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5205/1981-8963-v11i12a22487p4929-4937-2017
ARTIGO ORIGINAL
MANEJO NÃO FARMACOLÓGICO DE ALÍVIO DA DOR EM PARTOS ASSISTIDOS
POR ENFERMEIRA OBSTÉTRICA
NON-PHARMACOLOGICAL MANAGEMENT OF RELIEF IN DELIVERIES ASSISTED BY AN
OBSTETRIC NURSE
MANEJO NO FARMACOLÓGICO DE ALIVIO DEL DOLOR EN PARTOS ASISTIDOS POR UNA ENFERMERA
OBSTÉTRICA
Danielle Lehugeur1, Márcia Rejane Strapasson2, Edegar Fronza3
RESUMO
Objetivo: caracterizar os partos assistidos por enfermeira obstétrica quanto aos métodos não
farmacológicos de alívio da dor no processo de parturição. Método: estudo quantitativo, transversal,
descritivo e retrospectivo com 232 prontuários de parturientes com parto vaginal assistido por enfermeira
obstétrica. A coleta das informações foi realizada em prontuários de pacientes, e os dados foram
analisados usando o programa SPSS, versão 21.0, sendo apresentados em uma figura e quatro tabelas.
Resultados: 98,3% utilizaram algum método não farmacológico de alívio da dor, a saber: deambulação
(79,2%), banho (73,1%), massagem (60,0%), variedade de posição (58,8%), aromaterapia (4 6,9%), bola
(42%), entre outros. Conclusão: novos estudos podem ser realizados com enfoque na eficácia do manejo
não farmacológico da dor no processo de parturição. Descritores: Parto Normal; Dor; Dor do Parto;
Enfermagem Obstétrica.
ABSTRACT
Objective: to characterize a delivery assisted by an obstetric nurse regarding non-pharmacological methods
of pain relief in the parturition process. Method: this is a quantitative, transversal, descriptive, retrospective
study with 232 records of parturients with vaginal delivery assisted by an obstetric nurse. Data collection was
carried out in patients' records and data analyzed using the SPSS Program version 21.0, presented in figures
and tables. Results: there were 98.3% of patients using some non-pharmacological method of pain relief, such
as: ambulation (79.2%), bath (73.1%), massage (60.0%), position variety (58.8%), aromatherapy (46.9%), ball
(42%), among others. Conclusion: new studies can be performed focusing on the efficacy of non-
pharmacological management of pain in the parturition process. Descriptors: Natural Childbirth; Pain; Labor
Pain; Obstetric Nursing.
RESUMEN
Objetivo: caracterizar a los partos asistidos por uma enfermera obstétrica sobre los métodos no
farmacológicos de alivio del dolor, en el proceso de parturición. Método: estudio cuantitativo, transversal,
descriptivo, retrospectivo con 232 prontuarios de parturientes con parto vaginal asistido por uma
enfermera obstétrica. La recolección de las informaciones fue realizada en prontuarios de pacientes y los
datos analizados usando el Programa SPSS versión 21.0, presentados en figura y tablas. Resultados:
98,3% utilizaron algún método no farmacológico de alivio del dolor, entre ellos: deambulación (79,2%),
baño (73,1%), masaje (60,0%), variedad de posición (58,8%), aromaterapia (46,9%), bola (42%), entre
otros. Conclusión: nuevos estudios pueden ser realizados con enfoque en la eficacia del manejo no
farmacológico del dolor, en el proceso de parturición. Descriptors: Parto Normal; Dolor; Dolor de Parto;
Enfermería Obstétrica.
1
Estudante, Curso de Enfermagem, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. São Leopoldo (RS), Brasil. E-mail: tresvenus@hotmail.com.br;
2
Enfermeira, Professora Mestre em Enfermagem, Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade do Vale do Rio dos Sinos/UNISINOS.
São Leopoldo (RS), Brasil. E-mail: marciastra@unisinos.br; 3Biólogo, Professor Mestre em Biociências, Doutor em Biotecnologia, Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Caxias do Sul/UCS. Caxias do Sul (RS), Brasil. E-mail: fronzabio@yahoo.com.br
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(12):4929-37, dec., 2017 4929
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i12a22487p4929-4937-2017
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(12):4929-37, dec., 2017 4931
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i12a22487p4929-4937-2017
194
220 (79,2%) 179
200 (73,1%)
147
Número de parturientes 180 144
(60%)
160 (58,8%)
115
140 (46,9%) 103
(42%)
120
100
80
31
60 (12,7%) 6 5
40
(2,4%) (2%)
20
0
Figura 1. Distribuição da amostra quanto aos métodos não farmacológicos de alívio da dor
durante o trabalho de parto e parto. Porto Alegre (RS), Brasil, 2016.
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Quase 100% das parturientes tiveram a episiotomia e 141 (60,8%) apresentaram algum
presença de um acompanhante durante o tipo de laceração, sendo que as demais
processo de parturição, 77,5% das mulheres parturientes tiveram períneo íntegro. Em
aceitaram líquidos claros no trabalho de parto relação às condições perinatais, os neonatos
e a maioria utilizou uma ou mais práticas não apresentaram em torno de 39 semanas e 5
farmacológicas de conforto e alívio da dor. As dias de gestação pelo teste de Capurro e peso
mulheres puderam optar pela posição de parto superior a 3.200g. O Apgar no primeiro minuto
desejada, como as posições semissentada de vida variou entre 8 e 9; e, no quinto
(62,5%), lateralizada (14,7%), cócoras (7,3%) e minuto, entre 9 e 10. Do total de recém-
quatro apoios (3%), ao passo que apenas 12,5% nascidos, mais de 50% foram do sexo
pariram na posição de litotomia. Três feminino, como apresentado na Tabela 3 e na
mulheres (1,3%) foram submetidas à Tabela 4.
Tabela 3. Dados do parto e desfechos perinatais. Porto Alegre (RS),
Brasil, 2016.
Variáveis n=232 n%
Teve acompanhante* 220 94,8
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Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(12):4929-37, dec., 2017 4933
ISSN: 1981-8963 https://doi.org/10.5205/1981-8963-v11i12a22487p4929-4937-2017
As mulheres puderam optar pela posição (PNPIC) no Sistema Único de Saúde [Internet].
que desejavam para parir, o que confere à Brasília (DF);2006 [cited 2016 May 06].
parturiente autonomia e respeito. O modelo Available from:
assistencial buscou respeitar a fisiologia do http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/g
parto, sendo que o uso de intervenções m/2006/prt0971_03_05_2006.html
ocorreu de forma seletiva e criteriosa. Os 8. World Health Organization. WHO traditional
desfechos perinatais foram favoráveis e medicine strategy 2002-2005 [página na
caracterizaram a assistência de risco habitual Internet]. Geneva: WHO; 2002 [cited 2016 Oct
realizada pela enfermeira obstétrica. Esses 20]. Available from:
achados mostraram semelhança com dados de http://www.wpro.who.int/health_technology
outros estudos nacionais relativos à /book_who_traditional_medicine_strategy_20
implementação do manejo não farmacológico 02_2005.pdf
da dor no trabalho de parto e seus desfechos 9. Ministério da Saúde (BR), Universidade
perinatais. Estadual do Ceará. Humanização do parto e do
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obstétrica no cenário do parto e nascimento [cited 2016 May 06]. Available from:
favorece a implementação de práticas de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ca
humanização e o resgate do protagonismo da derno_humanizasus_v4_humanizacao_parto.pdf
mulher. 10. Porfírio AB, Progianti JM, Souza DOM. As
Por tratar-se de uma pesquisa práticas humanizadas desenvolvidas por
retrospectiva, este estudo teve como enfermeiras obstétricas na assistência ao
limitação a busca das informações registradas parto hospitalar. Rev Eletr Enf [Internet].
em prontuário, o que impactou em seus 2010 [cited 2016 Oct 28];12(2):331-6.
resultados. Sugere-se que novos estudos, em Available from:
especial ensaios clínicos randomizados, https://www.fen.ufg.br/revista/v12/n2/v12n
relativos ao manejo não farmacológico da dor, 2a16.htm
sejam realizados com enfoque na eficácia e 11. Brasil. Lei nº 7.498, de 25 de junho de
segurança da aplicabilidade dos métodos no 1986. Dispõe sobre a regulamentação do
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Português/Inglês
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