Gésica Kelly da Silva Oliveira

Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), Caruaru, PE.

E-mail: gesicakelly.oliveira@gmail.com
Bárbara Freire de França
Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), Caruaru, PE.
E-mail: barbarafreire01@hotmail.com
Kathya Roberta Barbosa Freire
Graduanda do Curso de Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), Caruaru, PE.
E-mail: kathya747@hotmail.com
Emanuela Rozeno de Oliveira
Enfermeira da FUNESO. Especialista em Saúde Pública e Enfermagem do Trabalho. Docente do Curso de Graduação em
Enfermagem da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP), nas disciplinas de Saúde Pública e Ambiental e Saúde da Mulher e
Neonatal. Enfermeirada Estratégia Saúde da Família do município de Recife.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NAS ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS DA

GESTAÇÃO
R ESUMO

Este Artigo se propõe a revisar na literatura as principais adaptações fisiológicas da gestação, período em
que ocorre uma série de mudanças que provocam sensibilização e desconfortos na gestante traduzidos por sinais e
sintomas que afetam o bem estar da mulher; bem como as intervenções de enfermagem desenvolvidas pelos
enfermeiros que atuam na atenção pré-natal, essenciais para melhorar a qualidade de vida das gestantes e evitar
complicações futuras oriundas dessas alterações. É de competência do enfermeiro, efetivar a assistência pré-natal
na unidade básica de saúde e intervir junto a mulher na redução dessa sintomatologia fisiológica que pode se tornar
fator limitante para muitas mulheres.

Palavras-chave: Gestação. Desconfortos fisiológicos. Intervenções de enfermagem.

A BSTRACT

This article is to review in the literature the main physiological adaptations of pregnancy, period which occurs a
series of changes that cause awareness and discomforts during pregnancy translated by signs and symptoms that
affect the welfare of women; as well as interventions nursing developed by nurses that work in prenatal care,
essential to improve the quality of pregnant's life and prevent future complications arising of such changes. It's the
responsibility of nurses to actualize the prenatal assistance at basic health unit and interpose with the woman in the
reduction of physiological symptoms that may become a limiting factor for many women.

Keywords: Pregnancy. Physiological discomforts. Nursing interventions.

VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010

 Intervenções De Enfermagem Nas Adaptações Fisiológicas Da Gestação
1 INTRODUÇÃO
A gestação é um evento fisiológico normal
que traz várias modificações ao organismo materno
que começam na primeira semana de gestação e
continuam durante todo o período gestacional
( F E R R E I R A ; N A K A N O, 2 0 0 1 ) . E s s a s
modificações decor rem de uma intensa
transformação como resposta às demandas próprias
dessa fase. Nesse período, o corpo da mulher é
constante e intensamente sensibilizado o que traduz
uma série de desconfortos, expressa por muitos
sinais e sintomas, que variam dependendo da
tolerância de cada mulher ao desconforto e da
intensidade com que eles se apresentam
(REBERTE; HOGA, 2005).
Tais alterações advindas desse período de
transição para a maternidade necessitam de uma
atenção qualificada por parte dos profissionais de
saúde que devem identificar essas adaptações bem
como suas conseqüências já que estas podem tornar-
se fontes de limitação para a mulher (SILVA; 2008).
Visando melhorar a qualidade de vida das
gestantes neste período e evitar futuras
complicações maternas e neonatais torna-se
imprescindível uma assistência pré-natal de alta
qualidade, com um acompanhamento de uma
equipe multidisciplinar assegurando, ao final da
gestação, o nascimento de uma criança saudável e a
garantia do bem-estar materno.
Segundo o Ministério da Saúde (2006) o
principal objetivo do pré-natal é prestar assistência
VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010
humanizada à mulher desde o início de sua gravidez,
onde ocorrem mudanças físicas e emocionais, que
cada gestante vivencia de forma distinta, até o
período puerperal. Dependendo do grau de risco da
gestação a assistência a gestante pode ser efetivada
por médicos e enfermeiros. Como descrito na Lei n.º
7.498 de 25 de julho de 1986, que dispõe sobre a
regulamentação do exercício profissional da
enfermagem, do decreto nº 94.406 de 08 de junho de
1987, o qual regulamenta a Lei nº 7.498, e da
resolução COFEN nº 271/2002, o pré-natal de
baixo risco pode ser acompanhado integralmente
pelo enfermeiro. De acordo com Cunha (2009), o
enfermeiro possui embasamento teórico-científico e
respaldo legal para prestar assistência pré-natal de
baixo risco, e se esperam dele o acompanhamento e
atenção à população de gestantes.
A enfermagem possui uma assistência
sistematizada que visa atender as necessidades de
cada indivíduo de forma holística; constituem-se em
estratégias para melhorar a qualidade, facilitar a
interatividade e perceber a multidimensionalidade
do cuidado nas práticas de saúde (NASCIMENTO
et.al, 2008). Para Sperandio; Évora (2001), a
sistematização da assistência de enfermagem
constitui um meio para o enfermeiro aplicar seus
conhecimentos técnico-científicos, caracterizando
sua prática profissional; a mesma divide-se em cinco
etapas: Investigação ou histórico, diagnósticos de
enfermagem, planejamento dos resultados
esperados, intervenções da assistência de
enfermagem e avaliação ou evolução da assistência.
59
 Neste artigo enfocaremos as intervenções de
enfermagem nas adaptações fisiológicas da gestação.
Como assinalou o autor (BULECHEK apud
CARPENITO, 2005, pág 64) intervenções de
enfermagem são “qualquer tratamento direto
que o enfermeiro realiza em benefício do cliente.
Esses tratamentos incluem os iniciados pelo
enfermeiro, resultantes de diagnósticos de
enfermagem, os iniciados pelos médicos,
resultantes de diagnósticos médicos [...]
O objetivo de artigo é realizar uma revisão da
literatura sob as adaptações fisiológicas durante a
gravidez e identificar as principais intervenções de
enfermagem que fundamentadas no conhecimento
científico proporcionam o quarto passo para a
complementação da assistência sistematizada. Estas
intervenções baseiam-se na monitorização do
estado de saúde, a fim de minimizar riscos, resolver
e/ou controlar problemas, auxiliar nas atividades
diárias e promover a saúde melhorando
consequentemente a qualidade de vida do paciente.
2 METODOLOGIA
Este artigo trata-se de uma revisão de
literatura sobre as intervenções de enfermagem nas
adaptações fisiológicas da gravidez. A mesma foi
realizada no mês de maio de 2010, na qual foram
consultados livros de importantes obras da
biblioteca da Faculdade do Vale do Ipojuca (FAVIP),
realizada a busca de artigos científicos em bases de
dados como SCIELO, LILACS, Google acadêmico
e ainda, um manual correlacionado à temática.
60 VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010
Foram identificados 23 artigos, dos quais após
análise pelas autoras, selecionou-se 15 artigos por
terem uma abordagem melhor do tema escolhido
para alcançar o objetivo proposto neste estudo. Os
critérios de inclusão de artigos foram: estudos que
enfocavam as alterações durante a gravidez,
assistência pré-natal, intervenções de enfermagem e
fisiologia da gestação. A análise dos dados foi de
forma qualitativa fazendo-se a inter-relação entre a
teoria e a sua aplicação prática.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O corpo da gestante passa por uma série de
alterações que ocorrem devido a fatores hormonais
e mecânicos envolvendo diversos aparelhos e
sistemas. Essas alterações verificadas no organismo
da mulher devem ser consideradas normais durante
o estado gravídico, por vezes provocam pequenos
sintomas desagradáveis à paciente (ALMEIDA, et
al., 2005).
As muitas mulheres que apresentam esses
sintomas podem ter que modificar bastante seu
estilo de vida e comportamento. A prevenção ou o
alívio desses sintomas são um aspecto importante da
atenção pré-natal (ENKIN, 2005). A intervenção de
enfermagem neste contexto possibilita uma melhora
do bem estar e da qualidade de vida dessas mulheres.
Discutiremos a seguir os principais sinais e sintomas
decorrentes das alterações fisiológicas da gravidez e
as possíveis intervenções de enfermagem.
 Intervenções De Enfermagem Nas Adaptações Fisiológicas Da Gestação
4 LOMBALGIA
Na gestação, acontece uma seqüência de
mudanças no corpo da mulher, seu útero está em
constante crescimento, formando um abdômen
protruso. Há o deslocamento de seu centro de
gravidade, além da liberação de hormônios, como
estrógeno e relaxina, que ocasionam um crescente
afrouxamento dos ligamentos. O obejtivo dessas
alterações consiste em aumentar o tamanho da
cavidade pélvica e tornar o parto mais fácil. Todas
essas modificações causam uma lordose exagerada,
fazendo com que ela sobrecarregue os músculos
lombares e posteriores da coxa, gerando um
processo doloroso, denominados de lombalgia
(NOVAES, et. al, 2006).
Para Rezende (2007) a lombalgia é muito
comum no último trimestre podendo levar a fadiga,
alterações no padrão de sono, incapacidade motora e
depressão (em decorrência da dor ser um fator que
provoca alterações de humor). Por isso, deve ser uma
preocupação dos profissionais de saúde durante o
pré-natal. As intervenções de enfermagem que se
aplicam a este dirtúrbio são:
· Correção de postura ao sentar-se e ao andar;
· Uso de sapatos com saltos baixos e
confortáveis;
· Aplicação de calor local;
· Eventualmente, usar analgésico (se não for
contra-indicado), por tempo limitado;
· Dormir pelo menos 8 horas por dia, em
colchão confortável;
VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010
· Adequação dos ambientes de trabalho, com
orientação ergonômica;
· Assegurar as mulheres que o problema
geralmente se resolve espontaneamente
logo após o nascimento.
O acolhimento atento a gestante e uma
relação profissional-cliente que transpareça
confiança são os primeiros passos para o
tratamento do problema.
5 CONSTIPAÇÃO E HEMORRÓIDAS
A constipação na gestação é causada pelo
relaxamento da musculatura lisa, diminuição do
peristaltismo devido à influência da progesterona e
crescimento do útero que comprimi o intestino
dificultando a passagem das fezes. O trânsito do
trato gastrintestinal torna-se mais lento e a água é
mais absorvida que o normal o que leva a
constipação intestinal. Esta pode ter causa
multifatorial tais como, diminuição do consumo de
líquidos, uso de suplementos de ferro, dieta pobre
em fibras, sedentarismo e deslocamentos das alças
intestinais secundário ao crescimento uterino
(RICCI, 2008).
A constipação intestinal caracterizada por
fezes endurecidas e diminuição dos padrões de
evacuação contribui para a formação de
hemorróidas, este endurecimento das fezes gera uma
grande dificuldade para evacuar e, ao fazer força para
defecar, aumenta-se a pressão nas veias da região do
61
 ânus (KAWAGUH, 2008). Em algumas pessoas,
devidos a fatores citados anteriormente, as veias
localizadas no ânus e no reto se inflamam, se dilatam
e incham, causando dores e diversos desconfortos
levando ao aparecimento das hemorróidas. Para
estes dirtúbios são recomendadas as seguintes
intervenções:
· Praticar exercícios físicos regularmente;
· Ingerir bastante líquidos;
· Aumentar a ingesta de fibra na dieta
comendo mais vegetais, frutas e cereais;
· Reservar o momento de ir ao banheiro
estabelecendo um horário de rotina como,
por exemplo, após o café da manhã;
· Não usar papel higiênico colorido ou áspero
(molhá-lo) e fazer higiene perianal com água
e sabão neutro, após evacuação;
· Óleos minerais ou supositório de glicerina
podem ser usados conforme prescrição
médica.
6 EDEMA E VARIZES
As gestantes podem apresentar um
acentuado inchaço nas pernas e o surgimento de
varizes, decorrentes da dificuldade do retorno
venoso ao coração devido à compressão da veia cava
pelo útero gravídico, o sangue encontra resistência
para retornar aos membros superiores o que leva ao
aumento do estravazamento de líquidos nos
interstícios celulares mais comumente nos membros
62 VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010
inferiores. Além disso, o volume sanguíneo aumenta
aproximadamente 1.500 ml (RICCI, 2008).
O edema generalizado na ausência de
hipertensão e proteinúria representam um
simples exagero do processo fisiológico de
retenção de sódio (sistema renina-angiotensina-
aldosterona), agravado pela queda da pressão
oncótica plasmática, decorrente da relativa
hipoalbuminemia gravídica (REZENDE, 2007).
As varizes decorem da fraqueza congênita
das paredes musculares das veias, aumento da
pressão venosa nos membros inferiores, inatividade
e mau tônus muscular. As varicosidades podem
provocar dor, edema, ulceração e graves
complicações como a tromboflebite - inflamação da
veia com presença de coágulo na zona afetada
(REZENDE, 2007). Intervenções de enfermagem
para varizes e edema:
· Não permanecer muito tempo em pé ou
sentada;
· Repousar (20 minutos), várias vezes ao dia,
com as pernas elevadas ao nível do coração;
· Não usar roupas muito justas e, se possível,
utilizar meia-calça elástica;
· Fazer com o pé movimentos circulares para
melhorar a circulação;
· Orientar a paciente que ao deitar prefira o
decúbito lateral esquerdo, descomprimindo
temporariamente a veia cava inferior
proporcionando um melhor retorno venoso
ao coração.
 Intervenções De Enfermagem Nas Adaptações Fisiológicas Da Gestação
7 CÃIBRAS
As cãibras são contrações espasmódicas dos
músculos, incidem principalmente nos últimos
meses da gestação e acredita-se que sua etiologia
esteja relacionada a níveis reduzidos de cálcio e
elevados de fósforo (o que provoca alterações no
potencial de ação das células musculares que precisa
desses íons para manter seu funcionamento normal).
Na gestação acometem particularmente os
músculos da panturrilha com espasmos dolorosos
que causam um desconforto considerável
(REZENDE, 2007).
Intervenções de enfermagem sobrepostas a cãibras:
· Orientar a paciente que ao sentir cãibras,
esticar as duas pernas e flexionar em direção
ao corpo;
· Massagear o músculo contraído e dolorido e
aplicar calor local;
· Aumentar o consumo de alimentos ricos em
potássio e cálcio;
· Alongar os músculos da panturrilha;
· Elevar as pernas ao nível do coração com
freqüência ao longo do dia;
· Evitar exercícios físicos em excesso.
8 NÁUSEAS E VÔMITOS
As náuseas e vômitos acometem cerca de 50
a 80% das gestantes e geralmente terminam por
volta da 16ª a 20ª semana. Podem aparecer em
qualquer hora do dia, sendo mais comum pela
VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010
manhã, ao levantar-se. O fator desencadeante deste
distúrbio ainda não foi elucidado, mas acredita-se
que esteja associado ao aumento do hCG placentário
e estrogênio, além da redução da acidez estômago e
diminuição do tônus e da motilidade do trato
gastrointestinal (CARRARA; DUARTE, 1996).
Para Silva (2008) esse distúrbio representa
um dos grandes incômodos na gravidez,
repercutindo na diminuição do bem-estar e
qualidade de vida da mãe, feto e restante da família.
Intervenções de enfermagem para náuseas e
vômitos:
· Explicar que esses são sintomas comuns no
início da gestação;
· Orientar a mulher para: alimentação
fracionada (seis refeições leves ao dia) evitar
frituras, gorduras e alimentos muito
condimentados;
· Evitar líquidos durante as refeições, dando
preferência à ingestão nos intervalos;
· Agendar consulta médica para avaliar a
necessidade de usar medicamentos ou referir
ao pré-natal de alto risco, em caso de
vômitos freqüentes;
· Orientar a mulher a comer uma bolacha de
água e sal antes de se levantar.
9 DISPNÉIA
O crescimento uterino e o aumento da
produção da progesterona levam os pulmões a
funcionarem de forma diferente. O crescimento
63

contínuo do útero comprime o diafragma
aumentando sua atividade, há também um aumento
de 5 a 7,5 cm da cavidade torácica, todas essas
alterações tornam a respiração da mulher mais
diafragmática que abdominal. Além disso, a gestante
respira mais rápido porque tem necessidade de mais
oxigênio para si e para o feto (RICCI, 2008).
Pode ocorrer dispnéia quando a mulher se
deita e a pressão do útero gravídico contra a veia cava
inferior reduz o retorno venoso ao coração o que
provoca alteração na função nor mal
cardiopulmonar. Intervenções de enfermagem:
· Explicar a mulher que a dificuldade de
respirar é nor mal na g ravidez,
principalmente no último trimestre;
· Orientar para: elevar a cabeceira do leito ao
deitar;
· Deitar-se em decúbito lateral esquerdo, o
que deslocará o útero da veia cava inferior e
melhorará a respiração.
10 POLACIÚRIA
O aumento da freqüência de micções é uma
queixa comum na gestação, isso acontece porque
durante a gestação ocorrem modificações
anatômicas e funcionais no trato urinário inferior
alterando os mecanismos normais, desencadeando
sintomas urinários (HERRMANN et.al, 2006).
64 VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010
Para RICCI, 2008 esses sintomas acontecem no
primeiro trimestre porque o útero em
crescimento comprime a bexiga. Pelo mesmo
motivo, também é queixa comum no terceiro
trimestre principalmente quando a cabeça do
feto se encaixa na pelve.
Esta alteração provocada durante o período
gestacional afeta parcialmente a qualidade de vida da
mulher, podendo causar constrangimento e restrição
das atividades rotineiras.
Intervenções de enfermagem:
· Explicar a paciente que geralmente, o
aumento da freqüência de micções é comum
no início e no fim da gestação;
· Orientar a paciente para que ela urine assim
que estiver a sensação de que a bexiga está
cheia;
· Evitar bebidas cafeinadas, que estimulam a
micção e reduzir a ingestão de líquidos após
o jantar para diminuir a micção noturna.
11 CLOASMA GRAVÍDICO
Durante a gestação a pele da mulher sofre
alterações pigmentares, decorrentes da elevação dos
níveis de hormônios: estrogênio, progesterona e o
hormônio estimulador de melanócitos (MSH). Essas
mudanças provocam nas gestantes “manchas” de
coloração castanha que tendem a desaparecer após o
parto (devido à diminuição hormonal) essas
alterações se não intervindas pode perdurar após a
gestação provocando um grande incômodo na
imagem pessoal da mulher (ALVES, 2005).
 Intervenções De Enfermagem Nas Adaptações Fisiológicas Da Gestação

Intervenções de enfermagem: aversão a ingestão alimentar, podendo restringir a

dieta a somente uma refeição diária em decorrência
· Orientar a paciente a usar filtro solar durante
da intensa pirose pós-prandial, já que além do
a exposição ao sol (visto que a exposição aos
relaxamento da cárdia há a compressão e
raios ultravioletas intensifica está
deslocamento do estômago para cima devido ao
pigmentação);
crescimento do útero (ALBA, 2003).
· Evitar exposição solar exagerada;
Intervenções de enfermagem:
· Orientar quanto ao uso de fórmulas com
· Orientar a gestante a diminuir e fracionar as
corticóides, hidroquinona e tretinoina que
refeições;
podem ser utilizadas no pós-parto
· Evitar café, chá preto, mates, doces,
(conforme prescrição médica);
alimentos gordurosos, picantes e irritantes
· Orientar a paciente que se ela tomar as
da mucosa gástrica, álcool e fumo;
medidas cabíveis durante a gestação terá
· Dormir com vários travesseiros, de modo
m a i s ch a n c e d e s u c e s s o p a r a o
que a cabeça fique elevada;
desaparecimento desta máscara facial.
· Não se deitar durante pelo menos duas horas
após as refeições;
12 PIROSE
· Orientar quanto ao uso de antiácidos no caso
de sintomas persistentes.
É uma manifestação comum no terceiro
trimestre e decorre dos elevados níveis de
13 LEUCORRÉIA
progesterona que ocasiona o relaxamento da porção
inicial do estômago (cárdia) permitindo assim o
Durante a gestação há um fluxo vaginal
refluxo gastroesofágico (RICCI, 2008).
maior devido à produção exacerbada de muco
cervical, descamação das células da parede vaginal e
Segundo Libório (2009), a pirose é um sintoma
causado pelo refluxo do conteúdo gástrico para a aumento da vascularização, caracterizando assim a
porção inferior do esôfago, provocado pelo leucorréia (LIBÓRIO, 2009).
aumento da pressão intra-abdominal, pelo
esvaziamento gástrico retardado e pela Segundo Rezende (2007), deve ser excluída a
diminuição do tônus da cárdia.
etiologia infecciosa já que a leucorréia é um processo
fisiológico da gestação caracterizado por um
Esse pequeno distúrbio provoca grandes
corrimento branco, leitoso e que não possui
desconfortos, afetando o bem estar da mulher. Além
irritação. É comum na gestação o aparecimento da
disso, pode provocar algumas implicações, pois,
Cândida Albicans, fungo que possui afinidade por
muitas gestantes apresentam devido a esses sintomas

VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010 65

 meio úmido propicio para seu desenvolvimento e
multiplicação. Ao contrário da leucorréia este fungo
provoca irritação e um corrimento intensamente
pruriginoso.
Intervenções de enfermagem:
· Explicar que aumento de fluxo vaginal é
comum na gestação;
· Aconselhar a mulher a manter a área perineal
limpa e seca, lavando-a com sabão neutro e
água;
· Orientar a mulher a usar calcinhas de
algodão, com o objetivo de permitir o maior
fluxo de ar;
· Instruir a mulher a evitar o uso de ducha e
absorventes íntimos;
· Realizar o exame citológico e investigar
indícios infecciosos.
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da Unidade de Saúde da Família,
porta de entrada para a gestante na atenção básica, o
enfermeiro presta assistência qualificada através da
consulta de enfermagem, no qual possui um papel
imprescindível de atenção à gestante, realizando
acompanhamento com caráter científico e respaldo
legal.
O passo inicial para a efetividade do pré-
natal é o estabelecimento do vínculo de confiança
entre o enfermeiro e a cliente. Após este contato
inicial é prestada uma assistência individualizada e
integral a gestante que se apresenta durante esta fase
66 VEREDAS FAVIP - Revista Eletrônica de Ciências - v. 3, n. 1 - janeiro a junho de 2010
em constante adaptação física e emocional.
As intervenções de enfermagem surgem
neste contexto para efetivar a sistematização da
assistência e melhorar a qualidade de vida, já que
durante este período a paciente passa por alterações
em todos os âmbitos, que por vezes traduzem-se em
sinais e sintomas desagradáveis para a mulher,
conseqüentemente afetando seu bem estar.
O papel do enfermeiro neste sentido visa
programar medidas cabíveis para cada desconforto
provocado pela adaptação e efetivar essas condutas
nas suas peculiaridades aumentando o bem estar do
binômio mãe-filho. Espera-se que esta revisão de
literatura sirva de auxilio para que os profissionais de
saúde apliquem essas intervenções durante a
assistência prestada à gestante com o intuito de obter
uma melhor qualidade e resultados mais eficazes.
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