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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA INTENSIVA
RIO DE JANEIRO
2023
INSTITUTO DE FISIOTERAPIA INTENSIVA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA INTENSIVA
RIO DE JANEIRO
2023
INTITUTO DE FISIOTERAPIA INTENSIVA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA INTENSIVA
ELABORADO POR
KAMYLLA DE AZEVEDO BRITO
BANCA EXAMINADORA
NOME COMPLETO UNIVERSIDADE NOTA
1-
2-
3-
RIO DE JANEIRO
2023
CONTROLE DA DOR EM NEONATOS PRÉ-TERMOS COM
MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS – CONTENÇÃO FACILITADA E
ENROLAMENTO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
Autor1, Kamylla de Azevedo Brito
1Acadêmica: Kamylla de Azevedo Brito
2Orientadora: Carina Perruso
Resumo:
Introdução: A dor é uma sensação que se caracteriza pela sua complexidade,
imaterialidade e multidimensionalidade, podendo se manifestar por sinais corporais e
fisiológicos de cada indivíduo. Os mais variados métodos não farmacológicos se
mostram eficazes no manejo da dor no neonato, e também apresentam pouco risco,
além de baixo custo, se comparado com intervenções mais invasivas, que devem ser
evitadas. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica sobre as
técnicas de contenção facilitada e enrolamento no controle da dor em neonatos pré-
termos, de caráter descritivo, contendo análise de dados e teoria das abordagens.
Para a composição deste artigo foram utilizados ao total 17 artigos científicos originais.
Resultados: Os estudos demonstram efetividade comprovada dos métodos não
farmacológicos de contenção facilitada e enrolamento nos neonatos pré-termos,
quando utilizados antes, durante e após intervenções dolorosas, contribuindo na
diminuição do choro, e trazendo o neonato de volta ao estado de repouso com mais
rapidez. Conclusão: Pesquisas futuras têm a oportunidade de aprimorar ainda mais
esses métodos e expandir seu uso em unidades de terapia intensiva neonatal,
contribuindo assim para a qualidade de vida desses pacientes e suas famílias. O
cuidado centrado na família e a colaboração entre os profissionais de saúde
desempenham um papel fundamental no sucesso do controle da dor em neonatos
pré-termos e na promoção de um ambiente de cuidado humanizado e compassivo.
Hoje sabe-se que a dor nos neonatos e lactentes está presente pois a
terminação nervosa cutânea é idêntica à de pacientes adultos, e se caracteriza por
outras alterações fisiológicas, relacionadas com a monitorização da frequência
cardíaca e respiratória, tensão arterial, saturação de oxigênio, tônus vagal, sudação
palmar e alterações hormonais2,3. Além disso, os neonatos apresentam também
problemas psiquiátricos, como esquizofrenia, ansiedade e depressão. Fatores esses
que aumentam a taxa de morbidade e mortalidade do neonato enfermo 4.
6
REFERENCIAL TÉORICO
8
METODOLOGIA
9
RESULTADOS
8 Prevenção e Motta GCP, 2014 Apresentar os Uma variedade de A utilização de métodos não
manejo não Cunha MLC. principais intervenções não farmacológicos de alívio da
farmacológico métodos não farmacológicas se mostra dor é essencial para
da dor no recém- farmacológicos de efetiva, apresentando garantir um cuidado
nascido alívio da dor no baixo risco para os qualificado e humanizado ao
recém-nascido neonatos e baixo custo recém-nascido, além de
disponíveis para operacional, sendo as evitar possíveis danos
utilização mais discutidas na devido à exposição
na Unidade de literatura: uso de prolongada à dor.
Tratamento glicose/sacarose via oral,
Intensivo sucção não nutritiva,
Neonatal. amamentação, contato
pele a pele, contenção
facilitada e enrolamento.
10
11 Fluxograma Querido DL, 2017 Descrever e A partir desta O fluxograma assistencial do
assistencial para Christoffel discutir o metodologia ocorreu uma manejo da dor, construído a
manejo da dor MM, Almeida processo de capacitação em serviço e partir de evidências
em Unidade de VS, Esteves desenvolvi-mento a discussão de pontos científicas, forneceu meios
Terapia Intensiva APVS, de um fluxograma chaves do manejo da dor para facilitar a tomada de
Neonatal Andrade M, construído pela equipe de saúde, decisão da equipe de saúde
Junior JA. coletivamente que serviram de frente à dor do recém-
pela equipe de subsídios para nascido. Sugere-se a
saúde de construção do aplicação
uma Unidade de fluxograma. do fluxograma com
Terapia Intensiva frequência para promover a
Neonatal para o educação permanente da
manejo da dor equipe e identificar possíveis
neonatal. pontos a serem ajustados.
12 Efeitos da Reis, SM. 2022 Analisar a eficácia Houve um Conclui-se que ambas as
contenção dos efeitos da predomínio do sexo intervenções,
facilitada e do contenção feminino; que a média de contenção facilitada e
enrolamento na facilitada e do peso na primeira coleta enrolamento, são estratégias
redução de dor enrolamento para foi de 1596g; não farmacológicas efetivas
no recém- a redução da dor que todos os prematuros no manejo da dor de
nascido em recém- apresentavam Apgar prematuros submetidos à
prematuro: nascidos maior ou igual a sete no coleta de sangue arterial. No
Ensaio clínico prematuros 5º minuto de entanto, a condição
cruzado durante a coleta vida. Quanto ao experimental evidenciou
de sangue procedimento para a melhor controle no escore de
arterial. coleta de sangue arterial, dor e no padrão de
contatou-se que, em organização de
ambas as condições, a desenvolvimento.
coleta ocorreu em menos
de 60 segundos e a
artéria de
escolha foi a braquial.
Em relação aos
parâmetros fisiológicos
(frequência cardíaca,
frequência respiratória e
saturação de oxigênio) e
à avaliação da dor pela
escala PIPPR, não houve
diferença
estatisticamente
significante entre as
condições em estudo.
13 A review of Mangat AK, 2018 Analisar a eficácia A maioria dos estudos A maioria dos métodos não
non-pharmacolo- Oei JL, Chen e a segurança dos resultou em algum grau farmacológicos de analgesia
gical treatments K, Quah- métodos não de analgesia, mas muitos proporciona um mínimo de
for pain Smith I, farmacológicos de foram ineficazes e alguns alívio para bebês
management in Schmölzer alívio da dor em foram até prejudiciais. A prematuros, mas nenhum é
newborn infants GM. bebês recém- sacarose, por exemplo, totalmente eficaz e não há
nascidos e muitas vezes foi ineficaz, um método claramente
identificar aqueles mas foi mais eficaz do superior. Também são
que são mais que a musicoterapia, a necessários estudos para
mais eficazes. massagem, leite materno avaliar as possíveis
(para bebês consequências de longo
extremamente prazo de qualquer um
prematuros) ou desses métodis.
acupuntura com
estimulação elétrica não
invasiva. Também houve
resultados conflitantes
para acupuntura,
cuidados pele a pele e
terapia musical.
11
14 Métodos não Pereira TS, 2022 Conhecer os Foi possível observar as Algumas estratégias de
farmacológicos Silva PF, métodos não seguintes técnicas não alívio da dor que podem ser
no alívio da dor Pacheco farmacológicos no farmacológicas para utilizadas e aplicadas pela
em neonatos STA, Marta alívio da dor nos alívio de dor: sacarose, equipe responsável pelos
prematuros CB, Silva LJ, recém-nascidos leite materno, contenção cuidados na unidade de
Araújo BBM. prematuros facilitada, cuidado pele a terapia intensiva neonatal,
internados na pele, glicose oral 25%, ampliando a visão de que
Unidade de sucção não nutritiva, alternativas simples podem
Terapia Intensiva método canguru, ser eficazes para trazer
Neonatal canções de ninar, conforto a esses bebês.
produzidos na enrolamento, método
literatura científica mãe-canguru, ruído
sobre o tema. branco, amamentação,
chupeta etc. Destaca-se
que 16,17% dos estudos
referem-se ao potencial
de analgesia com
sacarose, tanto
isoladamente quanto em
combinação com algum
outro método.
12
16 Facilitated Reis SM, 2022 Analisar a eficácia Considerando as A realização desse estudo
containment and Nóbrega dos efeitos da análises mediante ao revelou eficácia nas
winding for pain MS, Ferreira contenção tempo de duração do intervenções não
management in EB, Felipe facilitada e do procedimento doloroso, farmacológicas, contenção
preterm infants: AOB, enrolamento para alterações de frequência facilitada e enrolamento,
randomized Moreira DS. redução da dor cardíaca, frequência demonstrando sua
crossover em recém- respiratória e saturação importância no manejo da
clinical trial. nascidos de dor durante procedimentos
prematuros oxigênio e, da que suscitam no recém-
organização de acordo nascido sensibilidade
com os subsistemas de dolorosa de baixa
desenvolvimento intensidade.
autônomo, motor e de
estados
comportamentais do
recém-nascido,
evidenciou-se que não
houve diferença
estatisticamente
significante entre as
intervenções contenção
facilitada e enrolamento.
No entanto, no período
de aplicação da
contenção facilitada,
observou-se uma
estabilidade fisiológica e
comportamental mais
precoce, que promover a
reorganização, diminuiu
a agitação e alterações
hemodinâmicas,
comparado ao
enrolamento.
13
DISCUSSÃO
Querido et al. (2017) descrevem que existe uma lacuna no conhecimento para
a avaliação e o manejo da dor em neonatos, além de uma desvalorização, com tais
fatos sendo evidenciados na falta de interesse por parte da equipe pela busca de
informações sobre dor na literatura, e a própria falta de registros sobre o assunto. A
própria falta de conhecimentos das ferramentas disponíveis são motivos para a sua
não utilização.
Reis (2022) demonstra em seus estudos que, por se tratar de cuidados que
apresentam fácil aplicação, a contenção facilitada e o enrolamento também são
recomendados antes de um procedimento doloroso. O enrolamento consiste na
14
utilização de um tecido leve ou cueiro, para envolver o neonato com flexão nas
extremidades inferiores e alinhamento na linha média dos membros superiores
flexionados, posicionando a mão próximo da boca, com a face e cabeça expostas
(Figura 1).
Figura 1 - Enrolamento
Reis explica também que tal abordagem deve ser utilizada em neonatos
monitorados e clinicamente estáveis, pois tal método favorece o estímulo de
receptores táteis e térmicos, que geram uma competição com a dor e o estresse, se
tornando efetivo antes do procedimento a perdurando até que o neonato volte ao
estado de repouso.
15
Figura 2 - Contenção Facilitada
Silva et al. (2022) também afirmam a eficácia das medidas não farmacológicas,
e demonstra a participação da família de forma direta realizando tais métodos, e
embora não tenha se mostrado nenhum resultado concreto se houve algum aumento
da efetividade de tais medidas quando realizadas pelos pais, é importante no contexto
geral que a família participe do cuidado do neonato, sob orientação da equipe na
UTIN.
16
Para Reis et al. (2022), é mais que evidente a importância das intervenções
não farmacológicas no manejo da dor nos neonatos, sendo o enrolamento, por
exemplo, demonstrando ser uma intervenção eficaz durante o processo de fisioterapia
respiratória, diminuindo a sensibilidade dolorosa. A contenção facilitada também é
grande aliada para diminuir a expressão de dor nos procedimentos de punção de
calcanhar, venosa e aspiração endotraqueal, de acordo com os autores.
17
CONCLUSÃO
18
REFERÊNCIAS
1- Falcão ACMP, Sousa ALS, Stival MM, et al. Abordagem terapêutica da dor em
neonatos sob cuidados intensivos: Uma breve revisão. R. Enferm. Cent. O. Min.
[Internet]. 13º de julho de 2012; Disponível em:
http://www.seer.ufsj.edu.br/recom/article/view/130
2- Alves FB, Fialho FA, Dias IMAV et al. Dor neonatal: a percepção da equipe de
enfermagem na unidade de terapia intensiva neonatal. Rev Cuid. 2013 Jan; 4(1):
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http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2216-
09732013000100011&lng=en
3- Araujo GC, Miranda JOF, Santos DV, et al. Dor em recém-nascidos: identificação,
avaliação e intervenções. Rev. baiana enferm. 28º de setembro de 2015 29(3):261-
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https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/view/13695
1
10-Melo LM, Monte, MTS. A atuação da fisioterapia no desenvolvimento motor em
neonatos pré-termos internados em unidade de terapia intensiva: revisão
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Centro Universitário do Planalto Central Apparecido dos Santos, 2021.
11- Querido DL, Christoffel MM, Almeida VS et al. Fluxograma assistencial para
manejo da dor em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Rev Bras Enferm.
2018;71(Suppl3):1360-9. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2017-
0265
14- Pereira TS, Silva PF, Pacheco STA, et al. Métodos não farmacológicos no alívio
da dor em neonatos prematuros. Glob Acad Nurs. 15º de dezembro de
2022;3(Sup.3):e292. Disponível em:
https://globalacademicnursing.com/index.php/globacadnurs/article/view/412
15- Silva MD, Silveira ALD, Christoffel MM, et al. Medidas de alívio da dor em
neonatos com a participação da família: revisão integrativa. Rev Enferm UFSM . 1º
de dezembro de 2022; 12:e47. Disponível em:
https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/69874
16- Reis SM, Nóbrega MS, Ferreira EB, et al. Contenção facilitada e enrolamento
para o manejo da dor em prematuros: ensaio clínico randomizado crossover. RSD.
2022 Apr.25;11(6):e20011628755. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28755 DOI:
http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i6.28755