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FACULDADE SANTÍSSIMO SACRAMENTO

FACULDADE DE PSICOLOGIA

CAROLINA VERISSIMO COSTA MOTTA DE ARAUJO

ALTERAÇÕES HORMONAIS E FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ: abordando as


possíveis ocorrências de doenças psíquicas.

ALAGOINHAS, BA
2022
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CAROLINA VERISSIMO COSTA MOTTA DE ARAUJO

ALTERAÇÕES HORMONAIS E FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ: abordando as


possíveis ocorrências de doenças psíquicas.

Projeto de pesquisa apresentado como


requisito para aprovação na disciplina de
Metodologia Científica na Faculdade
Santíssimo Sacramento. Solicitado pela Profª.
Ms. Anna Paula Oliveira

ALAGOINHAS, BA
2022
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SUMÁRIO

1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO 4


2 TEMA 4
3 DELIMITAÇÃO DO TEMA 4
4 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
5 INTRODUÇÃO 4
6 JUSTIFICATIVA 5
7 OBJETIVOS 5
7.1 OBJETIVO GERAL 5
7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 5
8 EMBASAMENTO TEÓRICO 6
9 METODOLOGIA 10
10 CRONOGRAMA 10
11 ORÇAMENTO 11
12 REFERÊNCIAS 11
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1 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

Autor: Carolina Verissimo Costa Motta de Araujo


Professor(a) orientador(a): Ms. Anna Paula Oliveira
Linha de pesquisa: Envolve as doenças psíquicas na gravidez

2 TEMA

No presente estudo, é característico o desejo de estudar sobre as alterações


fisiológicas e hormonais na gravidez, que com frequência alteram o emocional das
mulheres. Abordando as possíveis ocorrências de estado de ansiedade, depressão,
dentre outros.

3 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Alterações fisiológicas e hormonais na gravidez: abordando as possíveis


ocorrências de doenças psíquicas.
.

4 PROBLEMA

Quais são as possíveis ocorrências de doenças psíquicas na gravidez,


decorrentes das alterações fisiológicas e hormonais?

5. INTRODUÇÃO

A gestação é um período de extrema importância para a mãe e para o bebe,


percebem-se todas as mudanças fisiológicas que ocorrem durante a gestação e que
frequentemente afetam o estado de saúde da mulher. A gravidez é um período de
grande suscetibilidade, e a interação de transtornos mentais, baixa autoestima e a
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ocorrência das alterações músculo esqueléticas, bem como alterações hormonais


em conjunto com as condições de vida pela qual a gestante está passando, podem
trazer consequências negativas para a relação mãe/bebê e para o desenvolvimento
infantil.

6 JUSTIFICATIVA

A existência de transtornos psiquiátricos na gestação pode levar a graves


consequências, como suicídio. Mulheres com diagnósticos de esquizofrenia ou
depressão maior apresentaram elevado risco para complicações na gravidez,
trabalho de parto e período neonatal. Entre essas complicações, há anormalidades
placentárias, hemorragias e sofrimento fetal (CAMACHO, ET. AL 2006).

Muitas mulheres não informam seus sintomas com receio de estigmatização por
parte da família, por profissionais, entre outros. Há uma idealização de que a
gravidez deve ser satisfatória, e essa expectativa social acaba por culpabilizar a
gestante que vivencia os sintomas depressivos ou ansiosos. Devido a esses
conflitos, muitas mulheres exibirão sentimentos de raiva e ressentimento. A partir
disso, profissionais de saúde devem atuar sem julgamento, acolhendo de forma
empática, abrindo espaço para o diálogo e para a escuta.

7 OBJETIVOS

7.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as ocorrências de doenças psíquicas na gravidez.

7.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Compreender as alterações fisiológicas e hormonais na gravidez;


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● Identificar os fatores de risco para o desenvolvimento do transtorno


depressivo na gravidez
● Reconhecer os transtornos mentais comuns na gravidez e transtornos
depressivos.

8 EMBASAMENTO TEÓRICO

A gestação é um período de um processo fisiológico natural, onde há


transformações no organismo com o objetivo de adequá-lo para o desenvolvimento
fetal, materno e do parto. Mudanças ocorrem devido a produção de hormônios,
durante o primeiro trimestre, no corpo lúteo e na placenta, e a partir do segundo
trimestre, pelo crescimento uterino. Apesar da escassez de estudos sobre o tema, a
importância da saúde mental da mulher durante a gestação se faz presente, ainda
não há especificação para essas patologias na Classificação Internacional de
Doenças (CID-10), a não ser como diagnóstico de exclusão, no caso dos transtornos
relacionados ao puerpério. Fatores que podem estar associados a transtornos
mentais comuns, envolvem depressão, ansiedade e queixas somáticas, afetando o
desempenho das atividades diárias (SILVA, R. A. 2010) são: baixo nível de
escolaridade e/ou socioeconômico, maior faixa etária, sexo feminino, ser solteiro ou
estar divorciado.
Há diversas mudanças fisiológicas, biomecânicas e hormonais na gestante,
ocasionando então, entre essas mudanças, uma maior dificuldade na realização de
movimentos, mudanças no equilíbrio corporal, ganho de peso durante a gravidez,
este último afetando as articulações do quadril, joelho e tornozelo. Visto que essas
inúmeras alterações são importantes para o estado físico e psíquico da mulher
gestante, como também, as suas condições de vida, como estar ou não empregada,
possuir ou não um bom relacionamento familiar, são importantes preditores de
transtornos mentais.
A partir do ganho de peso as articulações do quadril, joelho e tornozelo são
afetados através de fatores gravitacionais e de aceleração. As mudanças que
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ocorrem na forma do corpo da mulher grávida trazem maior dificuldade na realização


dos movimentos, chegando a um estado de fadiga mais rápido, também pelo maior
esforço muscular devido ao ganho de massa. Esse ganho de peso maior pode
explicar também diminuição na estabilidade postural, a partir do segundo e terceiro
trimestre. (MANN et al, 2010)
A dor lombar e pélvica durante a gravidez tem maior incidência, atingindo mais
de ⅓ das gestantes, principalmente após o terceiro trimestre do período gestacional.
A prática de exercícios melhora essa condição, pois auxilia na prevenção e na
reabilitação. Também há mudanças da fisiologia materna que ocorrem no sistema
cardiocirculatório, respiratório e gastrointestinal. Ocorrendo o aumento considerado
do tamanho e posição do coração, relacionado ao crescimento uterino, há também,
durante as primeiras semanas, um aumento gradativo da frequência cardíaca que
atinge o pico máximo entre a vigésima oitava e trigésima sexta semana de gravidez.
De acordo com Reis (1993), a função respiratória sofre alterações fisiológicas
importantes, resultantes da ação hormonal, principalmente da alta porcentagem de
progesterona no sangue e do aumento do volume uterino. Ainda durante a gravidez
é possível observar o ingurgitamento capilar venoso nas vias aéreas superiores,
causando com frequência modificações na voz e dificultando a respiração.
Segundo Reis (1993), a partir da oitava semana de gestação ocorre o aumento
do volume sanguínea materno, em conjunto, há também o aumento do do volume
plasmático. Por esse último ser relativamente maior que o aumento das hemácias,
leva a hemodiluição com aparente diminuição dos eritrócitos e hemoglobina, produz-
se assim a chamada anemia fisiológica da gravidez ou pseudo-anemia.
O aumento do volume uterino contribui para um deslocamento cefálico do
estômago, modificando o ângulo da junção gastroesofágica (REIS, 1993) produzindo
o refluxo gastroesofágico podendo levar a um quadro de pirose ou até de esofagite,
por esses e outros motivos toda gestante deve ser considerada como portadora de
estômago cheio.
Dentre os transtornos mentais comuns (TMC), temos os sintomas depressivos
não-psicóticos, ansiedade e queixas somáticas que afetam o desempenho das
atividades diárias. Esses sendo: dificuldade de concentração e de esquecimento,
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insônia, fadiga, irritabilidade, sensação de inutilidade, e queixas somáticas, entre


outros.
Na pesquisa realizada por Silva RA et al, foram analisadas 1.267 gestantes
na análise bruta, a presença de TMC em gestantes esteve associada de forma
significativa à menor escolaridade, às classificação socioeconômica inferior, não
estar trabalhando, não se sentir apoiada pela família, ter pensado em abortar, ter
consumido álcool e bebida alcoólica na gestação. Além disso, o relato de menor
autoestima da grávida esteve associado à ocorrência de TMC. (SILVA, R. A. 2010)
O pensamento abortivo teve prevalência de TMC em gestantes, contabilizado
em 51,6%. Mulheres grávidas com transtornos mentais estão mais propensas a
idealizar o aborto. Vale salientar que estudos encontrados sobre a fadiga e a
autoestima encontraram-se na média em pacientes com esclerose múltipla, o que
implica em dizer que as mudanças que acompanham a gestação afetam a
autoestima. Houve também a associação entre maior prevalência de TMC e menor
autoestima, tornando evidente o impacto da qualidade na interação mãe/bebê.
Estima-se uma prevalência de depressão na gravidez da ordem de 7,4% no
primeiro, 12,8% no segundo e 12% no terceiro trimestre (CAMACHO, R. S. 2006).

Na gestação os níveis de estrógeno e progesterona são superiores àqueles


vistos nas mulheres fora do período gestacional e esse fator pode estar envolvido
nas alterações do humor que ocorrem nessa fase (CAMACHO e. al. 2006). O estado
hormonal das gestantes afeta diretamente os níveis de hormônios do feto. Por
exemplo, os níveis elevados de cortisol, hormônio liberado quando a mulher está
deprimida, afetam diretamente o comportamento neural fetal.

Adolf Meyer (1988-1950), considera-se em psicopatologia que, ao lado dos


fatores genéticos, gestacionais e perinatais, que precedem o início propriamente dito
das relações de um sujeito, estão os fatores predisponentes. Esses fatores
predisponentes são as primeiras experiências do indivíduo, que ocorrem na primeira
e segunda infância (0-6 anos), incluindo também fatores genéticos.

Esses fatores predisponentes sensibilizam o indivíduo para as diversas


situações que a vida lhe colocará e tornam as pessoas mais ou menos vulneráveis
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para os fatores precipitantes. Fatores precipitantes também chamados de eventos


de vida, por sua vez, são eventos estressantes e/ou traumáticos que ocorrem em
proximidade a propagação do transtorno mental (DALGALARRONDO. P. 2019).

De acordo com Camacho et. al. (2006), os principais fatores de risco


relacionados à depressão maior são: idade inferior a 16 anos, história de transtorno
psiquiátrico na família, eventos estressantes experimentados nos últimos 12 meses,
conflitos conjugais, ser solteira ou divorciada, estar desempregada (a paciente ou
seu cônjuge) e apresentar pouco suporte social.

Os sinais e sintomas de depressão perinatal são humor deprimido, choro fácil,


labilidade afetiva, irritabilidade, perda de interesse pelas atividades habituais,
sentimentos de culpa, e capacidade de concentração prejudicada. Sintomas
neurovegetativos, incluindo insônia e perda de apetite, são descritos com frequência
(CAMACHO, et. al. 2006).

No Transtorno de Ansiedade é característico o Transtorno de Ansiedade


Generalizada (TAG) e o Transtorno do Pânico, o quadro da TAG se caracteriza pela
presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias por vários
meses. A pessoa vive angustiada, tensa, preocupada, permanentemente nervosa ou
irritada.Já o Transtorno do Pânico são quadros em que há crises de ansiedade
abruptas e mais ou menos intensas, ocorrendo de modo repetitivo.

Alguns sintomas somáticos podem causar confusão com situações normais


desse período. Podendo dificultar o diagnóstico. Assim sintomas como hipersonia,
aumento de apetite, fatigabilidade fácil, diminuição do desejo sexual e queixas de
dor e desconfortos em diferentes sistemas são de pouca utilidade para o
diagnóstico de depressão nessa fase (CAMACHO, et. al. 2006).

“Pesquisas têm utilizado técnicas de tratamento psicofarmacológico,


psicossocial, psicoterápico e tratamentos hormonais, além da eletroconvulsoterapia
(ECT), indicada para casos mais graves ou refratários a outras formas de
tratamento” CAMACHO, et. al. 2006.
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A psicoterapia é uma grande aliada para o tratamento dos transtornos


comuns da gravidez, como também na descontinuação do uso de fármacos, ou
redução dos mesmos durante a gestação. Foram estudadas as abordagens
psicoterápicas mais significativas na redução de sintomatologia nestes casos e
verificaram-se duas modalidades mais efetivas: a psicoterapia interpessoal, que foca
o seu trabalho nos sintomas depressivos da paciente e no seu relacionamento com
o mundo; terapia cognitivo-comportamental, que tem como objetivo ajudar o
paciente a solucionar seus comportamentos e cognições disfuncionais por meio da
aprendizagem e da reestruturação cognitiva ( CAMACHO, et.al. 2006).

9 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do presente estudo foi realizada uma revisão


bibliográfica entre a leitura de artigos de revistas e artigos de revisão, mencionando
o tema proposto. Foram utilizados artigos entre 1993 à 2010, utilizando uma única
base eletrônica de dados, o SciELO. Os termos usados para a busca dos artigos
foram: alterações fisiológicas na gravidez, alterações hormonais na gravidez,
transtornos na gravidez.

10 CRONOGRAMA

ATIVIDADE
AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO
S
Escolha do
tema e do X X
orientador
Encontros
com o
X X X X
orientador

Pesquisa
X
bibliográfica
11

preliminar
Leituras e
elaboração
X X
de resumos

Elaboração
do projeto X X

Entrega do
projeto de X
pesquisa
Revisão
bibliográfica
X X
complement
ar
Coleta de
dados
X
complement
ares

11 ORÇAMENTO

Quantidade Descrição Valor unitário Total


05 Impressão de laudas 0,05 2,0
1 Revisão de literatura 20 100

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAMACHO, Renata Sciorilli et al. Transtornos psiquiátricos na gestação e no


puerpério: classificação, diagnóstico e tratamento. Archives of Clinical Psychiatry
(São Paulo) [online]. 2006, v. 33, n. 2 [Acessado 5 Novembro 2022] , pp. 92-102.
Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0101-60832006000200009>. Epub 16 Ago
2006. ISSN 1806-938X. https://doi.org/10.1590/S0101-60832006000200009.
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MANN, L. et al. Alterações biomecânicas durante o período gestacional: uma


revisão. Motriz, Rio Claro, v.16, n. 3, p. 730-741, jul./set. 2010.
REIS, G. F F. Alterações Fisiológicas Maternas da Gravidez. Rev Bras Anest 1993.
Vol. 43 : N° 1, p. 3-9.
SILVA, R. A. et al. Transtornos mentais comuns e auto-estima na gestação;
prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 26 : N° 9,
p. 1832-1838, set. 2010.
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e Semiologia dos Transtornos Mentais.
3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
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