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de Enfermagem no
Trabalho de Parto
Humanizado-120h.
PRÉ – NATAL HUMANIZADO: ESTRATÉGIAS DE ENFERMAGEM NA PREPRAÇÃO
PARA O PARTO ATIVO
PALAVRAS- CHAVE: pré-natal, humanização, educação em saúde, preparo para o parto, enfermagem
obstétrica, dor do parto, trabalho de parto.
DESENVOLVIMENTO
O objetivo principal da atenção pré-natal é acolher a mulher desde o início do período
gravídico, garantindo-lhe, no fim da gestação, o bem-estar materno e neonatal (Ministério da Saúde,
2006).Uma atenção pré-natal humanizada e de qualidade dá-se por meio de incorporação de condutas
acolhedoras e sem intervenções desnecessárias, do fácil acesso aos serviços de saúde de qualidade,
com ações que integrem todos os níveis da atenção: promoção e assistência à saúde da gestante e do
recém- nascido, desde o atendimento ambulatorial básico até o hospitalar para alto risco (Ministério da
Saúde, 2006).
O preparo da gestante para o parto normal, dentro de um modelo humanístico, é uma prática
quase inexistente nos serviços de atendimento pré-natal, apesar de sua prática ser recomendada e
sua importância comprovada por inúmeros trabalhos científicos (Franco et al., 2004).
O condicionamento físico e emocional para o parto e o autocontrole, trabalhados durante a
gestação, vão se tornar tão importantes quanto uma atenção médica de qualidade durante o pré-natal
(Franco et al.,2004).
O conceito de humanização da assistência ao parto pressupõe a relação de respeito que os
profissionais de saúde estabelecem com as mulheres durante o processo de parturição e compreende:
o parto como um processo natural e fisiológico, respeito aos sentimentos, emoções, necessidades e
valores culturais, disposição dos profissionais para ajudar a mulher a diminuir a ansiedade, a
insegurança e outros temores, promoção e manutenção do bem-estar físico e emocional ao longo do
processo da gestação, parto e nascimento, informação e orientação permanente à parturiente sobre a
evolução do trabalho de parto, espaço e apoio para a presença de um (a) acompanhante que a
parturiente deseje e direito da mulher na escolha do local de nascimento e corresponsabilidade dos
profissionais para garantir o acesso e a qualidade dos cuidados de saúde (Ministério da Saúde, 2000).
Muito tem se falado no meio profissional sobre melhor assistência pra se chegar ao parto
normal humanizado, usando as evidências científicas para o manejo adequado e fisiológico do parto
resgatando o protagonismo da mulher/parturiente (Franco et al.,2004).
O momento oportuno para estimular este processo de troca de informações é durante o
encontros de educação pré-natal e nas consultas pré-natais, deve ser feita no despertar do desejo de
ser mãe e durante a Assistência Pré-natal (Teixeira et al., 2010).
As atividades educativas (pelas quais as gestantes constituem o foco do processo de
aprendizagem a serem realizadas em grupo ou individualmente devem conter uma linguagem clara e
compreensível, a fim de promover orientações gerais sobre os cuidados na gestação, alterações
fisiológicas e emocionais, cuidados com o recém-nascido, amamentação e planejamento familiar,
assim como envolver o pai, respeitando a cultura e o saber popular para facilitar a participação ativa
no parto (Teixeira et al., 2010).
A promoção à saúde no pré-natal ocorre quando possibilitamos à mulher conhecimento sobre
seu corpo e compreensão das alterações ocorridas, atuando de forma mais consciente e positiva no
seu gestar (Teixeira et al., 2010).
É importante a realização de pré-natal que forneça as informações que a parturiente deve
receber durante o trabalho de parto e parto, pois no momento da internação as orientações dos
profissionais de saúde serão recebidas como reforço e não como uma nova informação. Do ponto de
vista obstétrico além do conhecimento fisiológico é necessário que a parteira tenha a arte de controlar
os aspectos emocionais. Para isso a gestante precisa também aprender sobre seu corpo e as
sequências de fenômenos naturais que no momento do parto ocorrerão, para poder receber com
confiança e segurança as orientações que irá receber (Sescato et al., 2008; Rezende, 1986).
O objetivo desta pesquisa é estudar a inserção da enfermagem no Pré-Natal na aplicação de
métodos de preparo para o parto visando à capacitação da mulher no processo da parturição.
MÉTODO
Trata-se de um estudo, descritivo com base em estudos teóricos, composto por artigos
indexados, de acordo com levantamentos do banco de dados. Foi considerado como critérios de
inclusão apresentar inter-relação com as palavras-chave escolhidas, disponibilidade na versão
completa por meio eletrônico ou impresso e aqueles que ofereciam contribuições para responder ao
objetivo do estudo.
REVISÃO DA LITERATURA
Uma atenção pré-natal e puerperal humanizada e qualificada dá-se por meio da incorporação
de condutas acolhedoras e sem desnecessárias intervenções, do acesso fácil aos serviços de saúde
com qualidade, com ações que integrem todos os níveis de atenção: promoção, prevenção e
assistência à saúde do recém-nascido e da gestante, desde o atendimento básico até o hospitalar
para alto risco (Ministério da Saúde, 2006; Ministério da Saúde, 2012)
Segundo Ministério da Saúde (2012), os 10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na
Atenção Básicas são:
1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª semana de gestação
(captação precoce).
2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à
atenção pré- natal.
3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização e avaliação em
termo oportuno do resultado dos exames preconizados no atendimento pré-natal.
4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus (suas) acompanhantes,
considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e culturais e não somente um
cuidado biológico: "rodas de
. gestantes".
5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o atendimento pré-natal,
quando necessário.
6° PASSO: É direito do (a) parceiro (a) ser cuidado (realização de consultas, exames e ter
acesso a informações) antes, durante e depois da gestação: "pré-natal do (a) parceiro (a)".
7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso seja necessário.
8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico, incluindo a
elaboração do "Plano de Parto".
9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o serviço de saúde
no qual irá dar à luz (vinculação).
É fundamental o início precoce do pré-natal para que haja assistência adequada e realização de
no mínimo 6 (seis) consultas, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo
preferencialmente uma no primeiro trimestre, duas no segundo e três no terceiro trimestre de
gestação, sendo que até 28ª semana – mensalmente, da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente, da
36ª até a 41ª semana – semanalmente (Ministério da Saúde, 2006; Ministério da Saúde, 2012).
Segundo Ministério da Saúde (2006;2012), assim que confirmada a gravidez
em consulta de enfermagem ou médica, inicia-se o acompanhamento da gestante, e os
principais componentes a serem verificados são: DUM (data da última menstruação),
cálculo da IG (idades gestacional), cálculo da DPP (data provável do parto), anamnese,
onde verifica-se regularidade dos ciclos, uso de anticoncepcionais, paridade,
intercorrências clínicas, obstétricas e cirúrgicas, detalhes de gestações prévias,
hospitalizações anteriores, uso de medicações, história prévia de doença sexualmente
transmissível, exposição ambiental ou ocupacional de risco, reações alérgicas, história
pessoal ou familiar de doenças hereditárias/malformações, gemelaridade anterior,
fatores socioeconômicos, atividade sexual, uso de tabaco, álcool ou outras drogas
lícitas ou ilícitas, história infecciosa prévia, vacinações prévias, história de violências.
No exame físico, os mais importantes componentes que precisam ser incluídos na
primeira visita pré-natal são os seguintes: peso, altura, pressão arterial, avaliação de
mucosas, da tireoide, das mamas, dos pulmões, do coração, do abdome e das
extremidades. No exame ginecológico/obstétrico, deve-se avaliar a genitália externa, a
vagina, o colo uterino e, no toque bidigital, o útero e os anexos.
Após a 12ª semana, deve-se medir a altura do fundo uterino. A ausculta fetal
será possível após a 10ª-12ª semana, com o sonar-doppler. Nas visitas subsequentes,
torna-se obrigatório medir a altura uterina, pesar a paciente, mensurar a pressão
arterial, verificar a presença de anemia de mucosas, a existência de edemas e
auscultar os batimentos cardíacos fetais. Deve-se avaliar o mamilo para lactação. A
definição da apresentação fetal deverá ser determinada por volta da 36ª semana. Os
fatores de risco levantados deverão ser identificados em destaque no Cartão da
Gestante, uma vez que tal procedimento contribui para alertar os profissionais de
saúde que realizam o acompanhamento pré-natal, o mesmo deve ser identificado e
preenchido como o nome completo da gestante, número do SISPRENATAL, número
do Cartão do Sus, nome do hospital de referência para o parto ou intercorrências .
Devem ser verificados também situação vacinal e orientação sobre a sua atualização,
caso seja necessário (São indispensáveis a solicitação de exames como: tipagem
sanguínea/fator Rh, sorologia para sífilis (VDRL), urina tipo I, urocultura, hemoglobina
(HB), hematócrito, coombs indireto (se for Rh negativo), teste rápido de triagem para
sífilis e/ou VDRL/RPR, teste rápido diagnóstico anti-HIV, glicemia de jejum, teste anti-
HIV, sorologia para hepatite B (HBsAg), sorologia para toxoplasmose (IgM e IgG),
ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a idade
gestacional, citopatológico de colo de útero (se necessário), exame da secreção
vaginal (se houver indicação clínica), parasitológico de fezes (se houver indicação
clínica), eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes
familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica . As condutas
e procedimentos que se seguem devem ser realizadas sistematicamente e avaliadas
em toda consulta e os achados e condutas devem ser anotados no cartão da gestante
e na ficha perinatal.
Segundo Hotelling (2004), existem algumas sugestões para educar e ter confiança no
parto normal. 1ª O trabalho começa em você, essa tarefa se trata das mudanças que
ocorrem no útero, feto, mãe e membranas nas últimas semanas de gestação, propósito:
demonstrar aos futuros pais as mudanças fisiológicas normais que não podem acontecer
se o trabalho de parto não começar por si próprio; 2º Liberdade de movimento durante o
trabalho de parto, propósito: utilidade das posições verticais no trabalho de parto e parto;
3º Suporte continuo no trabalho de parto, propósito: reforçar o aprendido sobre suporte
físico e emocional continuo; 4ª Não à intervenções de rotina, “A cascata de efeitos das
intervenções obstétricas”, propósito: demonstrar aos futuros pais como uma intervenção
aparentemente não-invasivo pode afetar aspectos físicos e emocionais do trabalho e, em
última instância, conduzir a um resultado inesperado. Discuta alternativas para essas
intervenções. Informar aos pais sobre o consentimento informado e recusa informada. 5º
Posições para o parto não-supinas, propósito: Demonstrar as melhor posições para se
parir. 6º Sem separação da mãe e do bebê com oportunidades ilimitadas para a
amamentação, propósito: Demonstrar a importância de mãe e bebê estarem juntos após o
nascimento a fim de aumentar a confiança na amamentação.
Quando se faz algum tipo de atividade física na gravidez poderá estar menos propensa a ter
dificuldades no trabalho de parto e parto, por isso os profissionais devem estimular as mulheres a
serem fisicamente ativas. O exercício físico aumenta as chances de um parto vaginal, e a escolaridade
elevada aumenta a adesão para esses exercícios. A utilização de um protocolo e ação
multiprofissional pode ser benéfica neste sentido (Davim et al., 2009, Silveira; Segre, 20012).
Parto Ativo
O Parto ativo nada mais é do que o parto ser conduzindo da forma fisiológica e onde os
instintos das mulheres são priorizados, onde a mulher reconquista o poder da parturição e o seu
preparo diminuirá a probabilidade de intercorrências na gestação, culminando em uma ótima condição
física (Balaskas, 2012).
O preparo para o parto ativo vai contra o modelo ocidental de assistência obstétrica, baseada
na suposição de que o parto é um evento médico, que deve estar presente a mais alta tecnologia.
Resgata a importância de se ter um nascimento espontâneo e tranquilo (Balaskas, 2012).
Tendo atitude ativa a mulher resgata seus instintos e consegue desenvolver uma atitude
mental nas diversas fazes do parto. Se uma mulher for deixada a sua própria mercê instintivamente
ela saberá o que fazer e como se comportar, usando toda sua forma de expressão e movimento para
se sentir mais confortável no seu trabalho. O parto ativo é melhor descrevendo as posições
verticalizadas sendo as mais ideais para se parir, tendo a seu favor a gravidade que coopera com as
contrações uterinas. Quando o útero se contrai ele se projeta para a frente estando na posição vertical
essa resistência será menor, minimizando também a dor. Na posição vertical a pressão sobre a cervix
uterina é maior na fase de repouso, a circulação placentária determina melhor suprimento de oxigênio
para o feto e há menor compressão dos nervos pélvicos e sem dúvidas promove um ângulo
conveniente da descida, existe menor pressão sobre as vertebras do pescoço do bebê enquanto
passa pelo arco púbico, favorece a dequitação e diminui a probabilidade de infecção (Balaskas, 2012).
É importante que a gestante conheça a anatomia feminina, e que seja explicado a ela a
evolução da gravidez, onde o conhecimento tanto da anatomia e fisiologia, trará capacidade de
entender os acontecimentos (Balaskas, 2012).
Incentivar exercícios de Yoga, que mistura exercício físico, respiratório e mental, que pretende
através deles alcançar o relaxamento físico e mental para enfrentar os desafios da gravidez e do parto.
A respiração, onde a respiração profunda é valorizada e se torna uma fonte concentração, conduzindo
a parturiente para o seu centro interior e realçando a presença de outro ser dentro de você. Em
conjunto com as outras técnicas a massagem é descrita como de grande valia na gravidez e no parto.
Ela pode ser intuitiva ou utilizando técnicas. O toque pode ser profundo ou deslizante com firmeza e
pressão, o calor produzido também amenizará a dor (Balaskas, 2012).
O trabalho de parto e parto é dividido em suas fases, explorando os acontecimentos corporais
e sentimentos expressos em cada etapa. Capacitando a mulher para entender e valorizar. O
entendimento sobre o início do trabalho de parto se dá de forma progressiva e pode começar de
diversas formas como a ruptura da membranas ou início das contrações fracas mais que são regulares
que se recomenda continuar com os afazeres e ou até mesmo dormir e descansar para estar
preparada para as contrações mais dolorosas (Balaskas, 2012).
Com intensificação das contrações sua atenção será mais exigida e poderão haver mudanças
no estado de consciência normal. O parto é uma experiência emocional muito profunda que envolve
uma regressão aos sentimentos mais básicos e primitivos, “O útero é o palco das suas mais profundas
emoções”. A dica é se render ao processo, se desligar e deixar acontecer e deixar que o corpo tenha o
controle (Balaskas, 2012).
Muitas sensações são vistas no trabalho de parto como agonia, êxtase, desespero e
debilidade e também determinação, vitalidade, energia e força. Com misto de emoções é natural que
as parturientes sintam náuseas, vômitos e diarreia que nada mais é o corpo se livrando das tensões e
isto trará um alívio e que pode significar um progressão na dilatação (Balaskas, 2012).
A dor é caracterizada como agudas e não pulsantes ou persistentes e a grande parte dessa
dor se dá pelo motivo de se permanecer muito tempo deitada. Outras posições devem ser estimuladas
como ficar de pé, ajoelhada, de cócoras ou sentada, para que o corpo produza os hormônios do parto
a mulher se sinta segura, relaxada, desinibida e livre. A presença de uma pessoa não desejada pode
impedir esta produção (Balaskas, 2012).
Em alguns momentos a mulher precisará de privacidade mas mantendo alguém por perto caso
ela precise. No período da dilatação a mudança da consciência acontece, e as necessidades da
mulher são pouca luminosidade, para se ter o mínimo de estímulo e um fundo musical pode ser
adicionado. Todos estas técnicas são utilizadas para relaxamento, pois se houver ansiedade e medo a
dor intensificará e através destes métodos elas se tornam suportáveis e até mesmo agradáveis.
“Quando se permanece ativa durante o trabalho de parto, quando o local coopera e quando as
pessoas são habilitadas, sensíveis e prestativas, a dor se torna muito mais suportável”, e os benefícios
de vivenciar este momento sem a utilização de alguma droga, serão um bebê, atento, saudável e
vigoroso e sem nenhum tipo de prejuízo, o que facilitará o primeiro convívio entre mãe e bebê
(Balaskas, 2012).
Entre eles podemos mencionar o banho de chuveiro, que em um estudo realizado em uma
maternidade de Natal em 2008, onde a ocitocina foi administrada em 81% das mulheres e apenas
15% não receberam qualquer medicação o uso do chuveiro foi efetivo no alívio da dor, neste a
parturiente era convidada e orientada a ficar no banho em temperatura ambiente o quanto desejasse
(Davim et al., 2009).
Para realizar a medida da dor foi usada a EAV (Escala analógica digital) que consiste em uma linha de
10 cm onde o indivíduo deve assinalar uma intensidade de dor que corresponda entre as extremidades
da linha. Outra estratégia a da respiração, onde é orientado uma respiração lenta e profunda, com o
exemplo de se cheirar uma flor na inspiração e apagar uma vela na expiração. No relaxamento muscular
a parturiente é orientada a soltar braços e pernas até o momento em que a contração cessasse.
Na massagem lombossacral a acompanhante coloca sua mão esquerda espalmada sobre a
projeção do fundo uterino da parturiente e a mão direita espalmada sobre a região lombossacral, com
movimentos circulares até a cessação da contração. A respiração, relaxamento e massagem podem
ser usada de maneira combinadas e o banho de chuveiro de forma isolada . Outros cuidados podem
tem efeito semelhante como estar ao lado, demostrar interesse, segurar a mão e enxugar a testa que
seria a estratégia do suporte contínuo (Davim et al., 2009, Davim et al., 2008).
Algumas ações e intervenções podem ser usados pelos enfermeiros em seus locais de trabalho
para desenvolver o preparo da gestante durante o pré-natal para chegar no momento do parto,
confiante em sua capacidade natural e fisiológica de parir (Nakano et al., 2010).
Observou-se que para a assistência Pré-natal humanizada, com o objetivo de capacitação da
mulher no processo de parturição, é indispensável o acolhimento, preparo técnico e científico da
enfermeira (o) e equipe de enfermagem de forma a criar vínculo e esclarecer dúvidas desde a primeira
consulta até o puerpério, abordando todos os assuntos que envolvam as alterações anatômicas,
fisiológicas, psicológicas e familiar. Usando a educação em saúde como facilitadora de produção de
conhecimentos e autonomia para a mulher, tornando a experiência da gestação, trabalho de parto,
parto e puerpério como processo fisiológico, colocando-a como protagonista durante todo o processo.
Roteiro de estudo
Para que você, possa melhor aproveitar o conhecimento aqui enfocado, siga o que
apontamos:
Visão Holística
da Saúde
1. Faça a leitura do tema;
2. Em seguida pesquise mais sobre o tema em outros canais de mídia de acordo com
as orientações em hipertexto, assim, terá maior aprofundamento;
6. Você pode também consultar o glossário que está na parte final deste material.
Estatuto da Criança
e do Adolescente
Crescimento e desenvolvimento
do adolescente normal
=
Princípios
Nutrição aplicada
=
Técnicas Competência
Habilidade
1. Puericultura
4. Nutrição aplicada
Evidência de aprendizado
1 Puericultura 13
1. 1 Planejamento da concepção 14
1. 2 Avaliação pré-concepcional 15
1. 3 Atenção ao pré-natal (concepção) 17
2 Desenvolvimento intra-uterino 19
2. 1 O ambiente fetal 20
2. 2 Alterações genéticas e ambientais 20
2. 3 Avaliação da vitalidade fetal 21
3. Ações no pré-natal 23
3. 1 Cálculo da idade gestacional (IG) 23
3. 2 Cálculo da data provável do parto (DPP) 24
3. 3 Avaliação do estado nutricional
e ganho de peso durante a gestação 24
6 AIDPI 34
6. 1 Alimentação Saudável 36
6. 2 Aleitamento materno 36
6. 3 Definições de aleitamento materno 38
6. 4 Tipos de leite 38
6. 5 Propriedades do leite materno 39
6. 6 Desmame precoce 39
6. 7 Alimentação complementar 40
6. 8 Programa Viva Leite 41
6. 8. 1 Importância Nutricional do Viva leite 41
Glossário 50
1. História da Puericultura
1. 1 Planejamento da concepção
A. Macrossomia
B. Microcefalia
C. Glicosúria
D. Hiperglicemia
A. Abortamento e toxemia
B. Macropedia
C. Atrofia cerebral e convulsões
D. Prematuridade e baixo peso ao nascer
A. Pré-eclâmpsia
B. Derrame pleural
C. Convulsões
D. Parada cardíaca
2. DESENVOLVIMENTO
INTRA-UTERINO
Assista ao vídeo.
“O desenvolvimento se dá em 3 estágios”
http://www.youtube.com/embed/iHz5qnt164U
6. Hidrocefalia
7. Microcefalia
Métodos clínicos:
movimentos respiratórios.
fluxo sanguíneo.
Exemplo: se a DUM for 06/10/2011, DPP (data provável do parto) será 13/07/2012
Exemplo: se a DUM for 06/10/2011, DPP (data provável do parto) será 13/07/2012
Fatores Fatores
Intrínsecos Extrínsecos
Período Capacidade de
Formam–se Resposta e
Pré-Natal aprendizado,
estruturas e órgãos preferência à voz
(da concepção lembrança e
corporais. materna.
ao nascimento) respostas sensoriais.
Desenvolvimento
Funcionamento
das capacidades
dos sentidos e Desenvolvimento
Primeira de: aprendizado;
Infância sistemas corporais. de vínculos afetivos,
lembrança;
Crescimento físico. autoconsciência,
(nascimento compreensão do
Desenvolvimento de autonomia e
aos 3 anos) uso de símbolos
habilidades motoras interesse por outras
e linguagem;
e complexidade crianças.
resolução de
cerebral.
problemas.
Desenvolve a
Crescimento
independência,
constante. Pensamento
Segunda iniciativa,
egocêntrico,
Infância autocontrole,
Desenvolvimento de desenvolvimento
(3 a 6 anos) identidade de
habilidades motoras da memória e
gênero, interesse
finas e gerais. linguagem.
pelo brincar
imaginativo e social.
Diminui o Deslocamento
egocentrismo. gradual do controle
Aumenta o dos pais para
Terceira
Aumento de pensamento a criança.
Infância
habilidades físicas. lógico, concreto Relacionamento
(6 a 11 anos)
e as habilidades interpessoal com
de memória e outras crianças
linguagem. ganha importância.
Desenvolve a
Mudanças rápidas Busca pela
Adolescência capacidade do
no crescimento identidade com
(11 a 21 anos) pensamento
físico e maturidade acentuada influência
abstrato e raciocínio
reprodutiva. das amizades.
científico.
criança.
II - bebidas alcoólicas;
Centro-
Norte Nordeste Sudeste Sul
Oeste
ano
2010 23,5 33,2 16,6 15,1 18,8
6. 1 Alimentação Saudável
6. 2 Aleitamento materno
Deve ser...
6. 4 Tipos de leite
• Nutricionais
• Imunológicas
• Psicológicos
6. 6 Desmame precoce
6. 7 Alimentação complementar
Figura 16:
Alimentação
Complementar
Mas para isso ele precisa estar preparado [...] por mais competente
que ele seja nos aspectos técnicos relacionados à lactação, o seu
trabalho de promoção e apoio ao aleitamento materno não será
bem sucedido se ele não tiver um olhar atento, abrangente, sempre
levando em consideração os aspectos emocionais, a cultura familiar,
a rede social de apoio à mulher, entre outros.
19. BRASIL, 2009
a) HIV positivo
b) tuberculose
c) hepatite A
d) HIV positivo, tuberculose e hepatite B
e) não se justifica a contra indicação dele
O que anotar
Quando anotar
Onde anotar
Como anotar
Agora, responda:
8. Apgar: Este índice foi criado por uma anestesista inglesa, Dra. Virgínia
Apgar, na década de 50. É o método mais comumente empregado para
avaliar o ajuste imediato do recém-nascido à vida extra-uterina, avaliando
suas condições de vitalidade. Consiste na avaliação de 5 itens do exame
físico do recém-nascido, com 1, 5 e 10 minutos de vida.
Disponível em: www.uff.br/disicamep/escala_de_apgar.htm.
- solicitar permissão à mulher antes de qualquer procedimento e observações, focando nela e não na tecnologia ou
documentação;
- mostrar à mulher e aos seus acompanhantes como ajudar e assegurar-lhe que ela o pode fazer em qualquer momento e quantas
vezes quiser. Quando sair do quarto, avisar quando vai retornar;
- envolver a mulher na transferência de cuidados para outro profissional, tanto quando solicitar opinião adicional ou no final de um
plantão.
5 O apoio por pessoal de fora da equipe hospitalar não dispensa o apoio oferecido pelo pessoal do hospital.
6 Uma mulher em trabalho de parto não deve ser deixada sozinha, exceto por curtos períodos de tempo ou por sua solicitação.
7 As mulheres devem ter acompanhantes de sua escolha durante o trabalho de parto e parto, não invalidando o apoio dado por pessoal
de fora da rede social da mulher (ex. doula).
9 Mulheres em trabalho de parto que não estiverem sob efeito de opióides ou não apresentarem fatores de risco iminente para
anestesia geral podem ingerir uma dieta leve.
10 Os antagonistas H2 e antiácidos não devem ser utilizados de rotina para mulheres de baixo risco para anestesia geral durante o
trabalho de parto.
11 As mulheres que receberem opióides ou apresentarem fatores de risco que aumentem a chance de uma anestesia geral devem
receber antagonistas H2 ou antiácidos.
CENTRO DE ESTUDOS LIVRES
13 Medidas de higiene, incluindo higiene padrão das mãos e uso de luvas únicas não necessariamente estéreis, são
apropriadas para reduzir a contaminação cruzada entre as mulheres, crianças e profissionais.
17 Os gestores nacionais e locais devem proporcionar condições para o redesenho das unidades de assistência ao parto visando a
oferta da imersão em água para as mulheres no trabalho de parto.
18 Se uma mulher escolher técnicas de massagem durante o trabalho de parto que tenham sido ensinadas aos seus
acompanhantes, ela deve ser apoiada em sua escolha.
19 Se uma mulher escolher técnicas de relaxamento no trabalho de parto, sua escolha deve ser apoiada.
20 A injeção de água estéril não deve ser usada para alívio da dor no parto.
21 A estimulação elétrica transcutânea não deve ser utilizada em mulheres em trabalho de parto estabelecido.
22 A acupuntura pode ser oferecida às mulheres que desejarem usar essa técnica durante o trabalho de parto, se houver profissional
habilitado e disponível para tal.
23 Apoiar que sejam tocadas as músicas de escolha da mulher durante o trabalho de parto.
CENTRO DE ESTUDOS LIVRES
24 A hipnose pode ser oferecida às mulheres que desejarem usar essa técnica durante o trabalho de parto, se houver
profissional habilitado para tal.
25 Por se tratar de intervenções não invasivas e sem descrição de efeitos colaterais, não se deve coibir as mulheres que
desejarem usar audio-analgesia e aromaterapia durante o trabalho de parto.
26 Os métodos não farmacológicos de alívio da dor devem ser oferecidos à mulher antes da utilização de métodos
farmacológicos.
Analgesia inalatória
27 O óxido nitroso a 50% em veículo específico pode ser oferecido para alívio da dor no trabalho de parto, quando possível e disponível,
mas informar às mulheres que elas podem apresentar náusea, tonteiras, vômitos e alteração da memória.
30 Até duas horas após a administração de opióides (EV ou IM) ou se sentirem sonolentas, as mulheres não devem entrar em
piscina ou banheira.
31 Analgesia com opióides é acompanhada de aumento na complexidade da assistência ao parto, como por exemplo: maior necessidade
de monitorização e acesso venoso.
32 Uma vez que a segurança da realização de analgesia farmacológica no ambiente extra-hospitalar ainda não foi estabelecida,
esta é restrita ao complexo hospitalar, seja bloco cirúrgico ou PPP (sala de pré-parto, parto e pós-parto).
Analgesia regional
33 A analgesia regional deve ser previamente discutida com a gestante antes do parto, e seus riscos e benefícios devem ser
informados.
35 Uma vez que a segurança da realização de analgesia farmacológica no ambiente extra-hospitalar ainda não foi estabelecida,
esta é restrita ao complexo hospitalar, seja bloco cirúrgico ou PPP (sala de pré-parto, parto e pós-parto).
CENTRO DE ESTUDOS LIVRES
36 A solicitação materna por analgesia de parto compreende indicação suficiente para sua realização, independente da fase do parto e do
grau de dilatação. Isto inclui parturientes em fase latente com dor intensa, após esgotados os métodos não farmacológicos.
37 A analgesia peridural e a analgesia combinada raqui – peridural (RPC) constituem técnicas igualmente eficazes para alívio da dor
de parto. A escolha entre elas será influenciada pela experiência do anestesiologista com a técnica.
38 Iniciar a analgesia peridural com as substâncias usuais (bupivacaína, ropivacaína e levobupivacaína) diluídas na dose: volume 13 a
20 ml em concentração de 0,0625% a 0,1%, acrescidos de fentanila (2 mcg/ml), ou opióide lipossolúvel em dose equipotente.
39 Quando se pretende fornecer alívio rápido da dor, sem elevação da dose de anestésico, a via intratecal é a técnica de escolha.
41 A manutenção da analgesia via cateter peridural deve ser iniciada com a menor concentração efetiva de cada anestésico; como exemplo
bupivacaína 0,0625% ou ropivacaína 0,1%, ambos acrescidas de fentanila (2 mcg/ml) ou doses equipotentes de outro
opióide lipossolúvel.
42 A manutenção da analgesia via cateter peridural deve ser iniciada com volumes próximos a 10 ml/h.
43 A manutenção da analgesia via cateter peridural deve ser individualizada, levando em consideração a resposta à solução inicial,
assim como particularidades da mulher. Mediante resposta insatisfatória na primeira hora de infusão, deve-se elevar a dose de
anestésico, aumentando a taxa de infusão de forma escalonada até no máximo 20 ml/h.
Mediante resposta persistentemente insatisfatória deve-se elevar a concentração do anestésico, após revisar posicionamento do
cateter.
44 A manutenção da analgesia peridural em bolus intermitente ou sob regime de PCA (“analgesia peridural controlada pela paciente”) são
os modos preferidos de administração para a manutenção da analgesia peridural.
46 Não se recomendam rotineiramente altas concentrações de soluções de anestesia local (0,25% ou acima de bupivacaína ou
equivalente) para estabelecer ou manter a analgesia peridural.
47 Antes da realização da analgesia regional de parto deve haver acesso venoso pré-estabelecido.
48 Pré-hidratação não deve ser utilizada de forma rotineira mas apenas em casos selecionados.
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49 Toda gestante após analgesia regional deve ser avaliada quanto à ocorrência de hipotensão arterial, sendo a necessidade de hidratação
ou suporte com substâncias vasoativas avaliada individualmente.
50 A manutenção da hidratação deve obedecer a recomendação citada no ítem dieta no trabalho de parto. Convém ressaltar que, em função
da administração de opióides, a oferta de dieta com resíduos é proscrita após anestesia regional.
51 A gestante sob analgesia peridural, quando se sentir confortável e segura, deve ser encorajada a deambular e adotar posições
mais verticais.
52 A administração da solução peridural não deve ser interrompida no intuito de se otimizar desfechos, mas deve obedecer as
necessidades e desejo materno, ainda que no período expulsivo.
53 O cateter peridural, instalado durante o parto, poderá ser utilizado no terceiro estágio do parto, como, por exemplo, na reparação
perineal.
54 Após confirmados os 10 cm de dilatação, não se deve incentivar a gestante a realizar puxos, exceto se tardiamente (sugere-se
no mínimo após 1 hora de dilatação total) ou quando a cabeça fetal se tornar visível.
56 Após constatado 10 cm de dilatação, devem ser estabelecidas estratégias para que o nascimento ocorra em até 4 horas,
independente da paridade.
57 A administração de ocitocina após analgesia regional não é recomendada de rotina e deve obedecer as recomendações referentes ao
uso de uterotônicos expostas nas seções específicas.
58 A técnica de analgesia no parto deve visar o controle adequado da dor com o menor comprometimento possível das funções
sensoriais, motoras e autonômicas. Para isto a iniciação e manutenção da analgesia com baixas concentrações de anestésico local
constitui fator fundamental, particularmente importante para que as parturientes se mantenham em movimento.
59 Toda gestante submetida a analgesia de parto deverá estar com monitorização básica previamente instalada (Pressão Arterial Não
Invasiva - PANI a cada 5 minutos e oximetria de pulso).
60 Estando sob monitorização, após 15 minutos da administração do(s) agente(s), a gestante deverá ser avaliada quanto à resposta
(nível do bloqueio, sensibilidade perineal, testes de função motora , teste do equilíbrio e de hipotensão postural). Caso a avaliação
seja desfavorável à mobilização ou se constate “estado de anestesia” (hiposensibilidade e bloqueio motor) a gestante deverá
permanecer no leito sob vigilância constante até nova reavaliação. Caso a avaliação seja favorável, somente “estado de analgesia“, a
gestante estará sem impedimentos para deambular e assumir a posição
que desejar.
61 Caso a avaliação seja desfavorável à mobilização ou se constate estado de anestesia (hiposensibilidade e bloqueio motor), os
quais persistem mesmo após o terceiro estágio, a gestante deverá ser encaminhada a SRPA (Sala de Recuperação Pós-
Anestésica) e permanecer no leito sob vigilância constante até alta pelo médico anestesiologista.
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62 A rotina de monitoração para iniciação da analgesia de parto deve ser repetida nos momentos de doses de resgate via cateter
peridural.
63 Se após 30 minutos do início da analgesia ou dose de resgate for constatada inefetividade, o anestesiologista deverá considerar
falha técnica ou revisar individualmente as necessidades de alívio da parturiente.
64 Uma vez realizada analgesia de parto, ainda que não ocorram doses de resgate, o anestesiologista deverá acompanhar a parturiente,
com avaliação horária, até o terceiro período.
65 Considerando a possibilidade de complicações, todo cateter peridural deve ser retirado pelo médico anestesiologista.
A gestante não poderá receber alta do bloco obstétrico, unidade PPP ou SRPA com cateter instalado, exceto com a autorização do
anestesiologista.
66 Toda parturiente submetida a início de analgesia regional ou doses adicionais de resgate, seja qual for a técnica, deve
sersubmetida a ausculta intermitente da FCF de 5 em 5 minutos por no mínimo 30 minutos. Uma vez alterado deve- se instalar
CTG, assim como proceder a cuidados habituais como decúbito lateral esquerdo e avaliar necessidade de
otimização das condições respiratórias e circulatórias. Caso não ocorra melhora, seguir diretrizes próprias para conduta no estado
fetal não tranquilizador.
67 Se ocorrerem anormalidades graves da FCF, não transitórias, considerar outra causa que não analgesia regional e seguir diretrizes
próprias para conduta no estado fetal não tranquilizador.
69 Se houver dúvida em relação ao diagnóstico de ruptura das membranas realizar um exame especular. Evitar toque vaginal na
ausência de contrações.
71 Até que a indução do trabalho de parto seja iniciada ou se a conduta expectante for escolhida pela gestante para além de 24
horas:
- aconselhar a mulher a aguardar em ambiente hospitalar;
- medir a temperatura a cada 4 horas durante o período de observação e observar qualquer alteração na cor ou cheiro das perdas
vaginais;
- se a mulher optar por aguardar no domicílio manter as mesmas recomendações anteriores e informá-la que tomar banho não está
associado com um aumento da infecção, mas ter relações sexuais pode estar.
72 Avaliar a movimentação fetal e a frequência cardíaca fetal na consulta inicial e depois a cada 24 horas após a ruptura precoce das
membranas, enquanto a mulher não entrar em trabalho de parto, e aconselhá-la a comunicar imediatamente qualquer diminuição nos
movimentos fetais.
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73 Se o trabalho de parto não se iniciar dentro de 24 horas após a ruptura precoce das membranas, a mulher deve ser
aconselhada a ter o parto em uma maternidade baseada em hospital, com serviço de neonatologia.
75 Tanto a monitoração eletrônica contínua da frequência cardíaca fetal, se disponível, como a ausculta fetal intermitente, seguindo
técnicas padronizadas, podem ser utilizadas para avaliação do bem-estar fetal diante da eliminação de mecônio durante o
trabalho de parto.
76 Considerar a realização de amnioinfusão diante da eliminação de mecônio moderado a espesso durante o trabalho de parto, se não
houver disponibilidade de monitoração eletrônica fetal contínua.
77 Não existem evidências para recomendar ou não recomendar a cesariana apenas pela eliminação isolada de mecônio durante o
trabalho de parto.
79 Se uma mulher busca orientação ou assistência em uma maternidade ou unidade de parto extra, peri ou intra-hospitalar:
83 Um partograma com linha de ação de 4 horas deve ser utilizado para o registro do progresso do parto, modelo da OMS ou
equivalente.
84 Transferir a mulher para uma maternidade baseada em hospital ou solicitar assistência de médico obstetra, se o mesmo não for o
profissional assistente, se qualquer uma das seguintes condições forem atingidas, a não ser que os riscos da transferência
superem os benefícios.
• Observações da mulher:
- pulso >120 bpm em 2 ocasiões com 30 minutos de intervalo;
- PA sistólica ≥ 160 mmHg OU PA diastólica ≥ 110 mmHg em uma única medida;
- PA sistólica ≥ 140 mmHg OU diastólica ≥ 90 mmHg em 2 medidas consecutivas com 30 minutos de intervalo;
- proteinúria de fita 2++ ou mais E uma única medida de PA sistólica ≥ 140 mmHg ou diastólica ≥ 90 mmHg;
- temperatura de 38°C ou mais em uma única medida OU 37,5°C ou mais em 2 ocasiões consecutivas com 1 hora de intervalo ;
- qualquer sangramento vaginal, exceto eliminação de tampão;
- presença de mecônio significativo;
- dor relatada pela mulher que difere da dor normalmente associada às contrações;
- progresso lento confirmado do primeiro e segundo períodos do trabalho de parto;
- solicitação da mulher de alívio da dor por analgesia regional;
- emergência obstétrica – incluindo hemorragia anteparto, prolapso de cordão, convulsão ou colapso materno ou
necessidade de ressuscitação neonatal avançada.
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• Observações fetais:
- qualquer apresentação anômala, incluindo apresentação de cordão;
- situação transversa ou oblíqua;
- apresentação cefálica alta (-3/3 De Lee) ou móvel em uma nulípara;
- suspeita de restrição de crescimento intra-uterino ou macrossomia;
- suspeita de anidrâmnio ou polihidrâmnio;
- frequência cardíaca fetal (FCF) < 110 ou > 160 bpm;
- desacelerações da FCF à ausculta intermitente.
85 Se mecônio significativo (verde escuro ou preto, grosso, tenaz, contendo grumos) estiver presente assegurar que:
-profissionais treinados em suporte avançado de vida neonatal estejam presentes no momento do parto.
86 Se mecônio significativo estiver presente, transferir a mulher para uma maternidade baseada em hospital de forma segura
desde que seja improvável que o parto ocorra antes da transferência se completar.
88 A tricotomia pubiana e perineal não deve ser realizada de forma rotineira durante o trabalho de parto.
89 A amniotomia precoce, associada ou não à ocitocina, não deve ser realizada de rotina em mulheres em trabalho de parto que
estejam progredindo bem.
90 As mulheres devem ser encorajadas a se movimentarem e adotarem as posições que lhes sejam mais confortáveis no trabalho
de parto.
92 Se houver suspeita de falha de progresso na fase ativa do trabalho de parto considerar também para o diagnóstico todos os
aspectos da evolução do trabalho de parto , incluindo:
- dilatação cervical menor que 2 cm em 4 horas para as primíparas;
- dilatação cervical menor que 2 cm em 4 horas ou um progresso lento do trabalho de parto para as multíparas;
- descida e rotação do pólo cefálico;
- mudanças na intensidade, duração e frequência das contrações uterinas.
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93 Diante da suspeita de falha de progresso no primeiro estágio do trabalho de parto, considerar a realização de amniotomia
se as membranas estiverem íntegras. Explicar o procedimento e avisar que o mesmo irá diminuir o trabalho de parto por
cerca de 1 hora e pode aumentar a intensidade e dor das contrações.
94 Se a amniotomia for ou não realizada, realizar um exame vaginal após 2 horas e confirmar falha de progresso se a dilatação
progredir menos que 1 cm.
96 Se as membranas estiverem íntegras e o diagnóstico de falha de progresso for confirmado, aconselhar à mulher a ser submetida
a uma amniotomia e repetir o exame vaginal 2 horas após, independente do estado das membranas.
97 Oferecer apoio e controle efetivo da dor a todas as mulheres com falha de progresso no primeiro estágio do trabalho de parto.
98 Informar às mulheres que a ocitocina irá aumentar a freqüência e intensidade das contrações e que a criança deverá ser
monitorada continuamente ou com mais freqüência.
100 Se a ocitocina for utilizada assegurar que os incrementos na dose não sejam mais frequentes do que a cada 30
minutos. Aumentar a dose de ocitocina até haver 4-5 contrações em 10 minutos.
103 Informar às mulheres que há insuficiência de evidências de alta qualidade, tanto para apoiar como para desencorajar o parto na
água.
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105 Caso o puxo espontâneo seja ineficaz ou se solicitado pela mulher, deve-se oferecer outras estratégias para auxiliar o
nascimento, tais como suporte, mudança de posição, esvaziamento da bexiga e encorajamento.
106 Em mulheres com analgesia regional, após a confirmação da dilatação cervical completa, o puxo deve ser adiado por pelo menos 1
hora ou mais, se a mulher o desejar, exceto se a mulher quiser realizar o puxo ou a cabeça do bebê estiver visível. Após 1 hora
a mulher deve ser incentivada ativamente para realizar o puxo durante as contrações.
107 A manobra de Kristeller não deve ser realizada no segundo período do trabalho de parto.
•fase inicial ou passiva: dilatação total do colo sem sensação de puxo involuntário ou parturiente com analgesia e a cabeça do
feto ainda relativamente alta na pelve;
•fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do bebê visível, contrações de expulsão ou esforço materno ativo após a confirmação
da dilatação completa do colo do útero, na ausência das contrações de expulsão.
109 Se a dilatação completa do colo uterino for confirmada em uma mulher sem analgesia regional e não for identificado puxo, uma nova
avaliação mais aprofundada deverá ser realizada em 1 hora para identificação da fase do segundo período.
110 A distribuição dos limites de tempo encontrados nos estudos para a duração normal da fase ativa do segundo período do trabalho
parto é a seguinte:
• primíparas: cerca de 0,5–2,5 horas sem peridural e 1–3 horas com peridural.
111 Para a conduta na falha de progresso do segundo período deve-se considerar a paridade, da seguinte maneira:
• Nulíparas:
- na maioria das mulheres o parto deve ocorrer no prazo de 3 horas após o início da fase ativa do segundo período;
- a confirmação de falha de progresso no segundo período deve ser feita quando este durar mais de 2 horas e a mulher
deve ser encaminhada, ou assistência adicional solicitada, a médico treinado na realização de parto vaginal operatório, se o
nascimento não for iminente.
• Multíparas:
- na maioria das mulheres o parto deve ocorrer no prazo de 2 horas após o início da fase ativa do segundo período;
- A confirmação de falha de progresso no segundo período deve ser feita quando este durar mais de 1 hora e a mulher
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deve ser encaminhada, ou assistência adicional solicitada, a médico treinado na realização de parto vaginal operatório, se o
nascimento não for iminente.
113 Se as contrações forem inadequadas no início do segundo período, considerar o uso de ocitocina e realização de analgesia
regional.
114 Para as nulíparas, suspeitar de prolongamento se o progresso (em termos de rotação ou descida da apresentação) não for
adequado após 1 hora de segundo período ativo. Realizar amniotomia se as membranas estiverem intactas.
115 Para as multíparas, suspeitar de prolongamento se o progresso (em termos de rotação ou descida da apresentação) não for
adequado após 30 minutos de segundo estágio ativo. Realizar amniotomia se as membranas estiverem intactas.
116 Um médico obstetra deve avaliar a mulher com prolongamento confirmado do segundo período do parto antes do uso de ocitocina.
117 Após a avaliação obstétrica inicial, manter a revisão a cada 15-30 minutos.
118 Considerar o uso de parto instrumental (vácuo-extrator ou fórceps) se não houver segurança quanto ao bem estar fetal ou
prolongamento do segundo período.
119 Reconhecer que, em algumas ocasiões, a necessidade de ajuda por parte da mulher no segundo estágio pode ser uma indicação
para o parto vaginal assistido quando o apoio falhar.
120 A escolha do instrumento para o parto instrumental dependerá das circunstâncias clínicas e da experiência do
profissional.
121 Por ser um procedimento operatório, uma anestesia efetiva deve ser oferecida para a realização de um parto vaginal instrumental.
122 Se a mulher recusar anestesia ou a mesma não estiver disponível, realizar um bloqueio de pudendo combinado com anestesia
local do períneo durante o parto instrumental.
123 Mesmo se houver preocupação com o bem-estar fetal, uma anestesia efetiva pode ser realizada mas, se o tempo não permitir,
realizar um bloqueio de pudendo combinado com anestesia local do períneo durante o parto instrumental.
124 Orientar a mulher e realizar uma cesariana se o parto vaginal não for possível.
127 Não se recomenda a aplicação de spray de lidocaína para reduzir a dor perineal no segundo período do parto.
128 Tanto a técnica de ‘mãos sobre’ (proteger o períneo e flexionar a cabeça fetal) quanto a técnica de ‘mãos prontas’
(com as mãos sem tocar o períneo e a cabeça fetal, mas preparadas para tal) podem ser utilizadas para facilitar o parto espontâneo.
129 Se a técnica de ‘mãos sobre’ for utilizada, controlar a deflexão da cabeça e orientar à mulher para não empurrar nesse
momento.
131 Se uma episiotomia for realizada, a sua indicação deve ser justificada, recomendando-se a médio-lateral originando na fúrcula
vaginal e direcionada para o lado direito, com um ângulo do eixo vertical entre 45 e 60 graus.
• A conduta fisiológica no terceiro período do parto envolve um conjunto de cuidados que inclui os
seguintes componentes:
- sem uso rotineiro de uterotônicos;
- clampemento do cordão após parar a pulsação;
- expulsão da placenta por esforço materno.
135 Considerar terceiro período prolongado após decorridos 30 minutos. Seguir recomendações 164-172 no caso de placenta
retida.
137 Se houver hemorragia, retenção placentária, colapso materno ou qualquer outra preocupação quanto ao bem-estar da mulher:
- solicitar assistência de médico obstetra para assumir o caso, se este não for o profissional assistente no momento;
- instalar acesso venoso calibroso e informar a puérpera sobre a situação e os procedimentos previstos;
- se o parto ocorreu em domicilio ou unidade de parto extra ou peri-hospitalar, a puérpera deve ser transferida
imediatamente para uma maternidade baseada em hospital.
138 Explicar à mulher, antes do parto, as opções de conduta no terceiro período, com os riscos e benefícios de cada uma.
141 A conduta ativa é recomendada na assistência ao terceiro período do parto pois está associado com menor risco de hemorragia e
transfusão sanguínea.
142 Se uma mulher com baixo risco de hemorragia pós-parto solicitar conduta expectante, apoiá-la em sua escolha.
143 Para a conduta ativa, administrar 10 UI de ocitocina intramuscular após o desprendimento da criança, antes do
clampeamento e corte do cordão. A ocitocina é preferível, pois está associada com menos efeitos colaterais do que a ocitocina
associada à ergometrina.
• Não realizar a secção do cordão antes de 1 minuto após o nascimento, a menos que haja necessidade de manobras de
ressuscitação neonatal.
• Pinçar o cordão antes de 5 minutos após o nascimento para realizar a tração controlada do cordão como parte da conduta
ativa.
• Se uma mulher solicitar o clampeamento e secção do cordão após 5 minutos, apoiá-la em sua escolha.
146 A tração controlada do cordão, como parte da conduta ativa, só deve ser realizada após administração de ocitocina e sinais de
separação da placenta.
CENTRO DE ESTUDOS LIVRES
147 Documentar o momento do clampeamento do cordão tanto na conduta ativa quanto na conduta expectante.
149 Oferecer a conduta ativa, quando a mulher prefere encurtar o terceiro estágio do trabalho de parto.
151 As mulheres que apresentarem fatores de risco para hemorragia pós-parto devem ser orientadas a ter o parto em uma
maternidade baseada em hospital, onde existem mais opções de tratamentos emergenciais;
152 Se uma mulher apresentar fatores de risco para hemorragia pós-parto, isso deve ser registrado no seu prontuário e cartão de
pré-natal, para que um plano de assistência no terceiro período do parto seja realizado.
Retenção placentária
153 Explicar para a mulher o que está acontecendo e quais serão os procedimentos necessários
156 Usar Ocitocina IV adicional de rotina para desprendimento da placenta, se houver hemorragia.
157 Realizar exame vaginal minucioso. Oferecer analgesia para este procedimento e providenciar, se a mulher demandar.
158 Providenciar transferência antes da exploração uterina, se o parto ocorreu em uma modalidade extra-hospitalar.
• Segundo grau – lesão dos músculos perineais sem atingir o esfínciter anal
• Quarto grau – lesão do períneo envolvendo o complexo do esfíncter anal (esfíncter anal interno e externo) e o
epitélio anal.
163 Realizar o exame inicial de maneira gentil e sensível. Isto pode ser feito imediatamente após o parto.
164 Se for identificado trauma perineal, uma avaliação sistemática do mesmo deve ser realizada.
166 Assegurar que o momento para essa avaliação sistemática não interfira na relação mãe-filho exceto se houver
sangramento que requeira medidas de urgência.
167 Ajudar a mulher a adotar uma posição que permita uma visualização adequada do grau do trauma e para o reparo Manter essa
posição apenas pelo tempo necessário para a avaliação sistemática e reparo do períneo. Se não for possível uma avaliação
adequada do trauma, a mulher deverá ser assistida por médico obstetra, se esse não for o profissional que assistiu o parto.
Se o parto ocorreu fora do hospital, a mesma deverá ser transferida para uma maternidade baseada em hospital.
168 Solicitar avaliação de um profissional mais experiente se houver incerteza quanto à natureza e extensão do trauma Transferir a
mulher (com a criança) para uma maternidade baseada em hospital, se o parto ocorreu fora da mesma e se o reparo necessitar de
avaliação cirúrgica ou anestésica especializada.
170 Tanto as enfermeiras obstétricas ou obstetrizes, como os médicos obstetras envolvidos na assistência ao parto
devem estar adequadamente treinados na avaliação e reparo do trauma genital, certificando-se que essas habilidades sejam
mantidas.
171 Aconselhar a mulher que, no caso de trauma de primeiro grau, a ferida deve ser suturada, a fim de melhorar a
cicatrização, a menos que as bordas da pele estejam bem apostas.
172 Aconselhar a mulher que, no caso de um trauma de segundo grau, o músculo deve ser suturado, a fim de melhorar a
cicatrização.
174 Se a mulher relatar alívio inadequado da dor, a qualquer momento, levar isso em consideração imediatamente e
providenciar método mais eficaz de alívio.
175 Não há necessidade de sutura da pele se as suas bordas se apõem após a sutura do músculo, em trauma de segundo grau ou
episiotomia.
176 Se houver necessidade de sutura da pele, utilizar uma técnica subcutânea contínua .
177 Realizar a reparação perineal usando uma técnica de sutura contínua para a camada de parede vaginal e músculo.
178 Recomenda-se a utilização de material de sutura sintética absorvível para suturar o períneo.
180 Recomenda-se oferecer supositórios retais de anti-inflamatórios não esteróides rotineiramente após o reparo do trauma perineal
de primeiro e de segundo grau, desde que esses medicamentos não sejam contraindicados.
182 É recomendada a presença de um médico pediatra adequadamente treinado em todos os passos da reanimação neonatal.
183 Em situações onde não é possível a presença de um médico pediatra, é recomendada a presença de um profissional médico ou
de enfermagem adequadamente treinado em reanimação neonatal.
184 Os estabelecimentos de saúde que mantenham profissional de enfermagem habilitado em reanimação neonatal no momento do
parto, deverá possuir em sua equipe de retaguarda, durante 24 horas, ao menos um médico que tenha realizado
treinamento teórico-prático em reanimação neonatal.
186 Coletar sangue de cordão para análise de pH em recém-nascidos com alterações clínicas, tais como respiração irregular e tônus
diminuído. Não fazer a coleta de maneira rotineira e universal.
187 Não se recomenda a aspiração orofaringeana e nem nasofaringeana sistemática do recém-nascido saudável.
188 Não se recomenda realizar a passagem sistemática de sonda nasogástrica e nem retal para descartar atresias no recém-
nascido saudável.
CENTRO DE ESTUDOS LIVRES
189 Realizar o clampeamento do cordão umbilical entre 1 a 5 minutos ou de forma fisiológica quando cessar a pulsação, exceto se
houver alguma contra indicação em relação ao cordão ou necessidade de reanimação neonatal.
190 A profilaxia da oftalmia neonatal deve ser realizada de rotina nos cuidados com o recém-nascido.
191 O tempo de administração da profilaxia da oftalmia neonatal pode ser ampliado em até 4 horas após o nascimento.
192 Recomenda-se a utilização da pomada de eritromicina a 0,5% e, como alternativa, tetraciclina a 1% para realização da profilaxia
da oftalmia neonatal. A utilização de nitrato de prata a 1% deve ser reservado apenas em caso de não se dispor de eritromicina
ou tetraciclina.
193 Todos os recém-nascidos devem receber vitamina K para a profilaxia da doença hemorrágica.
194 A vitamina K deve ser administrada por via intramuscular, na dose única de 1 mg, pois este método apresenta a melhor relação de
custo-efetividade.
195 Se os pais recusarem a administração intramuscular, deve ser oferecida a administração oral da vitamina K e eles devem ser
advertidos que este método deve seguir as recomendações do fabricante e exige múltiplas doses.
196 A dose oral é de 2 mg ao nascimento ou logo após, seguida por uma dose de 2 mg entre o quarto e o sétimo dia.
197 Para recém-nascidos em aleitamento materno exclusivo, em adição às recomendações para todos os neonatos, uma dose de 2 mg
via oral deve ser administrada após 4 a 7 semanas, por causa dos níveis variáveis e baixos da vitamina K no leite materno e a
inadequada produção endógena.
198 Ao nascimento, avaliar as condições do recém-nascido – especificamente a respiração, frequência cardíaca e tônus
– no sentido de determinar se a ressuscitação é necessária de acordo com diretrizes reconhecidas de reanimação neonatal.
199 Todos os profissionais que prestam cuidados diretos no nascimento devem ser treinados em reanimação neonatal de acordo
com diretrizes reconhecidas de reanimação neonatal.
202 Minimizar a separação do recém-nascido e sua mãe, levando em consideração as circunstâncias clínicas.
203 Se houver mecônio significativo e o recém-nascido não apresentar respiração, frequência cardíaca e tônus normais o
CENTRO DE ESTUDOS LIVRES
mesmo deve ser assistido segundo diretrizes reconhecidas de reanimação neonatal, incluindo realização precoce de
laringoscopia e sucção sob visão direta.
204 Se houver mecônio significativo e a criança estiver saudável, a mesma deve ser observada em uma unidade com
acesso imediato a um neonatologista. Essas observações devem ser realizadas com 1 e 2 horas de vida e depois
de 2 em 2 horas por 12 horas.
205 Se não houver mecônio significativo, observar o recém-nascido com 1 e 2 horas de vida em todos os locais de parto.
206 Se qualquer um dos seguintes sinais forem observados, com qualquer grau de mecônio, o recém-nascido deve
ser avaliado por um neonatologista/pediatra (o recém-nascido e a mãe devem ser transferidos se não estiverem em
uma maternidade):
- frequência respiratória > 60 ipm;
- presença de gemidos;
- frequência cardíaca < 100 bpm ou > 160 bpm;
- enchimento capilar acima de 3 segundos;
- temperatura corporal ≥ 38°C ou 37,5°C em 2 ocasiões com 30 minutos de intervalo;
- saturação de oxigênio < 95% (a medida da saturação de oxigênio é opcional após mecônio não significativo);
- presença de cianose central confirmada pela Oximetria de pulso se disponível.
207 Explicar os achados para a mulher e informá-la sobre o que procurar e com quem falar se tiver qualquer preocupação.
208 Estimular as mulheres a terem contato pele-a-pele imediato com a criança logo após o nascimento.
209 Cobrir a criança com um campo ou toalha morna para mantê-la aquecida enquanto mantém o contato pele-a-pele.
210 Evitar a separação mãe-filho na primeira hora após o nascimento para procedimentos de rotina tais como, pesar,
medir e dar banho, a não ser que os procedimentos sejam solicitados pela mulher ou sejam realmente necessários
para os cuidados imediatos do recém-nascido.
211 Estimular o início precoce do aleitamento materno, idealmente na primeira hora de vida.
212 Registrar a circunferência cefálica, temperatura corporal e peso após a primeira hora de vida.
213 Realizar exame físico inicial para detectar qualquer anormalidade física maior e para identificar problemas que
possam requerer transferência.
214 Assegurar que qualquer exame, intervenção ou tratamento da criança seja realizado com o consentimento dos pais e
também na sua presença ou, se isso não for possível, com o seu conhecimento.
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01. As mulheres morrem como resultado de complicações que ocorrem durante ou depois da gestação e do
parto. Assinale a alternativa que apresenta apenas as condições associadas aos riscos e às causas de mortes
maternas.
A) A mortalidade materna é maior entre mulheres que vivem em grandes metrópoles, com elevada
densidade demográfica, em locais onde elas têm dificuldades de acesso à assistência ao pré-natal.
B) Em comparação com outras mulheres, aquelas com idades entre 25 e 35 anos enfrentam um maior
risco de complicações e morte como resultado da gravidez.
C) Doenças infecciosas durante a gravidez, como a malária ou infecção pelo HIV, são associadas a altas
taxas de morte materna.
D) Historicamente, a identificação de mortes maternas no Brasil tem dois problemas: o sub-registro
(quando o óbito é registrado com outra causa) e o sub-diagnóstico (quando o óbito propriamente não
é notificado).
E) As mortes maternas são evitáveis, mas ocorrem, na maioria dos casos, em países em
desenvolvimento, onde são classificadas como ocorrências obstétricas indiretas.
02. Conforme as Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal, no primeiro período clínico do parto, é
recomendado o seguinte cuidado:
B) exame vaginal de 4/4 horas ou mais frequente, se houver alguma preocupação com o progresso do
parto ou em resposta aos desejos da mulher.
C) início do registro no partograma quando a dilatação atingir 3cm, com linha de alerta traçada 4 horas
após e linha de ação, 6 horas depois.
D) amniotomia precoce, associada à ocitocina, em caso de o trabalho de parto não estar progredindo
bem, ou seja, quando não há dilatação igual ou superior a 2cm a cada 4 horas.
E) em parturientes de baixo risco, avaliação do bem-estar fetal com base em ausculta intermitente.
03. A prevenção da Hemorragia Pós-parto (HPP) durante a terceira fase do parto é recomendada para todos
os partos e, na vigência de um quadro hemorrágico, é fundamental atentar para o cuidado indicado a seguir.
A) A massagem uterina sustentada não é recomendada como intervenção para prevenir a HPP, em
mulheres que receberam ocitocina profilática.
B) A ocitocina (intravenosa ou intramuscular) é o farmaco úterotônico recomendado para prevenir a
HPP em partos vaginais. Nas cesáreas, o ideal é o uso do misoprostol via retal.
C) A remoção manual da placenta é indicada nos casos de cesáreas ao invés da tração controlada do
cordão umbilical. Esse cuidado reduz o sangramento no ato cirúrgico.
D) A massagem uterina não é recomendada para o tratamento da HPP.
E) O uso da embolização da artéria uterina não é recomendado como tratamento para a HPP
resultante da atonia uterina.
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04. A hemorragia pós-parto (HPP) é um problema sério que pode levar muitas mulheres ao óbito. Diante da
necessidade de prevenção e controle deste problema para evitar desfechos fatais, assinale a alternativa
correta.
A) A HPP pode ocorrer devido a retenção de restos placentários, lacerações de trajeto do parto;
hipotonia uterina e coagulopatias. A principal causa, no entanto, é a hipotonia uterina.
B) A HPP é a perda sanguínea acima de 700 ml, após parto vaginal; ou acima de 1500 ml, após parto
cesariana nas primeiras 24 horas; ou qualquer perda de sangue pelo trato genital, capaz de causar
instabilidade hemodinâmica.
C) O principal fator de risco para a ocorrência da HPP é o parto prolongado com toques repetidos,
devido ao aumento do risco de lacerações no colo, vagina, períneo e vulva.
D) A principal forma de prevenir a HPP é a utilização de sulfato ferroso na gestação.
E) A administração de ocitocina para a prevenção da HPP deve ser, de preferência, por via
endovenosa.
05. São fatores de natureza fetal que levam ao parto cesariana, EXCETO
06. A mortalidade materna é um bom indicador de saúde. A partir das análises das condições de óbitos de
mulheres, pode-se avaliar o grau de desenvolvimento de uma determinada sociedade. Para elaborar o
cálculo desse indicador de saúde, o número de óbitos de mulheres em decorrência de situações associadas à
gravidez deve ser dividido pelo(a)
A) total de óbitos.
B) população local.
C) número de nascidos vivos.
D) total de óbitos de população adulta.
E) número de habitantes da macrorregião de saúde
07. Os óbitos relacionados a gravidez, parto e pós-parto estão entre as 10 principais causas de morte de
mulheres entre 10 e 49 anos de idade, segundo dados do Ministério da Saúde.” Em relação às causas
evitáveis da morte materna, tem-se, respectivamente,
A) hemorragia e hipertensão gestacional.
B) hemorragia, hipertensão gestacional e aborto.
C) hipertensão gestacional, hemorragia, infecção puerperal e aborto.
D) aborto, hipertensão gestacional, infecção puerperal e hemorragia.
E) hipertensão gestacional, aborto, infecção puerperal e hemorragia.
08. Toda mulher gestante encaminhada ao centro cirúrgico tem o direito de ser acompanhada por um
membro da família até a sala operatória e na unidade de recuperação. Nesse tempo, é responsabilidade da
equipe de enfermagem:
09. O período clínico do trabalho de parto normal deve ser visto na seguinte sequência:
A) Greenberg, apenas.
10. Após um parto de emergência, o coto umbilical de recém-nascido deve ser envolvido em gaze embebida
com:
A) Vaselina
B) Álcool
C) Água oxigenada
D) Tintura de iodo.
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