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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO PUERPÉRIO

O Puerpério é conhecido como o período pós-parto e tem suas variações


cronológicas, podemos dizer que seu início acontece, após a primeira hora do
nascimento e termina, quando cessa na mulher o processo de amamentação,
ocorrendo modificações físicas e emocionais. É um momento de mudanças
biológicas, psicológicas, fisiológicas e culturais, marcado também por momentos que
podem gerar dúvidas, inseguranças e frustrações para a mulher que a experiência.
É neste momento que a mulher vivencia muitos sentimentos, entre eles a
inseguranças e medo relacionado aos cuidados com o bebê. (MARIA DE MORAES,
B. 2022)
Estudos científicos apresentam diversos conceitos sobre o período do
puerpério, sob os pontos de vista biológico, emocional e social. Biologicamente, o
puerpério constitui-se de um período que apresenta alterações hormonais
importantes que não se sabe ao certo quando termina, pois, enquanto a mulher
amamentar, ela estará sofrendo modificações da gestação (SILVA, L. P, 2021).
A palavra puerpério tem origem no latim, sendo que “puer” significa criança e
“parere” o verbo parir. Refere-se ao período que tem início no parto e continua até
que se estabeleçam as condições pós-gravídicas no organismo da mulher
(RIBEIRO, J. P, 2019).
O início da assistência à puérpera deve ocorrer ainda no ambiente hospitalar,
no qual se detectam as primeiras alterações, dada a alta hospitalar, a assistência
deverá continuar, porém, sob a responsabilidade da Equipe de Saúde da Família
(ESF), a qual realizará a visita domiciliar puerperal, a consulta puerperal, a
puericultura e o planejamento família. (BRASIL, Ministério da Saúde, 2004)
Durante o período puerperal, a mulher precisa ser atendida em sua totalidade.
Os profissionais de saúde devem estar atentos e disponíveis para perceber e
atender as reais necessidades apresentadas por cada mulher, com um atendimento
humanizado e de qualidade (Vieira, F. 2010).
O enfermeiro exerce um papel importante no que concerne à realização da
assistência puerperal através das consultas de enfermagem, e sua atuação no
âmbito domiciliar, ainda na primeira semana após o parto, possibilita a prestação de
cuidados referentes à mulher e ao bebê, para prevenção das intercorrências da
lactação e outras complicações do período. Logo em seguida, entre 42 e 60 dias
após o parto, a mulher e o recém-nascido (RN) deverão passar por uma nova
avaliação de suas condições de saúde na atenção básica. (MARTINS, das Neves S.
2019)
A consulta puerperal de enfermagem possibilita que o enfermeiro preste
cuidados referentes à mulher e ao bebê. Nesse momento, há a participação tanto
das puérperas como do enfermeiro em uma troca de informações e experiências,
sendo relevante para o pós-parto, pois a maioria das puérperas sente-se insegura
com relação aos cuidados consigo e com o bebê, além de questões relativas ao
aleitamento materno. (BRASIL, Ministério da Saúde, 2000)
Durante a assistência puerperal, são estabelecidos os objetivos: verificar o
estado de saúde da mulher e do recém-nascido, avaliar e apoiar o aleitamento
materno; orientar o planejamento familiar; identificar situações de risco ou
intercorrências e conduzi-las; avaliar a interação da mãe com o recém-nascido (RN)
e, ainda, complementar ou realizar ações não executadas no pré-natal. (BRASIL,
Ministério da Saúde, 2000)
A educação em saúde é considerada ferramenta importante no cuidado
promovido à puérpera. Considera-se que a assistência puerperal ainda possui
muitos desafios a serem superados para se tornar consolidada no serviço de
atenção básica, voltada para o acompanhamento da mulher nos aspectos físicos e
psicológicos, necessitando de maior reconhecimento e valorização por parte dos
profissionais enfermeiros acerca da importância do período. (MARTINS, das Neves
S. 2019)
Podemos concluir que a mulher, dentro de suas particularidades e
especificidades, necessita de um atendimento e acompanhamento que se inicia,
desde o momento em que descobre que está grávida até o contato com o bebê. É
preciso que haja um trabalho de orientação a essa mulher sobre as situações que
ela vivenciará, as dificuldades com a amamentação e com o recém-nascido. São
necessários que essa mulher seja atendida e amparada, sobretudo, nas primeiras
horas, após o parto; que o atendimento não seja voltado apenas para a criança, mas
para as dificuldades que possam ocorrer, visto que a mãe que se sente segura traz
benefícios para o seu filho.
O profissional de saúde deve estar atento aos sinais de insegurança e
comportamentais, que haja um atendimento humanizado em primeiro lugar, para
que assim ela se sinta acolhida e segura quanto às condutas com o filho.
BRASIL, Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da
mulher. Brasília, 2004, p. 47.

BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 569/GM, de 1º de junho de 2000. Institui o


Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento.

Maria de Moraes, B., de Oliveira Leal, J., Fogaça Avelaneda, E., & Chiecco Bezerra,
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em: 30 abr. 2023

RIBEIRO, J. P.; LIMA, F. B. C.; SOARES, T. M. S.; OLIVEIRA, B. B.; KLEMTZ, F.


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