ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.2950-23586-1-ED.

0712201311

Calheiros CAP, Grijó DO, Rodrigues EOMA et al. Fatores que interferem na qualidade do sono...

ARTIGO ORIGINAL
FATORES QUE INTERFEREM NA QUALIDADE DO SONO DA GESTANTE NO
SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRE GESTACIONAL
FACTORS THOSE INTERFERE IN THE QUALITY OF SLEEP OF PREGNANT WOMEN IN THE
SECOND AND THIRD GESTATIONAL TRIMESTER
FACTORES QUE INTERFIEREN EN LA CALIDAD DEL SUEÑO DE LA GESTANTE EN EL SEGUNDO Y
TERCER TRIMESTRE GESTACIONAL
Christianne Alves Pereira Calheiros1, Daysemar De Oliveira Grijó2, Eliane Oliveira Moreira Alves Rodrigues 3,
Fernanda Nayelle Araújo Carvalho4, Sueli De Carvalho Vilela5, Eliana Peres Rocha Carvalho Leite6, Mônica
Maria de Jesus Silva7
RESUMO
Objetivo: identificar os principais fatores que alteram a qualidade do sono no segundo e terceiro trimestre
gestacional. Método: estudo quantitativo, exploratório, comparativo, seccional e prospectivo realizado com
97 gestantes residentes em Alfenas/MG/Sudeste do Brasil; destas, 43 estavam no segundo e 54 no terceiro
trimestre gestacional. Para a coleta de dados aplicou-se um questionário antes da consulta pré-natal. O
projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, protocolo nº 23087.001085/2008-00.
Resultados: identificaram-se os 10 principais fatores que alteram negativamente a qualidade do sono das
gestantes e, consequentemente, em suas atividades diárias. Conclusão: a equipe de saúde, ao investigar e
tomar conhecimento destes fatores deve, durante o pré-natal, atentar de forma significativa para os mesmos
a fim de trabalhar alternativas que possam amenizar o comprometimento do sono através de orientações de
saúde às gestantes. Descritores: Sono; Gestante; Fatores.
ABSTRACT
Objective: to identify the main factors affecting the quality of sleep on the second and third trimester
gestational. Method: quantitative, exploratory, comparative, sectional and prospective study, with 97
pregnant women living in Alfenas/MG/Southeast of Brazil; of these, 43 were in the second and 54 in the third
trimester. To collect data a questionnaire was applied before prenatal. The research project was approved by
the Ethics Committee in Research, Protocol N. 23087.001085/2008-00. Results: there were identified the 10
key factors that adversely change the quality of sleep of pregnant women and, consequently, in their daily
activities. Conclusion: The health team, when investigating and taking cognizance of these factors during the
prenatal, must attend significantly for the same ends in order to work in alternatives those may alleviate the
sleep impairment through health guidelines for pregnant women. Descriptors: Sleep; Pregnant; Factors.
RESUMEN
Objetivo: identificar los principales factores que alteran la calidad del sueño en el segundo y tercer trimestre
gestacional. Método: estudio cuantitativo, exploratorio, comparativo, seccional y prospectivo realizado con
97 gestantes residentes en Alfenas/MG/Sudeste del Brasil, de estas, 43 estaban en el segundo y 54 en el
tercer trimestre gestacional. Para recolectar los datos se aplicó un cuestionario antes de la consulta pre-
natal. El proyecto de investigación fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación, protocolo nº
23087.001085/2008-00. Resultados: se identificaron los 10 principales factores que alteran negativamente la
calidad del sueño de las gestantes y, consecuentemente, en sus actividades diarias. Conclusión: el equipo de
salud, al investigar y tener conocimiento de estos factores debe, durante el pre-natal, prestar atención de
forma significativa para los mismos a fin de trabajar alternativas que puedan amenizar el compromiso del
sueño a través de orientaciones de salud a las gestantes. Descriptores: Sueño; Gestante; Factores.
1
Enfermeira obstétrica, Mestre em Enfermagem, Doutoranda em Enfermagem pela Universidade de São Paulo/EERP-USP, Professora,
Curso de Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Alfenas/Unifal-MG. Alfenas (MG), Brasil. E-mail:
2
christianne.calheiros@hotmail.com; Enfermeira, Hospital e Maternidade São Luiz (SP). São Paulo (SP), Brasil. E-mail:
dayse.enf@hotmail.com; 3Enfermeira obstétrica, Especialista em Gestão Pública em Serviços de Saúde, Enfermeira da Secretaria Municipal
de Saúde de São João da Mata (MG). Poço Fundo (MG), Brasil. E-mail: elianeomalves@yahoo.com.br; 4Enfermeira, Departamento Municipal
de Saúde Pública de Barbacena (MG). Barbacena (MG), Brasil. E-mail: nandinha431@hotmail.com; 5Enfermeira, Professora Doutora em
Enfermagem, Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Alfenas/Unifal-MG. Alfenas (MG), Brasil. E-mail: sueli.vilela@unifal-
mg.edu.br; 6Enfermeira, Mestre em Ciências, Doutora em Enfermagem, Professora do Curso de Graduação e Pós-Graduação em
Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas/Unifal-MG. Alfenas (MG), Brasil. E-mail: eprcl@yahoo.com.br; 7Enfermeira, Mestranda
em Enfermagem, Universidade Federal de Alfenas/Unifal-MG. Alfenas (MG), Brasil. E-mail: monica.mjsilva@yahoo.com.br

Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(12):6808-13, dez., 2013 6808
ISSN: 1981-8963
Calheiros CAP, Grijó DO, Rodrigues EOMA et al.
INTRODUÇÃO
A gravidez é um momento ímpar, possui
aspectos comuns a todas as mulheres, mas,
apesar disto, a experiência de cada uma é
exclusiva, especial no universo feminino, uma
época de preparação física e psicológica para
o parto e maternidade.1 Neste período,
ocorrem alterações na vida e no corpo da
mulher. Dentre estas, verificam-se as do sono
que podem causar repercussões não só em seu
cotidiano, mas também no da família.
No início da gestação, a mulher apresenta
hipersonia com evolução para insônia e
despertares frequentes no final do período
gravídico, por causa das mudanças físicas da
gravidez. A privação temporária ou crônica de
sono pode resultar no aumento do risco de
eventos adversos maternos, como: dificuldade
para realização de tarefas do cotidiano,
diminuição do desempenho no trabalho,
irritabilidade, incapacidade de concentrar-se,
inquietação, aumento da fadiga e diminuição
na capacidade da mulher em suportar a dor.2,3
No decorrer da gestação as modificações
que ocorrem no organismo da gestante se
intensificam devido à proximidade do parto.
Estas acontecem de maneira intensa e rápida,
o que, muitas vezes, não permite um tempo
adequado para sua adaptação, tornando o
último período gestacional, o que demanda
maior atenção em relação à qualidade de
sono.4
Diante das alterações no padrão do sono
das gestantes, identifica-se que o apoio, o
encorajamento e as práticas educativas dos
profissionais de saúde favorecem melhor
adaptação da mulher a esta nova fase
vivenciada que é a gestação, podendo, assim,
reduzir significativamente os níveis de
ansiedade, produzindo mudanças objetivas e
subjetivas no padrão e na qualidade do sono
de gestantes com insônia.5
O conhecimento da qualidade do sono é
considerado um artifício clínico importante
para a identificação de problemas de saúde,
inclusive, dos distúrbios do sono.6 Desta
forma, identificar os fatores que interferem
neste processo durante a gravidez é
imprescindível para fornecer às gestantes um
cuidado adequado diante da presença de
alterações no decorrer deste período
importante da vida da mulher.
Durante o ensino clínico das disciplinas
Enfermagem Obstétrica e Saúde da Mulher, do
Curso de Graduação em Enfermagem da
Universidade Federal de Alfenas/UNIFAL-MG,
foram evidenciadas frequentes queixas de
gestantes e seus familiares em relação ao
Português/Inglês
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Fatores que interferem na qualidade do sono...
padrão do sono e a deficiência de orientações
que pudessem minimizar esses distúrbios, o
que despertou o interesse em realizar o
presente estudo.
OBJETIVO
● Identificar os principais fatores que
alteram a qualidade do sono no segundo e
terceiro trimestre gestacional.
MÉTODO
Estudo quantitativo, exploratório,
comparativo, seccional e prospectivo. A
população investigada constituiu-se de 97
gestantes residentes em Alfenas-MG/Sudeste
do Brasil, sem anormalidades clínicas e/ou
obstétricas. Destas, 43 estavam no segundo e
54 no terceiro trimestre gestacional. Os dados
foram coletados antes da consulta pré-natal e
com gestantes que aceitaram participar
voluntariamente após as devidas orientações
sobre a pesquisa e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
O instrumento utilizado para coleta de
dados foi um questionário, contendo 23
indicadores que são fatores preditores de
dificuldade de sono na gravidez.7 Depois da
coleta de dados, estes foram digitados no
Microsoft Excel, para elaboração do banco de
dados. Os resultados foram apresentados em
tabelas.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Universidade Federal de
Alfenas – UNIFAL-MG com o protocolo de nº
23087.001085/2008-00. Para análise
quantitativa as respostas foram organizadas
em tabelas e confrontadas com a literatura.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estudo possibilitou a identificação dos 10
principais fatores que contribuem para a
alteração da qualidade do sono da mulher
durante o segundo e terceiro trimestre de
gestação e com que evidência se apresentam
nestes dois períodos.
Apresenta-se abaixo os fatores encontrados
no segundo e terceiro trimestre de gestação
conforme as Tabelas 1 e 2, respectivamente:
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Tabela 1. Principais fatores contribuintes para a alteração do padrão

de sono no segundo trimestre gestacional. Alfenas – MG, 2008.

Fatores %
Medo do parto (dor, anestesia) 40.7
Dores de baixo-ventre 40.7
Preocupação com familiares (filhos) 42.6
Ansiedade devido à aproximação do parto 46.3
Sensibilidade aumentada nos mamilos 48.1
Câimbras 53.7
Dor na coluna 66.7
Posição desconfortável devido ao aumento da barriga 68,5
Preocupação com a saúde e o nascimento do bebê 70.4
Nictúria 77.8

Tabela 2. Principais fatores contribuintes para a alteração do

padrão de sono no terceiro trimestre gestacional. Alfenas – MG,
2008.

Fatores %
Angústia 25,6
Tristeza 25,6
Ansiedade devido à aproximação do parto 27,9
Posição desconfortável decorrente do aumento da barriga 34,9
Medo do parto (dor, anestesia) 39,5
Dores na coluna 46,5
Dores de baixo-ventre 46,5
Sensibilidade aumentada nos mamilos 48,8
Preocupação com a saúde e nascimento do bebê 58,1
Nictúria 83,7

As queixas mais frequentes mostradas no terceiro trimestre de gestação. Tal fato se

neste período pelas gestantes estão
intimamente relacionadas com a mudança
psico-fisiológica da mulher durante a
gestação.
O aumento da frequência urinária noturna
despontou como o 1º fator comprometedor da
qualidade de sono da gestante nos trimestres
gestacional pesquisados. A nictúria pode estar
associada à pressão exercida pela cabeça fetal
sobre a bexiga materna, com consequente
redução da capacidade vesical que aumenta
conforme a progressão da gestação.8
Este resultado assemelha-se à análise de
outro estudo realizado com 549 gestantes
nulíparas, no qual, identificou-se que 67%
apresentavam nictúria e 22,9%, urgência
miccional.9
A gestante, ao se levantar várias vezes
durante a noite, apresenta-se sonolenta
durante o dia, ocasionando maior necessidade
de sono extra durante este período,
demonstrando também cansaço diário que
compromete sua qualidade de vida.
A preocupação com a saúde e o nascimento
do bebê foi o 2º fator apontado para alteração
do sono aparecendo no segundo e terceiro
trimestre de gestação. Verifica-se que esta é
uma situação real e comum durante a maioria
das gestações, principalmente em primigestas
que se apresentam inseguras e se consideram
despreparadas física e psicologicamente para
enfrentarem a situação do novo, frente ao
recém-nascido que está por vir.10
Outro fator identificado foi à sensibilidade
aumentada nos mamilos relatada como 3º
fator evidenciado no segundo e como 6º fator
Português/Inglês
Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(12):6808-13, dez., 2013
explica, pois é no segundo trimestre que a
gestante percebe que seus seios estão
preparando-se para a amamentação. Este
processo fisiológico é progressivo,
contribuindo para que as mamas permaneçam
sensíveis durante estes dois trimestres
gestacionais.11
Dores no baixo-ventre e na coluna foram
citadas como 4º fator responsável pela
alteração do sono, apontado pelas gestantes
no segundo trimestre de gestação. No terceiro
trimestre, “dor na coluna” manteve a mesma
classificação, enquanto que “dores no baixo-
ventre” apareceu como a 9ª causa de
alteração do sono. Ambas as dores são
ocasionadas pela tentativa do organismo
materno em manter o equilíbrio corporal
durante a gestação, quando o corpo da mulher
passa por uma série de ajustes posturais sendo
comum a grávida provocar a elevação da
cabeça, intensificar a hiperextensão da coluna
cervical e lombar e aumentar a extensão de
joelhos e tornozelos, para assim manter o
equilíbrio postural, de modo que essas
alterações são fatores associados à lombalgia
referida por muitas gestantes.12
Nesse âmbito, o profissional de saúde deve
atentar-se para a avaliação da dor podendo
assim proporcionar um cuidado humanizado e
sistematizado à gestante. O medo do parto
(dor, anestesia) foi citado como 5º fator no
segundo trimestre enquanto que no terceiro
aparece como o 10º fator que interfere na
qualidade do sono.
O temor a dor, aos procedimentos do parto
e à anestesia, bem como, as respostas
inflamatórias advindas da gravidez, podem
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levar a ocorrência de insônia e de pesadelos
comprometendo a qualidade do sono durante
a gestação, contribuindo diretamente para a
fadiga física e mental.3,13
A posição desconfortável decorrente do
aumento da barriga, citado no segundo
trimestre, como 6º fator, enquanto que no
terceiro foi apresentado como o 3º fator de
alteração do sono. O aumento de volume
abdominal pressiona o diafragma, causando,
desconforto respiratório e,
consequentemente, dificuldade de encontrar
posição para dormir, intensificando-se este
desconforto no último trimestre com o
progressivo crescimento e ganho de peso
fetal.
Ansiedade com a aproximação do parto
apareceu como 7º fator responsável pela
alteração do padrão de sono das gestantes no
segundo e no terceiro trimestre de gestação
sendo que neste com maior intensidade.
Caracteriza-se como uma das principais
alterações psicológicas que acompanham a
gestante até o momento do parto, sendo um
fator de risco para resultados adversos para
mães e crianças com implicações no
neurodesenvolvimento fetal. É no terceiro
trimestre gestacional, que o medo do parto,
de morrer, a preocupação em saber cuidar do
bebê e de ser uma boa mãe, acrescidos de
sentimentos ambivalentes como a vontade de
terminar a gravidez e, simultaneamente, o
desejo em prolongá-la para adiar as mudanças
advindas do nascimento do bebê, faz com que
a ansiedade torne-se mais elevada nestas
gestantes. Demonstraram insatisfação,
intranquilidade, insegurança, nervosismo,
fadiga fácil o que comprometem a
concentração e levam a perturbações e
agitação do sono, desencadeando também
dificuldades para adormecer ou para manter o
sono.14,15
Tristeza e angústia apareceram como 8º
fator no segundo trimestre, não sendo
relatado, no terceiro.
É no segundo trimestre que as gestantes
começam a perceber as peculiaridades do
feto, que adota posições diferenciadas e
torna-se capaz de responder a estímulos
sinestésicos, dolorosos e de pressão tátil.
Independente de ser uma gestação desejada
ou não, existe preocupação com a
normalidade dos movimentos fetais, que
passam a ser percebidos neste trimestre. O
movimento fetal, quando ocorre, é, na
maioria das vezes, um marco emocional da
vida materna, quando a mãe sente pela
primeira vez que está gerando um novo ser
que vive dentro dela, resultando sentimentos
contraditórios. A gestante demonstra-se feliz
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Fatores que interferem na qualidade do sono...
com a percepção real da gravidez, mas
também pode sentir angustia ou tristeza
devido a preocupações com a presença ou não
dos movimentos fetais dificultando o sono.16
A partir deste achado verifica-se a
importância de avaliar a sintomatologia
psicológica apresentada pela gestante e
promover o suporte com profissionais
especialistas para tentarem amenizar
sentimentos depressivos ou ansiosos,
contribuindo a uma melhor saúde mental e
qualidade no padrão do sono.
Determinados fatores de interferência na
qualidade do sono citados pelas gestantes,
ocorreram apenas no terceiro trimestre da
gestação, tais como presença de câimbras e
preocupação com os familiares citados como o
5º e o 8º fatores respectivamente. As câimbras
são comuns durante a segunda metade da
gestação, ocorrendo principalmente nas
extremidades inferiores e no período noturno,
levando a gestante despertar do sono devido à
dor. A etiologia deste evento pode ser
resultado da pressão que o bebê exerce sobre
o sistema circulatório da mãe, da deficiência
de potássio, magnésio e cálcio, de exercícios
físicos irregulares e do excesso de peso.17
Com relação à preocupação da gestante
quanto aos familiares, principalmente entre
as multíparas, a chegada de um novo membro
à família exige da mulher uma reorganização
de suas relações familiares para assumir sua
identidade materna. Algumas destas gestantes
iniciam a gravidez manifestando ansiedades e
preocupações diferentes das mulheres que vão
ser mães pela primeira vez.18
As multíparas trazem maiores
preocupações com a estrutura familiar em
detrimento ao filho que vai nascer. De acordo
com os achados, esta situação pode perturbar
seu sono além de gerar angústia por não dar
maior atenção à gestação vigente.
A partir dos resultados apresentados, pode-
se identificar uma menor incidência das
alterações psicológicas em detrimento das
físicas que estão agravadas no último
trimestre, além de uma diversidade maior
nesse período. Este fato pode ser justificado
pelas modificações que o corpo da mulher
sofre durante o transcorrer da gravidez e por
estas intensificarem-se com o avançar da
idade gestacional, levando então a um maior
comprometimento do sono durante o último
trimestre.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a gestação interfere direta
e indiretamente na qualidade de sono das
gestantes, tornando-o insuficiente, de má
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qualidade e, até mesmo, vindo subsidiar a
ocorrência de altos índices de distúrbios, os
quais interferem de forma negativa na
realização das atividades diárias e na
qualidade de vida das gestantes.
A equipe de saúde deve estar consciente
dos fatores preditores da dificuldade de sono,
a fim de trabalhar alternativas que possam ser
usadas para amenizá-las.
Compreende-se o pré-natal como um
momento de intenso aprendizado e uma
oportunidade para os enfermeiros
desenvolverem a educação como dimensão do
processo de cuidar. A postura de educadores
deve ser adotada para orientar a gestante
quanto aos fatores que podem interferir no
padrão do seu sono e propor intervenções
que, por meio do autocuidado, favoreçam a
qualidade do sono durante a gestação.
Com a detecção dos principais fatores
desencadeadores de distúrbios do sono na
gestação, sugere-se a realização de estudos
ainda mais abrangentes e a elaboração de
propostas educativas para melhorar o padrão
do sono da gestante o que poderá contribuir
para uma maior qualidade de vida diária
durante a gestação.
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Submissão: 08/05/2013
Aceito: 07/10/2013
Publicado: 01/12/2013
Correspondência
Mônica Maria de Jesus Silva
Rua Tiradentes, 1886 / Centro
CEP: 37130-000 − Alfenas (MG), Brasil

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