ter sua privacidade invadida.

Diante disso a OMS, juntamente com o Ministério da Saúde tem proposto


mudanças que enfatizam o cuidado prestado a mulher, incluindo o parto natural.

A humanização é uma das diferente ações que integram a Política Nacional


de Humanização (PNH), desenvolvida pela OMS com o objetivo de dar um
atendimento mais humanizado aos usuários do SUS, diminuindo o número de
Cesárias e mortes maternas. Em 2.000 foi constituído o Programa de Humanização
e Pré Natal e Nascimento (PHPN) com intuito de qualificar a atenção ao pré natal,
que abrange o acesso e cobertura, que visa aprimorar a atenção dos processos
parturitivos e puerperal.

Segundo o PHPN, a humanização compreende o acolhimento digno a mulher-


bebê-família sob condutas éticas e solidárias. Também traz recomendações de
práticas clínicas e abordagens terapêuticas, baseando-se em conhecimentos
científicos e a inserção de um acompanhante de livre escolha da mulher. Com tudo
vemos que a humanização da assistência tem um papel importantíssimo, para o
parto seja um momento único, vivenciado de forma positiva e enriquecedora.

Na atenção humanizada ao parto, é fundamental um novo olhar, que abarca


uma experiência totalmente humana. Orientar, acolher, ouvir e criar um vínculo no
cuidado às mulheres são aspectos fundamentais e de suma importância.

O conceito humanização é um conjunto de práticas e condutas que buscam


readequar o processo do parto menos medicalizados, com conhecimentos pautados
no desenvolvimento saudável do parto ao nascimento, valorizando as mulheres e
respeitando suas individualidades e singuralidades.
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PORTARIA Nº 569, DE 1º DE JUNHO DE 2000

O Ministério da Saúde, preocupado em melhorar o atendimento e a relação


interpessoal entre os profissionais de saúde e os pacientes, assinou, a Portaria 569
de 1º de junho de 2000 instituída no programa de saúde. Esta iniciativa garante á
parturiente e ao recém-nascido o direito a um atendimento digno.

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento fundamenta-se nos


preceitos de que a humanização da Assistência Obstétrica e Neonatal é condição
primeira para o adequado acompanhamento do parto e do puerpério. A
humanização compreende pelo menos dois aspectos fundamentais. O primeiro diz
respeito à convicção de que é dever das unidades de saúde receber com dignidade
a mulher, seus familiares e o recém-nascido. Isto requer atitude ética e solidária por
parte dos profissionais de saúde e a organização da instituição de modo a criar um
ambiente acolhedor e a instituir rotinas hospitalares que rompam com o tradicional
isolamento imposto à mulher.

O outro se refere à adoção de medidas e procedimentos sabidamente


benéficos para o acompanhamento do parto e do nascimento, evitando práticas
intervencionistas desnecessárias, que embora tradicionalmente realizadas não
beneficiam a mulher nem o recém-nascido, e que com frequência acarretam maiores
riscos para ambos.
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DIRETRIZES DA HUMANIZAÇÃO NO PARTO.

Informações e comunicação

Mulheres em trabalho de parto devem ser tratadas com respeito, ter acesso
às informações baseadas em evidências e serem incluídas na tomada de decisões.
Para isso, os profissionais que as atendem deverão estabelecer uma relação de
confiança com as mesmas, perguntando-lhes sobre seus desejos e expectativas.
Devem estar conscientes da importância de sua atitude, do tom de voz e das
próprias palavras usadas, bem como a forma como os cuidados são prestados.
Durante o pré-natal informar as mulheres sobre os seguintes assuntos:

- riscos e benefícios das diversas práticas e intervenções durante o trabalho de parto


e parto (uso de ocitocina, jejum,episiotomia, analgesia farmacológica, etc.);

- a necessidade de escolha de um acompanhante pela mulher para o apoio durante


o parto. Este acompanhante deve receber as informações importantes no mesmo
momento que a mulher;

- estratégias de controle da dor e métodos disponíveis na unidade, descrevendo os


riscos e benefícios de cada método (farmacológicos e não farmacológicos);

- organização e indicadores assistenciais do local de atenção ao parto, limitações


(física, recursos disponíveis) relativos à unidade, bem como disponibilidade de
certos métodos e técnicas, como as salas de parto humanizado com cadeiras tipo
balanço, puff, poltrona e mesa de parto tipo PPP (trabalho de parto, parto e
puerpério);

- os diferentes estágios do parto e as práticas utilizadas pela equipe para auxiliar as


mulheres em escolhas bem informadas.

Estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da dor no trabalho de


parto

Sempre que possível deve ser oferecido à mulher a imersão em água para
alívio da dor no trabalho de parto.
Se uma mulher escolher técnicas de massagem durante o trabalho de parto que
tenham sido ensinadas aos seus acompanhantes, ela deve ser apoiada em sua
escolha.
A hipnose pode ser oferecida às mulheres que desejarem usar essa técnica
durante o trabalho de parto, se houver profissional habilitado para tal.
A acupuntura pode ser oferecida às mulheres que desejarem usar essa técnica
durante o trabalho de parto, se houver profissional habilitado e disponível para tal.
Apoiar que sejam tocadas as músicas de escolha da mulher durante o trabalho de
parto.
Os métodos não farmacológicos de alívio da dor devem ser oferecidos à
mulher antes da utilização de métodos farmacológicos.
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OMS ATITUDES DOS PROFISSIONAIS NA ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA E


DIREITOS DAS MULHERES
A OMS (2000) preconiza algumas atitudes por parte dos profissionais na
assistência obstétrica e ressalta também os direitos da mulher para um parto
humanizado com base nesses direitos.

Entre as atitudes estão:

 Respeitar a vontade da mulher em ter um acompanhante de sua escolha


durante o trabalho de parto e o parto;
 Monitorar o bem-estar físico e emocional, durante todo o processo de
atendimento;
 Responder às informações e explicações solicitadas;
 Permitir a mulher que ela caminhe durante o período de dilatação e adote a
posição que desejar no momento da expulsão;
 Orientar e oferecer métodos de alivio da dor durante o trabalho de parto,
como: massagens, banho morno e outras técnicas de relaxamento;
 Orientar quanto a melhor posição para ela no momento da expulsão fetal.
 Permitir o contato pele a pele entre a mãe e o bebê e o início do aleitamento.
 Em relação especifica após serviços: possuir normas de procedimentos e
monitorar a evolução do parto pelo partograma, oferecer alojamento conjunto
e estimular o aleitamento materno.

Partograma: Anunciado pelo Ministério da Saúde (MS) como uma das


medidas de estímulo ao parto normal, O partograma é uma representação
gráfica da evolução do trabalho de parto. Com versões diferenciadas, ele
registra, principalmente, a frequência das contrações uterinas, os batimentos
cardíacos fetais e a dilatação cervical materna. “Com estes registros o médico
consegue avaliar se o trabalho de parto está dentro dos padrões considerados
normais.

Quanto aos direitos da mulher:

 Estar acompanhada durante o trabalho de parto e o parto, por alguém de sua


escolha;
 Conhecer a identidade do profissional;
 Ser informada pelos profissionais sobre os procedimentos que serão
realizados com ela e o bebê;
 Receber líquidos e alimentos durante o trabalho de parto, sem excessos;
 Caminhar e fazer movimentos durante o trabalho de parto;
 Receber massagens ou outras técnicas relaxantes;
 Tomar banhos mornos;
 Adotar a posição que desejar no momento da expulsão;
 Receber o bebê para aleitamento materno.
 Ser chamada pelo nome;
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A OMS recomenda ainda que procedimentos que já são considerados danosos


ou ineficazes, como: tricotomias, enemas, cateterismos, jejum, ruptura precoce de
membranas e monitorização eletrônica fetal não sejam feitos rotineiramente.
Cabe salientar que humanização não é meramente cumprir normas, regras ou
realizar procedimentos.

OMS NOVAS DIRETRIZES 2018

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou em 15 de Janeiro de 2018,


novas diretrizes sobre padrões globais de atendimento às mulheres grávidas, com o
objetivo de reduzir o uso desnecessário de algumas intervenções médicas como, por
exemplo, a cesárea.

“Queremos que as mulheres deem à luz em um ambiente seguro, com


profissionais qualificados e em unidades bem equipadas. No entanto, a crescente
‘medicalização’ de processos normais de parto estão minando a capacidade das
mulheres de dar à luz, e afetando negativamente sua experiência de parto”, disse
Nothemba Simelela, diretora-geral assistente para família, mulheres, crianças e
adolescentes da OMS.

Globalmente, estimados 140 milhões de partos acontecem a cada ano, e a


maior parte deles ocorre sem complicações para mulheres e bebês.

No entanto, de acordo com a OMS, nos últimos 20 anos, os profissionais de


saúde ampliaram o uso de intervenções que eram anteriormente usadas apenas
para evitar riscos ou tratar complicações, tais como a aplicação de oxitosina para
acelerar o trabalho de parto e as cesarianas. Estudos mostram que uma proporção
substantiva de grávidas saudáveis passa por ao menos uma intervenção clínica
durante o trabalho de parto.

“Se o parto está ocorrendo normalmente, e as mulheres e seus bebês estão


em boas condições, não precisam receber intervenções adicionais para acelerar o
processo”, disse Simelela.

Com base em 56 recomendações baseadas em evidências, as novas


diretrizes incluem ter uma companhia à sua escolha durante o trabalho de parto e o
nascimento da criança; receber atendimento respeitoso e acesso a boa
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comunicação com os profissionais de saúde; manter privacidade e


confidencialidade; e ter autonomia decisória sobre a gestão da dor, posições, entre
outras.

Reconhecendo que cada parto e nascimento é único e que sua duração varia
entre as mulheres, as diretrizes afirmam que o padrão anterior para dilatação
cervical de 1 cm/hora durante o primeiro estágio ativo do parto pode ser “irrealista”
para algumas mulheres, sendo impreciso em identificar mulheres em risco de
resultados adversos nocivos.

As diretrizes enfatizam que uma dilatação cervical mais lenta sozinha não
pode ser uma indicação para a intervenção no sentido de acelerar o parto.

Além disso, enquanto a maior parte das mulheres quer parto natural, elas
também reconhecem que o parto pode ser imprevisível e arriscado e que o
monitoramento constante e, às vezes, intervenções médicas, podem ser
necessários.

Quando uma intervenção médica é demandada ou necessária, “a inclusão


das mulheres na tomada de decisões sobre o atendimento que recebem é
importante para garantir que atinjam o objetivo de uma boa experiência de parto”,
disse Ian Askew, chefe do departamento de saúde reprodutiva e pesquisa da OMS.

A agência da ONU também afirmou que uma vez que mais mulheres dão à
luz em centros de saúde com profissionais qualificados, elas merecem um
atendimento de qualidade.

Estimativas mostram que cerca de 830 mulheres morrem na gravidez ou em


complicações no parto no mundo todos os dias, sendo que a maioria dessas mortes
poderia ser evitada com atendimento de saúde qualificado.

Além disso, atendimento desrespeitoso e não digno é frequente em muitas


unidades de saúde, violando os direitos humanos e impedindo que as mulheres
acessem serviços de saúde durante o parto. Em muitas partes do mundo, os planos
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de saúde controlam o processo de parto, além de expôr a saúde da mulher a


intervenções médicas que interferem no processo natural.

“Para atingir o melhor resultado físico, emocional e psicológico para as


mulheres e seus bebês, é necessário um modelo de cuidado no qual os sistemas de
saúde empoderem todas as mulheres para acessar cuidados que foquem na criança
e na mãe”, disse a OMS.
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Os desafios a serem vencidos em relação ao parto humanizado.

Hoje temos uma dificuldade quando o assunto é parto humanizado, tanto pela
gestante como pelos familiares.

Quando tocamos este assunto surge o medo entre as mulheres por conta do
perigo das complicações maternas ou fetais durante a gravidez e o trabalho de
parto.

Existe a dificuldade também com os profissionais que precisão ampliar sua


visão humana é imprescindível ao bom exercício profissional. Pois o grande desafio
para todos os profissionais que prestam assistência a parturientes e o de minimizar
o sofrimento, tornando a vivencia do trabalho de parto uma experiência de
crescimento e realização para mulher e sua família.

O trabalho de parto é um processo de intensas sensações físicas, emocionais


e psíquicas no qual a mulher esta mais voltada para si e para a percepção do seu
corpo.

Deste modo a conduta profissional deve enfocar na relação interpessoal e no


acolhimento centrado nas necessidades da parturiente diante.

Uma das grandes barreiras a humanização e a existência de uma hierarquia


entre os profissionais as mulheres .

As mulheres dificilmente são esclarecidas e convidadas a participar das


decisões em relação ao parto e as condutas .

Geralmente não e passado para as gestantes sobre os procedimento,


explicado que parto humanizado não é um procedimento indolor, mas que toda esta
dor pode ser amenizada, através de posições mais cômodas, massagens, duchas,
hidromassagem, deambulação, exercícios com a bola, analgesia e muitos outros.

Na realidade Brasileira segundo Pinheiro, Brittar o numero de mulheres que


não são orientadas sobre o alivio da dor e do desconforto ou que foram orientadas
apenas parcialmente é muito grande.

Dificultando mais ainda a realização do parto humanizado, tendo em conta


que temos que quebrar este tabu de que pode oferecer mais perigo para a gestante
e o feto, sendo que para se ter um parto humanizado precisa de todo
acompanhamento correto para saber sobre algum problema que possa ter, ou
alguma infecção que a mãe possa estar passando para o feto através do parto
normal.

E com a liberação da cesariana sem que seja exigida pelo médico, abre ainda
mais portas para que haja escolhas entre uma e outra.
13

Papel do enfermeiro no parto humanizado

É fundamental e insubstituível a importância dos Enfermeiros Obstetras no


cenário do parto humanizado. Pois eles adotam uma postura empática e equânime,
de maneira integral e individualizada, a partir do reconhecimento do processo natural
do “parir e nascer”. O cuidado dos enfermeiros demanda de dinamismo, para que os
saberes da mulher sejam incorporados ao conhecimento científico e sua autonomia
seja preservada. O que reflete na redução da ansiedade da parturiente,
proporcionando-lhes mais coragem, conforto e segurança.

A atuação do enfermeiro na assistência à mulher no processo de parturição,


atualmente, é considerada como uma possibilidade para a redução da
morbimortalidade materna e perinatal. Com essa assistência, poderá diminuir as
ações intervencionistas do tipo cesarianas, muitas vezes desnecessárias.

Tais prerrogativas levaram o Ministério da Saúde a tomar medidas para


alcançar esse objetivo, criando a portaria n.º 163/98, que introduz no SIH/SUS a
remuneração da assistência ao parto realizado por enfermeiro obstetra e limitação
de valores pagos para o parto cesariano, visando incentivar o parto normal
humanizado e reduzir o número de partos cirúrgicos.

Atualmente, as perspectivas para o enfermeiro conquistar no âmbito da


obstetrícia, seu espaço profissional, de forma ética e legal, aumentou, com a
Resolução do MS/COFEN – 223/99, que dispõe sobre a atuação de enfermeiros na
assistência à mulher no ciclo gravídico puerperal, ficando assim sua competência:

• realização do parto normal sem distócia;

• assistência à gestante, parturiente e puérpera;

• acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;

• execução e assistência obstétrica em situação de emergência;

• assistência à parturiente e ao parto normal;

• identificação das distócias obstétricas e tomada de todas as providências


necessárias, até a chegada do médico, devendo intervir, de conformidade com sua
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capacitação técnica – científica, adotando os procedimentos que entender


imprescindíveis, para garantir a segurança do binômio mãe /filho;

• realização de episiotomia, episiorrafia e aplicação de anestesia local, quando


couber;

• emissão do Laudo de Enfermagem para Autorização de Internação Hospitalar,


constante do anexo da Portaria SAS/MS – 163/98, acompanhamento da cliente sob
seus cuidados, da internação até à alta.
15

Importância do pré-natal

O pré-natal é de grande importância em qualquer que seja a gestação, a


realização do pré-natal representa papel fundamental na prevenção e/ou detecção
precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento
saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante. Informações sobre as
diferentes vivências devem ser trocadas entre as mulheres e os profissionais de
saúde. Essa possibilidade de intercâmbio de experiências e conhecimentos é
considerada a melhor forma de promover a compreensão do processo de gestação.

Deverão ser fornecidos pelo serviço de saúde:

É de responsabilidade do serviço de saúde disponibilizar o cartão da gestante


com a identificação preenchida e orientação sobre o mesmo,
o calendário de vacinas e suas orientações,
a solicitação de exames de rotina,
as orientações sobre a sua participação nas atividades educativas – reuniões em
grupo e visitas domiciliares,
o agendamento de consulta médica para pesquisa de fatores de risco.

Vantagens do pré-natal:

É de suma importância que as gestantes tenham conhecimento sobre a


importância do pré-natal, e quanto mais rápido se iniciar melhor para identificar e
prevenir patologias.

Permite identificar doenças que já estavam presentes no organismo, porém,


evoluindo de forma silenciosa, como a hipertensão arterial, diabetes, doenças do
coração, anemias, sífilis. Seu diagnóstico permite medidas de tratamento que evitam
maior prejuízo à mulher, não só durante a gestação, mas por toda sua vida.
Assim como ajuda a detecta problemas fetais, como más formações. Algumas
delas, em fases iniciais, permitem o tratamento intraútero que proporciona ao recém-
nascido uma vida normal.
Possibilita avalia aspectos relativos à placenta, possibilitando tratamento adequado.
Sua localização inadequada pode provocar graves hemorragias com sérios riscos
maternos;
E identifica precocemente a pré-eclâmpsia, que se caracteriza por elevação
da pressão arterial, comprometimento da função renal e cerebral, ocasionando
convulsões e coma. Esta patologia constitui uma das principais causas de
mortalidade no Brasil.
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Principais objetivos:

O pré-natal tem como principal objetivo preparar a mulher para a


maternidade, trazendo informações educativas sobre o parto e o cuidado da criança
(puericultura); assim também como fornecer orientações essenciais sobre hábitos de
vida e higiene pré-natal. Orientar sobre a manutenção do estado nutricional
apropriado, sobre o uso de medicações que possam afetar o feto ou o parto ou
medidas que possam prejudicar o feto. Tratar das manifestações físicas próprias da
gravidez e de doenças existentes, que de alguma forma interfiram no bom
andamento da gravidez, fazer prevenção, diagnóstico precoce e tratamento de
doenças próprias da gestação ou que sejam intercorrências previsíveis dela;
Dar apoio e orientar psicologicamente a gestante para o enfrentamento da
maternidade. Nas consultas médicas, o profissional deverá orientar a paciente com
relação à dieta, higiene, sono, hábito intestinal, exercícios, vestuário, recreação,
sexualidade, hábitos de fumo, álcool, drogas e outras eventuais orientações que se
façam necessárias.

A assistência ao pré-natal é o primeiro passo para parto e nascimento


humanizados e pressupõe a relação de respeito que os profissionais de saúde
estabelecem com as mulheres durante o processo de parturição e, compreende o
parto como um processo natural e fisiológico que, normalmente, quando bem
conduzido, não precisa de condutas intervencionistas, respeito aos sentimentos,
emoções, necessidades e valores culturais, disposição dos profissionais para ajudar
a mulher a diminuir a ansiedade e a insegurança, assim como o medo do parto, da
solidão, da dor, do ambiente hospitalar, de o bebê nascer com problemas e outros
temores. Também de muita importância a promoção e manutenção do bem-estar
físico e emocional ao longo do processo da gestação, parto e
nascimento, informação e orientação permanente à parturiente sobre a evolução do
trabalho de parto, reconhecendo o papel principal da mulher nesse processo, até
mesmo aceitando a sua recusa a condutas que lhe causem constrangimento ou dor.

Assim como respeitar o espaço e apoio para a presença de um(a)


acompanhante que a parturiente deseje. E sempre se lembrar do direito da mulher
na escolha do local de nascimento e corresponsabilidade dos profissionais para
garantir o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde.
17

INDICE DE CESARIAS E PARTOS NORMAIS

Em 2017, foram realizados 2,7 milhões de partos no país. Considerando


apenas partos nos serviços de saúde públicos, o número de partos normais é maior,
sendo 58,1% e 41,9% de cesarianas.

O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de cesarianas.


Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em até 15% a
proporção recomendada, no Brasil esse percentual chega a 57%. Grande parte
dessas cesarianas é feita de forma eletiva, sem fatores de risco que justifiquem a
cirurgia,

Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) referentes


aos nascimentos em 2016 apontam que 55,4% do total de nascidos vivos no Brasil o
foram por meio de cesárea. Entre os estados com maiores índices, estão Goiás
(67%), Espírito Santo (67%), Rondônia (66%), Paraná (63%) e Rio Grande do Sul
(63%).

Dos partos realizados na rede pública de saúde, 40% ocorrem por meio de
cesarianas. Já na rede particular esse índice chega a 84%, variando de acordo com
a região. Para Roseli, esse diagnóstico deveria guiar governos e associações
médicas nas ações para redução desse tipo de cirurgia. Os dados foram publicados
pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
18

Conclusão

Gerar e dar à luz a um outro ser, é um processo doloroso, longo e para algumas
mulheres traumático. E ainda nos tempos de hoje algumas mulheres contam
histórias de partos sofridos e extremamente traumáticos.

Com os conhecimentos científicos foi aumentando também a padronização dos


partos e tirando da mulher a autonomia de escolher como passaria por tudo isso.

Concluímos que o parto humanizado nada mais é do que a autonomia total da


mulher de escolher que as coisas aconteçam conforme a sua fisiologia, no seu
tempo, com seus limites. Mesmo sabendo que muita das vezes será necessário
intervenções, a mulher tem o direito de escolha. Fazer desse momento algo
inesquecível, porém de uma forma doce e conforme o seu desejo.
19

Referencias

http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2015/01/gfjghj

Acesso: 13/09/2019

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAUDE, Direitos das gestantes.2000.

Acesso: 13/09/2019

HUMANIZAÇÃO DO PARTO, humanização no pré-natal e nascimento. Brasília -DF


2002.

Acesso: 13/09/2019

https://nacoesunidas.org/oms-publica-novas-diretrizes-para-reduzir-intervencoes-
medicas-desnecessarias-no-parto/

Acesso: 13/09/2019

Vídeo OMS: https://youtu.be/zAVnWLiJm6Q Acesso: 13/09/2019

Acesso: 13/09/2019

Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal – Brasília DF 2017

Acesso: 13/09/2019

Vídeo parto:https://www.youtube.com/watch?v=7Y0yz-WzOFc&t=1s Acesso:


18/09/2019

FACULDADE IDE, O papel do enfermeiro no parto humanizado, disponível em:


https://www.faculdadeide.edu.br/blog/o-papel-do-enfermeiro-no-parto-humanizado/,
acessado em 26/09/2019 AS 19:10;

FACULDADE UNIJIPA, IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PARTO


HUMANIZADO, DISPONIVEL EM:
https://pos.unijipa.edu.br/documentos/revista_ed_10/6.%20IMPORT%C3%82NCIA%
20DO%20ENFERMEIRO%20NO%20PARTO%20HUMANIZADO.pdf, ACESSADO
EM 26/09/2019 AS 19:34;

ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NA ASSISTÊNCIA À MULHER NO PROCESSO

DE PARTURIÇÃO, DISPONIVEL EM:


http://www.scielo.br/pdf/tce/v13n3/a06v13n03.pdf, ACESSADO EM 26/09/2019 AS
19:55;
20

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM, RESOLUÇÃO COFEN-223/1999,


DISPONIVEL EM: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-2231999_4266.html,
acessado em 26/09/2019 as 20:30.

http://www.redehumanizasus.net/sites/default/files/caderno_humanizasus_v4_human
izacao_parto.pdf

https://www.scielosp.org/article/rpsp/2015.v37n3/140-147/

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