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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1. Matriciamento
O matriciamento em fonoaudiologia refere-se a uma prática interdisciplinar em
que profissionais de diferentes áreas da saúde trabalham em conjunto para fornecer
um cuidado mais abrangente e integrado ao paciente. No contexto da VPPB, o
matriciamento pode envolver a colaboração entre fonoaudiólogos,
otorrinolaringologistas, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde (Bunzenet al.,
2021).
Para esse momento,o núcleo da Fonoaudiologia elaborou um cartaz
destacando as atribuições da profissão, incluindo o suporte às equipes de
puericultura, acompanhamento, visita domiciliar, amamentação, mastigação, fala,
linguagem, introdução alimentar, audição, vestibulopatias, disfagia e interconsultas
com usuários que enfrentam desafios metabólicos que podem surgir em todos os
ciclos da vida.
2. Captação de usuários
O tópico sobre vestibulopatias, por ter chamado mais atenção dos presentes,
tornou-se o principal foco de interesse. Os médicos conseguiam detectar os casos
de tontura, vertigem e distúrbios vestibulares que surgiam na USF. Eles então
acionavam a equipe multiprofissional, para oferecer um cuidado mais completo e
adequado. Além disso, os ACS também ajudavam a realizar captação de usuários
que apresentassem os sintomas.
3. Cuidado ofertado
Sendo assim, o residente fonoaudiólogo, junto a equipe multidisciplinar
realizava a anamnese com a finalidade de saber sobre alimentação, trabalho,
hábitos, dinâmica familiar, etc. Nesse momento, buscou-se possíveis soluções para
os sintomas referidos pelos usuários, uma vez que cada tipo de tontura e vertigem
tem um tempo de duração, apresenta ou não zumbido, perda auditiva, náusea,
síncope ou alterações de temperatura corporal, compreendendo como cada
profissional poderia contribuir para a melhora dos usuários.
No total foram realizados 27 atendimento sem formato de consulta
interprofissional e/ou multiprofissional em consultório ou em visita domiciliar de todas
as quatro equipes da Unidade de Saúde Integrada com os médicos e os outros
residentes da equipe multiprofissional. Ressalta-se que a maioria do público
atendido foi de mulheres idosas e somente dois usuários eram homens.
Durante os atendimentos, foi promovida a sensibilização acerca da
alimentação saudável, junto à nutricionista. Orientou-se quanto à diminuição de
alimentos que potencializam os sintomas da VPPB, a exemplo do café, doces,
refrigerantes, energéticos, alguns chás e ainda sobre hábitos nocivos como o uso do
cigarro e álcool.
Além disso, junto à equipe médica apresentou um olhar diferenciado àqueles
que eram diabéticos, hipertensos e/ou apresentavam colesterol alto, condições
clínicas que não necessariamente provocam VPPB, mas podem provocar outros
tipos de tontura.
O psicólogo deu suporte necessário para se desenvolver estratégias de
enfrentamento para lidar com os sintomas da VPPB, como a ansiedade e o medo de
cair. Essas estratégias podem incluir técnicas de relaxamento, exercícios
respiratórios, meditação, entre outras.
Junto à fisioterapeuta da equipe, enfatizou-se também sobre mudanças em
alguns aspectos que podem melhorar os sintomas, tais como realizar pouco
movimento de cabeça, dormir com apoio acima de 45 graus ou com mais de um
travesseiro. Essa conscientização baseia-se nas singularidades do usuário,
entendendo a realidade de cada pessoa.
Discussão
Realizou-se a manobra de Dix-Hallpike utilizada no diagnóstico da VPPB, já
para o tratamento da VPPB, utilizou-se a manobra de Epley, sendo ambas
manobras de movimentação corporal. (PAULA; BASTOS, 2019; PING et al., 2022).
O trabalho proposto pelo residente fonoaudiólogo junto a equipe
multidisciplinar na APS buscou formas de tratar condições que precisavam de ajuda
tecnológica como a vectoeletronistagmografia de maneira simples, considerando as
especificidades locais. Para tanto, foram utilizadas as ferramentas disponíveis para
oferecer cuidado a pessoas com tontura e vertigem, incluindo aquelas com sintomas
de VPPB.
Portanto, a importância das tecnologias leves na APS é inegável, já que
essas ferramentas são capazes de aprimorar a qualidade do atendimento e facilitar
o acesso da população aos serviços de saúde. Entretanto, a ausência de
fonoaudiólogos junto à equipe multiprofissional na rede pública de saúde brasileira é
um fator limitante que dificulta o acesso da população a serviços especializados, o
que gera uma grande demanda reprimida nos serviços de média e alta
complexidade.
Constatou-se a importância de uma prática humanizada que considere as
particularidades do usuário, adaptando o que fosse necessário para um melhor
atendimento. Sendo assim, foi possível garantir a segurança e o conforto durante as
sessões, possibilitando um atendimento significativo e transformador para os
usuários.
Os resultados positivos foram alivio rápido da tontura, diminuição do risco de
quedas, estabilidade postural, equilíbrio, melhor adaptações proprioceptivas visuais,
base de sustentação e de componentes sensórios-motores, melhora na autonomia
do indivíduo, segurança em realizar atividades básicas da vida, humor e melhora de
qualidade de vida obtidos reforçam que para além da presença de um fonoaudiólogo
na APS, como também da equipe multiprofissional
Nessa perspectiva, é inegável a relevância da Fonoaudiologia na prática de
trabalho. Ela é essencialmente humana, real e libertadora, pois valoriza o diálogo,
vivências, história e a participação ativa de ambos partícipes, profissional e usuário
nesse processo de reabilitação.
REFERÊNCIAS